CONTO AFRICANO "ELEFANTE, ESCRAVO DO COELHO" - HISTÓRIAS AFRICANAS

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  • Опубликовано: 11 сен 2024
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    O ELEFANTE, ESCRAVO DO COELHO
    Certa vez, o coelho estava passeando e encontrou um grande ajuntamento de animais sentados à sombra de uma árvore. Cheio de curiosidade, quis logo saber do motivo daquela reunião e perguntou:
    - O que está acontecendo? Que novidades há por aqui?
    Um dos animais explicou:
    - Trata-se de uma discussão e estamos à espera do elefante, o nosso chefe, para resolvê-lo.
    - O quê? O quê? O elefante é o chefe de vocês? - perguntou o coelho, franzindo a testa.
    E continuou:
    - O elefante não é chefe nenhum! O elefante é meu escravo e me leva sempre nas costas para qualquer lugar que eu quiser!
    Alguns do grupo ficaram admirados:
    - Como pode o elefante ser seu escravo se você é tão pequeno?
    - Ser pequeno nada tem a ver com o meu valor - replicou o coelho.
    E, em tom autoritário, acrescentou:
    - Já disse para vocês e volto a dizer que o elefante não é chefe, é meu escravo, e por isso, vocês podem
    ir embora daqui, porque nesta coisa de resolver discussões ele não tem nada que se meter.
    Dito isto, o coelho foi para a casa dele, e muitos animais também foram embora dali, por terem acreditado nas suas palavras.
    Algum tempo depois, chegou o elefante e perguntou:
    - Então, onde estão os outros que estão faltando? Se atrasaram na viagem?
    - Não! - explicaram os poucos animais que tinham ficado por lá. - Os que estão faltando foram embora há pouco tempo, porque passou neste lugar o Coelho e disse que você, elefante, não é o chefe, mas,
    sim, um escravo dele.
    O elefante tremeu todo de indignação e, muito furioso, resmungou:
    - Ah, coelho malandro! Coelho vigarista!... Deixe que, hoje mesmo, você vai responder por essas palavras tão injuriosas e tão vis!...
    Entretanto, o coelho chegou na casa dele e fingiu que estava doente. A companheira coelha, cheia de
    pena, foi estender uma esteira e o coelho deitou-se nela.
    Alguns momentos depois chegou a Impala, que era cunhada do coelho, avisando de que o elefante já
    se aproximava para fazer mal a ele. E, transmitido o recado, retirou-se.
    O coelho, manhoso, entrou, então, em grandes convulsões, soltando, ao mesmo tempo, gemidos tão
    lastimosos que era mesmo de partir o coração.
    Chegou o elefante, que se pôs a gritar, muito bravo:
    - Coelho, seu malandro! Venha aqui pra fora, que você tem que me acompanhar.
    O Coelho murmurou, gemendo e entrecortando as palavras:
    - Por... fa... vor! Des... descul... pe... porque eu... não... es...tou... bom!... dói mui...to... o cor… po to...
    do! Isto foi... um mal que me deu de re... pen... te...
    - Não quero saber! Seja como for, você tem que vir comigo ao lugar onde estão reunidos os outros
    animais, porque ouvi dizer que você teve o descaramento de ridicularizar o meu título de chefe e dizer que
    eu sou seu escravo - replicou o elefante.
    - Você tem to... da a ra... zão... mas o cer... to é que eu... não aguen... to ca... mi... nhar... para po...
    der… acom... pa... nhar vo… cê!
    - Já disse, você tem que vir comigo, custe o que custar, mesmo que eu tenha de levar você nass costas - ordenou o elefante.
    - Então só se for desse jei...to, mas fi... ca... sa... ben... do que mes... mo assim a via... gem vai ser muito... pe... no... sa.
    E, logo a seguir, chamou a coelha e disse, chorosamente:
    - Me dê a minha ca... mi... sa nova. Hi... Hi... Hi... Hi... Vá tam... bém bus... car as minhas cal... ças no... vas.
    E, depois:
    - Já traz tam... bém os meus sa... pa... tos no... vos! É que po... de a... con... te... cer que eu morra e, ao
    me... nos, que... ro morrer com os meus tra... jes mais ricos.
    Com o coelho vestido e calçado, o elefante abaixou-se e o Coelho saltou para as costas dele, onde se
    instalou muito bem instalado.
    Estava um calor de rachar. Antes de partir, o coelho gritou para a sua companheira:
    - Passe minha sombrinha, porque está muito calor... e posso piorar a minha indisposição com alguma
    insolação.
    Quando o elefante parou, o coelho deu um salto muito ágil e elegante para o chão e, tomando a palavra, dirigiu-se assim aos outros animais:
    - Estão vendo?... Estão vendo?... Eu não disse que o elefante é meu escravo?
    Todos os animais começaram a gritar:
    - É verdade, sim senhor, é verdade. Você, elefante, não é chefe nenhum!... É escravo do coelho, pois
    está carregando ele nas costas!
    Só então o elefante percebeu a estupidez que tinha cometido e saiu correndo, envergonhado.
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