Pai de Ben - Seis! Seis! Seis!

Esses dias o Benja perguntou, com um típico jeito meigo (que eu não sei de onde vem, já que o casal que deu vida ao guri é meio tosco, digamos): “pai, pode fazer uma música pra mim de aniversário de novo?”. Disse que ia ver - uma resposta bem comum por aqui, pendendo para o não -, embora já tivesse dado encaminhamentos à nova composição em homenagem ao hoje aniversariante. Falemos, então, do processo para o nascimento da canção. Quando comentei sobre tal música com o Cícero, meu doidinho preferido, tão certeiro em algumas colocações como perdido em organização - e que adora me apresentar como ‘meu amigo tatuado e cheio de regras’ -, ele disse que eu fazia aquilo mais pra mim do que para o piá. Errado não tá. Confesso que me dá uma certa realização em conseguir idealizar e, em parte, executar, um tema musical desde sua concepção. Por mais bobo que seja. Mas a razão principal de materializar a iniciativa é que, penso, quando o Benja for mais velho, e realmente entender o que significa o ato de se fazer uma música para alguém, ele vai perceber isso como testamento do amor que eu tenho por ele - algo que, por mais que seja dito com frequência, talvez fique perdido na falta de paciência do dia a dia e nas cobranças (aquilo que o Cícero chama de ‘cheio de regras’).
Noves fora, a faixa a foi pensada desde que o próprio homenageado achou, sem querer, o beat (já pré-pronto) que foi usado, num pedal de efeitos. O baixo foi parido daquele jeito meio intuitivo, e a letra pensada pra seguir no flow da batida e da base. A ideia é ser um rap - estilo que o rapaz diz curtir. Saiu esse troço - a meu ver, talvez meio pretensiosamente - meio Beastie Boys circa “License to Ill” ou algo nessa pilha anos 1980 do estilo. Os graves e a batida foram gravados no “estúdio” Cabeça de Corda, mais conhecido como apartamento do Rafael Giovanoli. Já o vocal foi captado no Panama.
A produção é do professor Franco Soares, nosso Greg Graffin promovido aqui a Mario Caldato Jr momentâneo. O bicho entrou na brincadeira com seriedade e ajudou a deixar o som bem melhor que o esperado! O vídeo é aquela coleção de fotos/vídeos que moravam no celular desde o último aniversário do Benja, compilados numa edição feita com sensibilidade pelo queridão e competente Leandro Monks, da 18 Filmes.
Ben, eu to aqui mais uma vez
Agora pra homenagem dos teus seis
chego com rap q tu diz q tem gostado
embora o resultado fique meio embolado
vou nessa batida que sem querer tu escolheu
Afirmar que tu é o que de melhor me aconteceu
Nasceu, cresceu e surpreende
todo dois de junho eu te saúdo, filho meu
É como dizem: o tempo voa
Tu ficando jovem e eu um coroa
Tua evolução é coisa muito boa
Cada minuto do teu lado nunca é à toa
Fala, fala, fala vamos ter q te escutar
Nunca dê ouvidos a quem te pede pra parar
E a falta de paciência não pode te prejudicar
E se for o jeito, pode até gritar
Sobre ti não poderia dizer nem um ai
O melhor som que eu já escutei é tu falando pai
Segue o baile estilo balança não mas cai
Sei que eu sou chato, não dá bola e abstrai
Ben! Ben! Ben!
Não tem pra ninguém
Se o desenho é ben 10, o Benja é nota 100
Benja tu é muito legal
Nada menos que sensacional
Uma criança que não tem igual
É o meu Ben para todo mal
A infância tem que ter brincadeira e amizade
Por enquanto essa é a tua realidade
Imagina que o teu sonho é a pura verdade
e lembra que ser feliz não tem idade
Meu porte denuncia que eu não sou atleta
Mas sempre curti nossos passeios de bicicleta
Ouvindo música com a cabeça aberta
Deixando de lado tudo o que não presta
Vou te levar no colo enquanto eu puder
Cantando alguma música que a gente quiser
Nunca foi um peso, essa é a real
Como diz os beatles: we can work it out
Ben! Ben! Ben!
Não tem pra ninguém
Se o desenho é ben 10, o Benja é nota 100
Benja eu não sei qual é teu plano
Só sei de uma coisa e não me engano
Tua alegria é a minha, vamo q vamo
E jamais esquece que eu te amo