Acidente de Enchova - 2º Blowout - Intervenção realizada (Petrobras - 24.04.1988)

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  • Опубликовано: 21 окт 2024
  • Situada na bacia de Campos, a plataforma Central de Enchova foi o cenário de dois grandes incidentes. O primeiro blow-out foi em 16 de agosto de 1984 seguido de explosão e incêndio. A maioria dos trabalhadores foi retirada com segurança por embarcação salva-vidas e helicóptero, mas 42 pessoas morreram durante a evacuação, pois o bote salva vida despencou da plataforma. O segundo incidente ocorreu quatro anos depois, em 24 de abril de 1988. Para esse último, que culminou na destruição da plataforma, será feito um estudo de caso.
    A plataforma, construída em estaleiros nacionais, foi instalada em 1982 e dimensionada para todas as atividades necessárias a perfuração e produção em lâmina d’água de até 116 metros. Desempenhava papel fundamental no sistema de produção da Bacia de Campos. Através de dutos recebia todo o óleo e gás de campos vizinhos, que adicionados a própria produção de Enchova, passavam por um processamento primário na plataforma e, em seguida, eram bombeados para o continente.
    Ao todo eram 21 poços que mantinham suas cabeças e árvores de natal no módulo abaixo da subestrutura da sonda. Cada um dos poços foi interligado ao BOP através de um espaçador de alta pressão.
    Perfurado em 1983 o poço 7-EM-19D-RJS foi direcionado para o sudoeste do reservatório. Em 1988, devido à diminuição da vazão de óleo e aumento do volume de água, o poço foi abandonado no trecho da Formação Macaé para ser recompletado mais acima na Formação Campos-Carapebus. Essa formação contendo gás em arenito poroso e friável mantinha-se com pressão original de 8,6 lb/gal. Como em 1983 não foi prevista a existência do arenito, o trabalho original de cimentação não o isolou como deveria. Também não foi feita uma recimentação do anular, pois o obturador externo isolava o arenito. No entanto, o não isolamento do arenito pode ter permitido contaminações de gás de o espaço anular abaixo do obturador.
    Em abril de 1988, durante a recompletação, o revestimento foi canhoneado abaixo do arenito para recimentação e ocorreu imediatamente perda de circulação. Com isso, o peso de fluido de completação foi reduzido e a perda contida. Um novo canhoneio foi realizado para permitir a circulação e recimentaçao do anular. Após essa operação, invasões de gás para o interior do poço ocorreram sem que a equipe percebesse. A grande preocupação naquele momento era a perda de circulação de seis barris por hora.
    No dia 24 de abril o gás invasor chegou à superfície. O sondador, imaginando haver no poço três tubos ao invés de três seções, puxou a coluna até o limite da torre e o sistema limitador da catarina paralisou o guincho e o packer foi desenroscado. Para tentar controlar a situação, tentaram-se duas estratégias:
    a) Instalar o inside BOP e acionar o conjunto: No entanto, a coluna subiu com a força do gás sendo parada apenas pela gaveta cega;
    b) Atacar o poço pela kill line: A situação ficou fora de controle e a plataforma teve que ser abandonada.
    Mesmo com barcos de apoio, não se conseguiu evitar o fogo. Não havia mais nenhum funcionário na plataforma, mas tal extensão de incêndio era inédita para a Petrobras. Além disso, a maior preocupação era com os poços vizinhos. Caso fossem atingidos, o desastre poderia ser incalculável.
    Para combater o blowout, dois poços de alívio foram planejados para proporcionar ação mais rápida e eficiente na contenção do incêndio. A solução foi adotada com base nos seguintes fatores: o conhecimento da trajetória do poço em blowout, as boas condições de permeabilidade do arenito que facilitara a injeção de fluido de amortecimento e as dificuldades no combate direto pela superfície.
    Foi utilizada uma sonda ancorada e uma sonda de posicionamento dinâmico, pois havia um grande congestionamento de linhas no fundo do mar. A escolha das locações levou em conta: a direção dos ventos, a irradiação de calor da área e a necessidade de paralelismo entre os poços de alivio e o de blowout para a corrida do perfil wellspot, ferramenta magnética usada para correção da trajetória do poço, através da detecção da presença de ferro no revestimento.
    Trinta dias após o seu início, o blowout foi extinto quando o segundo poço de alívio atingiu o reservatório de gás. Apesar dos prejuízos com a perda da plataforma, o óleo que deixou de ser produzido e os gastos com o controle, os outros poços foram preservados e não houve mortes. Decisões rápidas com base em dados corretos fizeram com que maiores catástrofes e prejuízos fossem evitados, principalmente após esse cenário crítico de invasão de gás.

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