TABACARIA
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- Опубликовано: 18 ноя 2024
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"TABACARIA" poema de Álvaro de Campos - Heterônimo de Fernando Pessoa.
Tabacaria é um poema alto, nobre e lúcido, um dos grandes poemas da História da Literatura a querer e ousar ver o «real de um homem por dentro».
Parabéns Silvio, você declama Fernando Pessoa como ninguém. Tocante, maravilhoso. 👏 👏 👏 👏 👏
Vou assistir mil vezes, esse ator declamou com a essência esse poema
Fernando Pessoa, o maior poeta de todos os tempos. Parabéns pela memória.
É o poema que eu mais gosto dele! Ficou LINDISSIMO Silvio Matos!!
Obrigada e parabéns pela declamação. 🙌🙌👏👏👏👏👏👏
Belíssima interpretação de um poema magnífico
Meus ídolos:Fernando na poesia e o Senhor na declamação.
Uma tremenda admiração por poemas dessa natureza.
Este poema é um “atestado de gênio” que Fernando Pessoa deu a si mesmo. Parabéns pela interpretação. É um texto bem difícil de se interpretar.
Talvez seja difícil para você.
@@jaassil Talvez seja impossível para você.
@@carloscampos5425 e ao mesmo tempo possível para todos nós. O impossível e o real, como disse Pessoa, são igualmente inúteis. Nós resta viver, amigos. E que a gentileza alegre nossos dias.
Em psicologia isso é só delírio...
" estúpido como" ...
Obrigado por compartilhar! "A literatura é uma expressão de uma impressão". (Benedetto Croce).
A melhor interpretação que encontrei. Esse poema é um grito! Grande Pessoa. Gratidão, Sílvio!
Este poema é genial. Fernando Pessoa foi genial. Parabéns!
Silvio, grato por tanto talento expresso e interpretação magnífica !
Receba o meu abraço fraterno !!
O poema que me fascina desde quando eu pequeno, o li dentre os livros preparatórios para o antigo Madureza que pai e mãe iriam prestar. Sempre me fascinará com sua simplicidade e sua profundidade, seu diálogo sobre a pequenez humana na grandeza do comunicar que somente nós, esta espécie homínida sobrevivente, somos capazes de realizar.
Somente nós, essa espécie de hominídeos sobreviventes...!10
Corretos...@@mariorossini2385
O poema joga na nossa cara a crudeza da realidade com a suavidade da fumaça do cigarro ou o aceno do vizinho, a metafísica da indisposição
Esse é um dos grandes "poeteiros" que temos no Brasil. Um grande ser se faz com pequenas atitudes.
Fernando Pessoa e' português, não brasileiro.
Eu sempre volto aqui pra ouvir novamente.
Excelente.
Desconfio de quem não gosta de poesia.
Uma das melhores declamações deste poema extraordinário que já vi.
Sílvio,
É gratificante pra mim admirar um ator como vc. Dissocia o meu ser político do meu ser humano, que contempla e respeita a arte e o bom artista independentemente de suas posições filosófico-políticas.
Imagino que, como pessoa, seja igual a muitos amigos que discordam de mim, mas enxergam o ser humano que me habita. Enfim, como pessoa, creio que reproduza a beleza de sua arte na vivência.
De pessoa para pessoa, parabéns por me fazer sentir Pessoa.
O vídeo que me acalenta! Obrigada… 🤍
Melhor declamação de Tabacaria
Genial 😮
Que declamação perfeita!
Como cenas vividas ..
Parabens pela interpretação! Perfeita, Lucida e verdadeiramente nobre!
Perfeito!❤
Isso é quase a perfeição. Que interpretação sublime!
Genial! Interpretação impecável Sr. Matos. Gigante ator, parabéns. E parabéns também pela escolha do texto, nos dias em que vivemos, Fernando Pessoa é no mínimo um antidoto.
Por mais canais que ADICIONEM conteudo e sabedoria como o teu! obrigado pelo canal Silvio!!!
Super seu fã 👏👏👏👏👏👏👏👏👏👏
Silvio Matos, não sabia desse seu lado. Vejo suas participações nos vídeos do Parafernália, e você é simplesmente o melhor ator. Muito bom cara, você é demais!
É Álvaro de Campos. Esse poema está em Ficções do Interlúdio. Foi um dos poemas de minha adolescência. Obrigado por declama - lo.
Emocionante
Lindo, lindo, lindo. Parabéns meu senhor. Quando vejo seus videos parecem ser de um amigo antigo. Daqueles que nos acompanham a vida inteira. Continue que estarei sempre próximo. Obrigado pela poesia. Obrigado pela lembrança que ela me trouce.
Grande Pessoa, ótima homenagem. Parabéns mestre.
MANO, eu sou da época q esse homem participava de um 'desenho' no Gloob chamado 'Buu' ele era meu 'persongaem' favorito sdds disso
A melhor interpretação que vi
Obrigado!!!
Já era fan do senhor faz tempo, agora ainda mais. Comovente.
Sua interpretação é apaixonante! Parabéns, ficou incrível!
(...) " Conheceram-me logo por quem não era e não desmenti, e perdi-me.
Quando quis tirar a máscara,
Estava pegada à cara.
Quando a tirei e me vi ao espelho,
Já tinha envelhecido." (...)
A verdade sempre nos choca , mas é preferida.....ela nos ajuda a viver no nosso presente, os nossos sonhos.Parabens à ambos , Sílvio e ao ator obgda
Muito bom! A melhor interpretação que que já ouvi
confere a do abujanra
@@SuperMahoe nesse o Velho Abu é imbatível
Ter dado evidência ao senhor no mundo digital foi o único acerto do "Felipe Nelson"!!! Ouvir suas declamações e interpretações é uma dádiva!!! Obrigado pelo seu talento, obrigado pela sua vida!!!👏👏👏
A mais linda do mundo!
vamos resgatar a cultura deste país, Deus te muita saúde
Parabéns.
Bravo!!!
Guru, você é o cara! Vou fazer de tudo pra espalhar sua sabedoria pela net!
+Igor Torre Obrigado Igor... Vlw Abc.
Faça mais vídeos assim pois precisamos de poesia.
conhece o seu canal recentemente, e fico admirado pelo belíssimo conteúdo do seu canal, Parabéns Silvio!
Reconheci o meu Fernando Pessoa... mas conheco até a mãe do Machado de Assis ou Rui Barbosa...e tantos outros.. pena à 40 anos que o Brasil já não escreve... como escrevia....
Gente me apoiem para que o grande Sílvio grave meu poema:
Minha hipocrisia
Sinto-me sozinho... mesmo que às vezes esteja rodeado de pessoas, mas elas estão alheias às minhas lamentações não por serem insensíveis, mas porque elas possuem seus próprios problemas. Eu guardo minhas lamúrias, conservo minhas feridas abertas; minhas frustrações; minhas desconfianças; me guardo...
Experimento a vida! Embora as dores nos pés e nas costas teimem em não cessar, mesmo que tome remédios por conta própria, ainda que tendo a tentação da morte em devaneios rápidos, dissuadidos pela minha fé. Minha fé?
Noto-me forte! Até que, escondendo-me das brigas e abaixando o rosto na hora do soco, fico submisso aos valentões; pedindo perdão quando pisam nos meus pés; desviando de olhares ferozes ou fingindo demência.
Vejo-me no espelho e sinto-me belo! Com olhos fundos avermelhados entornados por olheiras escuras de noites mal dormidas; cabelos maltratados; pele queimada pelo sol; língua ferrosa pela acidez das bebidas; magro, ossos salientes e com dentes amarelados pelo consumo excessivo de café e cigarro.
Ganho dinheiro! Um bom dinheiro! Ainda que em trajes com roupas velhas, embora confortáveis, esfumadas e corroídas pela traça ou pelo tempo. Meu dinheiro não me dá mais do que eu mereço e menos ainda do que quero. O sapato apertado não ajuda para uma boa passada e o cinto abriu mais um buraco para apertar as calças jeans frouxas; as cuecas costurei pela enésima vez e volta e meia se rasgam; as meias... melhor não falar.
Observo-me o dono do mundo! Não tendo uma cova no cemitério para chamar de minha.
Sinto-me fiel! Curvando os olhos em pecados para uma prostituta na praça e a mente impura tece filmes horríveis e não publicáveis.
Acho-me homem de fé! Sendo eu um dos humanos mais pecadores e duvidoso dos bons profetas, não porque eles professam seus dogmas, mas porque estou saturado dos maus pregadores.
Atino-me às vezes o donatário da razão e da verdade! Tombando em ações irracionais e mentindo por prazer. Minto a quem me mente e acredito fervorosamente nas minhas mentiras e nas dos outros.
Admito-me limpo! Ainda que, certas vezes, não tenha paciência para tomar banho; lavar o cabelo; escovar os dentes...
Confirmo-me sociável! Sabendo que não há nada de graça nesta sociedade; tudo tem seu preço e quando não... pelo menos alguma moeda de troca precisa ser dada.
Acredito ter muitos amigos! Compreendendo que nas horas necessárias não sobrará um só filho de Deus. Todos somem, mas ainda e outra vez, voltam quando tudo estiver bem. Somando novamente um grande círculo de amizades inúteis.
Essa hipocrisia e essas dualidades ainda serão a minha perdição, minha cruz, meu carma e um veneno que tenho vontade de tomar gota por gota, tentando, em vão, amenizar a realidade para que a vida se torne menos dura. Tudo é inútil! Irresponsavelmente inútil. Deveria me acostumar de uma vez por todas com a minha hipocrisia.
Maravilhoso! 👏👏👏👏👏
Você tem muito talento!
@@luisjunior7356 Muito obrigado!
@@mariaisabelcalegarini4384 Muito obrigado!
Ai está @leydivan, obrigado. ruclips.net/video/1GeRbnuqtXo/видео.html
Fernando Pessoa sempre vale a pena ouvir, ler.
Mais um inscrito ==== Parabéns seus textos e narrações são maravilhosos
Muuuuuito bom o teu canal Silvio, muuuuito bom!!!
Como eu te admiro...ótimo vídeo!!
Lindo poema!
"Em todos os manicômios há doidos, malucos com tantas certezas... Eu que não tenho nenhuma certeza, sou mais certo ou menos certo?"
Vc é louco , só isso!
Muito bacana parabens
Incrivel
ouço mil vezes
amo
''nossa que vovô dramático'' amo seus poemas.
Sensacional, parabéns pela narrativa Silvio!
Ao mesmo tempo, esse poema é simples e complexo! É direto mas cabe várias interpretações sobre ele. Talvez a única coisa em comum a todos sobre ele, é um
Sentimento de inquietação que ele causa.
Álvaro de campos/Fernando Pessoa ricamente criava com palavras coisas como fragmentos de alma de gente.
Saudades tuas meu amor
Puxa do nada para ó nada
Toca fundo, e nos faz refetir😅
Me inscrevi Sr. Silvio. Parabens!!!
+diegoyears Obrigado Diego.... Vlw! Abração.
Silvio Matos fique tranquilo, temos as mesmas linhas de pensamento, vou assistir TUDO!!!
Parabéns!
parabéns
😎👏👏👏👏👍
😮👍👏👏👏👏👏👏
Parabéns 😢
gde Pessoa!!!
Você não está velho não viu
Fala sobre o livro A Revolução dos Bichos
👍
TABACARIA
Não sou nada.
Nunca serei nada.
Não posso querer ser nada.
À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo.
Janelas do meu quarto,
Do meu quarto de um dos milhões do mundo que ninguém sabe quem é
(E se soubessem quem é, o que saberiam?),
Dais para o mistério de uma rua cruzada constantemente por gente,
Para uma rua inacessível a todos os pensamentos,
Real, impossivelmente real, certa, desconhecidamente certa,
Com o mistério das coisas por baixo das pedras e dos seres,
Com a morte a por umidade nas paredes e cabelos brancos nos homens,
Com o Destino a conduzir a carroça de tudo pela estrada de nada.
Estou hoje vencido, como se soubesse a verdade.
Estou hoje lúcido, como se estivesse para morrer,
E não tivesse mais irmandade com as coisas
Senão uma despedida, tornando-se esta casa e este lado da rua
A fileira de carruagens de um comboio, e uma partida apitada
De dentro da minha cabeça,
E uma sacudidela dos meus nervos e um ranger de ossos na ida.
Estou hoje perplexo, como quem pensou e achou e esqueceu.
Estou hoje dividido entre a lealdade que devo
À Tabacaria do outro lado da rua, como coisa real por fora,
E à sensação de que tudo é sonho, como coisa real por dentro.
Falhei em tudo.
Como não fiz propósito nenhum, talvez tudo fosse nada.
A aprendizagem que me deram,
Desci dela pela janela das traseiras da casa.
Fui até ao campo com grandes propósitos.
Mas lá encontrei só ervas e árvores,
E quando havia gente era igual à outra.
Saio da janela, sento-me numa cadeira. Em que hei de pensar?
Que sei eu do que serei, eu que não sei o que sou?
Ser o que penso? Mas penso tanta coisa!
E há tantos que pensam ser a mesma coisa que não pode haver tantos!
Gênio? Neste momento
Cem mil cérebros se concebem em sonho gênios como eu,
E a história não marcará, quem sabe?, nem um,
Nem haverá senão estrume de tantas conquistas futuras.
Não, não creio em mim.
Em todos os manicômios há doidos malucos com tantas certezas!
Eu, que não tenho nenhuma certeza, sou mais certo ou menos certo?
Não, nem em mim...
Em quantas mansardas e não-mansardas do mundo
Não estão nesta hora gênios-para-si-mesmos sonhando?
Quantas aspirações altas e nobres e lúcidas -
Sim, verdadeiramente altas e nobres e lúcidas -,
E quem sabe se realizáveis,
Nunca verão a luz do sol real nem acharão ouvidos de gente?
O mundo é para quem nasce para o conquistar
E não para quem sonha que pode conquistá-lo, ainda que tenha razão.
Tenho sonhado mais que o que Napoleão fez.
Tenho apertado ao peito hipotético mais humanidades do que Cristo,
Tenho feito filosofias em segredo que nenhum Kant escreveu.
Mas sou, e talvez serei sempre, o da mansarda,
Ainda que não more nela;
Serei sempre o que não nasceu para isso;
Serei sempre só o que tinha qualidades;
Serei sempre o que esperou que lhe abrissem a porta ao pé de uma parede sem porta,
E cantou a cantiga do Infinito numa capoeira,
E ouviu a voz de Deus num poço tapado.
Crer em mim? Não, nem em nada.
Derrame-me a Natureza sobre a cabeça ardente
O seu sol, a sua chava, o vento que me acha o cabelo,
E o resto que venha se vier, ou tiver que vir, ou não venha.
Escravos cardíacos das estrelas,
Conquistamos todo o mundo antes de nos levantar da cama;
Mas acordamos e ele é opaco,
Levantamo-nos e ele é alheio,
Saímos de casa e ele é a terra inteira,
Mais o sistema solar e a Via Láctea e o Indefinido.
(Come chocolates, pequena;
Come chocolates!
Olha que não há mais metafísica no mundo senão chocolates.
Olha que as religiões todas não ensinam mais que a confeitaria.
Come, pequena suja, come!
Pudesse eu comer chocolates com a mesma verdade com que comes!
Mas eu penso e, ao tirar o papel de prata, que é de folha de estanho,
Deito tudo para o chão, como tenho deitado a vida.)
Mas ao menos fica da amargura do que nunca serei
A caligrafia rápida destes versos,
Pórtico partido para o Impossível.
Mas ao menos consagro a mim mesmo um desprezo sem lágrimas,
Nobre ao menos no gesto largo com que atiro
A roupa suja que sou, em rol, pra o decurso das coisas,
E fico em casa sem camisa.
(Tu que consolas, que não existes e por isso consolas,
Ou deusa grega, concebida como estátua que fosse viva,
Ou patrícia romana, impossivelmente nobre e nefasta,
Ou princesa de trovadores, gentilíssima e colorida,
Ou marquesa do século dezoito, decotada e longínqua,
Ou cocote célebre do tempo dos nossos pais,
Ou não sei quê moderno - não concebo bem o quê -
Tudo isso, seja o que for, que sejas, se pode inspirar que inspire!
Meu coração é um balde despejado.
Como os que invocam espíritos invocam espíritos invoco
A mim mesmo e não encontro nada.
Chego à janela e vejo a rua com uma nitidez absoluta.
Vejo as lojas, vejo os passeios, vejo os carros que passam,
Vejo os entes vivos vestidos que se cruzam,
Vejo os cães que também existem,
E tudo isto me pesa como uma condenação ao degredo,
E tudo isto é estrangeiro, como tudo.)
Vivi, estudei, amei e até cri,
E hoje não há mendigo que eu não inveje só por não ser eu.
Olho a cada um os andrajos e as chagas e a mentira,
E penso: talvez nunca vivesses nem estudasses nem amasses nem cresses
(Porque é possível fazer a realidade de tudo isso sem fazer nada disso);
Talvez tenhas existido apenas, como um lagarto a quem cortam o rabo
E que é rabo para aquém do lagarto remexidamente
Fiz de mim o que não soube
E o que podia fazer de mim não o fiz.
O dominó que vesti era errado.
Conheceram-me logo por quem não era e não desmenti, e perdi-me.
Quando quis tirar a máscara,
Estava pegada à cara.
Quando a tirei e me vi ao espelho,
Já tinha envelhecido.
Estava bêbado, já não sabia vestir o dominó que não tinha tirado.
Deitei fora a máscara e dormi no vestiário
Como um cão tolerado pela gerência
Por ser inofensivo
E vou escrever esta história para provar que sou sublime.
Essência musical dos meus versos inúteis,
Quem me dera encontrar-me como coisa que eu fizesse,
E não ficasse sempre defronte da Tabacaria de defronte,
Calcando aos pés a consciência de estar existindo,
Como um tapete em que um bêbado tropeça
Ou um capacho que os ciganos roubaram e não valia nada.
Mas o Dono da Tabacaria chegou à porta e ficou à porta.
Olho-o com o deconforto da cabeça mal voltada
E com o desconforto da alma mal-entendendo.
Ele morrerá e eu morrerei.
Ele deixará a tabuleta, eu deixarei os versos.
A certa altura morrerá a tabuleta também, os versos também.
Depois de certa altura morrerá a rua onde esteve a tabuleta,
E a língua em que foram escritos os versos.
Morrerá depois o planeta girante em que tudo isto se deu.
Em outros satélites de outros sistemas qualquer coisa como gente
Continuará fazendo coisas como versos e vivendo por baixo de coisas como tabuletas,
Sempre uma coisa defronte da outra,
Sempre uma coisa tão inútil como a outra,
Sempre o impossível tão estúpido como o real,
Sempre o mistério do fundo tão certo como o sono de mistério da superfície,
Sempre isto ou sempre outra coisa ou nem uma coisa nem outra.
Mas um homem entrou na Tabacaria (para comprar tabaco?)
E a realidade plausível cai de repente em cima de mim.
Semiergo-me enérgico, convencido, humano,
E vou tencionar escrever estes versos em que digo o contrário.
Acendo um cigarro ao pensar em escrevê-los
E saboreio no cigarro a libertação de todos os pensamentos.
Sigo o fumo como uma rota própria,
E gozo, num momento sensitivo e competente,
A libertação de todas as especulações
E a consciência de que a metafísica é uma consequência de estar mal disposto.
Depois deito-me para trás na cadeira
E continuo fumando.
Enquanto o Destino mo conceder, continuarei fumando.
(Se eu casasse com a filha da minha lavadeira
Talvez fosse feliz.)
Visto isto, levanto-me da cadeira. Vou à janela.
O homem saiu da Tabacaria (metendo troco na algibeira das calças?).
Ah, conheço-o; é o Esteves sem metafísica.
(O Dono da Tabacaria chegou à porta.)
Como por um instinto divino o Esteves voltou-se e viu-me.
Acenou-me adeus, gritei-lhe Adeus ó Esteves!, e o universo
Reconstruiu-se-me sem ideal nem esperança, e o Dono da Tabacaria sorriu.
Você está serto eu seio que você fala sempre a verdande ok
Você é casado falar sobre isso
Declama grande são os desertos.
Olha ai Jacson Martins, Abraço. ruclips.net/video/jdg7_NaSd-4/видео.html
caramba, acabei de ver esse poema na escola! Fantástico Álvaro de Campos, muito melhor do que aquele tal de Fernando Pessoa :v
***** por que acha que eu justamente disse Fernando Pessoa?
+Bruno Lapolli ta aqui um belo exemplo de pessoas que não entendem o Sarcasmo.. zZzz
Não me venha com Bom mocismo Educado e culto =). Você errou, caçoamos, e vc fica calado agora pra continuarmos rindo
Obrigado
muito bom
massa
Assim como o nosso, presidente você se imortalizou,!
Olá!
Eu queria te encontrar em uma fila de pão para daí conversarmos...
Silvio Matos, olhe só!
Encontrei alguém na qual conversaria de pleno agrado ...me sentaria em banco ou canto de uma viela, apenas para saber mais sobre você...melhor falando, saber sua história, porém cá está um homem que pode não agradar há muitos , não!
...mas a mim ele sempre tara palavras, sem ao menos me conhecer.
Obrigado Silvio!
Eeeee VIEIRA
Fernando Pessoa me tira a paz, e Tabacaria, em especial, rende reflexão... (avenalua.art.blog/ quem gostar de discutir os diversos caminhos que esse poema pode levar numa conversa acessa esse site e deixa um comentário.) Contra-intuitivamente só Fernando Pessoa me deixa em paz também.
tu é minion mas é gente bos
Infelizmente as nossas crianças não acessam esses vídeos. Mc fulano e sertanejo universitário domina a cultura brasileira. Geração vazia.
Tenho 18 anos e desde os 7 anos amo poesia,e hoje escrevo poesia e sonho ser um grande poeta
@@vandersonicaro6590 tmj, sucesso
Ce f1 primo?....
Fernando Pessoa, na Pessoa, de Silvio Matos.
Não estou falando, de reencarnação, e sim; de talento.😂
vejo minha vida.... na falência da minha pequenez.
Silvio, você parece o Leandro Karnal daqui a 15 anos.
Ei meu patrão você você falou em Sarney.
Você não falou em ninguém.
Se você quiser saber averdade.
Zé Sarney ó o pior presidente da história do Brasil.
Não aprecio ouvir dizer poesia em sotaque brasileiro. Retira solenidade e alma...
Ohh canal que nunca cresce kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
+Sapo Proteico Um canal não precisa ter muitos inscritos para ser grande.
O senhor sim e um exemplo de inteligencia obrigado por seus momentos feito para mim e para os demais em uma giria basica... '' Veii Se e foda ''
Muito bom
Muito bom