Nunca vou esquecer que a minha sogra, quando foi prestar o processo seletivo do doutorado em pedagogia com um projeto sobre educação básica, escutou da banca a seguinte frase: "você fez o mestrado há x anos, por que ficou tanto tempo sem fazer nada?" No entanto, desde a época do mestrado, ela é diretora de uma escola municipal e tem muitos anos de experiência na área da educação. Esses anos sem "fazer nada" foram anos trabalhando em sua área. A verdade é que, para a academia, o trabalho só possui valor se ele ecoar esse núcleo restrito.
Esses professores de programa de pós estão habituados a discutir Educação debaixo da redoma e há anos não passam nem pela calçada de uma escola pública.
Quando me formei na graduação, ouvi de um familiar, professor de universidade, que o ideal era procurar logo um mestrado, não "perder tempo com outras coisas"
É como Darcy Ribeiro, quando perguntado em uma palestra se o socialismo não era mais necessário, respondeu: " Pra quem já recebeu o seu quinhão, é claro que o socialismo não é necessário".
Jones, sou pesquisador concursado há 15 anos e a realidade é exatamente o que você descreveu. O pesquisador não se reconhece como trabalhador, e vive de tentar se adequar às tendências estrangeiras - inclusive porque é isso que lhe garante financiamento das pesquisas. Tenho muito a falar sobre isso, mas às vezes eu simplesmente desisto e só cumpro meu trabalho no laboratório. Abraço
Sim, é alienado. Eu estive na UFPE e aquilo dali é o foco máximo de alienação possível. Não terminei a graduação por motivos pessoais, mas além de alienado, o acadêmico no Brasil se recusa a debater com quem não tem as mesmas ideias que ele, nem a mesma formação. Tratam todo o resto da população como seres incapazes de raciocínio, e graças a isso afastam muita gente que gostaria de dialogar.
Jones, a Unicamp também entrou nessa cilada. Este ano foi cortado o espaço de armazenamento na nuvem e limitado o uso de vários aplicativos, que acabaram sendo exclusivos dos docentes e de um número ínfimo de funcionários. E pensar que a Unicamp estava desenvolvendo um caminho próprio para sua área digital. Agora estamos todos nas mãos do Google....isso é entreguismo puro de conhecimento...
O mais assustador é tanto a adoção dessa política digital privatista quanto a consequência desastrosa disso para as dinâmicas de pesquisa, ensino e extensão não despertar qualquer reação na comunidade acadêmica.... É como se tudo estivesse tranquilo... E a universidade apenas notificando a todos de que devemos nos virar pra limpar os drives que serviram por anos para essa empresa...
Cirúrgico, Jones. Como docente da USP, gostaria de "emoldurar" este seu vídeo e deixar passando ininterruptamente nos corredores da universidade. Obrigado pela clareza.
O q não falta são acadêmicos fingindo interagir c a classe trabalhadora (comp se a ela não pertencesse) e agindo como se estivesse vivendo uma experiência zoológica. Dá nojo!
Sou sociólogo formado por uma universidade federal e, conforme fui tentando montar minha monografia já pensando no mestrado, fiquei entre 2 temas: bolsonarismo ou complexo de vira-lata. Quando comentei com a minha orientadora sobre o complexo de vira-lata, ela disse que isso não existia, que era algo do senso comum, não-sociológico e, sendo assim, não daria p montar um projeto de pesquisa com esse tema. Aceitei, afinal sou apenas um graduando e, se uma pós-doc (formada na frança e orientada pelo Lowy) disse q é viagem minha, ela deve estar certa. Mudei p bolsonarismo e pensei no movimento global de fascistização, buscando olhar o bolsonarismo nesse contexto, mas acentuando as peculiaridades brasileiras. Indicações da prof p essa pesquisa: adorno e a personalidade autoritária, bourdieu e giddens, além de afirmar que Darcy RIbeiro estava "desatualizado". Essa mesma prof disse, em outro momento e no meio de uma aula, que as vezes "ficava surpresa com o quanto vc pode aprender com as pessoas comuns, como um taxista ou uber" (olha q humilde ela), além de discorrer alguns minutos sobre como ler arte em outra língua, no caso o francês com baudelaire, era mt mais complicado que ler lévi-strauss em fr, por exemplo. Leitora de lacan, lévi-strauss, escola de frankfurt, foucault, latour e durkheim, não indicou uma leitura vinda de um autor br p uma pesquisa sobre o brasil, além de um artigo dela mesma, q entre as 49 referências bibliográficas utilizadas no artigo escrito por 2 autores, 10 refs são brasileiras, sendo uma delas macunaíma do mário de andrade e outras 4 são artigos dos próprios autores.
Fico surpresa com o quanto podemos aprender com pessoas comum como taxista ou uber" Votação de quem falou isso: A) Srta. Morello B) Quem me conhece sabe C) Nâo tenho preconceitos, tenho até amigos que são Kkkkkkkkkkkkkk gente, sério
trabalho no ministério da economia e nossas reuniões, e-mails, etc. são todas pelo pacote da Microsoft (teams, outlook, etc). Uma porção de dado sigiloso q a gente reza pra microsoft não bisbilhotar...
Alô, Snowden... Povo não aprendeu nada. Provavelmente não entenderam. Mas pra quem já entregou toda a sua telecomunicação no fim dos anos 90, tá de boa, né?!
Sou servidor público de uma Universidade Federal, Doutorando na mesma e posso garantir que você está correto. E eu diria que ele é mais alienado do que você descreveu, poderia discorrer por horas sobre.
A experiência de passar pela academia como estudante e como servidor técnico administrativo é uma verdadeira aula sobre o quão tacanho são os nossos acadêmicos...
Um professor meu se indignou com a entrega do sistema de conferencias durante a pandemia migrar para o google meet. Ele dizia: "Vamos entregar tudo? Vamos simplesmente desistir sem nenhuma resistência?" E cara... Que disciplina foda. ...Sistemas Lineares... Eu não entendia a revolta na época, mas pqp, como o tempo ensina. Obrigado Jones e Manoel pelo vídeo!
Querido Jones, estou aqui te ouvindo e como sempre sua análise parece me dar voz. Digo um pouco disso para meus colegas professores e eles me olham como doida. Se falo aos estudantes, eles também me veem como uma doida esquerdopata e anti tecnologia. Meu lugar de fala é de uma professora uberizada trabalhando em duas universidades privadas que não estão nem um pouco preocupadas com a qualidade do ensino. E vejo meus estudantes abraçando essas causas achando que serão “tecnológicos” para ter um emprego que nem vai mais existir. Como posso, de onde estou, produzir uma possibilidade nos termos de Paulo Freire, fazer um debate que ajude a modificar essa situação dada. Abraço forte!
Entendo a parte do doido. Estou me formando agora como professor. Alguns pessoas próximas ficam jogando indireta para deixar o marxismo, que isso vai dar ruim quando eu trabalhar. Eu sinto isso de a pessoa taxar a gente como ingênua. Eu acredito que brigar pela disputa de ideias que fazemos é parecer doido mesmo. Mas fazer o que, né. Eu sou professor de biologia.
O problema, parece-me, é mais profundo ainda e atinge até mesmo a hipótese de desenvolvimento de sistemas nacionais para assegurar informação estratégica para o desenvolvimento. Cito um caso que aconteceu em 2005, na UFMG: uma empresa de buscas online, desenvolvida pelo Departamento de Ciência da Computação da universidade (com recursos públicos), Akwan, foi vendida para a Google, num tempo em que ela não parecia ser ainda tão monstruosamente onipresente como hoje, após o advento do smartphone. E até hoje o caso é celebrado dentro da universidade como um "case de sucesso"; os professores diretamente envolvidos são tratados como exemplos de integração mercado-universidade. Não tenho dúvidas que qualquer um que tentasse apresentar esse caso como um ato de lesa-pátria (alienar - aqui sim, em sentido próprio - tecnologia pública para capital privado para lucro exclusivamente privado e para benefício de governo extrangeiro) seria tratado como piada, ou como algum tipo de "neanderthal ideológico" recém-descongelado. Meu ponto: sim, seria muito interessante fazer com que a universidade pública integrasse um plano de desenvolvimento nacional, com uma perspectiva soberana, para combater tamanha subjugação internacional. Sem uma profunda alteração do papel do professor universitário, porém, acho isso impossível, no estado atual em que nos encontramos. Não sem algum tipo de ação bastante enérgica sobre o setor. Do contrário, não adiantará criarmos programas de desenvolvimento de tecnologia visando autonomia nacional se os professores envolvidos ainda tiverem como meta pessoal de sucesso a capacidade de vender essas mesmas tecnologias (às claras ou por baixo dos panos) para empresas que colaboram com governos estrangeiros para traficar segredos de Estado, ou darem aulas no MIT ou na Sorbonne. Por enquanto, prefiro acreditar que a maior parte do material coletado pelo Google Workspace seja mais resultado de aulas mal preparadas, apresentações de seminários sem aprofundamento ou mesmo "ecos" de crenças liberais voltando para a origem com sinal piorado. Mas até aí, sou apenas eu tentando conviver com esse cenário de difícil saída. Os otimistas que me mostrem um caminho melhor. P.S.: O caso da UFJF foi com o Google. Entretanto, é bom lembrar que a Microsoft, principalmente durante a pandemia, também entrou pesado nas instituições de ensino público e privado, de nível superior, do país. Aliás, a MIcrosoft tem presença no setor público não apenas na área da educação...
Na prefeitura na qual sou servidor, em SP, esse google for education é utilizado desde 2017. No entanto, praticamente só os servidores que o utilizam. Os alunos até têm seus e-mails, mas eles não fazem uso frequente porque os recursos tecnológicos, chromebook (olha o google de novo aí) e internet são precários. Esse vídeo é uma grande porrada. Sua eloquência está dia mais linda, Jones. Pra cima deles!
Eu não defendo minha raça não kkkkk Tá mais é certo, desde que não contribua pra hostilidade anticientífica/antiacadêmica como se o problema de fato fosse a atividade acadêmica enquanto possibilidade (E não permanência, na atualidade)
A instituição governamental como se segue atualmente🧐 NÃO MUDARÁ. Estou convicto e quero participar do combate. NÃO aceito viver num PAÍS assim mais!!!😤
@@TallesDiCuntoeu realmente não entendo porque usam Windows e suíte Office em instituição pública, por exemplo. Sendo que há boas opções livres que poderiam substituir essas ferramentas. Até porque as ferramentas que faltam podem ser adequadas a partir do que já existe. Profissionais de tecnologia pra isso a gente tem.
@@andremsantanna olha, tenta escrever uma tese no libre office... 5 minutos vc explode de raiva. Infelizmente não conheço nenhuma alternativa ao office. Hahaha
Análise muito precisa e aguda de uma realidade absolutamente aviltante que se esconde sob o véu do conforto de classe média em um país agonizando por sua situação subalterna. Tua revolta se transmite e por isso eu agradeço.
Isso é um perigo! Como o estado permitiu uma atrocidade dessas? Com tantas pesquisas no campo da ciência de dados mostrando como são feitas as coletas de dados que vão além do aparente, os chamados Metadados, que vão além de emails, senhas etc. A essa altura eles já sabem por exemplo qual é o padrão de comportamento do mundo acadêmico brasileiro, qual a tendência de pensamento. E tudo isso dá muito poder pra quem tem interesse em manipular uma nação como é o caso dos EUA. Não podemos esquecer a espionagem americana em solo brasileiro. INFORMAÇÃO É PODER!
Salve Jones! Vídeo excelente! Eu sou de exatas (física teórica) estudando em universidade pública e na minha universidade agora o drive do Google ficou limitado a 20GB (convenhamos que 20GB para a atualidade é nada principalmente para salvar arquivos acadêmicos). Estava pensando nisso de como a questão de produção e armazenamento de pesquisa ficar refém é do estrangeiro é um perigo enorme, infelizmente em exatas boa parte é alienada para com essas relações e debocham se alguém comenta sobre, a felicidade é que no campus que estudo física, tem uma parcela de acadêmicos que debatem sobre isso e outras questões sociais para a universidade e melhoria do ensino e pesquisa. É algo fundamental pensar no armazenamento e produção acadêmica brasileira feito totalmente voltado para o Brasil tal como fazem esses países de grande produção acadêmica
Mano 20 GB é nada pra qualquer coisa kkkkkk joguinho bobo hj pega 90 facil. E eu tbm faço física em uma federal e te falar q a situação aqui é parecida sobre a postura do dpto
Eu sou doutorando na UNESP nas ciências da terra e concordo, existe uma resistência com demandas estudantis por meio de movimentos sociais, geralmente o corpo docente não é dos mais entusiastas em aderir às paralisações e se solidarizar com as pautas estudantis. O problema é realmente estrutural, são pesquisadores de ponta e bons professores, profissionais competentes e muito preocupadas com o bom andamento da graduação e da pós, mas parece que eles têm certa dificuldade na compreensão do fator social que a universidade pública deveria ter.
Faço Engenharia mecatrônica no IFCE, e acho que nunca vi um vídeo tão magnífico em toda a minha vida, simplesmente resumiu a vida que vejo na universidade, Jones Manoel simplesmente deu a ordem!
Eu já acendi a luz vermelha quando o jones falou dessa "parceria" com o Google, mas pensando bem, se até o presidente tem que usar o Whatsapp para se comunicar porque não temos um aplicativo governamental para isso, então não vejo motivo para ser diferente com as universidades.
De forma geral, em 90 e tantos por cento das vezes: sim. A universidade e os acadêmicos ligados a ela estão totalmente longe das questões do povo brasileiro. Faz bem que as brigadas de jornal da UP passem pouco na federal aqui perto de onde moro, ganham bem mais discutindo com as pessoas e propagando os debates nos bairros, nos terminais de ônibus, onde tem mais gente interessada e com conhecimento de causa das verdadeiras questões do povo trabalhador. PS: Tô querendo é votar Jones pra presidente!
O feijão é um exemplo bom sim, pq é envolve todo um campo de estudo bem consolidado de fixação de nitrogênio no solo que já envolveu inclusive pesquisas nucleares, isso no Brasil mesmo
Gostaria apenas de registrar que durante Lula I e II houve um amplo incentivo para uso e desenvolvimento de software livre. Inclusive como forma de eliminar o monopólio da Microsoft na época. Mas, diferentemente da China, o Brasil optou por deixar nas mãos dos conglomerados de Tecnologia da Informação o acesso, trato e posse das informações produzidas por instituições públicas.
Infelizmente concordei com tudo. E até fiquei triste por apontar nomes na minha cabeça de professores alienados que ficam felizes por se manterem acima da média neste contexto que ignoram o seu semelhante vizinho.
Como ex acadêmica, não posso discordar que a academia é sim alienada, e não é pouco. E que ainda é muito imperialista, meritocrática, classista, racista, machista, e por aí vai. Porém, enxergo que o problema é bastante complexo e não só fruto da alienação, mss tb da precarização. O problema com a falta de comprometimento com a soberania nacional não começa na universidade, começa no governo. As universidades que não estão sempre com a corda no pescoço no quesito orçamento não são a média, são a minoria. A maior parte delas não consegue nem comprar papel higiênico para colocar nos banheiros dos alunos. Elas vivem suplicando dinheiro, contando moeda, possuem estruturas precárias. Então entre reformar uma parte da universidade, ou destinar para bolsistas, entre outros exemplos, e utilizar a verba que seria para a manutenção de um sistema que está sendo oferecido gratuitamente para ela naquele momento, já sabemos o que foi escolhido. Foi irresponsável e inconsequente? Foi. Mas não era uma escolha fácil. Desde o período Dilma, quando o Google começou a oferecer esses serviços, as universidades foram sucessivamente tendo suas verbas reduzidas, e este cenário foi piorando com o golpe, e ficando pior ainda com o governo Bolsonaro. Na minha visão, o próprio governo deveria ter se atentado a esta problemática, principalmente o CNPQ, Ministério de Ciência e Tecnologia, Capes, e Ministério da Educação. Não dá pra jogar a culpa integralmente nos acadêmicos e gestores universitários.
O ambiente acadêmico é composto de muitas camadas, algumas delas nem foram mencionadas no vídeo, mas deveriam porque explicam parte do caráter destas instituições. Por exemplo, dentro da Universidade também acontece uma luta política, uma delas entre grupos de pesquisa da mesma área. Esta "luta" na maioria das vezes, inviabiliza as cooperações, o que não é bom para a sociedade. Outra coisa muito importante para mencionar é a pressão que o docente sofre para ter uma produção academica robusta. A Universidade preocupa-se mais do que o número de publicações do que com a qualidade do ensino deste professor. Deveria os professores universitários estarem em outro patamar e assim com gana para discutir os rumos do Brasil? Deveria, mas não estão como me parece uma boa parte dos brasileiros. Estas instituições e quem nela atua nada mais são do que o espelho dos de fora dos muros. Parece que estamos perdidos num labirinto, mas sem buscar a saída. Só ali apertados pelas paredes e cheio de medos. Quanto ao Google na Universidade, precisa perguntar: e antes o que existia? Qual a infraestrutura de TI que conseguiam ter? Manter uma área de servidores, rede, nuvem e pessoal especializado, não é simples apesar das fortunas que recebem. Quando o meio acadêmico soube que agora os serviços Google faria parte, não vi ninguém indignado, mas aliviados, pois agora poderiam desenvolver as suas pesquisas sem sufoco. É que se dane o Brasil!
Eu concordo com cada palavra que vc colocou aqui. Falo sobre isso há anos. Mas vc foi ainda mais além do que defendo há anos. Será muuuito compartilhado.
Não É possível que praticamente todas as universidades públicas com seus intelectuais acreditaram nesse truque! Meu pai dizia e tá na boca do povo o tempo todo - não existe almoço grátis! 😅😢😅😢
Muito boa Jones. Desculpa os erros de português,mas, infelizmente não consegui estudar em boas escolas pois sabemos que Eduardo é previlegio e não direto. Infelizmente o povão que é grande maioria não consegue entender nada do que você falou e na verdade não faz nem ideia do que se trata pois sua capacidade cognitiva não permite entender. E essa minoria que consegue frequentar as academias brasileiras estão justamente como você falou, deslumbrados com tudo que vem de fora e pouco se importando com tudo que massacra seu próprio povo.
Excelente vídeo, Jones. De fato é bem isso mesmo. Eu sou formado em Ciências Sociais e me sinto extremamente incomodado com os debates que vem ocorrendo na área. Só olhar ultra fragmentado refém de modismos. Raro demais encontrar abordagens totalizantes e realmente preocupados com a realidade do Brasil.
Como alguém da área acadêmica em exatas, corroboro tudo que Jones diz. Só adiciono que ter e manter uma "intranet" é relativamente (no contexto de financiamento nacional) barato. Existem instituições de pesquisa, como o CNPEM, que mantém uma rede interna de armazenamento e transferência de dados fortemente protegida e funcional. E com poucos funcionários, ainda bem sobrecarregados, lidando com isso. Ou seja, expertise existe há muito tempo. Para além disso, o acadêmico, no geral, pensa quase unicamente em publicar, não interessa se o conhecimento específico ali contido no artigovai ser usado para desenvolver tecnologia pela Petrobras, a Vale ou a Shell (que inclusive tem das melhores bolsas pra pós doc no Brasil, valores que chegam a mais de 10k). Há ainda uma outra coisa muito nociva se alastrando já há anos no meio acadêmico, que é essa ideia de "empreendedorismo". Existem até editais no CNPQ destinados a isso, a pessoa vai lá, cria uma empresa, pega um edital desse e usa equipamentos e insumos da Universidade, para lucrar em cima com apoio do próprio órgão de fomento. É comum virem de fora, dos EUA e Europa, brasileiros ou estrangeiros mesmo, fazer propaganda dessa ideia de que o pesquisador tem que pensar como empreendedor, e é claro já estendem as mãos pra quem quiser fazer parcerias. Por fim, o pesquisador só abre as pernas pro que é de fora pq o próprio país não tem projetos, investimento e amparo no geral para seus projetos, a maioria esmagadora das pessoas não sair do país, e costuma relutar pra permanecer aqui, apesar de estar cada vez mais difícil.
Por mais seja barato acho que falta pessoal qualificado contratado pela universidade e um sistema unificado. Cada programa de pós-graduação tinha seu email próprio com o servidor caindo por falta de luz ou tudo sendo perdido por causa de vírus ou problemas técnicos. Foi por isso que todo mundo acabou migrando...
@@leonardobdpmeu caro, acho que é muito mais uma questão de falta de financiamento do que falta de pessoal. No CBPF, literalmente duas pessoas, extremamente sobrecarregadas com outras demandas, durante o auge da pandemia, em poucos meses fizeram um cluster funcional, com acesso pros alunos, muito bem seguro. Hoje são 3 pessoas, e só melhora. O que acontecia nas universidades era que pegavam aluno de graduação, davam bolsa de IC (ou um técnico-administrativo que passou num concurso geral, que não entendia nada daquilo) pra eles e pediam que mantivessem a rede funcionando, sem grana nenhuma pra atualizar os sistemas. Aí realmente fica impossível. Não é algo fácil tal que cada um faça, mas é algo fácil caso tenha dinheiro pra contratar pagando um salário decente e podendo gastar um pouco. E falando de universidade federal o dinheiro é da União. O CNPEM consegue por isso, inclusive.
Salve, Jones! Baita debate, e está relacionado também com tuas corretas críticas às regras fiscais de teto de gastos. Os acadêmicos brasileiros, vendo o orçamento restrito das universidades, não pensam duas vezes antes de terceirizar essa infra tecnológica que é controlada por grandes corporações monopolistas, fora as "parcerias" em outras áreas, e acham que estão fazendo um grande negócio em benefício à universidade.
Fiz FATEC-SP duas vezes. Ali é uma instituição que forma técnicos com diploma de nível superior. Certa vez eu participei de pesquisas acadêmicas e o resultado foi: a sua pesquisa só tem valor se você citar autores norte-americanos, onde isso representa a submissão intelectual brasileira a elite acadêmica estrangeira; ou for uma pesquisa de campo em que se fundamenta o óbvio e em nada acrescenta a resolver os problemas nacionais ou dê fundamentação científica a inovação. Aplica-se a nós o Discurso da Servidão Voluntária - de Étienne de La Boétie em que uma elite de acadêmicos (professores e reitores) tem uma vida de privilêgios ao apenas replicar o consenso das elites estrangeiras ou replicar o senso comum.
A importação de reflexões teóricas europeias e americanas para explicar a realidade brasileira, sendo esta distinta e periférica, no âmbito capitalista, é muito patente no campo das ciências humanas da universidade. A própria grade curricular estabelece vínculos obque é produzido e debatido na Europa. Terminando o curso de História, poucas disciplinas trouxeram reflexões teóricas construídas e produzidas na América Latina.
Camarada jones, você foi em algum momento ,da sua história intelectual, aluno no professor nildo domingos ouriques? Percebo certas semelhanças nas suas ideias com as dele.
Oi, Jones, me chamo Lucas e te acompanho há papo de uns 2/3 anos. Ano passado, finalizei meu doutorado e, desde o mestrsdo, ja me sentka desconte com algumas coisas. O primeiro impacto que tive foi a quebra do sonho de ser cientista e fazer algo bom pra onde eu vivo. O meio acadêmico é uma loucura. Uma indústria do conhecimento. Criticas que durariam dias. Teu vídeo é uma aula de como o meio opera e como ele aliena todo pesquidador. Isso, independente se a pesquisa é feita em uni particular ou pública, claro que no primeiro caso as coisas são bemmm alienantes (ex: tem programa de aceleração "transforme tua pesquisa em uma startup"). Enfim, se o seu sonho é ser pesquisador e desenvolver algo que tenha real relevância: tenha resiliência e se apoie em semelhantes! Obrigado pela ótima reflexão, Jones! ✊💚
Muito bom, Jones! Estou lendo "A História da História Nova", do Nelson Werneck Sodré, que trata justamente destas questões sobre a necessária articulação entre pesquisa/reflexão acadêmica e um projeto nacional soberano.
Jones, leia o livro " O colapso do figurino francês" do professor e camarada Nildo Ouriques, da Revolução Brasileira. Talvez, você se espante , mas vocês dois esbarram nas mesmas críticas e mesmas saídas, rumo a revolução brasileira. Seria uma boa indicação, alem do alcance a este livro, ter mais acesso e qm sabe estreitar laços com o professor Nildo. Valeu, venceremos
pq uma empresa multibilionaria vai oferecer um serviço gratuito sem limite de armazenamento por tempo ilimitado em uma sociedade capitalista? isso é muita igenuidade por parte das universidades
Eu AMO a possibilidade de usar o drive ilimitado com o email USP, mas os serviços não serem providos pela própria instituição, bem como o atraso em relação aos serviços Cloud (dependemos de Amazon, Google ou Microsoft) nos torna MUITO vulneráveis.
Nas universidades brasileiro hoje, os estudantes de engenharia e computação só aprendem a serem usuários de softwares americanos, europeus ou japoneses.
Sinceramente acho que o ambiente universitario publico é muito subaproveitado. Os grandes "calos" do pais nao sao tratados pelas linhas de pesquisa da universidade. Muitos professores que estao ali so querem o status de professor universitario federal. Muitos nao fazem nem pesquisa, nem dao aula de forma satisfatoria. Embora assedio moral corra solto. Fiz universidade federal do espirito santo e sai decepcionado com a academia. Resumindo: nao peaquisam coisas uteis e compram programas de armazenamento gringo (certeza que a google deve rapar altas ideias e dados desses arquivos). Triste e surreal! Tem que ter uma mudança total na mentalidade intelectual brasileira.
Camarada devo ser dizer... que analise pontual. Precisa. Como que tu tira da cabeça uma explicação que nem quem ta vivendo a coisa consegue sabe? Gostaria de reafirmar exatamente o que você Jones disse a respeito da formação intelectual dentro da USP, pela minha própria experiência. Sou graduando em Ciência da Computação, pelo Instituto de Matemática e Estatística da USP; Me formo no ano que vem. Eu entrei na faculdade um alienado de esquerda, e lá me "radicalizei". Tive lá meu contato com o ideário do DCE, Faísca e outros grupos dentro da universidade. Agora sem aspas, me radicalizei mesmo, e tive lá alguma compreensão do sistema imperialista, capitalismo e da luta socialista foi com tu e com o camarada Ian Neves. Sempre esteve na minha mente, pelo contato com a universidade no seu dia a dia, um esboço dessa crítica que tu fez, mas eu não seria capaz de verbaliza-la tão bem, nem de compreender os fenômenos envolvidos assim tão claramente. É exatamente isso que eu vejo no dia a dia. Gente extremamente capacitada, assombrosamente inteligente... e alienada. No meu curso, não existe uma matéria de ética. Nem como optativa no currículo. São pessoas que vão estar na vanguarda do desenvolvimento da IA nas próximas decadas, alguns vão se formar doutores, pós-doutores, vão resolver problemas e descobrir teoremas que ninguém na humanidade já tocou, e eu fico embasbacado com a certeza de que com essas capacidades, vão se manter e vão agudizar sua alienação. É dai até o ponto de se tornarem os mestres mesquinhos e senhoris que encontramos por aí. Já ocorreu dum palestrante, um francês de seilá das quantas professor da Waterloo, não me recordo o nome, mas ele mandar em bom tom no meio da sua fala "mas são os valores europeus que nos importam né; (o resto) seria perda de tempo". E na verdade, a gente compra isso. A gente quer se formar, quer tar no mercado de trabalho porque temos que trabalhar afinal né, as vezes quer só se livrar da estafa porque é um fardo pesado sim tar ali cara, e é uma luta do caralho. Pra mim, eu tive que engolir muito sapo de professor, de vendilhão, de aluninho babaca, até veja só, do Haddad haha, quando ele costumava ir fazer discurso lá na FAU de cara limpa falando sobre a importância do povo na luta.... no final, é foda. Eu tenho que ir resolver problema de programação agora jájá então eu acho que vou terminar por aqui, mas queria até contar de mais coisa.
Parabéns Jones, a Universidade e os acadêmicos são exatamente assim. E os poucos críticos são perseguidos e isolados. Os imbecis são maioria e eles venceram....
A parte final do vídeo me lembrou um trecho da música "Por quem os sinos dobram" do Raul Seixas que diz: "Convence as paredes do quarto e dorme tranquilo, sabendo no fundo peito que não era nada daquilo."
Sei desse mesmo tipo de problema dando com várias plataformas em diferentes universidades, inclusive onde já existiam plataformas próprias. Foi uma coisa que se acelerou um monte na pandemia. Inclusive teve caso de alunos pedindo pra abrir a política de privacidade de algumas delas e isso não foi feito. Sobre os dados já existentes, em geral acho que eles congelam o armazenamento enquanto tiver acima do limite, não chegam a apagar na hora, mas né, a princípio - não que negue a crítica, claro.
Excelente camarada, inclusive é essa arrogância "intelectual" que alimenta a raiva de alguns pela universidade. Cadê os DCEs e CAs para fazer esse debate? Cadê o acesso da universidade a população periférica do entorno? E só pra fechar, o que o Valério Arcari acha dessa sua crítica? Venceremos camarada!
Jones, muito do que fala, é sim verídico porém o projeto de sucateamento das universidades precisa ser considerado. Como uma universidade estrangulada financeiramente e com falta de pessoal, irá despender esforço de investimento para criar uma infraestrutura própria de TI quando o Google disponibiliza tal infraestrutura de forma "gratuita"? Vejo que tal iniciativa terá muito mais força e possibilidade real de acontecer e dar certo se encabeçada pelo MEC, que tem possibilidade de bancar tal investimento. Note que várias universidades tinham sua própria infraestrutura e acabaram migrando para o canto da sereia do Google, custo a acreditar que tal subserviência é puramente questão de alienação...
É alienação no sentido de muitos acadêmicos estarem comemorando de forma ingênua sem considerar as consequências trágicas que a dependência das Big Techs traz para as universidades públicas e sim o MEC é completamente responsável por ter deixado essa situação ter se agravado tanto.
Sou doutor numa das grandes áreas da Biologia, egresso da UFMG e me considero alienado, tentando ser menos. A estrutura da qual eu venho (do ICB da UFMG) é exatamente como você descreveu, ainda mais porque está na interface com a indústria farmacêutica. E pode ter certeza que todos dormem quentinhos e tranquilos nas suas caminhas. É muito triste. A grande ironia da minha vida é ter achado uma saída no setor privado, justamente na inovação aberta.
Uma interessante solução seria levar esses debates de desenvolvimento nacional, imperialismo e luta de classes para os acadêmicos e estudantes de universidades privadas do "Povão". Sejamos sinceros a maior parte dos estudantes de curso superior brasileiro não esta nas públicas.
Quando ocorre as greves em Universidades Públicas professores * a maioria paralisa tomando vinho em casa, quem faz barricadas são funcionários e alunos! Concursos em IF's são desonestos já na largada! Acadêmicos com Doutorado que nunca pisaram numa escola de Educação de Base tem suas pontuações de publicações e o canudo tendo mais peso que a experiência de anos dos professores! Fora a indústria de bolsas de bancos e teses que não servem para nada a não ser para criar reserva de mercado para os doutos e seus séquitos seguidores! E a culpa é do Google? De fudê
Em 2016 teve universidade que tava ocupada contra o teto de gastos e nem assim os professores entraram em greve (não que uma parte grande não quisesse né, mas mostra a limitação)
Surreal ouvir e saber que isso acontece e estamos ainda mais que distantes de uma "luz no fim do túnel". Onde vivem esses "acadêmicos"(?) "Pra imbecilidade não tem limite"😅 Excelente análise!👏🏻👏🏻👏🏻
É a classe média brasileira, que não tá nem aí pra o país. Ao contrário. São deslumbrados e formam uma casta alienada. Nem todos, mas a maioria. Triste.
Maravilhosa a fala do Jones Manoel! O acadêmico brasileiro é alienado porque é deslumbrado com o que vem do "primeiro mundo" - seja com o pensamento da "modinha", seja com a tecnologia disponibilizada via imperialismo.
Nunca vou esquecer que a minha sogra, quando foi prestar o processo seletivo do doutorado em pedagogia com um projeto sobre educação básica, escutou da banca a seguinte frase: "você fez o mestrado há x anos, por que ficou tanto tempo sem fazer nada?"
No entanto, desde a época do mestrado, ela é diretora de uma escola municipal e tem muitos anos de experiência na área da educação. Esses anos sem "fazer nada" foram anos trabalhando em sua área. A verdade é que, para a academia, o trabalho só possui valor se ele ecoar esse núcleo restrito.
Esses professores de programa de pós estão habituados a discutir Educação debaixo da redoma e há anos não passam nem pela calçada de uma escola pública.
ouvi coisa parecida quando, depois de quatro anos de formado, fiz a selecao para o mestrado...muitos desses ditos professores da pós são uns toscos...
Quando me formei na graduação, ouvi de um familiar, professor de universidade, que o ideal era procurar logo um mestrado, não "perder tempo com outras coisas"
É como Darcy Ribeiro, quando perguntado em uma palestra se o socialismo não era mais necessário, respondeu: " Pra quem já recebeu o seu quinhão, é claro que o socialismo não é necessário".
Aí que tá.
A turma tem camisa do Che Guevara.
Melhorou de vida, tchau.
Foi arroubo da juventude.
E já na academia, passa a seguir o ideário liberal.
Jones, sou pesquisador concursado há 15 anos e a realidade é exatamente o que você descreveu. O pesquisador não se reconhece como trabalhador, e vive de tentar se adequar às tendências estrangeiras - inclusive porque é isso que lhe garante financiamento das pesquisas. Tenho muito a falar sobre isso, mas às vezes eu simplesmente desisto e só cumpro meu trabalho no laboratório. Abraço
Sim, é alienado. Eu estive na UFPE e aquilo dali é o foco máximo de alienação possível. Não terminei a graduação por motivos pessoais, mas além de alienado, o acadêmico no Brasil se recusa a debater com quem não tem as mesmas ideias que ele, nem a mesma formação. Tratam todo o resto da população como seres incapazes de raciocínio, e graças a isso afastam muita gente que gostaria de dialogar.
Jones, a Unicamp também entrou nessa cilada. Este ano foi cortado o espaço de armazenamento na nuvem e limitado o uso de vários aplicativos, que acabaram sendo exclusivos dos docentes e de um número ínfimo de funcionários. E pensar que a Unicamp estava desenvolvendo um caminho próprio para sua área digital. Agora estamos todos nas mãos do Google....isso é entreguismo puro de conhecimento...
O mais assustador é tanto a adoção dessa política digital privatista quanto a consequência desastrosa disso para as dinâmicas de pesquisa, ensino e extensão não despertar qualquer reação na comunidade acadêmica.... É como se tudo estivesse tranquilo... E a universidade apenas notificando a todos de que devemos nos virar pra limpar os drives que serviram por anos para essa empresa...
Cirúrgico, Jones. Como docente da USP, gostaria de "emoldurar" este seu vídeo e deixar passando ininterruptamente nos corredores da universidade. Obrigado pela clareza.
A USP não sabe nem contar gente na avenida Paulista, são alienados no comunismo, e só defende o que não presta.
O mundo acadêmico muitas vezes só da espaço pra babão de professor, é tanta humilhação pra uma bolsa
e burocracias, ttecnicalidades etc
Isso mesmo, por isso n consegui me formar. Mas vou tentar pelo UAB pra ver se rola
Quer ser professor em uma universidade? Prepare-se para lamber saco.
É isso jkkkkkkk
@@jordy7554 Digo o mesmo. Tinha zero disposição para fazer parte de panelinhas ou de ficar insuflando ego de professor.
O q não falta são acadêmicos fingindo interagir c a classe trabalhadora (comp se a ela não pertencesse) e agindo como se estivesse vivendo uma experiência zoológica. Dá nojo!
Sou sociólogo formado por uma universidade federal e, conforme fui tentando montar minha monografia já pensando no mestrado, fiquei entre 2 temas: bolsonarismo ou complexo de vira-lata. Quando comentei com a minha orientadora sobre o complexo de vira-lata, ela disse que isso não existia, que era algo do senso comum, não-sociológico e, sendo assim, não daria p montar um projeto de pesquisa com esse tema. Aceitei, afinal sou apenas um graduando e, se uma pós-doc (formada na frança e orientada pelo Lowy) disse q é viagem minha, ela deve estar certa. Mudei p bolsonarismo e pensei no movimento global de fascistização, buscando olhar o bolsonarismo nesse contexto, mas acentuando as peculiaridades brasileiras. Indicações da prof p essa pesquisa: adorno e a personalidade autoritária, bourdieu e giddens, além de afirmar que Darcy RIbeiro estava "desatualizado".
Essa mesma prof disse, em outro momento e no meio de uma aula, que as vezes "ficava surpresa com o quanto vc pode aprender com as pessoas comuns, como um taxista ou uber" (olha q humilde ela), além de discorrer alguns minutos sobre como ler arte em outra língua, no caso o francês com baudelaire, era mt mais complicado que ler lévi-strauss em fr, por exemplo. Leitora de lacan, lévi-strauss, escola de frankfurt, foucault, latour e durkheim, não indicou uma leitura vinda de um autor br p uma pesquisa sobre o brasil, além de um artigo dela mesma, q entre as 49 referências bibliográficas utilizadas no artigo escrito por 2 autores, 10 refs são brasileiras, sendo uma delas macunaíma do mário de andrade e outras 4 são artigos dos próprios autores.
Te sinto plenamente
Meu irmão.... Pelo que vejo ela é a própria encarnação do vira latismo
A bibliografia estrangeira foi Gentile?
Fico surpresa com o quanto podemos aprender com pessoas comum como taxista ou uber"
Votação de quem falou isso:
A) Srta. Morello
B) Quem me conhece sabe
C) Nâo tenho preconceitos, tenho até amigos que são
Kkkkkkkkkkkkkk gente, sério
trabalho no ministério da economia e nossas reuniões, e-mails, etc. são todas pelo pacote da Microsoft (teams, outlook, etc). Uma porção de dado sigiloso q a gente reza pra microsoft não bisbilhotar...
A MS bisbilhotando ou não pode ficar tranquilo que a NSA esta sabendo de tudo kkkk
Isso é um absurdo. Os órgãos deveriam ter seus próprios programas de emails.
Alô, Snowden...
Povo não aprendeu nada. Provavelmente não entenderam.
Mas pra quem já entregou toda a sua telecomunicação no fim dos anos 90, tá de boa, né?!
Sou servidor público de uma Universidade Federal, Doutorando na mesma e posso garantir que você está correto. E eu diria que ele é mais alienado do que você descreveu, poderia discorrer por horas sobre.
A experiência de passar pela academia como estudante e como servidor técnico administrativo é uma verdadeira aula sobre o quão tacanho são os nossos acadêmicos...
@@diogoinojosalustosapiresdi4078subscrevo.
Sou mais um nessa condição e corroboro com o que foi colocado. E mais, os doutores se ccomportam como os donos do feudo.
@@diogoinojosalustosapiresdi4078 subscrevo
Jones tretou com algm da turma de doutorado dele e fez esse vídeo. 😂😂😂
Um professor meu se indignou com a entrega do sistema de conferencias durante a pandemia migrar para o google meet.
Ele dizia: "Vamos entregar tudo? Vamos simplesmente desistir sem nenhuma resistência?"
E cara... Que disciplina foda. ...Sistemas Lineares...
Eu não entendia a revolta na época, mas pqp, como o tempo ensina.
Obrigado Jones e Manoel pelo vídeo!
Esse professor tem algum trabalho publicado envolvendo o tema ou algum livro?
Com tanta iniciativa de software livre e open source os caras me pegam e entregam de bandeja TODA a nossa ciência pro Google. É foda viu.
Jamais confie em software privativo e "serviços gratuitos" de empresas
Contrariando as expectativas (ou dissimulações) da Direita, a maioria das pessoas nas Universidade Públicas se identificam mais com liberalismo.
EXATAMENTE.
Triste ☹️
Querido Jones, estou aqui te ouvindo e como sempre sua análise parece me dar voz. Digo um pouco disso para meus colegas professores e eles me olham como doida. Se falo aos estudantes, eles também me veem como uma doida esquerdopata e anti tecnologia. Meu lugar de fala é de uma professora uberizada trabalhando em duas universidades privadas que não estão nem um pouco preocupadas com a qualidade do ensino. E vejo meus estudantes abraçando essas causas achando que serão “tecnológicos” para ter um emprego que nem vai mais existir.
Como posso, de onde estou, produzir uma possibilidade nos termos de Paulo Freire, fazer um debate que ajude a modificar essa situação dada.
Abraço forte!
Entendo a parte do doido. Estou me formando agora como professor. Alguns pessoas próximas ficam jogando indireta para deixar o marxismo, que isso vai dar ruim quando eu trabalhar. Eu sinto isso de a pessoa taxar a gente como ingênua. Eu acredito que brigar pela disputa de ideias que fazemos é parecer doido mesmo. Mas fazer o que, né. Eu sou professor de biologia.
Camarada, nós temos um Ministério da Ciência e Tecnologia? É, temos! Mas serve pra que?
Eis o questionamento meu caro KKKKKKKK
Cabide de emprego
Esse é um dos melhores vídeos que já vi aqui no canal! Extremamente necessário!
O problema, parece-me, é mais profundo ainda e atinge até mesmo a hipótese de desenvolvimento de sistemas nacionais para assegurar informação estratégica para o desenvolvimento. Cito um caso que aconteceu em 2005, na UFMG: uma empresa de buscas online, desenvolvida pelo Departamento de Ciência da Computação da universidade (com recursos públicos), Akwan, foi vendida para a Google, num tempo em que ela não parecia ser ainda tão monstruosamente onipresente como hoje, após o advento do smartphone. E até hoje o caso é celebrado dentro da universidade como um "case de sucesso"; os professores diretamente envolvidos são tratados como exemplos de integração mercado-universidade. Não tenho dúvidas que qualquer um que tentasse apresentar esse caso como um ato de lesa-pátria (alienar - aqui sim, em sentido próprio - tecnologia pública para capital privado para lucro exclusivamente privado e para benefício de governo extrangeiro) seria tratado como piada, ou como algum tipo de "neanderthal ideológico" recém-descongelado.
Meu ponto: sim, seria muito interessante fazer com que a universidade pública integrasse um plano de desenvolvimento nacional, com uma perspectiva soberana, para combater tamanha subjugação internacional. Sem uma profunda alteração do papel do professor universitário, porém, acho isso impossível, no estado atual em que nos encontramos. Não sem algum tipo de ação bastante enérgica sobre o setor. Do contrário, não adiantará criarmos programas de desenvolvimento de tecnologia visando autonomia nacional se os professores envolvidos ainda tiverem como meta pessoal de sucesso a capacidade de vender essas mesmas tecnologias (às claras ou por baixo dos panos) para empresas que colaboram com governos estrangeiros para traficar segredos de Estado, ou darem aulas no MIT ou na Sorbonne.
Por enquanto, prefiro acreditar que a maior parte do material coletado pelo Google Workspace seja mais resultado de aulas mal preparadas, apresentações de seminários sem aprofundamento ou mesmo "ecos" de crenças liberais voltando para a origem com sinal piorado. Mas até aí, sou apenas eu tentando conviver com esse cenário de difícil saída. Os otimistas que me mostrem um caminho melhor.
P.S.: O caso da UFJF foi com o Google. Entretanto, é bom lembrar que a Microsoft, principalmente durante a pandemia, também entrou pesado nas instituições de ensino público e privado, de nível superior, do país. Aliás, a MIcrosoft tem presença no setor público não apenas na área da educação...
Na prefeitura na qual sou servidor, em SP, esse google for education é utilizado desde 2017. No entanto, praticamente só os servidores que o utilizam. Os alunos até têm seus e-mails, mas eles não fazem uso frequente porque os recursos tecnológicos, chromebook (olha o google de novo aí) e internet são precários.
Esse vídeo é uma grande porrada.
Sua eloquência está dia mais linda, Jones. Pra cima deles!
De começo me senti ofendido como acadêmico, mas durante o vídeo e com alguma reflexão, fiquei triste, pq é verdade
Eu não defendo minha raça não kkkkk
Tá mais é certo, desde que não contribua pra hostilidade anticientífica/antiacadêmica como se o problema de fato fosse a atividade acadêmica enquanto possibilidade (E não permanência, na atualidade)
Puta que pariiiiiiiiiiu! Que AULA!
É desanimador a falta de projeto de Soberania Nacional no BR.
Esqueceu de mencionar o local máximo de alienação do brasileiro de classe média - o condomínio. "Meu condomínio é o meu país".
A mundo acadêmico é um condomínio intelectual
@@miguelevol Rapaz, que termo perfeito! Pode patentear hehe
A não ser se for Cdhu
A mas condomínio de classe média baixa ou condomínio minha casa é minha vida e povo😊
A instituição governamental como se segue atualmente🧐 NÃO MUDARÁ.
Estou convicto e quero participar do combate.
NÃO aceito viver num PAÍS assim mais!!!😤
Por isso que digo: viva a produção em software livre 💪🚩
A propósito, a quem interessa, tem muita coisa interessante no canal TeClas - tecnologia e luta de classes
@@TallesDiCuntoeu realmente não entendo porque usam Windows e suíte Office em instituição pública, por exemplo. Sendo que há boas opções livres que poderiam substituir essas ferramentas. Até porque as ferramentas que faltam podem ser adequadas a partir do que já existe. Profissionais de tecnologia pra isso a gente tem.
@@andremsantanna olha, tenta escrever uma tese no libre office... 5 minutos vc explode de raiva. Infelizmente não conheço nenhuma alternativa ao office. Hahaha
@@TallesDiCuntoesse cara é muito bom, muito bom mesmo
Análise muito precisa e aguda de uma realidade absolutamente aviltante que se esconde sob o véu do conforto de classe média em um país agonizando por sua situação subalterna.
Tua revolta se transmite e por isso eu agradeço.
Cara...estudei ciência da computação em universidade federal e só posso dizer uma coisa a respeito desse vídeo: certeiro!
Isso é um perigo! Como o estado permitiu uma atrocidade dessas? Com tantas pesquisas no campo da ciência de dados mostrando como são feitas as coletas de dados que vão além do aparente, os chamados Metadados, que vão além de emails, senhas etc. A essa altura eles já sabem por exemplo qual é o padrão de comportamento do mundo acadêmico brasileiro, qual a tendência de pensamento. E tudo isso dá muito poder pra quem tem interesse em manipular uma nação como é o caso dos EUA. Não podemos esquecer a espionagem americana em solo brasileiro. INFORMAÇÃO É PODER!
Salve Jones! Vídeo excelente! Eu sou de exatas (física teórica) estudando em universidade pública e na minha universidade agora o drive do Google ficou limitado a 20GB (convenhamos que 20GB para a atualidade é nada principalmente para salvar arquivos acadêmicos). Estava pensando nisso de como a questão de produção e armazenamento de pesquisa ficar refém é do estrangeiro é um perigo enorme, infelizmente em exatas boa parte é alienada para com essas relações e debocham se alguém comenta sobre, a felicidade é que no campus que estudo física, tem uma parcela de acadêmicos que debatem sobre isso e outras questões sociais para a universidade e melhoria do ensino e pesquisa. É algo fundamental pensar no armazenamento e produção acadêmica brasileira feito totalmente voltado para o Brasil tal como fazem esses países de grande produção acadêmica
Mano 20 GB é nada pra qualquer coisa kkkkkk joguinho bobo hj pega 90 facil. E eu tbm faço física em uma federal e te falar q a situação aqui é parecida sobre a postura do dpto
Eu sou doutorando na UNESP nas ciências da terra e concordo, existe uma resistência com demandas estudantis por meio de movimentos sociais, geralmente o corpo docente não é dos mais entusiastas em aderir às paralisações e se solidarizar com as pautas estudantis. O problema é realmente estrutural, são pesquisadores de ponta e bons professores, profissionais competentes e muito preocupadas com o bom andamento da graduação e da pós, mas parece que eles têm certa dificuldade na compreensão do fator social que a universidade pública deveria ter.
Esse vídeo é um tapa na cara!!! Muito bom 👏🏾👏🏾👏🏾
Meu governador 🙌🏻
Seu governador nada, nosso presidente kkkk
Faço Engenharia mecatrônica no IFCE, e acho que nunca vi um vídeo tão magnífico em toda a minha vida, simplesmente resumiu a vida que vejo na universidade, Jones Manoel simplesmente deu a ordem!
Eu já acendi a luz vermelha quando o jones falou dessa "parceria" com o Google, mas pensando bem, se até o presidente tem que usar o Whatsapp para se comunicar porque não temos um aplicativo governamental para isso, então não vejo motivo para ser diferente com as universidades.
De forma geral, em 90 e tantos por cento das vezes: sim. A universidade e os acadêmicos ligados a ela estão totalmente longe das questões do povo brasileiro.
Faz bem que as brigadas de jornal da UP passem pouco na federal aqui perto de onde moro, ganham bem mais discutindo com as pessoas e propagando os debates nos bairros, nos terminais de ônibus, onde tem mais gente interessada e com conhecimento de causa das verdadeiras questões do povo trabalhador.
PS: Tô querendo é votar Jones pra presidente!
O feijão é um exemplo bom sim, pq é envolve todo um campo de estudo bem consolidado de fixação de nitrogênio no solo que já envolveu inclusive pesquisas nucleares, isso no Brasil mesmo
Frequento o ambiente de Universidade e a exatamente o que Jones expôs
Gostaria apenas de registrar que durante Lula I e II houve um amplo incentivo para uso e desenvolvimento de software livre. Inclusive como forma de eliminar o monopólio da Microsoft na época. Mas, diferentemente da China, o Brasil optou por deixar nas mãos dos conglomerados de Tecnologia da Informação o acesso, trato e posse das informações produzidas por instituições públicas.
Jones, você é um cidadão brasileiro 👏👏👏 Tínhamos um CTIC e nossa Universidade decidiu migrar para o Google 😢
sou professor de UF e concordo plenamente! É desesperador!
Essa ultima parte devia virar um video curto e ir pra os shorts
Deveria ser proibida qualquer tipo de parceria entre órgãos públicos e a iniciativa privada.
Infelizmente concordei com tudo. E até fiquei triste por apontar nomes na minha cabeça de professores alienados que ficam felizes por se manterem acima da média neste contexto que ignoram o seu semelhante vizinho.
Como ex acadêmica, não posso discordar que a academia é sim alienada, e não é pouco. E que ainda é muito imperialista, meritocrática, classista, racista, machista, e por aí vai. Porém, enxergo que o problema é bastante complexo e não só fruto da alienação, mss tb da precarização. O problema com a falta de comprometimento com a soberania nacional não começa na universidade, começa no governo. As universidades que não estão sempre com a corda no pescoço no quesito orçamento não são a média, são a minoria. A maior parte delas não consegue nem comprar papel higiênico para colocar nos banheiros dos alunos. Elas vivem suplicando dinheiro, contando moeda, possuem estruturas precárias. Então entre reformar uma parte da universidade, ou destinar para bolsistas, entre outros exemplos, e utilizar a verba que seria para a manutenção de um sistema que está sendo oferecido gratuitamente para ela naquele momento, já sabemos o que foi escolhido. Foi irresponsável e inconsequente? Foi. Mas não era uma escolha fácil. Desde o período Dilma, quando o Google começou a oferecer esses serviços, as universidades foram sucessivamente tendo suas verbas reduzidas, e este cenário foi piorando com o golpe, e ficando pior ainda com o governo Bolsonaro. Na minha visão, o próprio governo deveria ter se atentado a esta problemática, principalmente o CNPQ, Ministério de Ciência e Tecnologia, Capes, e Ministério da Educação. Não dá pra jogar a culpa integralmente nos acadêmicos e gestores universitários.
O ambiente acadêmico é composto de muitas camadas, algumas delas nem foram mencionadas no vídeo, mas deveriam porque explicam parte do caráter destas instituições. Por exemplo, dentro da Universidade também acontece uma luta política, uma delas entre grupos de pesquisa da mesma área. Esta "luta" na maioria das vezes, inviabiliza as cooperações, o que não é bom para a sociedade. Outra coisa muito importante para mencionar é a pressão que o docente sofre para ter uma produção academica robusta. A Universidade preocupa-se mais do que o número de publicações do que com a qualidade do ensino deste professor. Deveria os professores universitários estarem em outro patamar e assim com gana para discutir os rumos do Brasil? Deveria, mas não estão como me parece uma boa parte dos brasileiros. Estas instituições e quem nela atua nada mais são do que o espelho dos de fora dos muros. Parece que estamos perdidos num labirinto, mas sem buscar a saída. Só ali apertados pelas paredes e cheio de medos. Quanto ao Google na Universidade, precisa perguntar: e antes o que existia? Qual a infraestrutura de TI que conseguiam ter? Manter uma área de servidores, rede, nuvem e pessoal especializado, não é simples apesar das fortunas que recebem. Quando o meio acadêmico soube que agora os serviços Google faria parte, não vi ninguém indignado, mas aliviados, pois agora poderiam desenvolver as suas pesquisas sem sufoco. É que se dane o Brasil!
Eu concordo com cada palavra que vc colocou aqui. Falo sobre isso há anos. Mas vc foi ainda mais além do que defendo há anos. Será muuuito compartilhado.
Não É possível que praticamente todas as universidades públicas com seus intelectuais acreditaram nesse truque! Meu pai dizia e tá na boca do povo o tempo todo - não existe almoço grátis! 😅😢😅😢
Muito boa Jones. Desculpa os erros de português,mas, infelizmente não consegui estudar em boas escolas pois sabemos que Eduardo é previlegio e não direto. Infelizmente o povão que é grande maioria não consegue entender nada do que você falou e na verdade não faz nem ideia do que se trata pois sua capacidade cognitiva não permite entender. E essa minoria que consegue frequentar as academias brasileiras estão justamente como você falou, deslumbrados com tudo que vem de fora e pouco se importando com tudo que massacra seu próprio povo.
Excelente vídeo, Jones. De fato é bem isso mesmo. Eu sou formado em Ciências Sociais e me sinto extremamente incomodado com os debates que vem ocorrendo na área. Só olhar ultra fragmentado refém de modismos. Raro demais encontrar abordagens totalizantes e realmente preocupados com a realidade do Brasil.
Como alguém da área acadêmica em exatas, corroboro tudo que Jones diz. Só adiciono que ter e manter uma "intranet" é relativamente (no contexto de financiamento nacional) barato. Existem instituições de pesquisa, como o CNPEM, que mantém uma rede interna de armazenamento e transferência de dados fortemente protegida e funcional. E com poucos funcionários, ainda bem sobrecarregados, lidando com isso. Ou seja, expertise existe há muito tempo.
Para além disso, o acadêmico, no geral, pensa quase unicamente em publicar, não interessa se o conhecimento específico ali contido no artigovai ser usado para desenvolver tecnologia pela Petrobras, a Vale ou a Shell (que inclusive tem das melhores bolsas pra pós doc no Brasil, valores que chegam a mais de 10k).
Há ainda uma outra coisa muito nociva se alastrando já há anos no meio acadêmico, que é essa ideia de "empreendedorismo". Existem até editais no CNPQ destinados a isso, a pessoa vai lá, cria uma empresa, pega um edital desse e usa equipamentos e insumos da Universidade, para lucrar em cima com apoio do próprio órgão de fomento. É comum virem de fora, dos EUA e Europa, brasileiros ou estrangeiros mesmo, fazer propaganda dessa ideia de que o pesquisador tem que pensar como empreendedor, e é claro já estendem as mãos pra quem quiser fazer parcerias.
Por fim, o pesquisador só abre as pernas pro que é de fora pq o próprio país não tem projetos, investimento e amparo no geral para seus projetos, a maioria esmagadora das pessoas não sair do país, e costuma relutar pra permanecer aqui, apesar de estar cada vez mais difícil.
Por mais seja barato acho que falta pessoal qualificado contratado pela universidade e um sistema unificado. Cada programa de pós-graduação tinha seu email próprio com o servidor caindo por falta de luz ou tudo sendo perdido por causa de vírus ou problemas técnicos. Foi por isso que todo mundo acabou migrando...
@@leonardobdpmeu caro, acho que é muito mais uma questão de falta de financiamento do que falta de pessoal. No CBPF, literalmente duas pessoas, extremamente sobrecarregadas com outras demandas, durante o auge da pandemia, em poucos meses fizeram um cluster funcional, com acesso pros alunos, muito bem seguro. Hoje são 3 pessoas, e só melhora.
O que acontecia nas universidades era que pegavam aluno de graduação, davam bolsa de IC (ou um técnico-administrativo que passou num concurso geral, que não entendia nada daquilo) pra eles e pediam que mantivessem a rede funcionando, sem grana nenhuma pra atualizar os sistemas. Aí realmente fica impossível. Não é algo fácil tal que cada um faça, mas é algo fácil caso tenha dinheiro pra contratar pagando um salário decente e podendo gastar um pouco. E falando de universidade federal o dinheiro é da União. O CNPEM consegue por isso, inclusive.
Salve, Jones! Baita debate, e está relacionado também com tuas corretas críticas às regras fiscais de teto de gastos. Os acadêmicos brasileiros, vendo o orçamento restrito das universidades, não pensam duas vezes antes de terceirizar essa infra tecnológica que é controlada por grandes corporações monopolistas, fora as "parcerias" em outras áreas, e acham que estão fazendo um grande negócio em benefício à universidade.
como engenheiro (de formação), sou obrigado a concordar: as áreas técnicas formam cretinos altamente eficientes.
Jones, não assisti o vídeo ainda mas queria te dizer que ESTAVA ANSIOSA por ele ❤ adoro seus debates sobre intelectualidade brasileira e academia
Fiz FATEC-SP duas vezes. Ali é uma instituição que forma técnicos com diploma de nível superior. Certa vez eu participei de pesquisas acadêmicas e o resultado foi: a sua pesquisa só tem valor se você citar autores norte-americanos, onde isso representa a submissão intelectual brasileira a elite acadêmica estrangeira; ou for uma pesquisa de campo em que se fundamenta o óbvio e em nada acrescenta a resolver os problemas nacionais ou dê fundamentação científica a inovação. Aplica-se a nós o Discurso da Servidão Voluntária - de Étienne de La Boétie em que uma elite de acadêmicos (professores e reitores) tem uma vida de privilêgios ao apenas replicar o consenso das elites estrangeiras ou replicar o senso comum.
Perfeito, Jones. Imagino o que você deve estar passando no doutorado.
A importação de reflexões teóricas europeias e americanas para explicar a realidade brasileira, sendo esta distinta e periférica, no âmbito capitalista, é muito patente no campo das ciências humanas da universidade. A própria grade curricular estabelece vínculos obque é produzido e debatido na Europa. Terminando o curso de História, poucas disciplinas trouxeram reflexões teóricas construídas e produzidas na América Latina.
Esse vídeo é uma obra prima!!!! Jones obrigada por tanta lucidez e por compartilhar conosco❤✊️
Camarada jones, você foi em algum momento ,da sua história intelectual, aluno no professor nildo domingos ouriques? Percebo certas semelhanças nas suas ideias com as dele.
Oi, Jones, me chamo Lucas e te acompanho há papo de uns 2/3 anos. Ano passado, finalizei meu doutorado e, desde o mestrsdo, ja me sentka desconte com algumas coisas. O primeiro impacto que tive foi a quebra do sonho de ser cientista e fazer algo bom pra onde eu vivo. O meio acadêmico é uma loucura. Uma indústria do conhecimento. Criticas que durariam dias. Teu vídeo é uma aula de como o meio opera e como ele aliena todo pesquidador. Isso, independente se a pesquisa é feita em uni particular ou pública, claro que no primeiro caso as coisas são bemmm alienantes (ex: tem programa de aceleração "transforme tua pesquisa em uma startup"). Enfim, se o seu sonho é ser pesquisador e desenvolver algo que tenha real relevância: tenha resiliência e se apoie em semelhantes!
Obrigado pela ótima reflexão, Jones! ✊💚
Jones descreveu perfeitamente boa parte dos meus incômodos com a universidade pública no Brasil
Muito bom, Jones! Estou lendo "A História da História Nova", do Nelson Werneck Sodré, que trata justamente destas questões sobre a necessária articulação entre pesquisa/reflexão acadêmica e um projeto nacional soberano.
Parece que pouca gente assistiu o vídeo e só comentou pelo título.
Jones, leia o livro " O colapso do figurino francês" do professor e camarada Nildo Ouriques, da Revolução Brasileira. Talvez, você se espante , mas vocês dois esbarram nas mesmas críticas e mesmas saídas, rumo a revolução brasileira. Seria uma boa indicação, alem do alcance a este livro, ter mais acesso e qm sabe estreitar laços com o professor Nildo. Valeu, venceremos
Perfeito, Jones! Perfeito!
pq uma empresa multibilionaria vai oferecer um serviço gratuito sem limite de armazenamento por tempo ilimitado em uma sociedade capitalista? isso é muita igenuidade por parte das universidades
Que vídeo necessário!!! Mtos professores universitários precisam assistir hein 👏👏👏
Vídeo importante e muito necessário! Obrigada
Eu AMO a possibilidade de usar o drive ilimitado com o email USP, mas os serviços não serem providos pela própria instituição, bem como o atraso em relação aos serviços Cloud (dependemos de Amazon, Google ou Microsoft) nos torna MUITO vulneráveis.
Mande a braba, camarada!
Estaria aí uma ótima oportunidade para desenvolver um sistema nacional de gestão de dados públicos e estratégicos.
Esse é o vídeo que organiza meu ódio
Ótimas colocações!
Nas universidades brasileiro hoje, os estudantes de engenharia e computação só aprendem a serem usuários de softwares americanos, europeus ou japoneses.
Ótima abordagem! Parabéns.
Sinceramente acho que o ambiente universitario publico é muito subaproveitado. Os grandes "calos" do pais nao sao tratados pelas linhas de pesquisa da universidade. Muitos professores que estao ali so querem o status de professor universitario federal. Muitos nao fazem nem pesquisa, nem dao aula de forma satisfatoria. Embora assedio moral corra solto.
Fiz universidade federal do espirito santo e sai decepcionado com a academia. Resumindo: nao peaquisam coisas uteis e compram programas de armazenamento gringo (certeza que a google deve rapar altas ideias e dados desses arquivos). Triste e surreal! Tem que ter uma mudança total na mentalidade intelectual brasileira.
Camarada devo ser dizer... que analise pontual. Precisa. Como que tu tira da cabeça uma explicação que nem quem ta vivendo a coisa consegue sabe?
Gostaria de reafirmar exatamente o que você Jones disse a respeito da formação intelectual dentro da USP, pela minha própria experiência. Sou graduando em Ciência da Computação, pelo Instituto de Matemática e Estatística da USP; Me formo no ano que vem. Eu entrei na faculdade um alienado de esquerda, e lá me "radicalizei". Tive lá meu contato com o ideário do DCE, Faísca e outros grupos dentro da universidade. Agora sem aspas, me radicalizei mesmo, e tive lá alguma compreensão do sistema imperialista, capitalismo e da luta socialista foi com tu e com o camarada Ian Neves.
Sempre esteve na minha mente, pelo contato com a universidade no seu dia a dia, um esboço dessa crítica que tu fez, mas eu não seria capaz de verbaliza-la tão bem, nem de compreender os fenômenos envolvidos assim tão claramente. É exatamente isso que eu vejo no dia a dia. Gente extremamente capacitada, assombrosamente inteligente... e alienada. No meu curso, não existe uma matéria de ética. Nem como optativa no currículo. São pessoas que vão estar na vanguarda do desenvolvimento da IA nas próximas decadas, alguns vão se formar doutores, pós-doutores, vão resolver problemas e descobrir teoremas que ninguém na humanidade já tocou, e eu fico embasbacado com a certeza de que com essas capacidades, vão se manter e vão agudizar sua alienação. É dai até o ponto de se tornarem os mestres mesquinhos e senhoris que encontramos por aí. Já ocorreu dum palestrante, um francês de seilá das quantas professor da Waterloo, não me recordo o nome, mas ele mandar em bom tom no meio da sua fala "mas são os valores europeus que nos importam né; (o resto) seria perda de tempo". E na verdade, a gente compra isso. A gente quer se formar, quer tar no mercado de trabalho porque temos que trabalhar afinal né, as vezes quer só se livrar da estafa porque é um fardo pesado sim tar ali cara, e é uma luta do caralho. Pra mim, eu tive que engolir muito sapo de professor, de vendilhão, de aluninho babaca, até veja só, do Haddad haha, quando ele costumava ir fazer discurso lá na FAU de cara limpa falando sobre a importância do povo na luta.... no final, é foda. Eu tenho que ir resolver problema de programação agora jájá então eu acho que vou terminar por aqui, mas queria até contar de mais coisa.
Parabéns Jones, a Universidade e os acadêmicos são exatamente assim. E os poucos críticos são perseguidos e isolados. Os imbecis são maioria e eles venceram....
Excelente vídeo Jones. Obg. Tmj
A parte final do vídeo me lembrou um trecho da música "Por quem os sinos dobram" do Raul Seixas que diz: "Convence as paredes do quarto e dorme tranquilo, sabendo no fundo peito que não era nada daquilo."
Nossa, que vídeo necessário. Parabéns, Jones.
Sei desse mesmo tipo de problema dando com várias plataformas em diferentes universidades, inclusive onde já existiam plataformas próprias. Foi uma coisa que se acelerou um monte na pandemia. Inclusive teve caso de alunos pedindo pra abrir a política de privacidade de algumas delas e isso não foi feito.
Sobre os dados já existentes, em geral acho que eles congelam o armazenamento enquanto tiver acima do limite, não chegam a apagar na hora, mas né, a princípio - não que negue a crítica, claro.
Excelente camarada, inclusive é essa arrogância "intelectual" que alimenta a raiva de alguns pela universidade.
Cadê os DCEs e CAs para fazer esse debate? Cadê o acesso da universidade a população periférica do entorno?
E só pra fechar, o que o Valério Arcari acha dessa sua crítica?
Venceremos camarada!
É uma realidade pavorosa, nossa realidade acadêmica. 🫠
Isso acontece também com empresas públicas e privadas do Brasil.
"arrogância filofrancesa" hahahahahhaahahah..... vou usar tbm.
Kkkkkkkkk
Já conheci vários assim, a descrição do Jones é perfeita
Jones, muito do que fala, é sim verídico porém o projeto de sucateamento das universidades precisa ser considerado. Como uma universidade estrangulada financeiramente e com falta de pessoal, irá despender esforço de investimento para criar uma infraestrutura própria de TI quando o Google disponibiliza tal infraestrutura de forma "gratuita"? Vejo que tal iniciativa terá muito mais força e possibilidade real de acontecer e dar certo se encabeçada pelo MEC, que tem possibilidade de bancar tal investimento. Note que várias universidades tinham sua própria infraestrutura e acabaram migrando para o canto da sereia do Google, custo a acreditar que tal subserviência é puramente questão de alienação...
É alienação no sentido de muitos acadêmicos estarem comemorando de forma ingênua sem considerar as consequências trágicas que a dependência das Big Techs traz para as universidades públicas e sim o MEC é completamente responsável por ter deixado essa situação ter se agravado tanto.
É isso aí, Jones Manoel: falou e disse!!❤
Que pancadaria desenfreada que foi esse video, Jones... Caralho!!!
Excelente, camarada.
Aplausos de pé!!!!!!!
Sou doutor numa das grandes áreas da Biologia, egresso da UFMG e me considero alienado, tentando ser menos. A estrutura da qual eu venho (do ICB da UFMG) é exatamente como você descreveu, ainda mais porque está na interface com a indústria farmacêutica. E pode ter certeza que todos dormem quentinhos e tranquilos nas suas caminhas. É muito triste. A grande ironia da minha vida é ter achado uma saída no setor privado, justamente na inovação aberta.
Ou seja, os acadêmicos são uns "VENDIDOS".
É uma casta que não tem e nem quer saber de um projeto de país.
Enquanto estiver confortável...
Uma interessante solução seria levar esses debates de desenvolvimento nacional, imperialismo e luta de classes para os acadêmicos e estudantes de universidades privadas do "Povão". Sejamos sinceros a maior parte dos estudantes de curso superior brasileiro não esta nas públicas.
Quando ocorre as greves em Universidades Públicas professores * a maioria paralisa tomando vinho em casa, quem faz barricadas são funcionários e alunos! Concursos em IF's são desonestos já na largada! Acadêmicos com Doutorado que nunca pisaram numa escola de Educação de Base tem suas pontuações de publicações e o canudo tendo mais peso que a experiência de anos dos professores! Fora a indústria de bolsas de bancos e teses que não servem para nada a não ser para criar reserva de mercado para os doutos e seus séquitos seguidores! E a culpa é do Google? De fudê
Comentário sensato e realista!
Em 2016 teve universidade que tava ocupada contra o teto de gastos e nem assim os professores entraram em greve (não que uma parte grande não quisesse né, mas mostra a limitação)
Tudo verdade.
Ótima análise, Jones, parabéns
Surreal ouvir e saber que isso acontece e estamos ainda mais que distantes de uma "luz no fim do túnel".
Onde vivem esses "acadêmicos"(?)
"Pra imbecilidade não tem limite"😅
Excelente análise!👏🏻👏🏻👏🏻
É a classe média brasileira, que não tá nem aí pra o país. Ao contrário. São deslumbrados e formam uma casta alienada.
Nem todos, mas a maioria. Triste.
Jones, faz uma playlist com seus vídeos sobre política técnico-cientítica, universidade, academia e afins. Já tem vídeos o suficiente
Maravilhosa a fala do Jones Manoel! O acadêmico brasileiro é alienado porque é deslumbrado com o que vem do "primeiro mundo" - seja com o pensamento da "modinha", seja com a tecnologia disponibilizada via imperialismo.
Que aula!