Walter Benjamin • Narrar para ser curado
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- Опубликовано: 12 сен 2024
- Neste vídeo falo sobre um parágrafo de Walter Benjamim que está no conjunto de pequenos textos conhecido como "Imagens de pensamento", a partir do seguinte roteiro:
1. Quem é Walter Benjamin?
Filósofo alemão que viveu entre 1892 e 1940
Difícil de ser definido (filósofo, ensaísta, crítico)
Autor de imensa obra (religião, política, estética)
Judeu alemão
Morreu fugindo do nazismo
2. Byung-Chul Han, Sociedade paliativa: a dor hoje
“Vivemos, hoje, em um tempo pós-narrativo. Não a narrativa, mas sim a contagem determina a nossa vida. A narrativa é a capacidade do espírito de superar a contingência do corpo. Por isso, não é absurda a ideia de Benjamin de que a narrativa poderia curar toda doença. Também xamãs expulsam doenças e dores com evocações mágicas que têm um caráter narrativo. O corpo ganha poder onde o espírito se retira.” (p. 48).
3. Imagens de pensamento
Conjunto de aforismos
Escritos e publicados na década entre 1925 e 1934
Vamos analisar uma parte do conjunto denominado de “Sombras curtas (II)”
4. Narrar para ser curado
a) Conto e cura: “A criança está doente. A mãe coloca na cama e senta-a seu lado. E depois começa a contar-lhe histórias. Como entender isso? Pressenti-o quando N. me falou do estranho poder de cura associado às mãos da sua mulher. Mas sobre essas mãos disse: ‘os seus movimentos eram extremamente expressivos. Mas seria impossível descrever essa expressão... Era como se contassem uma história’.”
b) Magia e cura: “A cura pelo conto já a conhecemos das Fórmulas Mágicas de Merseburg [narrativas medievais com fórmulas mágicas]. Não se limitam a repetir a fórmula de Odin, mas não os fatos que levaram este a utilizá-las pela primeira vez. Sabemos também como o relato que o doente faz ao médico no começo de um tratamento pode se tornar o início de um processo de cura. Daí a pergunta: não constituirá a narração o clima adequado e a condição mais favorável de tanta cura? E ainda: não seria toda doença curável se se deixasse arrastar o mais longe possível - até a foz - pela corrente da narração?”
c) Dor e cura: “Se imaginarmos que a dor é um dique que resiste à corrente da narrativa, constataremos claramente que ele será derrubado se a inclinação for suficientemente forte para arrastar para o mar do esquecimento feliz tudo o que encontrar pelo caminho. A mão que acaricia traça o leito desse rio.” (p.124).
5. Walter Benjamim e a psicanálise
Parece que Benjamim estava falando de sociedades em que narrar era uma prática que fazia parte do cotidiano
Com a perda da aura da narratividade no cotidiano, as pessoas teriam passado a adoecer mais emocionalmente e passaram precisar de novos espaços de narratividade
Não seria nesse contexto é que poderíamos ver a emergência da psicanálise, com sua técnica de cura pela fala?