Bem legal essa série do Kafka, estou com este mesmo livro em mãos: "O artista da fome" Esse conto é bem interessante, eu não vi exatamente como algo animalesco a proporções de rato, mas sim humanos mesmo, humanos e seus desejos profundos de serem admirados, mesmo quando são ordinários, porém cada ser humano procura seu reconhecimento de distintas maneiras, enquanto Josefine era uma pessoa regular, porém o povo acostumou-se a dar palco para a mesma, porém ela sempre tem a reprovação dos demais quanto a ser "especial", talvez ela tenha alguns seguidores, porém, quando trata-se questões essenciais Josefine não passa de um qualquer, que não merece ter privilégios, pois como todos ela ainda é uma trabalhadora comum, o seu canto não resolve problema algum, porém a mesma diz que sim, que ela é provedora de toda a paz do povo.....mas o povo sabe que não, ninguém se entrega incondicionalmente a essa mulher, talvez existisse no povo uma necessidade de conceder a Josefine a sua atenção agora, com a esperança de que em algum dia, ela se cansaria disso, e então, o povo ficasse livre dela? Ela não é essencial, ela é um poço de auto-confiança, porém, encanta sem encantar? Algo impede a mesma de ser amada e idolatrada, o povo dá com uma mão, e retira com a outra, exatamente como Josefine retribui os mesmos, distanciando-se, pois em um surto de realidade, percebe que não passou de uma distração para o povo, e a sua vida, foi-se apagando, assim como um assobio que provoca eco, e viaja pelo ar, porém, apaga-se em algum momento, sem significado, sem nada de especial. Por alguma razão, enquanto eu lia esse conto, me veio a cabeça a música "Geni e o Zepelim" do Chique Buarque. Parabéns pela série, já assisti a do "Uma pequena mulher", e pretendo assistir os demais também! Abraços!
Ótima análise. Realmente é fantástica a parte em que ele afirma que o silêncio "que envolve a débil vozinha" de Josefina é o que mais agrada ao povo. Dá a impressão de que esse povo é tão movido pelo pavor que o canto dela por ser "até possível que as suas forças nem sequer cheguem para um chiado comum" seja um vetor do silêncio, pois estão constantemente em perigo. Mais à frente o narrador afirma que o povo até "paga" pelo preço de que vez o outra a voz dela acaba atraindo o perigo no qual muitos perdiam a vida (deduzimos que a vida de cada indivíduo é extremamente frágil). Se tivermos como premissa que a arte de seu canto está justamente a debilidade de percebê-lo, sendo até mesmo necessário vê-la para perceber a execução, podemos afirmar que a arte para esse povo que, aliás, além de amusical, também desdenha a História é apenas mais um meio de sobrevivência, pois serve de comunhão para que fiquem o máximo possível em silêncio. Esse conto pode servir como uma alegoria do que nos acontece hoje em dia. Basta vermos que a maioria das celebridades que mais fazem o gosto do povo que são as que mais representam nossa mediocridade A vida é curta demais e temos demasiadas ocupações e preocupações para nos darmos ao privilégio de alcançarmos uma arte mais complexa do que aquela que serve para apenas tornar o cotidiano mais suportável.
Gostei desse seu último ponto... A música hoje é apenas mais uma parte da rotina das pessoas. Poucas pessoas ouvem música apenas por ouvi-la. No geral, música é só pano de fundo; e os 'artistas' são, na verdade, apenas escravos do grande público...
amei a analise! lendo, não consegui não associar à cultura do fanatismo de cantores pop, principalmente com a taylor swift e os acontecimentos do fim no ano passado. muito maluco como o kafka consegue escrever e analisar acontecimentos do presente.
gostei muito!
😘😘😘
Mr Silva que lindo adorei o vídeo!
Bem legal essa série do Kafka, estou com este mesmo livro em mãos: "O artista da fome"
Esse conto é bem interessante, eu não vi exatamente como algo animalesco a proporções de rato, mas sim humanos mesmo, humanos e seus desejos profundos de serem admirados, mesmo quando são ordinários, porém cada ser humano procura seu reconhecimento de distintas maneiras, enquanto Josefine era uma pessoa regular, porém o povo acostumou-se a dar palco para a mesma, porém ela sempre tem a reprovação dos demais quanto a ser "especial", talvez ela tenha alguns seguidores, porém, quando trata-se questões essenciais Josefine não passa de um qualquer, que não merece ter privilégios, pois como todos ela ainda é uma trabalhadora comum, o seu canto não resolve problema algum, porém a mesma diz que sim, que ela é provedora de toda a paz do povo.....mas o povo sabe que não, ninguém se entrega incondicionalmente a essa mulher, talvez existisse no povo uma necessidade de conceder a Josefine a sua atenção agora, com a esperança de que em algum dia, ela se cansaria disso, e então, o povo ficasse livre dela? Ela não é essencial, ela é um poço de auto-confiança, porém, encanta sem encantar? Algo impede a mesma de ser amada e idolatrada, o povo dá com uma mão, e retira com a outra, exatamente como Josefine retribui os mesmos, distanciando-se, pois em um surto de realidade, percebe que não
passou de uma distração para o povo, e a sua vida, foi-se apagando, assim como um assobio que provoca eco, e viaja pelo ar, porém, apaga-se em algum momento, sem significado, sem nada de especial.
Por alguma razão, enquanto eu lia esse conto, me veio a cabeça a música "Geni e o Zepelim" do Chique Buarque.
Parabéns pela série, já assisti a do "Uma pequena mulher", e pretendo assistir os demais também! Abraços!
That's pretty cool, dude. Legal ver que tivemos uma percepção diferente. Thank you 🤘
Ótima análise. Realmente é fantástica a parte em que ele afirma que o silêncio "que envolve a débil vozinha" de Josefina é o que mais agrada ao povo. Dá a impressão de que esse povo é tão movido pelo pavor que o canto dela por ser "até possível que as suas forças nem sequer cheguem para um chiado comum" seja um vetor do silêncio, pois estão constantemente em perigo. Mais à frente o narrador afirma que o povo até "paga" pelo preço de que vez o outra a voz dela acaba atraindo o perigo no qual muitos perdiam a vida (deduzimos que a vida de cada indivíduo é extremamente frágil). Se tivermos como premissa que a arte de seu canto está justamente a debilidade de percebê-lo, sendo até mesmo necessário vê-la para perceber a execução, podemos afirmar que a arte para esse povo que, aliás, além de amusical, também desdenha a História é apenas mais um meio de sobrevivência, pois serve de comunhão para que fiquem o máximo possível em silêncio.
Esse conto pode servir como uma alegoria do que nos acontece hoje em dia. Basta vermos que a maioria das celebridades que mais fazem o gosto do povo que são as que mais representam nossa mediocridade A vida é curta demais e temos demasiadas ocupações e preocupações para nos darmos ao privilégio de alcançarmos uma arte mais complexa do que aquela que serve para apenas tornar o cotidiano mais suportável.
Gostei desse seu último ponto... A música hoje é apenas mais uma parte da rotina das pessoas. Poucas pessoas ouvem música apenas por ouvi-la. No geral, música é só pano de fundo; e os 'artistas' são, na verdade, apenas escravos do grande público...
Excelente sua análise Ricardo. Bravo!
Faz um video sobre na colônia penal por favor. Aliás, excelentes os seus vídeos!
Uau, amei a análise S2
amei a analise! lendo, não consegui não associar à cultura do fanatismo de cantores pop, principalmente com a taylor swift e os acontecimentos do fim no ano passado. muito maluco como o kafka consegue escrever e analisar acontecimentos do presente.
Boa sacada! Keep on rockin’ 🤘🏿