Escalada V de Vingança - São Bento do Sapucaí - Bauzinho
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- Опубликовано: 15 сен 2024
- Lista de equipos:
- Corda 70m
- Jogo de nuts
- jogo de SLCD equivalente ao #.04 até o #3
Final de julho de 2022. Com previsão de 3,3mm de volume pluviométrico previsto para a tarde daquele dia, saímos tranquilos do abrigo e antes que qualquer funcionário do parque chegasse, já estávamos passando pela portaria e estacionando o carro antes das 8h da manhã.
Tiramos algumas fotos no mirante do Baú e logo em seguida identificamos uma trilha à direita no estacionamento onde se iniciam as outras trilhas do complexo do Baú. A trilha passa entre cercas de arame e é mais fechada que as outras, seguindo uma descida mais acentuada para a face norte. Após essa cerca são em torno de 15 minutos até a base da V de Vingança.
O início da via é óbvio, com uma chapa a pouco menos de 10m do chão seguida de um lance de aderência e depois o famoso diedro, com muitas opções para proteger com móveis.
1ª ENFIADA
Apesar do guia não mencionar, vale muito a pena levar um jogo de nuts, pois, na minha opinião, ficam melhores que os SCLD (friends etc) nessa enfiada.
Ordem de proteções que utilizei até a P1:
01. Wild Country (WC) Rock #6
02. WC Super Light Rock #4
03. Camalot #2
04. Camalot #1
05. WC Super Light Rock #6
06. WC Super Light Rock #5
Procurei escalar o diedro abrindo bem a base das pernas, fazendo menos força com os braços. Além da fenda, há muitas opções de agarras na aresta da direita e regletes e rugosidades na face da esquerda.
Após uma mancha branca na face da esquerda, achei difícil parar para proteger, então preferi ir logo pra cima e chegar na parada.
2ª ENFIADA
Inicia-se numa travessia para a direita com um lance que achei delicado logo antes da primeira chapeleta, ou seja, mal protegido. Notamos que toda a parte de baixo onde utilizamos como pé estavam marcadas de magnésio. Não sabemos se porque estão atravessando por baixo ou talvez porque alguém caiu e marcou com Magnésio as agarras de baixo para voltar.
Após essa travessia a via volta a subir, protegendo numa segunda chapa seguida de um lance em aderência que passa no meio de alguns arbustos e toca na diagonal para a esquerda, dificultando bastante emendar com a próxima enfiada, pois o arrasto é grande.
O visual nessa enfiada é fantástico. Vale a pena desfrutar.
Já comecei a notar ventos um pouco mais fortes, algumas nuvens se formando, mas como a escalada estava tranquila, continuei seguindo e agilizando o máximo que pude.
Antes de chegar na próxima parada, é possível ver outras vias à direita, Dança na Chuva sendo uma delas. Aqui comecei a notar o arrasto da corda e logo descartei a possibilidade de emendar com a próxima enfiada.
3ª ENFIADA
Está é a enfiada do crux, um lance em agarras pequenas indicado como 6ºsup no guia, mas que certamente é mais que isso (nunca escalei um 6ºsup com um crux tão exigente quanto esse).
Começa bem fácil, com opção pra proteger com móveis, mas não achei necessário. Após uma concavidade na parede, que fica mais vertical nesse ponto, chega-se a duas chapas bem próximas que antecedem o crux. Meu beta foi pegar no primeiro reglete com a mão direita com bastante espaço para juntar a mão esquerda, dropar a perna direita para a esquerda e pegar o reglete mais longe na direita, movimentar os pés pra transferir o corpo pra direita e utilizar uma agarra horizontal com a mão esquerda para subir os pés e chegar numa agarra de gaston com a esquerda, sentindo um alívio somente quando consegui subir o pé direito aplicando força contra o gaston.
O lance é bem mal protegido para o segundo, mas tem a opção de um pêndulo controlado conforme mostrado no vídeo.
4ª e 5ª ENFIADAS
Também começa bem fácil, com bastante aderência no início seguindo para esquerda. Na minha memória, lembrava que essa enfiada tinha um lance bem exigente em aderência e agarras abaoladas após um buraco. Dessa vez consegui proteger (mais ou menos) com um nut (WC Rock #7) nesse buraco e notei uma linha de marcas de magnésio seguindo para a esquerda numa diagonal e decidi arriscar conhecer essa linha, o que tornou a passagem muito mais fácil, pois da vez anterior escalei reto para cima, exigindo um pouco mais.
Nessa enfiada já estava clara a mudança de tempo - vento gelado, nuvens mais escuras - e isso tudo pesou na decisão de emendar com a próxima (5ª) a enfiada. Esta enfiada é mais tranquila e segue pra cima quase em linha reta, mas 70m de corda não foram suficientes pra chegar na P5, me obrigando a parar uns 5m antes, onde montei uma parada mista (chapeleta fixa, camalots #1 e #2). Seriam melhores se possuísse friends off sets na fenda que utilizei, de qualquer forma as colocações ficaram boas e havia opção pra por mais peças.
6ª e 7ª ENFIADAS
Continua nos comentários...
Parabéns ! Essa primeira cordada ai é brabo de ficar ali colocando as peças !
Chuvinha sinistra chegando! Vlw pela aventura mano!
Clássica top demais fiz com meu filho mano.
Show mestre. Via top.
Escaladas não é para quem gosta é para quem pode. Parabéns!!! Bauzinho né? Já tivemos a oportunidade de descer em rapel, foi top também.
Parabéns Vinícius! Ótimo video! Minhas lembranças dessa via são tensas. Depois do primeiro grampo protegi com um #4 e estiquei bastante na parte fácil. Dei de cara com um ninho de marimbondos furiosos e tomei um quedão de uns 10m. kkkkkkk Por 3 metros não cheguei no no chão! 😅
"Proteções em nut são muito muito boas" dois segundos depois corta para o nut caindo 12:52 🥲🥲 irada a via, ótima descrição e video tbm. Valeu pelos betas.
Toppp
Topperrrrrr
Continuação...
6ª e 7ª ENFIADAS
O tempo já estava tão estranho que o Marcel chegou na parada improvisada já todo engomado 😂
Continuei de camiseta, mas o frio já me incomodava e queria sair dali o quanto antes, então só deixei o Marcel se acostumar com a ideia da parada mista e, sem pestanejar, dei uma olhada no croqui e toquei logo pra cima.
A 6ª enfiada é mais vertical, porém com agarras muito boas, com um lance um pouco mais exigente na altura da 3ª chapa depois da parada, uma montada com a perna esquerda sem muito segredo. Na minha opinião é a mais agradável de todas. Em seguida, logo se avista a P6, mas decidi não costurar nesse ponto pra diminuir o arrasto. A próxima proteção é para a direita e fácil de chegar, então achei melhor evitar proteger na parada para emendar as duas últimas enfiadas.
A última enfiada segue numa diagonal para a direita e é muito fácil, sem segredo nenhum. A cada platô parava para puxar um punhado da corda e conseguir escalar sem o arrasto da corda, que já era forte. Decidi não parar na última parada também e fazer a seg das árvores do cume, agilizando ainda mais e evitando escalar sem proteções o último lance e, ainda por cima, de baixo de chuva.
No cume, depois do clássico interrogatório dos turistas (subiu de rapel? Não é perigoso? E se cair? Etc), tiramos umas fotos, organizamos os equipos já de baixo de chuva e voltamos pro carro antes que a chuva nos encharcasse por completo.
Escalada muito boa, maior parte em agarras e alguns lances pontuais um pouco mais exigentes em aderência. O diedro inicial é uma ótima oportunidade pra praticar a colocação de um proteções móveis e o restante da escalada tem um visual muito bonito. Vale a pena!
Uma pergunta. Tu usa alguma proteção na gopro ou vai com ela sem nada mesmo?