JANTAR NA CASA DE MARINA COLASANTI | Clarice Lispector

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  • Опубликовано: 12 сен 2024
  • “Todo mundo tinha reverência ou medo de lidar com ela, Clarice era estranha. Pois ela me foi entregue, era eu quem cuidava dos textos, dos telefonemas, quando ela tinha que adiantar uma crônica. Não havia computador nem impressora, era o tempo do carbono. Ela não tinha cópia dos textos. Dizia, com aquele erre arredondado dela: ‘O carbono foge’”, relembra Marina.
    Clarice teve sequelas do incêndio que destruiu seu quarto, em 1966, provocado pelo cigarro que ela deixou aceso ao dormir. A mão direita, o membro mais afetado pelo fogo, perdeu parte dos movimentos, mesmo depois do enxerto que a autora fez. Daí a dificuldade para pôr o carbono na máquina de escrever para fazer cópia dos textos.
    Clarice escrevia de maneira inusitada, afirma Marina Colasanti. “Ela se deu conta muito cedo das frases que vinham na cabeça. Anotava tudo e quando tinha um monte de frases, começava um trabalho de costura, de emendar uma frase, dar sentido ao que escrevia. Datilografava várias vezes o mesmo livro, ia aprimorando, compreendendo o que queria dizer através desse processo.”
    “Clarice busca o âmago das coisas. Não estava interessada em contar histórias, fez uma literatura praticamente sem histórias. A literatura de Clarice não se alcança através da razão. Affonso dizia que reconhecia uma leitora de Clarice ao longe, porque, segundo ele, os fanáticos de Clarice andam a três centímetros acima do chão”, finaliza Marina Colasanti.
    #claricelispector #marinacolasanti #nelidapinon

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