Em "Os condenados da terra", Frantz Fanon vai nos dizer que o mundo colonial "[...] é um mundo dividido em compartimentos. De maneira que, [...] se penetrarmos na intimidade desta divisão, obteremos pelo menos o benefício de pôr em evidência algumas linhas de força que ela comporta. Êste enfoque do mundo colonial, de seu arranjo, de sua configuração geográfica, vai permitir-nos delimitar as arestas a partir das quais se há de organizar a sociedade descolonizada." Esse autor vai nos trazer uma distinção entre o mundo capitalista e o mundo colonial nos seguintes termos: "O mundo colonizado é um mundo cindido em dois. A linha divisória, a fronteira, é indicada pelos quarteis e delegacias de polícia. Nas colônias o interlocutor legal e institucional do colonizado, o porta-voz do colono e do regime de opressão é o gendarme ou o soldado. Nas sociedades de tipo capitalista, o ensino religioso ou leigo, a formação de reflexos morais transmissíveis de pai a filho, a honestidade exemplar de operários condecorados ao cabo de cinquenta anos de bons e leais serviços, o amor estimulado da harmonia e da prudência, formas estéticas do respeito pela ordem estabelecida, criam em torno do explorado uma atmosfera de submissão e inibição que torna consideravelmente mais leve a tarefa das forças da ordem. Nos países capitalistas, entre o explorado e o poder interpõe-se uma multidão de professores de moral, de conselheiros, de “desorientadores”. Nas regiões coloniais, ao contrário, o gendarme e o soldado, por sua presença imediata, por suas intervenções diretas e frequentes, mantém contacto com o colonizado e o aconselham a coronhadas ou explosões de ‘nalpam’, a não se mexer. Vê-se que o intermediário não torna mais leve a opressão, não dissimula a dominação. Exibe-as, manifesta-as com a boa consciência das forças da ordem. O intermediário leva a violência à casa e ao cérebro do colonizado." Podemos concluir, com base nesse pensamento, que razão assisti à Fanon quando consideramos que o Brasil ainda se encontra em um sistema colonial, no qual a criação burguesa (o Estado) chega ao local em que está alocada a população "inferiorizada" por seu interlocutor, representada na forma de polícia, de modo a efetivar a opressão que é legitimada por um sistema legal arquitetado pela população "superior". O resultado lógico (digamos) é o terceiro lugar no ranking dos países com maior população encarcerada do planeta, com pouco mais de 700 mil pessoas, dentre essas, 64% são negras e 51% se quer concluíram o ensino fundamental , de acordo com os dados do Infopen, de julho de 2016. Nada obstante, os mais desatentos (ou os colonos) irão dizer que é necessário construir mais presídios, ou até mesmo privatizar, de modo a se tornar um negócio rentável para o burguês, se não o já é...
Eles sabem disso, porém não importa, estão protegidos pelo altos muros, cercas elétricas. Como diz emicida: quando uma bala atravessa um honda fit na favela já furou mais de vinte maderiti.
O racismo só está vivo dentro dessas narrativas políticas. As células da sua pele e das minhas, os melanócitos, tem a mesma função! E nos oito bilhões de humanos que existem hoje e em todos os que já vieram a existir na face da terra.
eu concordo, mas para chegar nesse estágio abolicionista, precisamos de um estado popular bem educado, combatente das raízes da desigualdade social para redução da criminalidade, visto que muitos presos são enquadrados por crimes "leves" e as penas desproporcionais criam mais soldados. o ciclo sempre vai se repetir... No caso de crimes hediondos, eu não vejo um bom argumento abolicionista que me desperte um questionamento.
Discursinho medíocre que só mostra um lado,jamais os dois lados e verdadeira realidade,essa turminha tem um discursinho bom é uma lábia fenomenal, porém,os mentes abertas os que vivem do suor do seu rosto,que sustenta a máquina estatal melhor do que a sua própria família,esses sim sabem a realidade e com palavras não tão resbuscadas derrubam qualquer discurso medíocre.
O racismo só está vivo dentro dessas narrativas políticas. As células da sua pele e das minhas, os melanócitos, tem a mesma função! E nos oito bilhões de humanos que existem hoje e em todos os que já vieram a existir na face da terra.
@@conoconoco1 Parabéns! Você só prova o obvio. Você não entendeu que não há nenhuma diferença fisiológica entre os humanos, não é? Porém, diferenças ideológicas...
@@eumesm9770 Há diferenças fisiológicas sim entre os seres de uma mesma espécie, que por sinal, não é o tema do vídeo que trata direito penal e punitivismo, se fosse para estudar fisiologia eu estaria em um vídeo sobre o devido tema. Não somos todos iguais e não existe problema nenhum nisso, e ademais, quem deve aprender sobre isso é uma pessoa racista. Paz!
@@conoconoco1 O seu pulmão é fisiologicamente diferente de outra pessoa? O coronavírus funciona diferente no pulmão de outra pessoa? Não. O seu pulmão é fisiologicamente igual ao de qualquer ser humano. > 'Não somos todos iguais' Ah, sim! Você é daqueles que dizem que somos todos iguais, mas somos de raças diferentes! Isso são as diferenças ideológicas. Se você pensa assim, leve isso para a sua vida, não na minha. Minha mente sou eu quem manda.
obrigado por isso, expressou em palavras o que eu não conseguia colocar pra fora.
parabéns pela palavras professor ótimo videio.
Em "Os condenados da terra", Frantz Fanon vai nos dizer que o mundo colonial "[...] é um mundo dividido em compartimentos. De maneira que, [...] se penetrarmos na intimidade desta divisão, obteremos pelo menos o benefício de pôr em evidência algumas linhas de força que ela comporta. Êste enfoque do mundo colonial, de seu arranjo, de sua configuração geográfica, vai permitir-nos delimitar as arestas a partir das quais se há de organizar a sociedade descolonizada."
Esse autor vai nos trazer uma distinção entre o mundo capitalista e o mundo colonial nos seguintes termos: "O mundo colonizado é um mundo cindido em dois. A linha divisória, a fronteira, é indicada pelos quarteis e delegacias de polícia. Nas colônias o interlocutor legal e institucional do colonizado, o porta-voz do colono e do regime de opressão é o gendarme ou o soldado. Nas sociedades de tipo capitalista, o ensino religioso ou leigo, a formação de reflexos morais transmissíveis de pai a filho, a honestidade exemplar de operários condecorados ao cabo de cinquenta anos de bons e leais serviços, o amor estimulado da harmonia e da prudência, formas estéticas do respeito pela ordem estabelecida, criam em torno do explorado uma atmosfera de submissão e inibição que torna consideravelmente mais leve a tarefa das forças da ordem. Nos países capitalistas, entre o explorado e o poder interpõe-se uma multidão de professores de moral, de conselheiros, de “desorientadores”. Nas regiões coloniais, ao contrário, o gendarme e o soldado, por sua presença imediata, por suas intervenções diretas e frequentes, mantém contacto com o colonizado e o aconselham a coronhadas ou explosões de ‘nalpam’, a não se mexer. Vê-se que o intermediário não torna mais leve a opressão, não dissimula a dominação. Exibe-as, manifesta-as com a boa consciência das forças da ordem. O intermediário leva a violência à casa e ao cérebro do colonizado."
Podemos concluir, com base nesse pensamento, que razão assisti à Fanon quando consideramos que o Brasil ainda se encontra em um sistema colonial, no qual a criação burguesa (o Estado) chega ao local em que está alocada a população "inferiorizada" por seu interlocutor, representada na forma de polícia, de modo a efetivar a opressão que é legitimada por um sistema legal arquitetado pela população "superior". O resultado lógico (digamos) é o terceiro lugar no ranking dos países com maior população encarcerada do planeta, com pouco mais de 700 mil pessoas, dentre essas, 64% são negras e 51% se quer concluíram o ensino fundamental , de acordo com os dados do Infopen, de julho de 2016. Nada obstante, os mais desatentos (ou os colonos) irão dizer que é necessário construir mais presídios, ou até mesmo privatizar, de modo a se tornar um negócio rentável para o burguês, se não o já é...
O que aconteceu com o som? Não dá para ouvir...😭😭😭
A educação seria o melhor método para sanar a violência! Pena que os governantes não vêem isso!
Eles sabem disso, porém não importa, estão protegidos pelo altos muros, cercas elétricas. Como diz emicida: quando uma bala atravessa um honda fit na favela já furou mais de vinte maderiti.
Áudio péssimo!!!!!
Coloquem legenda
ta muito ruim o audio
o áudio está péssimo.
O som está ruim
Áudio péssimo.
E nessas horas que tenho vengonha de outra pessoa
Da minha cor que jumento com um montao de jumento
So repentido o outro fala ri ri ri 🐴🐴🐴 🐴🐴
O racismo só está vivo dentro dessas narrativas políticas. As células da sua pele e das minhas, os melanócitos, tem a mesma função! E nos oito bilhões de humanos que existem hoje e em todos os que já vieram a existir na face da terra.
eu concordo, mas para chegar nesse estágio abolicionista, precisamos de um estado popular bem educado, combatente das raízes da desigualdade social para redução da criminalidade, visto que muitos presos são enquadrados por crimes "leves" e as penas desproporcionais criam mais soldados. o ciclo sempre vai se repetir...
No caso de crimes hediondos, eu não vejo um bom argumento abolicionista que me desperte um questionamento.
Discursinho medíocre que só mostra um lado,jamais os dois lados e verdadeira realidade,essa turminha tem um discursinho bom é uma lábia fenomenal, porém,os mentes abertas os que vivem do suor do seu rosto,que sustenta a máquina estatal melhor do que a sua própria família,esses sim sabem a realidade e com palavras não tão resbuscadas derrubam qualquer discurso medíocre.
O racismo só está vivo dentro dessas narrativas políticas. As células da sua pele e das minhas, os melanócitos, tem a mesma função! E nos oito bilhões de humanos que existem hoje e em todos os que já vieram a existir na face da terra.
@@eumesm9770 " O racismo só está vivo dentro dessas narrativas políticas" KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK
@@conoconoco1 Parabéns! Você só prova o obvio. Você não entendeu que não há nenhuma diferença fisiológica entre os humanos, não é? Porém, diferenças ideológicas...
@@eumesm9770 Há diferenças fisiológicas sim entre os seres de uma mesma espécie, que por sinal, não é o tema do vídeo que trata direito penal e punitivismo, se fosse para estudar fisiologia eu estaria em um vídeo sobre o devido tema.
Não somos todos iguais e não existe problema nenhum nisso, e ademais, quem deve aprender sobre isso é uma pessoa racista. Paz!
@@conoconoco1 O seu pulmão é fisiologicamente diferente de outra pessoa? O coronavírus funciona diferente no pulmão de outra pessoa? Não. O seu pulmão é fisiologicamente igual ao de qualquer ser humano.
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'Não somos todos iguais' Ah, sim! Você é daqueles que dizem que somos todos iguais, mas somos de raças diferentes! Isso são as diferenças ideológicas. Se você pensa assim, leve isso para a sua vida, não na minha. Minha mente sou eu quem manda.