Muito obrigada pela aula! Conteúdo muito bem explicado, está me ajudando bastante, não tinha achado nenhuma aula tão boa, por favor, não parem! Boa sorte com o canal.
Mas não seria possível reescrever "Todo mamífero é um animal" como sendo "Se F é um mamífero, então F é um animal", com isso, tornando a frase adequada para formalização na LP, do ponto de vista do significado? As frases não enunciam o mesmo conteúdo, de modo que o silogismo A seja equivalente ao condicional B -> C?
Olá Lucas, obrigado pela pergunta. Na frase "se F é mamífero, então F é animal", F é uma variável ou uma constante (apontando para um indivíduo). Se for uma variável livre, o significado da frase é incompleto - depende de instanciarmos de fato quem é o F. Se for um indivíduo específico, então não está falando de todos. Você poderia dizer: mas F é um "qualquer". Se esse for o entendimento, então é porque vc já está fazendo implicitamente a quantificação universal. Para entender ainda mais profundamente, considere qual seria a negação da sentença. Se for B -> C, então a negação seria ~C -> ~B. Ou seja, "se F não é animal, então F não é mamífero". Isso não é a negação de "Todo mamífero é animal". A negação seria "Algum animal não é mamífero".
@@adinfinitum-logica No caso da negação de B -> C, poríamos ter B & ~C, ou seja, "F é um animal e não é mamífero", que me parece equivalente, do ponto de vista do conteúdo, ao que expressa "Algum animal não é mamífero". Não estou tirando essas dúvidas do nada. Estou provocando na tentativa de esclarecer a mim mesmo sobre essas questões, pois não tenho com quem discutí-las. A dúvida está sendo motiva pelo que apresenta o Salmon (pág. 53-55), em seu livro "Lógica". Ele afirma, ainda, que "Se F é um mamífero, então F é animal" não necessariamente afirma a existência de algo, ou seja, a necessidade de quantificação. O argumento que ele fornece, à primeira vista, me parece convincente; porém, contradiz o que tenho visto em alguns livros introdutórios de lógica de primeira ordem e mesmo aqui, por isso estou com dúvidas sobre o assunto. Apesar do livro dele não tratar de lógica de predicados, penso que o que ele fala sobre enunciados categóricos tenha pertinência para se discutir, já que a lógica de predicados também trata deles. E, obrigado, pela atenção.
Entendo que esteja tentando entender, fique tranquilo. Digamos que "F é um animal e não é mamífero" é a negação de "Todo mamífero é um animal". O problema é que na segunda sentenças "F" é qualquer; na primeira "F" é alguém específico. Veja que na primeira, qualquer que seja o F a frase é verdade, enquanto, na segunda, para alguns F ela é falsa e para outros é verdadeira. Ou seja, F está ocorrendo de "modos diferentes" para que funcione o que está dizendo. Se vc entende de modo diferente a ocorrência do F, então ok. Mas daí "F é animal" na primeira não tem o mesmo significado que "F é um animal" na segunda.
"Se F é um mamífero, então F é animal" de fato não afirma existência. Contudo, a negação disso afirma a existência de algo, e.g. a existência de algo que não satisfaz a propriedade.
8.00min a ordem colocada das premissas dificulta o entendimento da transitividade por quem ta começando. Teria que colocar a de cima embaixo pra facilitar a visualizaçao.
Obrigado pelo comentário Rede do saber. Está certo em dizer que isso facilita o entendimento da transitividade. Contudo, também seria uma inversão do modo esse silogismo é escrito tradicionalmente. Esse vídeo tem o propósito de fazer as pessoas entenderem que existem limites para o uso da lógica proposicional. E, por isso, seria preciso incorporar os elementos da lógica de primeira ordem para entender a lógica de alguns argumentos. Os vídeos seguintes vão analisar em detalhes tudo que foi dito de modo breve nesse vídeo.
começando outro curso aqui. ótimo conteúdo como sempre!
Valeu! Qualquer dúvida, fala aqui.
Muito obrigada pela aula! Conteúdo muito bem explicado, está me ajudando bastante, não tinha achado nenhuma aula tão boa, por favor, não parem! Boa sorte com o canal.
Muito obrigado pelo comentário Fernanda! Continue acompanhando o canal e comente sempre!
Abraço
Em 2:44 não seria: "Algum voador não é pássaro" ?
Sim, está correto. A frase deveria ser Algum voador não é pássaro. Obrigado pelo comentário.
Mas não seria possível reescrever "Todo mamífero é um animal" como sendo "Se F é um mamífero, então F é um animal", com isso, tornando a frase adequada para formalização na LP, do ponto de vista do significado? As frases não enunciam o mesmo conteúdo, de modo que o silogismo A seja equivalente ao condicional B -> C?
Olá Lucas, obrigado pela pergunta. Na frase "se F é mamífero, então F é animal", F é uma variável ou uma constante (apontando para um indivíduo). Se for uma variável livre, o significado da frase é incompleto - depende de instanciarmos de fato quem é o F. Se for um indivíduo específico, então não está falando de todos.
Você poderia dizer: mas F é um "qualquer". Se esse for o entendimento, então é porque vc já está fazendo implicitamente a quantificação universal.
Para entender ainda mais profundamente, considere qual seria a negação da sentença. Se for B -> C, então a negação seria ~C -> ~B. Ou seja, "se F não é animal, então F não é mamífero". Isso não é a negação de "Todo mamífero é animal". A negação seria "Algum animal não é mamífero".
@@adinfinitum-logica No caso da negação de B -> C, poríamos ter B & ~C, ou seja, "F é um animal e não é mamífero", que me parece equivalente, do ponto de vista do conteúdo, ao que expressa "Algum animal não é mamífero". Não estou tirando essas dúvidas do nada. Estou provocando na tentativa de esclarecer a mim mesmo sobre essas questões, pois não tenho com quem discutí-las. A dúvida está sendo motiva pelo que apresenta o Salmon (pág. 53-55), em seu livro "Lógica". Ele afirma, ainda, que "Se F é um mamífero, então F é animal" não necessariamente afirma a existência de algo, ou seja, a necessidade de quantificação. O argumento que ele fornece, à primeira vista, me parece convincente; porém, contradiz o que tenho visto em alguns livros introdutórios de lógica de primeira ordem e mesmo aqui, por isso estou com dúvidas sobre o assunto. Apesar do livro dele não tratar de lógica de predicados, penso que o que ele fala sobre enunciados categóricos tenha pertinência para se discutir, já que a lógica de predicados também trata deles. E, obrigado, pela atenção.
Entendo que esteja tentando entender, fique tranquilo. Digamos que "F é um animal e não é mamífero" é a negação de "Todo mamífero é um animal".
O problema é que na segunda sentenças "F" é qualquer; na primeira "F" é alguém específico.
Veja que na primeira, qualquer que seja o F a frase é verdade, enquanto, na segunda, para alguns F ela é falsa e para outros é verdadeira.
Ou seja, F está ocorrendo de "modos diferentes" para que funcione o que está dizendo.
Se vc entende de modo diferente a ocorrência do F, então ok.
Mas daí "F é animal" na primeira não tem o mesmo significado que "F é um animal" na segunda.
"Se F é um mamífero, então F é animal" de fato não afirma existência. Contudo, a negação disso afirma a existência de algo, e.g. a existência de algo que não satisfaz a propriedade.
8.00min a ordem colocada das premissas dificulta o entendimento da transitividade por quem ta começando.
Teria que colocar a de cima embaixo pra facilitar a visualizaçao.
Obrigado pelo comentário Rede do saber. Está certo em dizer que isso facilita o entendimento da transitividade. Contudo, também seria uma inversão do modo esse silogismo é escrito tradicionalmente.
Esse vídeo tem o propósito de fazer as pessoas entenderem que existem limites para o uso da lógica proposicional. E, por isso, seria preciso incorporar os elementos da lógica de primeira ordem para entender a lógica de alguns argumentos. Os vídeos seguintes vão analisar em detalhes tudo que foi dito de modo breve nesse vídeo.
@@adinfinitum-logica perfeitamente. Obrigado pelas aulas!
Faz perguntas e comentários sempre que puder! Abraço.