Documentário: A indústria brasileira em tempos de Barão do Mauá | História do Brasil
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- Опубликовано: 15 сен 2024
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SOBRE O VÍDEO: Documentário sobre a História do Brasil.
Irineu Evangelista de Sousa ficou conhecido na História do Brasil como o "Barão de Mauá". E o motivo é que ele foi um dos maiores empresários do Brasil no século XIX, durante o governo de Dom Pedro II (Segundo Reinado). Neste vídeo, além de conhecer o Barão de Mauá você também vai entender como ele e o governo alavancaram a indústria brasileira.
Professora Cátia - História da Arte & Literatura
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MINUTAGEM:
00:10 - Primeiras palavras...
00:50 - Relembrando
03:20 - Os primeiros passos da indústria brasileira
05:43 - Quem foi Irineu Evangelista de Sousa: o Barão de Mauá ?
11:43 - A política econômica do governo de Dom Pedro II + as ideias e a coragem do Barão de Mauá = avanço da indústria brasileira
13:40 - Do imaginário para o real: os empreendimentos do Barão de Mauá
17:45 - Aprendendo a gerenciar os negócios com o Barão de Mauá em 3, 2, 1...
21:15 - O fim da história de Irineu Evangelista...
11:54 - Recados finais
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Fontes de Pesquisa:
NEVES, Lúcia Maria Bastos Pereira das. Dia do Fico. In VAINFAS, Ronaldo. Dicionário do Brasil Imperial (1822-1889). Rio de Janeiro: Objetiva, 2002.
LIMA, Oliveira. O movimento da independência (1821-1822). Brasília: FUNAG, 2019 (edição fac-similar).
RIBEIRO, Darcy - O povo brasileiro: a formação e o sentido do Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 1995 e 1996
GOMES, Laurentino. 1808: como uma rainha louca, um príncipe medroso e uma corte corrupta enganaram Napoleão e mudaram a História de Portugal e do Brasil. São Paulo: Planeta, 2007. 414 p.
1822: como um homem sábio, uma princesa triste e um escocês louco por dinheiro ajudaram D. Pedro a criar o Brasil, um país que tinha tudo para dar errado / Laurentino Gomes - Rio de Janeiro : Nova Fronteira, 2010, ISBN 978-85-209-2409-9
Barão de Mauá, o precursor do liberalismo econômico no Brasil. Disponível em: www.moneyrepor...
Barão de Mauá: conheça a história do maior empreendedor do país. Disponível em: v4company.com/...
O império empresarial de Mauá nos anos 1860. Disponível em: atlas.fgv.br
Szmrecsány, Tamás and Lapa, José Roberto do Amaral. História Econômica da Independência e do Império, 2. ed. São Paulo: USP, 2002.
Vainfas, Ronaldo. Dicionário do Brasil Imperial. Rio de Janeiro: Objetiva, 2002.
Caldeira, Jorge (1995), Mauá: empresário do Império, ISBN 85-7164-436-5, São Paulo: Companhia das Letras, 557 p. il.
SCHWARCZ, Lilia Moritz. As barbas do imperador: D. Pedro II, um monarca nos trópicos. São Paulo: Companhia das Letras, 1998. 664 p. il. ISBN 85-7164-837-9
Mauá. Pioneiros e Empreendedores. Disponível em: pioneiros.fea....
Perfil - Barão de Mauá. O homem que olhava para o futuro. Gilberto Maringoni - 2011 . Ano 8 . Edição 67 - 20/09/2011 - São Paulo. Disponível em: ipea.gov.b
Quem foi o homem que conectou o Brasil ao mundo ainda no século XIX? Disponível em: pt.linkedin.com/
Visconde de Mauá - Irineu Evangelista de Sousa. Disponível em: unifei.edu.br/
Mauá, o impulsionador da indústria brasileira. Disponível em: www.al.sp.gov.br/
Deve ser difícil resumir tão bem a história repleta de informações preciosas. Parabéns Professora. Obrigado.
Obrigada pelo elogio. E sim ! É bemmmm difícil porque tem muita informação dispersa que eu tento ir montando a história com base nos fatos encontrados em fontes confiáveis. Porém, comentários como o teu fazem com que me sinta motivada em continuar o trabalho.
Avante !
Se possível, poderia fazer um vídeo contando a história do empresário e industrialista Delmiro Gouveia, que também foi um personagem importante para a época do Brasil Imperial.
Ele foi empresário em Alagoas . Há uma cidade no estado com seu nome . Já estive lá.
Obrigado, pela grande história, uma pena, esse final do, Barão.
O trabalho da Prof Cátia está cada dia mais lindo!!!
Muito obrigada 😊. Fico imensamente feliz que estejas acompanhando e gostando do trabalho.
Muito bom professora. Parabéns ❤
Obrigada !
Parabéns pelo documentário. Este é um caso de empreendedorismo fantástico.
Obrigado pelo elogio. Fico contente que tenha gostado do meu vídeo.
Obrigada, ótimo vídeo.
Que bom que gostou. Obrigada.
Tenho muito orgulho de ter trabalhado na recuperação da Baronesa, a 1a locomotiva brasileira, em 1984, quando da montagem do Museu Ferroviário no bairro do Engenho de Dentro, na cidade do RJ.
Ela está lá até hoje.
Viva! Que legal. Eu consegui ver a locomotiva pelas fotos na net.
Sabes que aqui em Garibaldi - RS temos uma Maria Fumaça que funciona e leva os turistas para fazer um belo passeio.
@@brasildox eu andei nessa guria...😀
Morei muito tempo em POA e viajava muito por todo RS a trabalho.
No caso da Baronesa, eu era aluno aprendiz da centenaria escola Silva Freire, da Rede Ferroviaria na epoca.
Trabalhei nas Oficinas da Locomocao do Engenho de Dentro, fundada ainda no 2o reinado e que foi o maior parque ferroviario da America Latina!!
Hoje temos o estadio do Engenhao no lugar.
E o museu....está fechado. ☹ Mas a locomotiva e outros carros históricos ainda estao lá!
@@brasildox e aqui no estado do RJ, em Miguel Pereira, tem uma dessas locomotivas fazendo passeios tambem!!
@@nuno5181 não me diz ! Fecharam o Museu e abriram um estádio 😪
Mauá, um homem além de seu tempo.
Mais um personagem muito importante esquecido...sugiro um vídeo sobre a guerra da independência do Acre, o líder também era o gaúcho Placido de Castro...Grato !!!!
Obrigada pela sugestão. Vou pesquisar o assunto.
Pera, não houve NENHUMA industrialização antes de D. João VI?
Nem com Marquês de Pombal?
André Leandro BRXTEC BRASIL arqueologia presente
Opa ! Bem- vindo.
Parabéns. Continue produzindo vídeos. Se aceitar apoio por cartão de crédito, irei contribuir. Boa noite
Que bom que gostou.
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Boa noite.
@@brasildox antes de ser membro do canal, poderia me informar onde você é professora? É formada em história?
Sou formada em Literatura Brasileira e Portuguesa e Artes Visuais (ambas licenciatura). Ministro aulas de Literatura e História da Arte.
👍👍👍192 🌻🌿🇧🇷👏
Vítima do atraso da bancada ruralista.....
Irineu evangelista Francisco Matarazzo e otros mais foram o gigante do Brazil o pio deles todos foi o imperador da escravidão isto foi um maldição b a h
Dom Pedro II e a Abolição da Escravidão no Brasil
Na resolução bem-sucedida do combate ao tráfico de escravos da África, D. Pedro II desempenhou um papel central. Ele incentivou o Gabinete conservador a comprometer-se com a imediata extinção do comércio e resistiu a todas as pressões para destituir o Gabinete do poder. Em julho de 1850, ele permitiu que seu apoio ao projeto de lei do governo fosse publicamente conhecido, ao informar D. José de Assis Mascarenhas, seu indiscreto camareiro, sobre seu ponto de vista. Acima de tudo, ele deu apoio indispensável à efetiva supressão do comércio ilegal. Ninguém que estivesse envolvido direta ou passivamente no contrabando de escravos poderia a partir daquele momento contar com qualquer honraria governamental ou cargo oficial.
Segundo Milton Carlos Costa, para Raymundo Faoro, “o estamento burocrático mantinha em subordinação o imperador”. Ele governava, com o seu poder pessoal (o Poder Moderador), mas seguindo a cartilha de sua burocracia. Diante disso, podemos concluir que por mais desejoso da abolição da escravidão fosse o monarca, precisava partilhar esse interesse com as instituições burocráticas do Império, das quais era refém.
Após alcançar este propósito, a partir da lei que ficou conhecida como Lei Eusébio de Queiroz, a questão da escravidão só voltou a atormentar o cenário político brasileiro na segunda metade da década de 1860.
Para José Murilo de Carvalho, a mão Imperial se fez sentir no processo abolicionista do início ao fim: (...) o incentivo da Coroa nunca deixou de se fazer sentir, seja em manifestações pessoais do Imperador e da Princesa Isabel, seja nos títulos nobiliárquicos oferecidos aos que libertassem escravos, seja pela ação direta (os netos do Imperador editavam um jornal abolicionista dentro do Palácio onde também escravos fugidos recebiam proteção). Para ele as atitudes da Coroa não só encorajava a “atuação dos abolicionistas”, mas também fazia arrefecer a repressão do governo ao movimento. A postura do Imperador sempre foi mais pró-abolição do que aos interesses dos proprietários no decorrer de todo o processo. Este, inclusive, acentuou a clivagem entre os interesses monárquicos e os dos latifundiários.
Foi principalmente nesta temática que se acentuou o “divórcio” entre “o rei e os barões”: (...) pode-se dizer que o sistema imperial começou a cair em 1871 após a Lei do Ventre Livre. Foi a primeira clara indicação de divórcio entre o rei e os barões, que viram a Lei como loucura dinástica. O divórcio acentuou-se com a Lei dos Sexagenários e com a abolição final. É fato aceito por todos os estudiosos, por exemplo, que a adesão ao republicanismo aumentava substancialmente à época de medidas abolicionistas.
Com a eclosão da Guerra Civil e, posteriormente, criação de emenda constitucional que pôs fim a escravidão nos Estados Unidos, a questão escravista passou a ser preocupação para o Brasil. Barman descreve que foi o Imperador o primeiro a se preocupar sobre tal situação. Afinal, findando a escravidão nos EUA, só se matinha esse regime nas colônias espanholas e no Brasil.
Em 1866 ele solicitou ao marquês de São Vicente a elaboração de projetos de leis que visasse esse fim. Elaboraram cinco projetos que “levariam ao fim da escravidão até o final de 1899 e que continha cláusulas para a proteção dos escravos e a melhoria de suas condições”. O Imperador encaminhou os projetos ao marquês de Olinda, presidente do Conselho de Ministros em 1866, para que fosse submetido ao Conselho de Estado. Mesmo com o consentimento dos demais ministros, Olinda “recusou-se de modo inflexível a consentir qualquer ação a respeito”, alegava que “dada a ausência das forças militares no Paraguai, tal proposta encorajaria os donos de escravos a adotar a resistência armada”. A perspicácia do Imperador o fez esperar o “momento mais oportuno”.
Ao se retirar do país durante a discussão da proposta de lei que dava liberdade aos filhos nascidos de escravos, ele impediu que os oponentes da medida alegassem que sua presença impedia uma franca discussão no Legislativo. Sua ausência também servia para desencorajar a oposição. Foi amplamente propalado que, se o projeto não fosse aprovado, o imperador abdicaria e não retornaria ao Brasil, dessa forma deixando o país nas mãos de uma mulher inexperiente que ainda não completara 25 anos.
Este feito, foi para D. Pedro II a coroação de sua vontade, argumenta Barman: “Ele acabava de atingir ambos os objetivos que, desde 1864, perseguia incansavelmente, apesar de todos os desalentos e contratempos". Derrotou o Paraguai e aprovou a lei do ventre livre.
A resposta à civilizada Europa foi dada: o Brasil caminhou para o fim da escravidão. Ao menos no papel. “Sem a influência e insistência de D. Pedro II a lei de 1871 não teria passado”.
Por mais “simpatizante da causa da abolição” que fosse D. Pedro II, ele sabia, da delicadeza do assunto. “Era muito consciente da necessidade de evitar alienar os interesses dos proprietários de terras que dependiam dos escravos”. O monarca proibiu que os envolvidos com o governo participassem do movimento abolicionista.
O fim do patronato em Cuba, que colocava uma pá definitiva na escravidão nessa colônia espanhola, restando apenas o Brasil como o último país escravocrata do ocidente, somado à defesa da escravidão e à tentativa de limitar as atividades do movimento abolicionista realizadas pelo barão do Cotegipe, fez com que a escravidão ficasse insustentável e a pressão pela abolição fosse imediata.
Devido à questão de saúde, D. Pedro II seguiu para Europa em 1887. No dia 8 de maio de 1888 o projeto que previa a abolição imediata da escravidão foi apresentado a Câmara. Em 13 de maio a Princesa assinou a conhecida Lei Áurea. Para Roderick Barman, se o Imperador estivesse no lugar da Princesa, talvez “pudesse ter empregado seu prestígio e habilidade política para manobrar o governo [de Cotegipe] a tomar uma atitude contra a escravidão”. E dessa maneira poderia ter mudado o curso dos acontecimentos. Porém, a história não permite suposições. E a abolição como se procedeu, levou à ira dos fazendeiros, principalmente da decadente região do Vale do Paraíba do Rio de Janeiro, e suas filiações ao Partido Republicano, segundo o historiador, na esperança de, com a mudança do regime conseguir a tão sonhada indenização.
D. Pedro II era um defensor do fim da escravidão. Seu amor às ciências, progresso e civilização, que marcaram o século XIX e são os valores que podemos perceber para sua contrariedade ao trabalho escravo. Fora que seria naturalmente uma evolução pela qual o país passaria. No entanto seria necessário chegar a esse resultado sem passar por grandes rupturas. Mais uma vez, a cautela nas reformas era muito importante para o Imperador e por isso perdurou quase quarenta anos entre o fim do tráfico e a libertação dos escravos no Brasil."
Fonte: D. PEDRO II E A EMANCIPAÇÃO DOS ESCRAVOS; MAURO HENRIQUE MIRANDA DE ALCÂNTARA . UNIVERSIDADE FEDERAL DO MATO GROSSO.
Dom Pedro II e a Abolição da Escravidão no Brasil
Na resolução bem-sucedida do combate ao tráfico de escravos da África, D. Pedro II desempenhou um papel central. Ele incentivou o Gabinete conservador a comprometer-se com a imediata extinção do comércio e resistiu a todas as pressões para destituir o Gabinete do poder. Em julho de 1850, ele permitiu que seu apoio ao projeto de lei do governo fosse publicamente conhecido, ao informar D. José de Assis Mascarenhas, seu indiscreto camareiro, sobre seu ponto de vista. Acima de tudo, ele deu apoio indispensável à efetiva supressão do comércio ilegal. Ninguém que estivesse envolvido direta ou passivamente no contrabando de escravos poderia a partir daquele momento contar com qualquer honraria governamental ou cargo oficial.
Segundo Milton Carlos Costa, para Raymundo Faoro, “o estamento burocrático mantinha em subordinação o imperador”. Ele governava, com o seu poder pessoal (o Poder Moderador), mas seguindo a cartilha de sua burocracia. Diante disso, podemos concluir que por mais desejoso da abolição da escravidão fosse o monarca, precisava partilhar esse interesse com as instituições burocráticas do Império, das quais era refém.
Após alcançar este propósito, a partir da lei que ficou conhecida como Lei Eusébio de Queiroz, a questão da escravidão só voltou a atormentar o cenário político brasileiro na segunda metade da década de 1860.
Para José Murilo de Carvalho, a mão Imperial se fez sentir no processo abolicionista do início ao fim: (...) o incentivo da Coroa nunca deixou de se fazer sentir, seja em manifestações pessoais do Imperador e da Princesa Isabel, seja nos títulos nobiliárquicos oferecidos aos que libertassem escravos, seja pela ação direta (os netos do Imperador editavam um jornal abolicionista dentro do Palácio onde também escravos fugidos recebiam proteção). Para ele as atitudes da Coroa não só encorajava a “atuação dos abolicionistas”, mas também fazia arrefecer a repressão do governo ao movimento. A postura do Imperador sempre foi mais pró-abolição do que aos interesses dos proprietários no decorrer de todo o processo. Este, inclusive, acentuou a clivagem entre os interesses monárquicos e os dos latifundiários.
Foi principalmente nesta temática que se acentuou o “divórcio” entre “o rei e os barões”: (...) pode-se dizer que o sistema imperial começou a cair em 1871 após a Lei do Ventre Livre. Foi a primeira clara indicação de divórcio entre o rei e os barões, que viram a Lei como loucura dinástica. O divórcio acentuou-se com a Lei dos Sexagenários e com a abolição final. É fato aceito por todos os estudiosos, por exemplo, que a adesão ao republicanismo aumentava substancialmente à época de medidas abolicionistas.
Com a eclosão da Guerra Civil e, posteriormente, criação de emenda constitucional que pôs fim a escravidão nos Estados Unidos, a questão escravista passou a ser preocupação para o Brasil. Barman descreve que foi o Imperador o primeiro a se preocupar sobre tal situação. Afinal, findando a escravidão nos EUA, só se matinha esse regime nas colônias espanholas e no Brasil.
Em 1866 ele solicitou ao marquês de São Vicente a elaboração de projetos de leis que visasse esse fim. Elaboraram cinco projetos que “levariam ao fim da escravidão até o final de 1899 e que continha cláusulas para a proteção dos escravos e a melhoria de suas condições”. O Imperador encaminhou os projetos ao marquês de Olinda, presidente do Conselho de Ministros em 1866, para que fosse submetido ao Conselho de Estado. Mesmo com o consentimento dos demais ministros, Olinda “recusou-se de modo inflexível a consentir qualquer ação a respeito”, alegava que “dada a ausência das forças militares no Paraguai, tal proposta encorajaria os donos de escravos a adotar a resistência armada”. A perspicácia do Imperador o fez esperar o “momento mais oportuno”.
Ao se retirar do país durante a discussão da proposta de lei que dava liberdade aos filhos nascidos de escravos, ele impediu que os oponentes da medida alegassem que sua presença impedia uma franca discussão no Legislativo. Sua ausência também servia para desencorajar a oposição. Foi amplamente propalado que, se o projeto não fosse aprovado, o imperador abdicaria e não retornaria ao Brasil, dessa forma deixando o país nas mãos de uma mulher inexperiente que ainda não completara 25 anos.
Este feito, foi para D. Pedro II a coroação de sua vontade, argumenta Barman: “Ele acabava de atingir ambos os objetivos que, desde 1864, perseguia incansavelmente, apesar de todos os desalentos e contratempos". Derrotou o Paraguai e aprovou a lei do ventre livre.
A resposta à civilizada Europa foi dada: o Brasil caminhou para o fim da escravidão. Ao menos no papel. “Sem a influência e insistência de D. Pedro II a lei de 1871 não teria passado”.
Por mais “simpatizante da causa da abolição” que fosse D. Pedro II, ele sabia, da delicadeza do assunto. “Era muito consciente da necessidade de evitar alienar os interesses dos proprietários de terras que dependiam dos escravos”. O monarca proibiu que os envolvidos com o governo participassem do movimento abolicionista.
O fim do patronato em Cuba, que colocava uma pá definitiva na escravidão nessa colônia espanhola, restando apenas o Brasil como o último país escravocrata do ocidente, somado à defesa da escravidão e à tentativa de limitar as atividades do movimento abolicionista realizadas pelo barão do Cotegipe, fez com que a escravidão ficasse insustentável e a pressão pela abolição fosse imediata.
Devido à questão de saúde, D. Pedro II seguiu para Europa em 1887. No dia 8 de maio de 1888 o projeto que previa a abolição imediata da escravidão foi apresentado a Câmara. Em 13 de maio a Princesa assinou a conhecida Lei Áurea. Para Roderick Barman, se o Imperador estivesse no lugar da Princesa, talvez “pudesse ter empregado seu prestígio e habilidade política para manobrar o governo [de Cotegipe] a tomar uma atitude contra a escravidão”. E dessa maneira poderia ter mudado o curso dos acontecimentos. Porém, a história não permite suposições. E a abolição como se procedeu, levou à ira dos fazendeiros, principalmente da decadente região do Vale do Paraíba do Rio de Janeiro, e suas filiações ao Partido Republicano, segundo o historiador, na esperança de, com a mudança do regime conseguir a tão sonhada indenização.
D. Pedro II era um defensor do fim da escravidão. Seu amor às ciências, progresso e civilização, que marcaram o século XIX e são os valores que podemos perceber para sua contrariedade ao trabalho escravo. Fora que seria naturalmente uma evolução pela qual o país passaria. No entanto seria necessário chegar a esse resultado sem passar por grandes rupturas. Mais uma vez, a cautela nas reformas era muito importante para o Imperador e por isso perdurou quase quarenta anos entre o fim do tráfico e a libertação dos escravos no Brasil."
Fonte: D. PEDRO II E A EMANCIPAÇÃO DOS ESCRAVOS; MAURO HENRIQUE MIRANDA DE ALCÂNTARA . UNIVERSIDADE FEDERAL DO MATO GROSSO.
Dom Pedro II e a Abolição da Escravidão no Brasil
Na resolução bem-sucedida do combate ao tráfico de escravos da África, D. Pedro II desempenhou um papel central. Ele incentivou o Gabinete conservador a comprometer-se com a imediata extinção do comércio e resistiu a todas as pressões para destituir o Gabinete do poder. Em julho de 1850, ele permitiu que seu apoio ao projeto de lei do governo fosse publicamente conhecido, ao informar D. José de Assis Mascarenhas, seu indiscreto camareiro, sobre seu ponto de vista. Acima de tudo, ele deu apoio indispensável à efetiva supressão do comércio ilegal. Ninguém que estivesse envolvido direta ou passivamente no contrabando de escravos poderia a partir daquele momento contar com qualquer honraria governamental ou cargo oficial.
Segundo Milton Carlos Costa, para Raymundo Faoro, “o estamento burocrático mantinha em subordinação o imperador”. Ele governava, com o seu poder pessoal (o Poder Moderador), mas seguindo a cartilha de sua burocracia. Diante disso, podemos concluir que por mais desejoso da abolição da escravidão fosse o monarca, precisava partilhar esse interesse com as instituições burocráticas do Império, das quais era refém.
Após alcançar este propósito, a partir da lei que ficou conhecida como Lei Eusébio de Queiroz, a questão da escravidão só voltou a atormentar o cenário político brasileiro na segunda metade da década de 1860.
Para José Murilo de Carvalho, a mão Imperial se fez sentir no processo abolicionista do início ao fim: (...) o incentivo da Coroa nunca deixou de se fazer sentir, seja em manifestações pessoais do Imperador e da Princesa Isabel, seja nos títulos nobiliárquicos oferecidos aos que libertassem escravos, seja pela ação direta (os netos do Imperador editavam um jornal abolicionista dentro do Palácio onde também escravos fugidos recebiam proteção). Para ele as atitudes da Coroa não só encorajava a “atuação dos abolicionistas”, mas também fazia arrefecer a repressão do governo ao movimento. A postura do Imperador sempre foi mais pró-abolição do que aos interesses dos proprietários no decorrer de todo o processo. Este, inclusive, acentuou a clivagem entre os interesses monárquicos e os dos latifundiários.
Foi principalmente nesta temática que se acentuou o “divórcio” entre “o rei e os barões”: (...) pode-se dizer que o sistema imperial começou a cair em 1871 após a Lei do Ventre Livre. Foi a primeira clara indicação de divórcio entre o rei e os barões, que viram a Lei como loucura dinástica. O divórcio acentuou-se com a Lei dos Sexagenários e com a abolição final. É fato aceito por todos os estudiosos, por exemplo, que a adesão ao republicanismo aumentava substancialmente à época de medidas abolicionistas.
Com a eclosão da Guerra Civil e, posteriormente, criação de emenda constitucional que pôs fim a escravidão nos Estados Unidos, a questão escravista passou a ser preocupação para o Brasil. Barman descreve que foi o Imperador o primeiro a se preocupar sobre tal situação. Afinal, findando a escravidão nos EUA, só se matinha esse regime nas colônias espanholas e no Brasil.
Em 1866 ele solicitou ao marquês de São Vicente a elaboração de projetos de leis que visasse esse fim. Elaboraram cinco projetos que “levariam ao fim da escravidão até o final de 1899 e que continha cláusulas para a proteção dos escravos e a melhoria de suas condições”. O Imperador encaminhou os projetos ao marquês de Olinda, presidente do Conselho de Ministros em 1866, para que fosse submetido ao Conselho de Estado. Mesmo com o consentimento dos demais ministros, Olinda “recusou-se de modo inflexível a consentir qualquer ação a respeito”, alegava que “dada a ausência das forças militares no Paraguai, tal proposta encorajaria os donos de escravos a adotar a resistência armada”. A perspicácia do Imperador o fez esperar o “momento mais oportuno”.
Ao se retirar do país durante a discussão da proposta de lei que dava liberdade aos filhos nascidos de escravos, ele impediu que os oponentes da medida alegassem que sua presença impedia uma franca discussão no Legislativo. Sua ausência também servia para desencorajar a oposição. Foi amplamente propalado que, se o projeto não fosse aprovado, o imperador abdicaria e não retornaria ao Brasil, dessa forma deixando o país nas mãos de uma mulher inexperiente que ainda não completara 25 anos.
Este feito, foi para D. Pedro II a coroação de sua vontade, argumenta Barman: “Ele acabava de atingir ambos os objetivos que, desde 1864, perseguia incansavelmente, apesar de todos os desalentos e contratempos". Derrotou o Paraguai e aprovou a lei do ventre livre.
A resposta à civilizada Europa foi dada: o Brasil caminhou para o fim da escravidão. Ao menos no papel. “Sem a influência e insistência de D. Pedro II a lei de 1871 não teria passado”.
Por mais “simpatizante da causa da abolição” que fosse D. Pedro II, ele sabia, da delicadeza do assunto. “Era muito consciente da necessidade de evitar alienar os interesses dos proprietários de terras que dependiam dos escravos”. O monarca proibiu que os envolvidos com o governo participassem do movimento abolicionista.
O fim do patronato em Cuba, que colocava uma pá definitiva na escravidão nessa colônia espanhola, restando apenas o Brasil como o último país escravocrata do ocidente, somado à defesa da escravidão e à tentativa de limitar as atividades do movimento abolicionista realizadas pelo barão do Cotegipe, fez com que a escravidão ficasse insustentável e a pressão pela abolição fosse imediata.
Devido à questão de saúde, D. Pedro II seguiu para Europa em 1887. No dia 8 de maio de 1888 o projeto que previa a abolição imediata da escravidão foi apresentado a Câmara. Em 13 de maio a Princesa assinou a conhecida Lei Áurea. Para Roderick Barman, se o Imperador estivesse no lugar da Princesa, talvez “pudesse ter empregado seu prestígio e habilidade política para manobrar o governo [de Cotegipe] a tomar uma atitude contra a escravidão”. E dessa maneira poderia ter mudado o curso dos acontecimentos. Porém, a história não permite suposições. E a abolição como se procedeu, levou à ira dos fazendeiros, principalmente da decadente região do Vale do Paraíba do Rio de Janeiro, e suas filiações ao Partido Republicano, segundo o historiador, na esperança de, com a mudança do regime conseguir a tão sonhada indenização.
D. Pedro II era um defensor do fim da escravidão. Seu amor às ciências, progresso e civilização, que marcaram o século XIX e são os valores que podemos perceber para sua contrariedade ao trabalho escravo. Fora que seria naturalmente uma evolução pela qual o país passaria. No entanto seria necessário chegar a esse resultado sem passar por grandes rupturas. Mais uma vez, a cautela nas reformas era muito importante para o Imperador e por isso perdurou quase quarenta anos entre o fim do tráfico e a libertação dos escravos no Brasil."
Fonte: D. PEDRO II E A EMANCIPAÇÃO DOS ESCRAVOS; MAURO HENRIQUE MIRANDA DE ALCÂNTARA . UNIVERSIDADE FEDERAL DO MATO GROSSO.
Imperadores portugueses, pois Pedro II era contra, mas não teve força para mudar antes, e quando fez, foi logo deposto.
Apoiou o exército na guerra do Paraguai, e no final, o estado virou as costas. Bostil til til
Boravê! 😊😊😊