Estou fazendo agora uma disciplina de Estudos Comparados de Literatura Ocidental e não estava entendendo muito bem o que é Literatura Comparada e como surgiu todo esse estudo. Essas aulas estão sendo ótimas, estou conseguindo compreender finalmente o que vou estudar kkkkkk
Não concordo com o não uso da palavra influência, como propõe a professora. A relação de hierarquia depende do uso, e não da palavra em si. Penso que muitas pessoas quando dizem que um autor influenciou outro, não estão necessariamente dizendo que o trabalho de um é inferior ao de outro, afinal o trabalho não se resume a apenas ter sido influenciado. Você pode ter sido influenciado por diversos autores, e ao mesmo tempo construir algo bem diferente; assim como você pode também ser o influenciado que só reproduz um padrão. Então, de verdade o problema não esta no uso da palavra, mas no que quem usa ela quer dizer (e pode significar diferentes coisas). Eu acho que você pode inclusive usar a palavra de forma negativa e estar correto o uso, quando fala por exemplo de autores que só tentam reproduzir uma formula de sucesso, mas são no máximo uma copia mal reproduzida. Como também você pode usar ela sem essa intenção negativa.
Esse "influenciado", que a professora sugere banir, seguindo a coerência teórica, pode ser substituído por "impacto", "intertextualidade", "trânsito de formas e temas".
Eu acho mto zica pra não dizer outra coisa o professor que dá aula na USP. Infelizmente boa parte que vai estudar lá é filho de rico, mto nerd ou realmente esforçado.
Essa aula está quase toda errada. Vejam o que é uma aula na USP... 1º) Wellek não diz que o conceito de influência, quando empregado, cria uma hierarquia estabelecendo o influenciador como o melhor e o influenciado como o pior, o influenciador como o mais evoluído e o influenciado como o menos evoluído, o influenciador como o mais civilizado e o influenciado como o menos civilizado. Isso é querer aplicar a ideologia do postcolonialism a um autor que nada tem que ver com esse modismo. O problema da influência, para ele, reside no fato de que não se pode explicar a obra de um autor a partir de suas influências, posto que a obra é uma totalidade de valores e tem uma natureza condicionada por vários e múltiplos fatores, sendo a influência um instrumento apenas acessório da crítica. Ele estava opondo-se à tese do "comércio exterior" entre literaturas, defendida, entre outros, por Baldensperger e Guyard. 2º) Não é senso comum utilizar a palavra "influência"; o célebre crítico Eugênio Gomes escreveu um livro chamado "Influências inglesas em Machado de Assis". 3º) Não: Wellek não coloca em xeque a velha epistemologia da literatura comparada devido ao pós-guerra e ao colonialismo, mas devido à emergência de movimentos esteticistas, como a viravolta do historicismo desencadeada, entre outros, por Croce e Dilthey, o New Criticism, o formalismo eslavo, movimentos esses que mostraram a improficuidade das abordagens externas do texto literário, tais como o jogo de empréstimos e o excesso de factualismo da literatura comparada. 4º) Outra coisa: análise de fontes e influências pode ser análise literária. Wellek não propõe uma volta à análise literária, porque isso nada quer dizer. Ele constata a crise da abordagem comparatista, propondo o estudo da literatura sem adjetivos, assim como estudamos filosofia (proposta de Thibaudet). Nem sei o que dizer da parte da metodologia "antiquada" de Antonio Candido, em que se insinua que ele é positivista e dialético à maneira de Marx e Hegel... Que salada grotesca! Candido soube fazer confluir como poucos as abordagens externas e internas da literatura. 5º) Candido não diz que as produções barrocas são manifestações literárias porque estão alinhadas a modelos estéticos estrangeiros, mas porque não têm organicidade e funcionalidade, porque não colocam em interação dinâmica os vértices "autor, obra e público".
@@planetalivre4774 Sim, pq remete a uma certa corrente de pensamento, então seria melhor evitar e usar no contexto adequado. Mas não que seja "proibido". ;)
Esse é um dos problemas do politicamente correto. Ele faz malabarismo linguístico pra explicar uma coisa que é clara. Se eu absorvo algo de alguém e utilizo isso em meu texto é claro que isso é influência. A verdade é que há subversão de significado.
Existe uma grande diferença conceitual entre influência e apropriação. Algumas perspectivas colocam em causa a noção de influência na medida em que começam a se interrogar sobre as práticas de apropriação. Machado de Assis leu Sterne, mas, não foi “influenciado” por ele, afinal, foi ativo em sua própria leitura e, se se apropriou de alguns elementos presentes na produção do inglês, o fez a seu modo.
Assunto vago. Arte é a expressão única do indivíduo que sofre influência de um terceiro, criando algo novo. Exemplo: Gógol influenciou Dostoiévski. Basta.
Vago pra quem não entendeu a aula. Ela não tá discutindo a noção de “influência” na arte, mas sim como esse termo tem um viés ideológico dentro dos estudos de literatura comparada, especificamente.
Essa aula... Essa professora... Sem palavras!! ❤
Grande professora Fabiana! Participou da minha banca na defesa do mestrado.
Estou fazendo agora uma disciplina de Estudos Comparados de Literatura Ocidental e não estava entendendo muito bem o que é Literatura Comparada e como surgiu todo esse estudo. Essas aulas estão sendo ótimas, estou conseguindo compreender finalmente o que vou estudar kkkkkk
Essa mulher é um crânio! aula incrível! meu cérebro explodiu
Privilégio ter aula com essa prof!!+++
Professora maravilhosa! 😍😍👏🏼👏🏼👏🏼👏🏼👏🏼Aula fantástica!
Estou simplesmente encantada com a aula!!
Excelente. Assistirei todas as aulas!
Gente, que aula maravilhosa!!!
Professora incrível amei!
Que aula maravilhosa!
Que legal!!! Fazer mestrado em Literatura Comparada...
Apaixonante
aula excelente !! Me ajudou muito a entender o livro da Tãnia Franco Carvalhal.
Só não entendi o som no fundo, são perus?
Professora excelente!!
Amei a aula, obrigada professora. 😍😙
Muito boa a aula.
Ótima aula !!
Comparando Virgínia wolf com Saramago que delícia debaters os textos
Intendi👏👏👏
Alguém sabe dizer qual o teórico que ela cita como fonte bibliográfica.
Quero fazer doutorado em literaturaaa!
Não dá para viver sem fazer comparações. Rss
Não concordo com o não uso da palavra influência, como propõe a professora. A relação de hierarquia depende do uso, e não da palavra em si. Penso que muitas pessoas quando dizem que um autor influenciou outro, não estão necessariamente dizendo que o trabalho de um é inferior ao de outro, afinal o trabalho não se resume a apenas ter sido influenciado. Você pode ter sido influenciado por diversos autores, e ao mesmo tempo construir algo bem diferente; assim como você pode também ser o influenciado que só reproduz um padrão. Então, de verdade o problema não esta no uso da palavra, mas no que quem usa ela quer dizer (e pode significar diferentes coisas). Eu acho que você pode inclusive usar a palavra de forma negativa e estar correto o uso, quando fala por exemplo de autores que só tentam reproduzir uma formula de sucesso, mas são no máximo uma copia mal reproduzida. Como também você pode usar ela sem essa intenção negativa.
Por favor, alguém poderia me dizer qual o autor que ela diz ter "influenciado" Machado de Assis? Eu não entendi o nome. Obrigada!!
Laurence Sterne.
O autor já colocaram aqui. A obra é tristram shandy
Esse "influenciado", que a professora sugere banir, seguindo a coerência teórica, pode ser substituído por "impacto", "intertextualidade", "trânsito de formas e temas".
Muito bom.
👀
Eu acho mto zica pra não dizer outra coisa o professor que dá aula na USP. Infelizmente boa parte que vai estudar lá é filho de rico, mto nerd ou realmente esforçado.
Essa aula está quase toda errada. Vejam o que é uma aula na USP... 1º) Wellek não diz que o conceito de influência, quando empregado, cria uma hierarquia estabelecendo o influenciador como o melhor e o influenciado como o pior, o influenciador como o mais evoluído e o influenciado como o menos evoluído, o influenciador como o mais civilizado e o influenciado como o menos civilizado. Isso é querer aplicar a ideologia do postcolonialism a um autor que nada tem que ver com esse modismo. O problema da influência, para ele, reside no fato de que não se pode explicar a obra de um autor a partir de suas influências, posto que a obra é uma totalidade de valores e tem uma natureza condicionada por vários e múltiplos fatores, sendo a influência um instrumento apenas acessório da crítica. Ele estava opondo-se à tese do "comércio exterior" entre literaturas, defendida, entre outros, por Baldensperger e Guyard. 2º) Não é senso comum utilizar a palavra "influência"; o célebre crítico Eugênio Gomes escreveu um livro chamado "Influências inglesas em Machado de Assis". 3º) Não: Wellek não coloca em xeque a velha epistemologia da literatura comparada devido ao pós-guerra e ao colonialismo, mas devido à emergência de movimentos esteticistas, como a viravolta do historicismo desencadeada, entre outros, por Croce e Dilthey, o New Criticism, o formalismo eslavo, movimentos esses que mostraram a improficuidade das abordagens externas do texto literário, tais como o jogo de empréstimos e o excesso de factualismo da literatura comparada. 4º) Outra coisa: análise de fontes e influências pode ser análise literária. Wellek não propõe uma volta à análise literária, porque isso nada quer dizer. Ele constata a crise da abordagem comparatista, propondo o estudo da literatura sem adjetivos, assim como estudamos filosofia (proposta de Thibaudet). Nem sei o que dizer da parte da metodologia "antiquada" de Antonio Candido, em que se insinua que ele é positivista e dialético à maneira de Marx e Hegel... Que salada grotesca! Candido soube fazer confluir como poucos as abordagens externas e internas da literatura. 5º) Candido não diz que as produções barrocas são manifestações literárias porque estão alinhadas a modelos estéticos estrangeiros, mas porque não têm organicidade e funcionalidade, porque não colocam em interação dinâmica os vértices "autor, obra e público".
Condenou toda a USP por uma aula? Você é professor ? Onde?
Não se pode usar a palavra 'influência', pode se usar outra palavra que signifique a mesma coisa..kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
Sim, pq tende a levar-nos a pensar sob outro prisma, tipo algo negativo. Pq não usar uma releitura ou intertextualidade? Ela cita isso.
@@MrWilliamgatao ok, mas não erro nenhum. Ok
@@planetalivre4774 Sim, pq remete a uma certa corrente de pensamento, então seria melhor evitar e usar no contexto adequado. Mas não que seja "proibido". ;)
@@ananoronha4536 tudo é questão de ótica. E todos nós somos influenciados.
Ata
Esse é um dos problemas do politicamente correto. Ele faz malabarismo linguístico pra explicar uma coisa que é clara. Se eu absorvo algo de alguém e utilizo isso em meu texto é claro que isso é influência. A verdade é que há subversão de significado.
Existe uma grande diferença conceitual entre influência e apropriação. Algumas perspectivas colocam em causa a noção de influência na medida em que começam a se interrogar sobre as práticas de apropriação.
Machado de Assis leu Sterne, mas, não foi “influenciado” por ele, afinal, foi ativo em sua própria leitura e, se se apropriou de alguns elementos presentes na produção do inglês, o fez a seu modo.
Assunto vago. Arte é a expressão única do indivíduo que sofre influência de um terceiro, criando algo novo. Exemplo: Gógol influenciou Dostoiévski. Basta.
"Vago" porque você acha? Parabéns...
@@RodrigoSantana95, porque teoria polui. A expressão do artista influenciado é que bate direto nos sentidos de cada leitor, provocando a magia.
@@Aleprofessor100 e essa sua ideia não é vaga? Não discordo necessariamente de você, mas o emprego do termo "vago" foi sensacionalismo puro.
Vago pra quem não entendeu a aula. Ela não tá discutindo a noção de “influência” na arte, mas sim como esse termo tem um viés ideológico dentro dos estudos de literatura comparada, especificamente.
Ótima aula!