Quando a Dilma disse que preferia o barulho da imprensa livre ao silêncio da ditadura, ela se referia a esse silêncio. Aquele silêncio angustiante da Eunice tendo que sentar em uma sorveteria com seus filhos sabendo que seu marido foi assassinado, sem poder gritar, sem poder chorar, sem poder buscar por justiça, apenas sentir toda aquela dor em silêncio e a Fernanda conseguiu expor tudo com apenas com um olhar.
Graças à comissão da verdade que nós brasileiros hoje podemos ter acesso a parte do que aconteceu. Pessoalmente eu acredito que há sim muitos casos que a comissão não conseguiu abarcar, até por que ela foi encerrada, mas enfim, é um projeto para esse país não ter memória.
Assisti... quando ela olhava os maridos ali com os filhos e ela saber que os seus filhos não teriam mais o seu pai para viverem momentos parecidos, foi dilacerante...
Eu já acho que a cena final é uma constatação de que, mesmo que o país tenha esquecido de sua história, a Eunice, uma mulher idosa e com Alzheimer avançadíssimo, não é capaz de esquecer. Quem bate não lembra (o Estado brasileiro) quem apanha não esquece (famílias de mortos, desaparecidos, torturados). Essa foi uma maneira muito sutil de pontuar isso.
Eu achei muito forte e delicada a cena de quando eles enterram o cachorrinho que foi atropelado. O sepultamento do cachorro passou a sensação de que a filha Eliana e a Eunice estavam enterrando um pouco do Rubens ali também.
Entendo que a cena final retrata acima de tudo a inspiração do Marcelo para escrever o livro, quando vê sua mãe, mesmo no estado avançado da doença, ter um respiro de lucidez ao ver a televisão falando de seu marido. Que mesmo após todos os anos, da ausência de boa parte da memória dela, ela "ainda estava ali".
Exatamente! Sem essa cena, o que fica muito claro no livro, perderia o sentido. O título me remete totalmente esse momento de lucidez de Eunice. Como a doença apagou todos esses eventos da mente dela, mas naquele momento ela lembrou, e pior ainda… Fico com a sensação que aquele momento na frente da TV ela se sentiu como se estivesse recebendo a notícia pela primeira vez.
Tudo o que Fernanda Torres faz nesse papel é o controle absoluto do pânico e da angústia, não deixando que a primeira emoção (raiva) domine uma situação de muito risco. Terminei a sessão com um nó na garganta, sem palavras.
Ainda bem que o Walter não encerrou o filme com a casa vazia. Seria muito mais triste e não contaria a história inteira de Eunice, que seguiu lutando, criando os filhos e se posicionando em defesa das bandeiras que ela e o Rubens acreditavam, depois de formada em Direito aos 48 anos. Obrigado, Walter. O filme acaba semeando uma pontinha de alívio e esperança!
Eu assisti sexta feira às 8 da noite num cinema de rua lotado, com gente que ficou de fora porque esgotaram ingressos. Saímos pra rua todos com cara de quem andou chorando. Só por isso já é um fenômeno, nem precisa o Oscar.
Vi aqui em Sorocaba, na última sessão de domingo, míseras 10 pessoas. Mas é explicável: aqui é reduto fascista/golpista, região onde se acha até tijolos com suástica em algumas fazendas, a caguetagem comeu solto na ditadura e reelegeram um prefeito bolsonarista com denúncias de envolvimento até com o PCC. Mas é ótimo ver o filme fazendo sucesso na maior parte do país.
Da parte do filme em que levam o Rubens até a Eunice sair do Quartel eu me senti num filme de terror. Principalmente com o sentimento de vulnerabilidade que existia muito naquela época e infelizmente até hoje.
Mas sempre vão ter pessoas que pensam assim, como quem nega o holodomor e exaltam ditadores sanguinários como Stalin, esses tem dificuldade em entender filmes que retratam esse período. Sempre tem esse tipo de coisa, as pessoas tem todo tipo de opinião.
2014 foi importante por causa da Comissão da Verdade. 2014 foi quase tão relevante quanto 1996. Ou seja, fazia parte da saga da Eunice, não foi excesso. Foi em 14 que a justiça ficou pública, diferente da justiça particular e pessoal, em 96.
Interessante pontuar também que na hora da foto que os filhos não lembram quando é, depois que eles vão embora ela escreve no verso, “despedida da veroca” porque ela fingiu que não sabia tbm, mas na verdade ela sabia. A caixa de fotografias para organizar, que é interrompida qdo os oficiais chegam, a família que foi interrompida logo depois disso… pra mim essas coisas muita ligação também com o final do filme.. memórias.
Queridos: A atuação HOMÉRICA e COLOSSAL de Fernanda Montenegro é inexplicável. A ATUAÇÃO é INACREDITÁVEL, é uma hecatombe de talento, de força, muda completamente a atmosfera do filme em segundos, só uma LENDA faria isso. Fernanda Torres é belíssima, fortíssima, faz a sua maior atuação até hoje.
Acabei de sair do cinema e senti um constrangimento quando o filme acabou. Sabe quando o filme te envolve tanto que, quando termina, você parece que volta pra realidade sem descompressão? Acho que foi isso... É como se eu estivesse em um transe e de repente me percebesse no meio de outras pessoas. Absolutamente imerso na história e nas atuações. Fantástico!!
Assisti o filme no sábado. Fernanda realmente carrega o filme magistralmente. Saí com mais raiva ainda de quem bate palma e pede volta da Ditadura. Filme mais que necessário nos momentos atuais.
Vc leu FELIZ ANO VELHO? Estou nos meus 50 e cresci durante a ditadura. Li "Feliz Ano Velho" na adolescência mais de uma vez... É muito doloroso, emociona demais. Imagino esse filme agora... Nem quero imaginar.
A cena final faz bem mais sentido no livro porque um dos assuntos abordados é a questão do Alzheimer e a perda da memória. Mesmo em um estágio avançado da doença ela ainda reconhece o Rubens e a notícia da Comissão da Verdade do que aconteceu com ele.
Maravilhoso o filme! Mas, o que me deixou realmente embasbacada foi como a Fernanda Montenegro consegue transmitir toda emoção do mundo sem abrir a boca!! É impressionante! 😭
Única vez que discordei da Boscov. Ela achou um pouco desnecessária essa última parte, mas pra mim foi a cereja do bolo do filme. A Fernanda Montenegro é bizarra, em simplesmente transmitir trocentas emoções sem nenhuma fala.
Quem ainda não foi ao cinema, vá! Dá muito orgulho de ser brasileiro depois de assistir a uma obra de arte tão bem feita. Sem falar na atuação da Fernanda Torres, que está espetacular.. ❤❤❤
O final, onde temos a Fernanda Montenegro reagindo à TV e atuando de um jeito maravilhoso mesmo sem falar nada, é onde nos mostra que, na trajetória de Eunice, mesmo com a doença, ela ainda estava ali ❤️😭
Essa sensação de angústia, de algo preso na garganta, me acompanhou o filme todo. E no fim da sessão, aquele silêncio quase total da sala de cinema, que é quebrado por alguns soluços de choro, até as pessoas começarem a aplaudir o filme. É uma sensação que não pode ser descrita.
Mais do que uma obra cinematográfica, o filme é um tributo e uma denúncia. Ele expõe, de forma crua e direta, a brutalidade da repressão, da tortura e da perseguição durante a ditadura militar, lembrando o público da importância de manter viva a memória desses tempos sombrios. Especialmente em tempos atuais, onde discursos de apologia à ditadura e revisionismo histórico ganham força, filmes como Ainda Estou Aqui têm um papel essencial em preservar e honrar a história e as vítimas dessa violência estatal. Tendo feito meu TCC sobre o trabalho do fotógrafo Evandro Teixeira, que documentou a repressão e se tornou um ícone da resistência contra a ditadura, reconheço no filme a mesma urgência em preservar memórias e ecoar as vozes silenciadas. Ainda Estou Aqui é, sem dúvida, um dos filmes mais marcantes do ano, um testemunho corrosivo da nossa história, e uma lembrança constante de que vidas caladas devem ser lembradas para que jamais se esqueça o que foi feito.
Uau! É por conta de comentários como o seu que sinto orgulho de ler comentários. Parabéns! Por um mundo por mais pessoas com um senso crítico desenvolvido como seu. 👏🏼👏🏼👏🏼👏🏼👏🏼👏🏼
Tudo o que pedi SIM! Mais de Boscov sobre o melhor filme do ano! Em um país que cultua o esquecimento da sua própria história, precisamos de um resgate do que nos é mais essencial: a memória!
O final foi perfeito,não achei supérfluo,pelo contrário,os próprios críticos enxergaram importantes sinalizações nele como o papo entre os filhos e a questão da memória.Achei um arremate perfeito.Nota 10 pra esse filme,maravilhoso.
Aliás, a casa é bem parecida com a original, que hoje é um grande prédio no Leblon. Foi filmado no bairro da Urca e o Marcelo disse que até o cheiro lembrava a casa real deles.
Eu acho que trazer o alzheimer ao final e o olhar da atriz iluminando-se com a menção ao nome do marido na TV trabalha com a ideia de memória/esquecimento e traz ainda mais sentido ao "ainda estou aqui".
É uma sensação de ódio, revolta com incapacidade. O filme foi tão perfeito no que se propôs que, até o frio na espinha com o carro parado na porta nos deixa imóvel. Excelente filme, atuações primorosas, das crianças aos protagonistas. Toda boa recepção que está tendo é muito justa.
Verei essa semana, fico MUITO feliz de ver o sucesso de bilheteria do filme, sei que grande parte é apenas pelo Oscar e de gente que nem liga pro cinema nacional, mas gostando ou não da premiação, ela ainda é MUITO relevante pra filmes internacionais. Esse barulho de Ainda Estou Aqui pode influenciar outros filmes brasileiros a terem uma grande divulgação, nosso cinema esta em uma ótima fase e o público merece ver no cinema não apenas as comédias ( nada contra). Espero que boa parte do público procure se interessar pelo cinema nacional, que aborda coisas bem diversas de maneira única.
@PatriciaAlbani Existem como em todo o país, mas muitos sim estão se importando com o filme por causa do Oscar, muitos criadores de conteúdo que nem falam de produções nacionais agora falam de Ainda Estou Aqui pq tem aquele hype pelo prêmio, oque não é errado mas também é triste pq esperam avaliações de gringos pra poderem se interessar, depois ignoram nossas produções completamente.
Enquanto pesquisadora da ditadura eu achei os dois finais (certidão de óbito e CNV) extremamente importantes. Talvez um certo grau de didatismo da parte do filme, mas nos tempos em que vivemos eu não reclamaria...
Assisti na pré estreia em Salvador e foi uma emocionante experiencia. Não só por ser professora de história , mas tambem pela beleza e força desse trabalho belissimo. Muito orgulho do cinema brasileiro. Maravilhoso!
Eu não diria que estou surpreso porque eu sei o quão boa ela é, mas é realmente emocionante o que ela fez em cena, com um olhar ela consegue transmitir o equivalente a mil palavras, a cena em que ela o vê pela última vez entrando no carro e quando ela vê as famílias nas outras mesas acabou comigo, você vê junto com ela o quanto eles perderam e o quanto foram violentados. É tão realista e humanizado que a simples explicação de como ela faz um suflê me chamou a atenção, tudo muito verossímil. Pra mim se acabasse na cena em que eles estão olhando as fotos já estaria bom, apesar de ter achado a passagem de tempo para a cena final meio desconecta me emocionei com o paralelo sobre a memória, ela perdendo a dela, a memória do Rubens passando na TV, a família criando novas memórias, o que a gente esquece e o que não devemos esquecer. Que filme, que atriz!
Todos os detalhes desse filme se resumem a essa frase que dá o título do livro e do filme "Ainda Estou Aqui". Fernanda Montenegro no final do filme sem dizer uma só palavra gerou um impacto de grandiosidade imensurável para fechar com chave de ouro. Tudo nesse filme é afetivo, porque o cinema do Walter Salles é totalmente afetivo. Nós desabamos por tudo que a Eunice não pôde externalizar diante dos filhos.
A cena onde a família está reunida e as crianças tomando sorvete, momentos após Eunice ter tido a confirmação extraoficial da morte de seu marido, é traumática. Ainda estamos aqui, e por mais que tentem nos silenciar, daqui não sairemos!
Gente, nasci em 1965, então vivi em parte essa situação como criança. Esse assunto me machuca muito, porque não consigo imaginar uma coisa dessas, embora tenha feito parte do contexto da minha infância. Preciso assistir a esse filme, mas vou precisar me resolver aqui primeiro. Obrigada, Isabela e Pedro, vocês são sempre incríveis.
Sou fã do trabalho da Fernanda há muitos anos. Surfei na onda de todas as críticas internacionais e assumi que veria um trabalho excelente. Nem toda trajetória somada de todo marketing desse filme conseguiu se alinhar ao que vi. Excelente! Esse filme é pra nós!
Cinema lotado em Curitiba; parte da plateia aplaudiu. Jovens choravam, mas, nos comentários no banheiro, ficou claro que muitos não compreenderam totalmente o que foi o Ato Institucional nº 5 (AI-5), o significado de ter os militares no comando do país, ou o fato de que cinco generais foram presidentes do Brasil. No filme, foi apenas mencionado que o único filho homem de Eunice, Marcelo Rubens Paiva, aos 20 anos, mergulhou em um local raso, bateu a cabeça e ficou tetraplégico - por isso ele aparece na vida adulta em uma cadeira de rodas. Marcelo tornou-se escritor e comoveu o Brasil com seu best-seller Feliz Ano Velho, além de ser autor de Ainda Estou Aqui.
Na verdade, o filme nem se aprofunda muito na questão do acidente do Marcelo. Ele já aparece em cadeira de rodas na vida adulta, e o acidente é mencionado "en passant", quando ele vai autografar seu livro.
O final com a Fernandona foi impecável! Aquele olhar vazio se enchendo de vida ao ver a foto do Rubens na tv na Comissão da Verdade foi emocionante demais!
O meu filme nacional preferido, até então, era Central do Brasil. Confesso que depois de assistir Ainda Estou Aqui essa opinião mudou, e ele assumiu a primeira posição. Tem uma questão familiar ali que o faz uma obra prima.
Vou te dizer... o momento que eu mais me emocionei, foi quando a Fernanda Montenegro aparece. O olhar da Fernandona... Nossa que olhar! Acabou comigo 😢 chorei muito
Acho que dá para compreender o terceiro ato, que inicia com um avanço para 1996 e finaliza em 2014 também mostra a potência de uma narrativa que mostra uma personagem até os momentos finais de sua vida. Acho que isso demonstra inteligência de roteiro e força interpretativa. Em vários momentos Fernanda Montengro mimetizou a construção feita pela própria filha, e isso é de uma nobreza, gentileza e respeito enormes. Achei lindo ver ela com os mesmos elementos interpretativos construídos previamente, manteve totalmente a essência da personagem e finalizou narrativa um arco mais completo, que concretiza o titulo “Ainda Estou Aqui”
Particularmente eu gosto da última cena. Apesar de não ser o final mais impactante possível, acho que ela não “sobra” ao mostrar que mesmo no mais profundo esquecimento, há algo ainda ali - da ternura que a Eunice pode ter sentido ao ver a imagem do marido na tv ao horror de lembrar de tudo que aconteceu, ou possivelmente de ambos. Assim como hoje no Brasil ainda permanece a ternura de quem ficou por todas as vítimas da ditadura convivendo com o horror de rever o país (e o mundo) caindo numa espiral de ódio de novo. Acho que conecta bem o passado que o filme retrata com o estado atual das coisas no presente.
Me impactou muito a parte em que ela pega o atestado de óbito e fica feliz, eles comemoram. Porque afinal, ter aquela formalização era importante. Infinitamente pior do que enterrar um ente querido é este sumiço, é ficar sem saber o que realmente aconteceu (e acho que só em 2014 que tiveram as respostas). Naquela parte eu comecei a chorar e não parei mais até o final do filme 😢
Estreei minha primeira vez no cinema com esa obra prima! Simplesmente maravilhoso, os atores e a história te puxam para dentro daquele cenário angustiante e de uma forma que eu pessoalmente consideraria mágica.
Assisti na estreia! Filme emocionante, reflexivo e revoltante. Todos estão muito bem, Fernanda Torres é uma força da natureza. Vontade de ir assistir outra vez!
O Brasil pode ajudar muito o filme até em campanha kkkk pq quando o brasileiro ta no meio ... Com o sucesso do filme, é bom o público ir divulgando o nome da Fernanda Torres pros gringos pq ela merece entrar na temporada de premiações. Imagine torcer pelo reconhecimento do Brasil em tempos de internet. Ainda acho um pouco difícil a Torres ser indicada ao Oscar por causa da concorrência mas vamos ter fé.
Que filme.magnifico! Voltei à infância na primeira parte do filme . Na minha casa sempre teve festa com música na vitrola numa época de medo e incerteza. Trilha sonora excelente também. Sai do cinema com um nó na garganta, mas com um orgulho enorme de nosso cinema
Tenho ingressos para assistir ao filme na próxima sexta-feira, em São Paulo, com grande expectativa, ainda maior depois de assistir a este vídeo da querida Boscov. Gostaria de lembrar aqui de outro filme que trata do mesmo tema, de 2006, “O ano em que meus pais saíram de férias” do Cao Hamburger, que retrata a ditadura por meio da ótica de um menino, deixado com vizinhos pelos pais que tentam se esconder da perseguição política. Uma obra prima!
O tema ditadura foi trazido com maestria mas não menos assustador para quem acha que foi uma maravilha (não foi) já que muita gente não tinha a menor ideia do que era a ditadura. Fernanda Torres e Selton Mello e Dan Stulbach e outro destaque. Parabéns ao filmaço.
O filme é monumental! Um assombro do início ao fim! Concordo que a casa acabou sendo a protagonista da estória, na qual se refletem a angustia, a tristeza, a perda vividas pela Eunice (Fernanda Torres). Assisti na Mostra de SP, sala lotada, o público soluçava em vários momentos… e no final, aplausos efusivos e merecidos para mais uma obra prima do Walter!❤❤❤❤ um filme sobre memória, que acaba de estrear, e já é um dos mais memoráveis do cinema brasileiro🙌🏻🙌🏻🙌🏻
É muito louco ver como a casa sai de um lugar seguro e alegre (não sabia que os anos 70 eram assim, deu até vontade de morar nessa época) para uma prisão.
O filme é maravilhoso. A primeira parte, a família ocupa seu espaço, é uma família alegre, feliz, talvez um pouco moderna para a época, financeiramente bem estruturada. Mas quando o pai é levado, tudo vai deteriorando, a família se apaga, a casa se apaga e fica um vazio.... Por mais que os anos vão passando, a família sempre sentiu falta de Rubens e a mãe fez de tudo para ser forte, o alicerce daquela família. Eu apaixonei por essa Eunice e gostaria de ter visto mais de sua história, como a chegada a SP, a sua fase na faculdade e como conseguiu dividir seu tempo ainda com os filhos, além do trabalho com os índios Tapajós. Mesmo após anos Rubens não é esquecido, em 97 finalmente a certidão de óbito e em 2014, quando o Governo reconhece os assassinatos de diversas pessoas na época da ditaduta. Por isso aquele final está lá, em frente a tv, assim como no passado, quando a família assistia os noticiários, os fatos historicos de um Brasil que não pode ser esquecido.
Mesmo eu só tendo 28 anos, eu me sinto muito feliz de dizer que consegui pegar um pouco dessa época onde todo mundo ia na casa de todo mundo, passávamos tardes juntos, e era muito gostoso! Ver o filme me fez lembrar de uma época que não volta mais, infelizmente.
Muito louco ouvir o relato da atmosféra da época pela Isabela e lembrar dos lapsos disso no final dos anos 90, como millenial, e reconhecer. Quando paramos de viver isso?
Sempre que vou ao cinema, tem algumas pessoas que acabam conversando e comendo durante a sessão. Quando vi o filme, a sala estava cheia e foi um silêncio total, ninguém comia nada. Só ouvi o barulho dos aplausos no final. Acho que foi uma espécie de respeito ao filme e a história do Brasil em si. Eu acho também que essa obra em específico é uma forma de homenagear os brasileiros, colocando elementos e comportamentos que todos ou quase todos brasileiros tem ou já tiveram em algum momento, por exemplo, a questão do cachorrinho adentrando na família logo no começo ou quando eles fazem a festa de despedida da filha com toda aquela alegria familiar de domingo... Foi uma experiência de outro mundo assistir a isso. Esse filme é nosso💙
Lembrando que Ainda Estou Aqui deve ser um dos filmes mais importantes pro cinema nacional nesse período de retomada, talvez o mais importante, mas não é o único. O cinema nacional atual é vasto e muito rico de temas e abordagens (sempre foi). O interesse por essas produções nunca deve terminar nos "escolhidos pro Oscar" 🥰
Fernanda Torres é gingante em Terra Estrangeira, Eu Sei Que Vou Te Amar, O Que É Isso, Companheiro?, Saneamento Básico, Traição, Casa de Areia Jogo de Cena e claro Ainda Estou Aqui.
Quem criticou desenvolvimento de questões e climax ignorou o forte caráter de registro, de memória, de verdade do filme, possivelmente porque viciado em histórias de ficção concebidas pra envolver e espetaculariza do início ao fim: vidas em torno de uma história. Mas aqui é o contrário, né... é uma história em torno de uma vida.
Achei o final estupendo. Como Fernanda Montenegro, sem soltar um som sequer, só com a expressão facial resume a angústia que nunca acabou, mesmo que a vida lhe tenha levado quase todo memória. Não é atoa q é considerada um ícone da dramaturgia brasileira. E a genética se apresenta gloriosa em sua filha, que nem precisamos dizer nada.
fico imensamente feliz da isa gravar videos com o pedro, sigo ele no insta e amo o jeito que ele ve e se comunica com as coisas, uma gentileza sem igual. amo vcs dois, obrigado pelo video.
adendo na questão do esquecimento: eu fiquei simplesmente apaixonada pela sequência do final, mesmo entendendo que, sim, muito podia ser sido encerrado antes, mas a sequência toda mostrando como o estagio dela de alzheimer está avançado DEMAIS, e quando ela, de frente pra TV, reage se lembrando do marido quando ele é mencionado na manchete sobre a Ditadura, mesmo que ela *não lembre de quase mais nada naquele momento*, nossa... emocionante demais. o amor atravessa. e a dor também. muitas pessoas inclusive nem teriam alzheimer caso tivessem lidado com menos situações traumáticas e de estresse.. independentemente desse ser ou não o caso dela, o lado afetivo dela emergindo de ver o marido na TV, nossa... que tocante. lindo!!!!!!
eu tive exatamente a mesma reação do Pedro com o poster. Quando assisti o filme pela segunda vez, me dei conta disso e passei a gostar muito mais do poster.
O que o filme mais me deixou de lição foi a importância da memória, de não esquecer pra ser possível reparar e seguir em frente. Fznd uma analogia, tocar em memórias traumáticas é como encostar numa lixa bem áspera: é desconfortável, vc não pode se aproximar mto pq machuca, mas, ao mesmo, é o único jeito de se começar o processo de elaboração (no sentido da psicologia). Desse jeito, o filme nos lembra que o próprio BR, como paciente de um trauma, não concluiu a análise, não tocou, não concretizou a memória de todo o período da Ditadura, não viramos a página. Nós tivemos inúmeras tentativas de conseguir reparação por todas as atrocidades do períodos, mas nada foi definitivo; a únicas pessoas condenadas (ao sofrimento) são as famílias de mortos e desaparecidos, quem foi torturado e viveu pra lembrar.
Adorei muito o filme. Chorei um pouquinho quando aparecem as imagens reais nos créditos. ❤
4 дня назад
Querida Isabela. Sou seu fã desde a veja( que só comprava por vc). Queria te pedir pra fazer quando puder uma lista dos filmes nacionais que precisam ser descobertos. Em tempos de Fernanda Torres ser descoberta, acho uma boa sugestão. Bjs e sucesso sempre!
Quando a Dilma disse que preferia o barulho da imprensa livre ao silêncio da ditadura, ela se referia a esse silêncio. Aquele silêncio angustiante da Eunice tendo que sentar em uma sorveteria com seus filhos sabendo que seu marido foi assassinado, sem poder gritar, sem poder chorar, sem poder buscar por justiça, apenas sentir toda aquela dor em silêncio e a Fernanda conseguiu expor tudo com apenas com um olhar.
Graças à comissão da verdade que nós brasileiros hoje podemos ter acesso a parte do que aconteceu. Pessoalmente eu acredito que há sim muitos casos que a comissão não conseguiu abarcar, até por que ela foi encerrada, mas enfim, é um projeto para esse país não ter memória.
Assisti... quando ela olhava os maridos ali com os filhos e ela saber que os seus filhos não teriam mais o seu pai para viverem momentos parecidos, foi dilacerante...
E até o nosso silêncio com nó na garganta durante a sessão
Essa cena do sorvete com os filhos me dilacerou
A coisa mais sensata que Dilma disse em decadas.
Eu já acho que a cena final é uma constatação de que, mesmo que o país tenha esquecido de sua história, a Eunice, uma mulher idosa e com Alzheimer avançadíssimo, não é capaz de esquecer. Quem bate não lembra (o Estado brasileiro) quem apanha não esquece (famílias de mortos, desaparecidos, torturados). Essa foi uma maneira muito sutil de pontuar isso.
O Estado brasileiro não, um bando de corruptos assassinos que tomou o poder mediante um golpe.
@@denilsonmonteiro6345Estado brasileiro = governantes - independente de como chegaram ao poder - em contraponto ao povo/povão. Simples de entender.
Nossa, sim!
Não tinha pensando por esse ponto de vista, mas faz muito sentido
Total!
Eu achei muito forte e delicada a cena de quando eles enterram o cachorrinho que foi atropelado. O sepultamento do cachorro passou a sensação de que a filha Eliana e a Eunice estavam enterrando um pouco do Rubens ali também.
Chorei muito nessa hora, perdi a minha amada Luna há menos de 1 mês 😢
A tortura psicológica dos militares: não bastava matar o pai, fisicamente. Fisicamente matando o cão, destroem mais um aporte afetivo.
Demaissss
Também tive essa sensação.
Foi exatamente isso que senti nessa cena. Chorei demais com essa sequência
Entendo que a cena final retrata acima de tudo a inspiração do Marcelo para escrever o livro, quando vê sua mãe, mesmo no estado avançado da doença, ter um respiro de lucidez ao ver a televisão falando de seu marido. Que mesmo após todos os anos, da ausência de boa parte da memória dela, ela "ainda estava ali".
Sim! Amo esse final ♥️
Eunice ainda estava ali e a memória do Marcelo também.
SIM!!!!! Foi minha interpretação
Exatamente! Sem essa cena, o que fica muito claro no livro, perderia o sentido. O título me remete totalmente esse momento de lucidez de Eunice. Como a doença apagou todos esses eventos da mente dela, mas naquele momento ela lembrou, e pior ainda… Fico com a sensação que aquele momento na frente da TV ela se sentiu como se estivesse recebendo a notícia pela primeira vez.
Tudo o que Fernanda Torres faz nesse papel é o controle absoluto do pânico e da angústia, não deixando que a primeira emoção (raiva) domine uma situação de muito risco. Terminei a sessão com um nó na garganta, sem palavras.
Ainda bem que o Walter não encerrou o filme com a casa vazia. Seria muito mais triste e não contaria a história inteira de Eunice, que seguiu lutando, criando os filhos e se posicionando em defesa das bandeiras que ela e o Rubens acreditavam, depois de formada em Direito aos 48 anos. Obrigado, Walter. O filme acaba semeando uma pontinha de alívio e esperança!
Concordo. Que mania de retocar uma obra de arte.
Kkkkkk
Isso mesmo @@algenyrsantos965
Eu assisti sexta feira às 8 da noite num cinema de rua lotado, com gente que ficou de fora porque esgotaram ingressos. Saímos pra rua todos com cara de quem andou chorando. Só por isso já é um fenômeno, nem precisa o Oscar.
UM FENÔMENO CONCORDO. O OSCAR É APENAS UM COADJUVANTE DIANTE DA GRANDEZA DESTA OBRA!
eu assisti na sexta e teve direito à longos minutos de palmas no final.
Aqui em SP todos os cinemas populares de shopping cheios. Dá periferia ao centro. Cinemark inclusive!
exatooo
Vi aqui em Sorocaba, na última sessão de domingo, míseras 10 pessoas. Mas é explicável: aqui é reduto fascista/golpista, região onde se acha até tijolos com suástica em algumas fazendas, a caguetagem comeu solto na ditadura e reelegeram um prefeito bolsonarista com denúncias de envolvimento até com o PCC. Mas é ótimo ver o filme fazendo sucesso na maior parte do país.
Da parte do filme em que levam o Rubens até a Eunice sair do Quartel eu me senti num filme de terror. Principalmente com o sentimento de vulnerabilidade que existia muito naquela época e infelizmente até hoje.
O final com a Fernanda Montenegro foi brilhante. Não posso imaginar um final melhor.
Disseram que a Eunice reagindo a TV ta no livro, inclusive.
sem dúvidas o auge
@@mariapacheco7995está!! Eh lindamente triste
Essa foi a parte que mais me quebrou 😢
Foi quando eu me acabei de chorar
Será difícil para algumas pessoas compreenderem o cenário em que se passa o filme já que elas negam o golpe de 1964 e exaltam torturadores...
Esses dai nem sao gente
Mas sempre vão ter pessoas que pensam assim, como quem nega o holodomor e exaltam ditadores sanguinários como Stalin, esses tem dificuldade em entender filmes que retratam esse período. Sempre tem esse tipo de coisa, as pessoas tem todo tipo de opinião.
Esse povo burro nem vai assistir
Acredito que essas pessoas nem irão ver o filme.
Sim te entendo, que nem quando negaram sobre o terrorista Marighella.
2014 foi importante por causa da Comissão da Verdade. 2014 foi quase tão relevante quanto 1996. Ou seja, fazia parte da saga da Eunice, não foi excesso. Foi em 14 que a justiça ficou pública, diferente da justiça particular e pessoal, em 96.
Ate o momento: mais de 8 milhões de reais em bilheteria e 360mil expectadores até 10/11
Interessante pontuar também que na hora da foto que os filhos não lembram quando é, depois que eles vão embora ela escreve no verso, “despedida da veroca” porque ela fingiu que não sabia tbm, mas na verdade ela sabia. A caixa de fotografias para organizar, que é interrompida qdo os oficiais chegam, a família que foi interrompida logo depois disso… pra mim essas coisas muita ligação também com o final do filme.. memórias.
Queridos: A atuação HOMÉRICA e COLOSSAL de Fernanda Montenegro é inexplicável. A ATUAÇÃO é INACREDITÁVEL, é uma hecatombe de talento, de força, muda completamente a atmosfera do filme em segundos, só uma LENDA faria isso. Fernanda Torres é belíssima, fortíssima, faz a sua maior atuação até hoje.
Como pode, né?! Ela não fala uma palavra, mas a presença dela diz tanto sobre tanta coisa ali… incrível!
Acabei de sair do cinema e senti um constrangimento quando o filme acabou. Sabe quando o filme te envolve tanto que, quando termina, você parece que volta pra realidade sem descompressão? Acho que foi isso... É como se eu estivesse em um transe e de repente me percebesse no meio de outras pessoas. Absolutamente imerso na história e nas atuações. Fantástico!!
Parabéns, você teve uma catarse cinematográfica! Essas são raras, aproveite!
Assisti o filme no sábado. Fernanda realmente carrega o filme magistralmente. Saí com mais raiva ainda de quem bate palma e pede volta da Ditadura. Filme mais que necessário nos momentos atuais.
Vc leu FELIZ ANO VELHO?
Estou nos meus 50 e cresci durante a ditadura.
Li "Feliz Ano Velho" na adolescência mais de uma vez... É muito doloroso, emociona demais.
Imagino esse filme agora...
Nem quero imaginar.
A cena final faz bem mais sentido no livro porque um dos assuntos abordados é a questão do Alzheimer e a perda da memória. Mesmo em um estágio avançado da doença ela ainda reconhece o Rubens e a notícia da Comissão da Verdade do que aconteceu com ele.
Maravilhoso o filme! Mas, o que me deixou realmente embasbacada foi como a Fernanda Montenegro consegue transmitir toda emoção do mundo sem abrir a boca!! É impressionante! 😭
UMA LENDA VIVA,somos previlegiados por essa mulher ser brasileira e atriz por vida. Ela é uma gigante da cultura brasileira e mundial.
Única vez que discordei da Boscov. Ela achou um pouco desnecessária essa última parte, mas pra mim foi a cereja do bolo do filme. A Fernanda Montenegro é bizarra, em simplesmente transmitir trocentas emoções sem nenhuma fala.
Maravilhosa, uma artista completa!!!! Divaaa
ela é fantástica
@@AdrianoJaques1Concordo!!
Quem ainda não foi ao cinema, vá! Dá muito orgulho de ser brasileiro depois de assistir a uma obra de arte tão bem feita. Sem falar na atuação da Fernanda Torres, que está espetacular.. ❤❤❤
O final, onde temos a Fernanda Montenegro reagindo à TV e atuando de um jeito maravilhoso mesmo sem falar nada, é onde nos mostra que, na trajetória de Eunice, mesmo com a doença, ela ainda estava ali ❤️😭
Essa sensação de angústia, de algo preso na garganta, me acompanhou o filme todo. E no fim da sessão, aquele silêncio quase total da sala de cinema, que é quebrado por alguns soluços de choro, até as pessoas começarem a aplaudir o filme. É uma sensação que não pode ser descrita.
Me senti exatamente assim!
Mais do que uma obra cinematográfica, o filme é um tributo e uma denúncia. Ele expõe, de forma crua e direta, a brutalidade da repressão, da tortura e da perseguição durante a ditadura militar, lembrando o público da importância de manter viva a memória desses tempos sombrios. Especialmente em tempos atuais, onde discursos de apologia à ditadura e revisionismo histórico ganham força, filmes como Ainda Estou Aqui têm um papel essencial em preservar e honrar a história e as vítimas dessa violência estatal.
Tendo feito meu TCC sobre o trabalho do fotógrafo Evandro Teixeira, que documentou a repressão e se tornou um ícone da resistência contra a ditadura, reconheço no filme a mesma urgência em preservar memórias e ecoar as vozes silenciadas. Ainda Estou Aqui é, sem dúvida, um dos filmes mais marcantes do ano, um testemunho corrosivo da nossa história, e uma lembrança constante de que vidas caladas devem ser lembradas para que jamais se esqueça o que foi feito.
Excelente análise! Parabéns!
@ Brigado 🥹
É isso 👏🏽🫶🏽🤌🏽
Uau! É por conta de comentários como o seu que sinto orgulho de ler comentários. Parabéns! Por um mundo por mais pessoas com um senso crítico desenvolvido como seu. 👏🏼👏🏼👏🏼👏🏼👏🏼👏🏼
@ Muito obrigado 💛
Tudo o que pedi SIM! Mais de Boscov sobre o melhor filme do ano! Em um país que cultua o esquecimento da sua própria história, precisamos de um resgate do que nos é mais essencial: a memória!
o final eh necessário, pois temos um filme sobre MEMÓRIA.
O final foi perfeito,não achei supérfluo,pelo contrário,os próprios críticos enxergaram importantes sinalizações nele como o papo entre os filhos e a questão da memória.Achei um arremate perfeito.Nota 10 pra esse filme,maravilhoso.
Aliás, a casa é bem parecida com a original, que hoje é um grande prédio no Leblon. Foi filmado no bairro da Urca e o Marcelo disse que até o cheiro lembrava a casa real deles.
Valeu! Tava curiosa
Eu acho que trazer o alzheimer ao final e o olhar da atriz iluminando-se com a menção ao nome do marido na TV trabalha com a ideia de memória/esquecimento e traz ainda mais sentido ao "ainda estou aqui".
Sim, bastante simbólico aquele olhar pra tv quando passa a imagem dele. E o “sorriam” no final deixa a cena mais linda ainda
É uma sensação de ódio, revolta com incapacidade. O filme foi tão perfeito no que se propôs que, até o frio na espinha com o carro parado na porta nos deixa imóvel. Excelente filme, atuações primorosas, das crianças aos protagonistas. Toda boa recepção que está tendo é muito justa.
Verei essa semana, fico MUITO feliz de ver o sucesso de bilheteria do filme, sei que grande parte é apenas pelo Oscar e de gente que nem liga pro cinema nacional, mas gostando ou não da premiação, ela ainda é MUITO relevante pra filmes internacionais. Esse barulho de Ainda Estou Aqui pode influenciar outros filmes brasileiros a terem uma grande divulgação, nosso cinema esta em uma ótima fase e o público merece ver no cinema não apenas as comédias ( nada contra). Espero que boa parte do público procure se interessar pelo cinema nacional, que aborda coisas bem diversas de maneira única.
o problema nem é o Oscar, é que existem filmes nacionais bons e ruins
@PatriciaAlbani Existem como em todo o país, mas muitos sim estão se importando com o filme por causa do Oscar, muitos criadores de conteúdo que nem falam de produções nacionais agora falam de Ainda Estou Aqui pq tem aquele hype pelo prêmio, oque não é errado mas também é triste pq esperam avaliações de gringos pra poderem se interessar, depois ignoram nossas produções completamente.
Fui ver no sábado... chorei MUITO.... meu deus. Que força teve aquela mulher!
Enquanto pesquisadora da ditadura eu achei os dois finais (certidão de óbito e CNV) extremamente importantes. Talvez um certo grau de didatismo da parte do filme, mas nos tempos em que vivemos eu não reclamaria...
Assisti na pré estreia em Salvador e foi uma emocionante experiencia. Não só por ser professora de história , mas tambem pela beleza e força desse trabalho belissimo. Muito orgulho do cinema brasileiro. Maravilhoso!
Eu não diria que estou surpreso porque eu sei o quão boa ela é, mas é realmente emocionante o que ela fez em cena, com um olhar ela consegue transmitir o equivalente a mil palavras, a cena em que ela o vê pela última vez entrando no carro e quando ela vê as famílias nas outras mesas acabou comigo, você vê junto com ela o quanto eles perderam e o quanto foram violentados. É tão realista e humanizado que a simples explicação de como ela faz um suflê me chamou a atenção, tudo muito verossímil. Pra mim se acabasse na cena em que eles estão olhando as fotos já estaria bom, apesar de ter achado a passagem de tempo para a cena final meio desconecta me emocionei com o paralelo sobre a memória, ela perdendo a dela, a memória do Rubens passando na TV, a família criando novas memórias, o que a gente esquece e o que não devemos esquecer.
Que filme, que atriz!
Todos os detalhes desse filme se resumem a essa frase que dá o título do livro e do filme "Ainda Estou Aqui".
Fernanda Montenegro no final do filme sem dizer uma só palavra gerou um impacto de grandiosidade imensurável para fechar com chave de ouro.
Tudo nesse filme é afetivo, porque o cinema do Walter Salles é totalmente afetivo.
Nós desabamos por tudo que a Eunice não pôde externalizar diante dos filhos.
Perfeito, seu comentário.
A cena onde a família está reunida e as crianças tomando sorvete, momentos após Eunice ter tido a confirmação extraoficial da morte de seu marido, é traumática. Ainda estamos aqui, e por mais que tentem nos silenciar, daqui não sairemos!
eu e meu marido saímos do cinema e fomos almoçar. Na hora que a nossa comida chegou a gente tava chorando falando dessa cena.
Gente, nasci em 1965, então vivi em parte essa situação como criança. Esse assunto me machuca muito, porque não consigo imaginar uma coisa dessas, embora tenha feito parte do contexto da minha infância. Preciso assistir a esse filme, mas vou precisar me resolver aqui primeiro. Obrigada, Isabela e Pedro, vocês são sempre incríveis.
Sou fã do trabalho da Fernanda há muitos anos. Surfei na onda de todas as críticas internacionais e assumi que veria um trabalho excelente.
Nem toda trajetória somada de todo marketing desse filme conseguiu se alinhar ao que vi. Excelente! Esse filme é pra nós!
Cinema lotado em Curitiba; parte da plateia aplaudiu. Jovens choravam, mas, nos comentários no banheiro, ficou claro que muitos não compreenderam totalmente o que foi o Ato Institucional nº 5 (AI-5), o significado de ter os militares no comando do país, ou o fato de que cinco generais foram presidentes do Brasil. No filme, foi apenas mencionado que o único filho homem de Eunice, Marcelo Rubens Paiva, aos 20 anos, mergulhou em um local raso, bateu a cabeça e ficou tetraplégico - por isso ele aparece na vida adulta em uma cadeira de rodas. Marcelo tornou-se escritor e comoveu o Brasil com seu best-seller Feliz Ano Velho, além de ser autor de Ainda Estou Aqui.
Na verdade, o filme nem se aprofunda muito na questão do acidente do Marcelo. Ele já aparece em cadeira de rodas na vida adulta, e o acidente é mencionado "en passant", quando ele vai autografar seu livro.
Assisti ontem . Emocionante. Eu vivi a ditadura militar. Foi muito bem retratado . Muita dor mas muita amorosidade de uma família.
O final com a Fernandona foi impecável! Aquele olhar vazio se enchendo de vida ao ver a foto do Rubens na tv na Comissão da Verdade foi emocionante demais!
Eu fui ver o filme segunda-feira e saí muito tocada com tudo. As atuações, a situação em si que é retratada no filme. Achei lindo, me emocionei muito
O meu filme nacional preferido, até então, era Central do Brasil. Confesso que depois de assistir Ainda Estou Aqui essa opinião mudou, e ele assumiu a primeira posição. Tem uma questão familiar ali que o faz uma obra prima.
Vou te dizer... o momento que eu mais me emocionei, foi quando a Fernanda Montenegro aparece. O olhar da Fernandona... Nossa que olhar! Acabou comigo 😢 chorei muito
Acho que dá para compreender o terceiro ato, que inicia com um avanço para 1996 e finaliza em 2014 também mostra a potência de uma narrativa que mostra uma personagem até os momentos finais de sua vida.
Acho que isso demonstra inteligência de roteiro e força interpretativa. Em vários momentos Fernanda Montengro mimetizou a construção feita pela própria filha, e isso é de uma nobreza, gentileza e respeito enormes. Achei lindo ver ela com os mesmos elementos interpretativos construídos previamente, manteve totalmente a essência da personagem e finalizou narrativa um arco mais completo, que concretiza o titulo “Ainda Estou Aqui”
Particularmente eu gosto da última cena. Apesar de não ser o final mais impactante possível, acho que ela não “sobra” ao mostrar que mesmo no mais profundo esquecimento, há algo ainda ali - da ternura que a Eunice pode ter sentido ao ver a imagem do marido na tv ao horror de lembrar de tudo que aconteceu, ou possivelmente de ambos. Assim como hoje no Brasil ainda permanece a ternura de quem ficou por todas as vítimas da ditadura convivendo com o horror de rever o país (e o mundo) caindo numa espiral de ódio de novo. Acho que conecta bem o passado que o filme retrata com o estado atual das coisas no presente.
Me impactou muito a parte em que ela pega o atestado de óbito e fica feliz, eles comemoram. Porque afinal, ter aquela formalização era importante. Infinitamente pior do que enterrar um ente querido é este sumiço, é ficar sem saber o que realmente aconteceu (e acho que só em 2014 que tiveram as respostas). Naquela parte eu comecei a chorar e não parei mais até o final do filme 😢
Estreei minha primeira vez no cinema com esa obra prima! Simplesmente maravilhoso, os atores e a história te puxam para dentro daquele cenário angustiante e de uma forma que eu pessoalmente consideraria mágica.
Assisti na estreia! Filme emocionante, reflexivo e revoltante. Todos estão muito bem, Fernanda Torres é uma força da natureza. Vontade de ir assistir outra vez!
Que inovador e revolucionário, a Isabela fez outro vídeo para reafirmar tudo o que já havia dito na crítica. Achei até divertido.
Essa foi a única crítica que vi e achei que estava à altura do filme: sensível e forte ao mesmo tempo. Profunda e detalhista. Parabéns
O Brasil pode ajudar muito o filme até em campanha kkkk pq quando o brasileiro ta no meio ... Com o sucesso do filme, é bom o público ir divulgando o nome da Fernanda Torres pros gringos pq ela merece entrar na temporada de premiações. Imagine torcer pelo reconhecimento do Brasil em tempos de internet. Ainda acho um pouco difícil a Torres ser indicada ao Oscar por causa da concorrência mas vamos ter fé.
Que filme.magnifico! Voltei à infância na primeira parte do filme . Na minha casa sempre teve festa com música na vitrola numa época de medo e incerteza. Trilha sonora excelente também. Sai do cinema com um nó na garganta, mas com um orgulho enorme de nosso cinema
Tenho ingressos para assistir ao filme na próxima sexta-feira, em São Paulo, com grande expectativa, ainda maior depois de assistir a este vídeo da querida Boscov. Gostaria de lembrar aqui de outro filme que trata do mesmo tema, de 2006, “O ano em que meus pais saíram de férias” do Cao Hamburger, que retrata a ditadura por meio da ótica de um menino, deixado com vizinhos pelos pais que tentam se esconder da perseguição política. Uma obra prima!
Eu não conhecia a história de Eunice, eu chorei muito no cinema. Filme incrível!
O tema ditadura foi trazido com maestria mas não menos assustador para quem acha que foi uma maravilha (não foi) já que muita gente não tinha a menor ideia do que era a ditadura. Fernanda Torres e Selton Mello e Dan Stulbach e outro destaque. Parabéns ao filmaço.
O filme é monumental! Um assombro do início ao fim! Concordo que a casa acabou sendo a protagonista da estória, na qual se refletem a angustia, a tristeza, a perda vividas pela Eunice (Fernanda Torres). Assisti na Mostra de SP, sala lotada, o público soluçava em vários momentos… e no final, aplausos efusivos e merecidos para mais uma obra prima do Walter!❤❤❤❤ um filme sobre memória, que acaba de estrear, e já é um dos mais memoráveis do cinema brasileiro🙌🏻🙌🏻🙌🏻
É tudo impactante! Incrível! Mas, a sequência de Fernandinha para Fernandona: FENOMENAL!❤❤
É muito louco ver como a casa sai de um lugar seguro e alegre (não sabia que os anos 70 eram assim, deu até vontade de morar nessa época) para uma prisão.
Faz um especial para o lançamento de "Gladiador II".
Adoro esses dois juntos. Se complementam de forma respeitosa e agregam um valor absurdo às críticas. Vida longa a essa colab! ❤
o filme é lindo, sensível, forte, eu sai destruído do cinema!
O final do filme a parte que mais me emocionou.
Assisti numa sessão lotada aqui em Brasília, no sábado.
O filme é maravilhoso. A primeira parte, a família ocupa seu espaço, é uma família alegre, feliz, talvez um pouco moderna para a época, financeiramente bem estruturada. Mas quando o pai é levado, tudo vai deteriorando, a família se apaga, a casa se apaga e fica um vazio.... Por mais que os anos vão passando, a família sempre sentiu falta de Rubens e a mãe fez de tudo para ser forte, o alicerce daquela família. Eu apaixonei por essa Eunice e gostaria de ter visto mais de sua história, como a chegada a SP, a sua fase na faculdade e como conseguiu dividir seu tempo ainda com os filhos, além do trabalho com os índios Tapajós. Mesmo após anos Rubens não é esquecido, em 97 finalmente a certidão de óbito e em 2014, quando o Governo reconhece os assassinatos de diversas pessoas na época da ditaduta. Por isso aquele final está lá, em frente a tv, assim como no passado, quando a família assistia os noticiários, os fatos historicos de um Brasil que não pode ser esquecido.
Mesmo eu só tendo 28 anos, eu me sinto muito feliz de dizer que consegui pegar um pouco dessa época onde todo mundo ia na casa de todo mundo, passávamos tardes juntos, e era muito gostoso! Ver o filme me fez lembrar de uma época que não volta mais, infelizmente.
Vai ter uma resenha para o fechamento de "Pinguim"? Achei uma obra-prima do gênero o último episódio.
Já tem a crítica
Precisamos da sua crítica de "Arcane". 💅🏻🎉
Esse rapaz é tão novo e tem tanta maturidade para a idade! ☺️👏👏👏
Estou com os dedinhos cruzados esperando a resenha de "Arcane".
Muito louco ouvir o relato da atmosféra da época pela Isabela e lembrar dos lapsos disso no final dos anos 90, como millenial, e reconhecer. Quando paramos de viver isso?
Maravilhosos! Amei esse bate bola com duas gerações diferentes, mas que entendem a importância do filme!
Pedro Cardote sempre me surpreende com seus comentários. Aprendo muito. Mais apaixonada ainda pelo filme. ❤
Foi uma emoção tão emocionante que eu fiquei emocionado. Obra prima
Fiquei surpreso hoje. Em plena terça-feira o cinema lotado. Filme perfeito
Sempre que vou ao cinema, tem algumas pessoas que acabam conversando e comendo durante a sessão. Quando vi o filme, a sala estava cheia e foi um silêncio total, ninguém comia nada. Só ouvi o barulho dos aplausos no final. Acho que foi uma espécie de respeito ao filme e a história do Brasil em si.
Eu acho também que essa obra em específico é uma forma de homenagear os brasileiros, colocando elementos e comportamentos que todos ou quase todos brasileiros tem ou já tiveram em algum momento, por exemplo, a questão do cachorrinho adentrando na família logo no começo ou quando eles fazem a festa de despedida da filha com toda aquela alegria familiar de domingo... Foi uma experiência de outro mundo assistir a isso.
Esse filme é nosso💙
Legal ter duas visões de gerações diferentes. Muito obrigada.
Lembrando que Ainda Estou Aqui deve ser um dos filmes mais importantes pro cinema nacional nesse período de retomada, talvez o mais importante, mas não é o único. O cinema nacional atual é vasto e muito rico de temas e abordagens (sempre foi). O interesse por essas produções nunca deve terminar nos "escolhidos pro Oscar" 🥰
Que louco,só de ouvir vocês contando,já me deu vontade de chorar😢
Fernanda Torres é gingante em Terra Estrangeira, Eu Sei Que Vou Te Amar, O Que É Isso, Companheiro?, Saneamento Básico, Traição, Casa de Areia Jogo de Cena e claro Ainda Estou Aqui.
Quem criticou desenvolvimento de questões e climax ignorou o forte caráter de registro, de memória, de verdade do filme, possivelmente porque viciado em histórias de ficção concebidas pra envolver e espetaculariza do início ao fim: vidas em torno de uma história. Mas aqui é o contrário, né... é uma história em torno de uma vida.
Boscov e o rapaz, excelentes comentários sobre a obra.
Esse filme é uma preciosidade, chorei do início ao fim ♥️
Faz tempo que assisti "Terra Estrangeira", mas agora lembrando acho que é um filme que ficou mais atual hoje do que era na época.
Achei o final estupendo. Como Fernanda Montenegro, sem soltar um som sequer, só com a expressão facial resume a angústia que nunca acabou, mesmo que a vida lhe tenha levado quase todo memória. Não é atoa q é considerada um ícone da dramaturgia brasileira. E a genética se apresenta gloriosa em sua filha, que nem precisamos dizer nada.
Estava esperando por essa conversa. Dupla linda!❤
Por favor, Isabela, faz a crítica de "A amiga genial"
fico imensamente feliz da isa gravar videos com o pedro, sigo ele no insta e amo o jeito que ele ve e se comunica com as coisas, uma gentileza sem igual. amo vcs dois, obrigado pelo video.
A oportunidade perdida de nomear o vídeo de "ainda estamos aqui falando deste filme"
O filme é uma coisa! Estou me segurando pra não assistir novamente. Magnífico!
adendo na questão do esquecimento: eu fiquei simplesmente apaixonada pela sequência do final, mesmo entendendo que, sim, muito podia ser sido encerrado antes, mas a sequência toda mostrando como o estagio dela de alzheimer está avançado DEMAIS, e quando ela, de frente pra TV, reage se lembrando do marido quando ele é mencionado na manchete sobre a Ditadura, mesmo que ela *não lembre de quase mais nada naquele momento*, nossa... emocionante demais. o amor atravessa. e a dor também. muitas pessoas inclusive nem teriam alzheimer caso tivessem lidado com menos situações traumáticas e de estresse.. independentemente desse ser ou não o caso dela, o lado afetivo dela emergindo de ver o marido na TV, nossa... que tocante. lindo!!!!!!
É triste chegar em uma situacao tao ruim que muitos acham que voltar pra epoca do filme é a solucao, sem direitos, sem nada.
Trabalho de muitos anos
Nao veio do nada
Excelente a narrativa de vocês Deu vontade de sair agora para o cinema 😍. Obrigada
eu tive exatamente a mesma reação do Pedro com o poster. Quando assisti o filme pela segunda vez, me dei conta disso e passei a gostar muito mais do poster.
Lindona, quando der comente a nova temporada de "Arcane". Socorro! Estou tendo crise de ansiedade.
Up
que odio seu nick passando mal aqui heusheuahsehaus
O que o filme mais me deixou de lição foi a importância da memória, de não esquecer pra ser possível reparar e seguir em frente. Fznd uma analogia, tocar em memórias traumáticas é como encostar numa lixa bem áspera: é desconfortável, vc não pode se aproximar mto pq machuca, mas, ao mesmo, é o único jeito de se começar o processo de elaboração (no sentido da psicologia).
Desse jeito, o filme nos lembra que o próprio BR, como paciente de um trauma, não concluiu a análise, não tocou, não concretizou a memória de todo o período da Ditadura, não viramos a página. Nós tivemos inúmeras tentativas de conseguir reparação por todas as atrocidades do períodos, mas nada foi definitivo; a únicas pessoas condenadas (ao sofrimento) são as famílias de mortos e desaparecidos, quem foi torturado e viveu pra lembrar.
Haaaa amoooo queria mesmo mais vídeos sobre o filme ❤.
A ótima Isabela e o jovem Pedro fizeram um esforço danado para desconsiderar o final.
Adorei muito o filme. Chorei um pouquinho quando aparecem as imagens reais nos créditos. ❤
Querida Isabela. Sou seu fã desde a veja( que só comprava por vc). Queria te pedir pra fazer quando puder uma lista dos filmes nacionais que precisam ser descobertos. Em tempos de Fernanda Torres ser descoberta, acho uma boa sugestão. Bjs e sucesso sempre!
Vejam Casa de Areia, Torres e Montenegro incríveis juntas.