O Cristo Redentor em 90 anos (1931-2021)

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  • Опубликовано: 18 ноя 2024

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  • @jensoares
    @jensoares  3 года назад

    O CRISTO REDENTOR EM 90 ANOS (1931-2021)
    O acesso ao cume do Morro do Corcovado (710m), após longa caminhada por trilhas, é muito antigo.
    Já em 1824, D. Pedro I alcançou o topo numa expedição e gravou suas insígnias em uma árvore.
    O Imperador, para assegurar novo ponto de observação militar, ordenou que o caminho fosse melhorado e um mirante construído (uma ponte de madeira uniu os dois platôs do Corcovado).
    No século 19, fazer piqueniques no alto do monte, para admirar a vista, era um dos passeios preferidos de muitas pessoas da sociedade.
    Em 1859, o padre francês Pierre-Marie Boss sugeriu que o Corcovado seria o pedestal perfeito para um monumento religioso cristão. A ideia está registrada em seu livro, "Imitação de Cristo" (publ. em 1903).
    Após 1860, com o reflorestamento da região feita pela regência de D. Pedro II (Floresta da Tijuca), quem quisesse ir ao cume do Corcovado deveria subir (a pé, montado ou de charrete) pelos tortuosos e íngremes caminhos em meio à Mata Atlântica.
    Em 1884, os engenheiros Pereira Passos e Teixeira Soares inauguraram um ramal ferroviário do bairro Cosme Velho ao cume do Morro, com pontes entre os penhascos. O que facilitou muito tais passeios ao mirante do Corcovado.
    A primeira ferrovia turística das Américas (de 3,7Km). De início uma locomotiva a vapor conduzia até dois vagões ao topo. Desde de 1910, esta ferrovia é eletrificada, aliás, a primeira do gênero no Brasil.
    Antes da estação final no topo, há uma que dá acesso a um hotel turístico, na Estrada das Paineiras, inaugurado também em 1884 (atual centro de visitantes).
    No mesmo ano ergueu-se um mirante de ferro logo batizado "Chapéu de Sol". Hoje neste local está o Cristo Redentor.
    Em 1912, o Cardeal D. Joaquim Arcoverde, semelhante ao Padre Boss, defendeu a construção de uma estátua de Cristo gigante como prova da participação da Igreja Católica na vida dos brasileiros.
    Em 1918, o Pres. Epitácio Pessoa acordou com a Arquidiocese do RJ erguer uma estátua do Cristo no alto do Corcovado às comemorações do Centenário da Independência (1922).
    Desde 1920, o terreno e construções do Pico do Corcovado - que estão dentro do atual Parque Nac. da Tijuca, ICMBio - pertencem à Arquidiocese, responsável por sua administração, manutenção e melhorias.
    O projeto do arquiteto brasileiro Heitor da Silva Costa ganhou o concurso público para a obra: Jesus carregando a Cruz e o Mundo, baseado no Cristo Redentor da cidade de Mendoza, na Argentina.
    A obra não foi finalizada em 1922 por problemas financeiros. Neste ano, o Governo instalou temporariamente uma enorme antena de rádio, a primeira do país, em FORMA DE CRUZ, à primeira transmissão do Brasil, durante Exposição Internacional do Centenário da Independência.
    Silva Costa, ao observar a dita "cruz", decidiu alterar seu projeto, dando ao próprio Cristo uma aparência cruciforme (de pé com os braços abertos), bem mais identificável como tal visto às grandes distâncias.
    Os estudos ou desenhos iniciais da nova forma levaram a autoria do artista Carlos Oswald.
    Para que o monumento não fosse derretido em futuras guerras ou revoluções, caso fosse em bronze (como o correu na Revolução Russa de 1917), o material escolhido foi o concreto armado.
    Em 1923, os cálculos de engenharia foram feitos na França pelo escritório de Victor Caquot, especializado em estruturas de grande porte.
    O Cristo com 30m de altura e doze pavimentos internos, estrutura para suportar um tufão de 250km/h (o que nunca ocorreu na cidade).
    O escultor francês Paul Landowski foi contratado para confeccionar a cabeça e mãos, estas modeladas na artista plástica brasileira Margarida Lopes de Almeida (considerada dona das mais belas mãos do Brasil).
    Em 1925, Silva Costa estava em Paris e viu a Exposition des Arts Decoratifs, o evento inaugurou a estética art-déco. A linguagem geométrica desse estilo era mais apropriada às formas do concreto armado. E dessa forma, o Cristo ganhou a aparência modernista que vemos.
    O dinheiro para a obra veio de doações voluntárias coletadas em todo Brasil, através de campanha promovida pela Arquidiocese. A coleta durou dez anos e todas as classes sociais puderam participar com pequenas quantias por pessoa.
    Formas em gesso e concreto foram levadas à Niterói (RJ), onde produziram as partes em concreto armado, que subiram em bocados pelo pequeno trem do Corcovado.
    Os engenheiros responsáveis foram Pedro Vianna da Silva e Heitor Levy. Este último, cedeu a própria chácara para os trabalhos de moldagem.
    Levy, que era judeu, converteu-se ao cristianismo católico e colocou os nomes de sua família em um pequeno frasco que misturou com a massa do concreto do coração do Cristo.
    O monumento é basicamente uma armação em cruz com envoltório artístico (partes) que dá a forma humana. Foi montada da cabeça para os pés. Só o crânio possui 50 peças distintas unidas.
    O Cristo é uma estátua oca. Dentro há escadas e compartimentos estreitos, pelos quais uma pessoa por vez pode subir, a fim de sair por pequenas aberturas no alto da cabeça e nos ombros (geralmente usadas para manutenção).
    Quando Silva Costa estava em Paris, num café na Av. Champs Elisées, avistou um chafariz revestido de cacos de cerâmica. O objeto deu-lhe a ideia para o revestimento do Cristo.
    Sobre toda estrutura, colocou-se uma malha metálica que depois foi coberta com um mosaico de peças triangulares de 3cm de lado em pedra esteatita verde (pedra sabão), referência a algumas famosas obras sacras de Aleijadinho.
    Já com as obras avançadas, a Arquidiocese do Rio de Janeiro convidou senhoras e outras pessoas de família para colar milhares de triângulos de pedra sabão em grandes folhas de papelão ou lençóis de pano. Depois pastilheiros os aplicaram pelo método indireto.
    A construção total durou de 1926 a fins de 1931, não ocorrendo acidente algum durante as obras.
    Principais características do Cristo Redentor:
    - Altura da estátua: 30 metros e três centímetros;
    - Altura da base ou pedestal: 8 metros, no interior está a Capela de N.Srª da Conceição Aparecida;
    - Envergadura da estátua: 29,60 metros (o braço esquerdo é 40cm menor para dar melhor estabilidade à estrutura);
    - Peso da estátua: 1.145 toneladas;
    - A cabeça da estátua está inclinada 33cm para a frente e sua coroa serve como para-raios;
    - A face da estátua está voltada para o Leste, para onde o Sol nasce.
    A Revolução de 1930 atrasou a inauguração, finalmente ocorrida com grandes festas a 12 de outubro de 1931, dia da Padroeira do Brasil: N.Srª da Conceição Aparecida.
    Entre os presentes: o Pres. do Gov. Provisório, Getúlio Vargas (apesar de ateu); ministros e outras autoridades civis e militares; adidos do Vaticano e o Cardeal-Arcebispo D. Sebastião Leme, que fez discurso criticando duramente a situação política do país. Vargas não reagiu à provocação.
    Na inauguração da iluminação noturna, o inventor do "telégrafo sem fio", o italiano Guglielmo Marconi, ligaria as luzes em Gênova (Itália), através de equipamento acionado pelas ondas de rádio. Porém, o aparelho ligado à antena do Corcovado falhou e as luzes foram ligadas no local.
    Em 1937, monumento e mirante foram tombados pelo IPHAN (Inst. do Patrimônio Hist. Nac.).
    Em 1942 houve diversas modificações: surgiu a Estr. do Corcovado (de cimento, ligada à Estr. das Paineiras e ao hotel) para acesso por automóvel. O já enferrujado Chapéu de Sol (movido para onde está atual escadaria de acesso) foi demolido. Refez-se a escadaria ao Cristo, que passou a ter 220 degraus.
    Em 1965, nas comemorações aos 400 anos de fundação da cidade, o Papa Paulo VI inaugurou a nova iluminação, desta vez realmente acionada por onda de rádio oriunda de um equipamento na Itália.
    Após 50 anos, em 1980, a estátua que estava cinzenta foi limpa revelando sua cor original. O Cristo e o local passaram por restauração completa para receber a missa do Papa João Paulo II quando em visita à cidade.
    Em 2003, obras de modernização dos acessos deram ao púlico escadas rolantes e elevadores panorâmicos.
    Em 2007, o Cristo Redentor carioca foi eleito uma das Sete Maravilhas do Mundo Moderno.
    Em 2012, a UNESCO considerou o monumento, junto à paisagem do Rio de Janeiro, um dos Patrimônios da Humanidade.
    Nas décadas de 2010 e 2020, o Redentor recebeu iluminação permanente de LED e projeções multimídia para ocasiões especiais.
    Monumentos semelhantes foram erguidos no Brasil e em outros países, o próprio Silva Costa projetou outro Cristo em São João Del Rei (MG). Mas a conjugação das formas do morro carioca com as da imagem são inigualáveis esteticamente.
    O mirante do Corcovado, em dias com boa visibilidade, dá visão completa da cidade e Baía de Guanabara, abarcando desde o Pico do Dedo de Deus (em Magé-RJ) à Lagoa de Maricá-RJ, e dali todo município do Rio de Janeiro, nas zonas norte, central, sul e oeste.
    O monumento, que recebe c.3 milhões de visitantes ao ano, tornou-se não só símbolo da cidade, como de toda uma nação.

  • @jensoares
    @jensoares  10 месяцев назад

    Mais informações de como foi construído com imagens explicativas: facebook.com/share/TqLk8fuehV6Zi7kH/?mibextid=adzO7l