O espanhol é maravilhoso tb! Me reportei a Neruda , que é tão maravilhoso escutar a leitura de seus poemas ...... muita musicalidade , envolvente .....
Sou fã de obras da literatura japonesa. Fiquei impactado com a escrita peculiar de alguns autores japoneses, e principalmente, pelo estilo da narrativa, com a descrição poética da natureza se integrando à trama, o tom melancólico e denso e a maneira como surge o desfecho, um tom repentino e despretensioso, mesmo que seja uma tragédia no ato final. rs Os meus preferidos sao “Guerra de gueixas” de Nagai Kafu, e “O País das Neves” de Yasunari Kawabata. Adoraria ver alguns clássico da Literatura Japonesa sendo lançado pelo Clube. Parabéns professor Rodrigo, ótima aula. Tenho alguns clássicos franceses do clube. Adorei “A Pequena Fadette”. ☺️
Em primeiro, parabéns ao Rodrigo pela aula. Muito interessante, clara e ao mesmo tempo leve. Faz uns 10 anos que escrevi um haicai guilhermino (perdão aos puristas) em que tentei jogar com a aliteração no segundo verso, como um meio de sugerir ao leitor a aragem contínua que ela descreve. As rimas em -ono, com a vogal fechada, também pretendiam evocar o sentimento de ocaso. Eis o texto: Ocaso de outono: Corrente de vento algente E um grande abandono.
Belíssimo poema! Adoro os haikais guilherminos, por mais que algumas pessoas o critiquem. A rima interna é muito boa! Se me permite, eu substituiria a palavra "grande" por "tanto", para colocar mais "t"s na equação: Ocaso de outono: Corrente de vento angente E tanto abandono Até mesmo podemos considerar, para ficar mais "Xistoso" (ou seja, à moda de Pedro Xisto), uma disposição mais paratática, por meio da substituição do síndeto por E pelo verbo É. Em japonês, o verso final costuma ser pontuado pelo "kireji" -kana, que indica deslumbramento (às vezes equivale ao nosso "ai", "oh" ou "ah". Mas me parece soar bem usar a palavra "é" como híbrido de interjeição e verbo nesse caso. O que acha? Ocaso de outono; Corrente de vento angente: É tanto abandono.
Ótimas sugestões, amigo. Gostei especialmente da ideia de transformar o verso final numa exclamação e acho que o verbo "é", além de manter a linguagem num nível pouco artificioso, faz perfeitamente as vezes dum "híbrido" de interjeição no caso por ser monossílabo. Quanto aos exemplos que você pediu, nunca me esqueço dum verso de Raimundo Corrêa, creio que na Balada do enterrado vivo, em que o poeta, ao descrever a terra caindo sobre o caixão nos diz que ela "retumba na tampa da tumba". Outro exemplo clássico é o do soneto Vila Rica, de Bilac: "o ângelus plange ao longe em doloroso dobre". A primeira assonância em nasais lembra os sinos graves repicando, mas a assonância grave em "o" que vem em seguida, ao qualificar o dobrar de doloroso, lança uma coloração mais escura sobre a paisagem: um chiaroscuro que realmente representa, por sons, o ocaso sobre Ouro Preto.
O espanhol é maravilhoso tb! Me reportei a Neruda , que é tão maravilhoso escutar a leitura de seus poemas ...... muita musicalidade , envolvente .....
Que aula incrível, adorei conhecer mais dessa literatura tão fantástica ❤
Sou fã de obras da literatura japonesa. Fiquei impactado com a escrita peculiar de alguns autores japoneses, e principalmente, pelo estilo da narrativa, com a descrição poética da natureza se integrando à trama, o tom melancólico e denso e a maneira como surge o desfecho, um tom repentino e despretensioso, mesmo que seja uma tragédia no ato final. rs
Os meus preferidos sao “Guerra de gueixas” de Nagai Kafu, e “O País das Neves” de Yasunari Kawabata.
Adoraria ver alguns clássico da Literatura Japonesa sendo lançado pelo Clube.
Parabéns professor Rodrigo, ótima aula. Tenho alguns clássicos franceses do clube. Adorei “A Pequena Fadette”. ☺️
Box lindíssimo! Ansiosa pela hora de recebê-lo!
Em primeiro, parabéns ao Rodrigo pela aula. Muito interessante, clara e ao mesmo tempo leve.
Faz uns 10 anos que escrevi um haicai guilhermino (perdão aos puristas) em que tentei jogar com a aliteração no segundo verso, como um meio de sugerir ao leitor a aragem contínua que ela descreve. As rimas em -ono, com a vogal fechada, também pretendiam evocar o sentimento de ocaso. Eis o texto:
Ocaso de outono:
Corrente de vento algente
E um grande abandono.
Belíssimo poema! Adoro os haikais guilherminos, por mais que algumas pessoas o critiquem. A rima interna é muito boa! Se me permite, eu substituiria a palavra "grande" por "tanto", para colocar mais "t"s na equação:
Ocaso de outono:
Corrente de vento angente
E tanto abandono
Até mesmo podemos considerar, para ficar mais "Xistoso" (ou seja, à moda de Pedro Xisto), uma disposição mais paratática, por meio da substituição do síndeto por E pelo verbo É. Em japonês, o verso final costuma ser pontuado pelo "kireji" -kana, que indica deslumbramento (às vezes equivale ao nosso "ai", "oh" ou "ah". Mas me parece soar bem usar a palavra "é" como híbrido de interjeição e verbo nesse caso. O que acha?
Ocaso de outono;
Corrente de vento angente:
É tanto abandono.
Ótimas sugestões, amigo. Gostei especialmente da ideia de transformar o verso final numa exclamação e acho que o verbo "é", além de manter a linguagem num nível pouco artificioso, faz perfeitamente as vezes dum "híbrido" de interjeição no caso por ser monossílabo.
Quanto aos exemplos que você pediu, nunca me esqueço dum verso de Raimundo Corrêa, creio que na Balada do enterrado vivo, em que o poeta, ao descrever a terra caindo sobre o caixão nos diz que ela "retumba na tampa da tumba".
Outro exemplo clássico é o do soneto Vila Rica, de Bilac: "o ângelus plange ao longe em doloroso dobre". A primeira assonância em nasais lembra os sinos graves repicando, mas a assonância grave em "o" que vem em seguida, ao qualificar o dobrar de doloroso, lança uma coloração mais escura sobre a paisagem: um chiaroscuro que realmente representa, por sons, o ocaso sobre Ouro Preto.
Aliás, a primeira aliteração no verso de Bilac não é grave, me expressei mal, mas evoca a repetição do badalo do sino.
Muito bom! Obrigada!