O desencanto do mundo: obra do esclarecimento.

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Em outro texto falei do desencanto do mundo, naquele momento referia-me à morte do icônico apresentador de televisão do SBT.
Pois bem, sinto-me na obrigação de contar mais um pouco sobre o desencanto...
Adorno e Horkheimer no livro a Dialética do Esclarecimento[2] fazem diversas críticas ao esclarecimento - entendido aqui como a razão, a ciência, o iluminismo -, os autores questionam se o esclarecimento conseguiu seu intento, ou seja, conduzir o homem ao esclarecimento e a resolução dos problemas.
Também observam que os mitos morreram por conta deste mesmo esclarecimento, pois a justificação de sua existência relaciona-se apenas à produção e ao consumo organizados para satisfazer às massas e, desse modo, questionam-se se o esclarecimento é tão bom assim?
Uma vez que todos os problemas do mundo, além de seus significados estão postos e sem solução, dessa forma, anunciam que os deuses mitológicos estão mortos e as suas capacidades de construir subjetividades e respostas aos problemas humanos já não são importantes.
Entramos no desencanto do mundo! Não se buscam mais respostas nos seres mitológicos e nos elementos mágicos. Os contos de fadas não tem mais serventia além da indústria cultural.
O que me faz lembrar de Friedrich Wilhelm Nietzsche, em seu livro Além do bem e do mal[3], crítico da religião, o autor faz-nos um convite ao espírito livre para tornar-se senhor de seus próprios caminhos a partir da dúvida de tudo que não vier de sua própria reflexão, ou seja, duvide de tudo que não passar pela peneira de sua consciência.
A meu ver o encantamento do mundo está aí, pois os mitos têm a função de construir reflexões que são individuais e próprias que os antigos já sabiam e diziam[4], vale muito pontuar que o desencantamento do mundo tem relação mais com a crença aos novos deuses do que propriamente aos seres mitológicos originais.
Bibliografia.
ADORNO, Theodor W., 1903-1969. Dialética do esclarecimento. / Theodor W, Adorno, Max Horkheimer; tradução, Guido Antônio de Almeida. Rio de Janeiro, 1985.
NIETZSCHE, Friedrich Wilhelm. Além do bem e do mal / Friedrich Wilhelm Nietzsche; tradução Carlos Duarte e Anna Duarte. - 1ª ed. São Paulo: Martin Claret, 2015.
OLIVEIRA SANTOS, F. Os antigos dizem. Disponível em: monografias.br... Acesso em: 19/08/2024.