Exatamente, não acho que a esquerda esteja perdendo espaço no campo eleitoral por uma falta de radicalização. Na verdade, essa radicalização nunca deu muitos frutos eleitorais no Brasil, o efeito antissistema que dá certo e pipoca na direita não funciona tão bem na esquerda. Com isso não quero dizer que nossa única opção seria uma caminhada resignada ao centro, mas só constatando que o diagnóstico do vácuo de radicalização na esquerda não parece fazer sentido.
Gui, ponto interessante. Uma linha dissidente do PSOL, puxada pelo Nildo Ouriques, defende exatamente isso. Que falta alguém à esquerda para fazer a denuncia do STF e etc. Seu contraponto foi certeiro.
Acho que o principal problema da esquerda é a gourmetização dos problemas sociais. Eu vejo na direita um ataque muito consistente a esquerda que é a ideia de que a esquerda não resolve nada e eles usam do pronome neutro e pautas como luta por direitos iguais como argumento para dizer que a esquerda discute problemas irreais. Que na verdade a esquerda esta preocupada com pronomes lgbt, discussões raciais ao invés dos problemas dos proletários e dos marginalizados. A direita banaliza a esquerda usando da ideia de que "esquerdista é tudo fresco" tanto que é comum o ataque do comunista de iPhone. A direita hoje vende a ideia de que o sonho do oprimido é ser o opressor, de que o sonho do marginalizado não é ter igualdade e sim obter lucro usando dos demais como escada. E essa conversa cola, esse papo de revolução onde todo mundo fica rico tem funcionado na direita. Isso é fruto do capitalismo, esse desejo de se sobressair e vencer a todo custo. Acho que o que falta na esquerda hoje é dar mais ênfase na escravidão do trabalho, na homofobia, no racismo. Acho que precisávamos escancarar a violência social pra dar um choque maior nas pessoas. A ideia de ser explorar se tornou "bela" nos últimos tempos e as pessoas de esquerda muitas vezes se esquecem da veia revolucionária. Da luta bruta pelos direitos iguais. Não acho que violência resolve o problema, porém acredito que a esquerda tomou um rumo muito "fofo". Muitas pessoas hoje nem levam feminicidio, homofobia e racismo a sério, na verdade muitos nem se importam pois consideram mimimi. Acho que nós de esquerda precisávamos mostrar que essa brutalidade existe e que existe uma ira dessas pessoas também. A esquerda transformou minorias em vítimas e a direita usa disso para empoderar essas pessoas as colocando na posição de futuros milionários capitalistas. Minoria também tem ódio. Minoria também tem garra para lutar. Porém (na minha leitura) a esquerda reprime essa fúria e direita usa dela para usar manipular as pessoas.
@@delongas_guilhermefiquei em cima do Daniel Cidade pra vcs papearem. Acho q suas leituras do byung chul han, particularmente da psicopolitica, infocracia e do "pq uma revolução não é possível hoje" podem contribuir pra nós socialistas esbocarmos algum caminho para uma mudança. Seus vídeos super me ajudaram a ler e interpretar os livros do Han, agradeço
Mas como a esquerda faz pra se radicalizar mais? Já tentamos de tudo
Exatamente, não acho que a esquerda esteja perdendo espaço no campo eleitoral por uma falta de radicalização. Na verdade, essa radicalização nunca deu muitos frutos eleitorais no Brasil, o efeito antissistema que dá certo e pipoca na direita não funciona tão bem na esquerda. Com isso não quero dizer que nossa única opção seria uma caminhada resignada ao centro, mas só constatando que o diagnóstico do vácuo de radicalização na esquerda não parece fazer sentido.
Grande Gui! Sempre um prazer te ouvir!
Gui, ponto interessante. Uma linha dissidente do PSOL, puxada pelo Nildo Ouriques, defende exatamente isso. Que falta alguém à esquerda para fazer a denuncia do STF e etc. Seu contraponto foi certeiro.
Opa, valeu, Lui. Não sabia que o Nildo partilhava dessa posição, mas ao mesmo tempo estou zero surpreso, hahaha
Acho que o principal problema da esquerda é a gourmetização dos problemas sociais. Eu vejo na direita um ataque muito consistente a esquerda que é a ideia de que a esquerda não resolve nada e eles usam do pronome neutro e pautas como luta por direitos iguais como argumento para dizer que a esquerda discute problemas irreais. Que na verdade a esquerda esta preocupada com pronomes lgbt, discussões raciais ao invés dos problemas dos proletários e dos marginalizados. A direita banaliza a esquerda usando da ideia de que "esquerdista é tudo fresco" tanto que é comum o ataque do comunista de iPhone. A direita hoje vende a ideia de que o sonho do oprimido é ser o opressor, de que o sonho do marginalizado não é ter igualdade e sim obter lucro usando dos demais como escada. E essa conversa cola, esse papo de revolução onde todo mundo fica rico tem funcionado na direita. Isso é fruto do capitalismo, esse desejo de se sobressair e vencer a todo custo. Acho que o que falta na esquerda hoje é dar mais ênfase na escravidão do trabalho, na homofobia, no racismo. Acho que precisávamos escancarar a violência social pra dar um choque maior nas pessoas. A ideia de ser explorar se tornou "bela" nos últimos tempos e as pessoas de esquerda muitas vezes se esquecem da veia revolucionária. Da luta bruta pelos direitos iguais. Não acho que violência resolve o problema, porém acredito que a esquerda tomou um rumo muito "fofo". Muitas pessoas hoje nem levam feminicidio, homofobia e racismo a sério, na verdade muitos nem se importam pois consideram mimimi. Acho que nós de esquerda precisávamos mostrar que essa brutalidade existe e que existe uma ira dessas pessoas também. A esquerda transformou minorias em vítimas e a direita usa disso para empoderar essas pessoas as colocando na posição de futuros milionários capitalistas. Minoria também tem ódio. Minoria também tem garra para lutar. Porém (na minha leitura) a esquerda reprime essa fúria e direita usa dela para usar manipular as pessoas.
Certeiro seu comentário, Johan. Inclusive, estou preparando um conteúdo sobre essa questão do gênero neutro. Um abraço :)
Salllllve Professor Guilherme!
Bom te ver por aqui, Pedro :)
@@delongas_guilhermefiquei em cima do Daniel Cidade pra vcs papearem. Acho q suas leituras do byung chul han, particularmente da psicopolitica, infocracia e do "pq uma revolução não é possível hoje" podem contribuir pra nós socialistas esbocarmos algum caminho para uma mudança. Seus vídeos super me ajudaram a ler e interpretar os livros do Han, agradeço
@@pedroribeirao8812 Fico feliz em saber, Pedro Em breve vai rolar esse papo com o Daniel :)
Direita agora é extrema direita.
Você tem duas pernas, uma esquerda e uma extrema direita.
Se uma das minhas pernas responde pelo nome de Bolsonaro ou de Pablo Marcal, sim, ela é uma perna de extrema direita.
que porra é essa