@@mikameotto9849 a questão não é essa, clarice deixa bem claro: "Essa justiça que vela meu sono, eu a repudio, humilhada por precisar dela. Enquanto isso durmo e falsamente me salvo. Nós, os sonsos essenciais." "Para que minha casa funcione, exijo de mim como primeiro dever que eu seja sonsa, que eu não exerça a minha revolta e o meu amor, guardados. Se eu não for sonsa, minha casa estremece. Eu devo ter esquecido que embaixo da casa está o terreno, o chão onde nova casa poderia ser erguida. Enquanto isso dormimos e falsamente nos salvamos." "Em Mineirinho se rebentou o meu modo de viver. Como não amá-lo, se ele viveu até o décimo-terceiro tiro o que eu dormia? Sua assustada violência. Sua violência inocente - não nas consequências, mas em si inocente como a de um filho de quem o pai não tomou conta. Tudo o que nele foi violência é em nós furtivo, e um evita o olhar do outro para não corrermos o risco de nos entendermos. Para que a casa não estremeça." "Eu não quero esta casa. Quero uma justiça que tivesse dado chance a uma coisa pura e cheia de desamparo em Mineirinho" "Uma justiça que não se esqueça de que nós todos somos perigosos, e que na hora em que o justiceiro mata, ele não está mais nos protegendo nem querendo eliminar um criminoso, ele está cometendo o seu crime particular, um longamente guardado. Na hora de matar um criminoso - nesse instante está sendo morto um inocente." O décimo terceiro tiro que atingiu o Mineirinho atingiu Clarice tbm, empatia: "O décimo terceiro tiro me assassina - porque eu sou o outro. Porque eu quero ser o outro."
Uma justiça que não se esqueça de que nós todos somos perigosos, e que na hora em que o justiceiro mata, ele não está mais nos protegendo nem querendo eliminar um criminoso, ele está cometendo o seu crime particular, um longamente guardado. Na hora de matar um criminoso - nesse instante está sendo morto um inocente. Clarice Lispector
O tal do excesso é simplesmente proteção da própria vida, você pode ser mestre dos intelectuais, mas nunca entenderá o que é proteger vidas arriscando sua vida todo dia, só tem autoridade pra falar disso quem realmente passou por isso. Falar mal da polícia sentado em uma poltrona confortável é muito fácil, vai lá por a mão na massa, e se responsabilizar pelo o que pode dar errado.
Aparentemente, o senhor não entendeu muito bem. Basta assistir à última entrevista dada por Clarice e verá que ela não acha Mineirinho uma vítima da sociedade. Ela diz: "uma bala bastava, o resto era vontade de matar." Essa fala diz tudo. Seu posicionamento não é o de encaixar o criminoso como uma vítima social, mas sim retratar sua indignação pelo fato dele ter sido morto por 13 tiros.
@@HENRYROE66 "Mas há alguma coisa que, se me faz ouvir o primeiro e o segundo tiro com um alívio de segurança." Se no primeiro e no segundo tiro ela se sente segura e aliviada é porque ela não defendia ele. Não tem como ser mais direto que isso. Você que não leu, amigo.
@@jorgeluizdesantanajunior6775 O debate è interessante. Gostaria apenas de contextualizar. O alivio e a segurança que ela sente não justifica, segundo ela, matar uma pessoa. aponta sobre uma aberração..."a vontade de matar". Entendo também que os textos da Clarice são complexos e deixam abertos à interpretações mas acredito que a Clarice não compartilhe nem com um tiro ao mineirinho, apesar que ela fala que "um tiro bastava". Fala também no mesmo texto, "Quero uma justiça que tivesse dado chance a uma coisa pura e cheia de desamparo em Mineirinho (...)". Certamente não è a justiça punitiva de um tiro... edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/4989627/mod_resource/content/1/Clarice%20Lispector%20-%20O%20mineirinho%20-%20pdf.pdf
E, por mais que eu respeite sua opinião, acreditar que o criminoso só o é por escolha própria, e que seu entorno em nada influencia, é um pouco de ignorância. Pelo tom que o senhor fala (de certa forma irônico), vê-se, também, que possui convicções muito concretas, cuidado com isso. Não adianta lermos centenas de livros e mantermos nossa mente aberta somente a ideias que já nos compactuamos. Abraços respeitosos.
Mais atual do que o dia de hoje impossível...
Verdade
Mais de 50 anos fazem que ela escreveu essa crônica. E se repete, porém com o nome de Lázaro.
Tá de brincadeira né ? Lázaro foi o próprio karma de uma justiça que raramente acontece, os tais mineirinhos fazem muito pior para as vítimas.
@@mikameotto9849 a questão não é essa, clarice deixa bem claro: "Essa justiça que vela meu sono, eu a repudio, humilhada por precisar dela. Enquanto isso durmo e falsamente me salvo. Nós, os sonsos essenciais."
"Para que minha casa funcione, exijo de mim como primeiro dever que eu seja sonsa, que eu não exerça a minha revolta e o meu amor, guardados. Se eu não for sonsa, minha casa estremece. Eu devo ter esquecido que embaixo da casa está o terreno, o chão onde nova casa poderia ser erguida. Enquanto isso dormimos e falsamente nos salvamos."
"Em Mineirinho se rebentou o meu modo de viver. Como não amá-lo, se ele viveu até o décimo-terceiro tiro o que eu dormia? Sua assustada violência. Sua violência inocente - não nas consequências, mas em si inocente como a de um filho de quem o pai não tomou conta. Tudo o que nele foi violência é em nós furtivo, e um evita o olhar do outro para não corrermos o risco de nos entendermos. Para que a casa não estremeça."
"Eu não quero esta casa. Quero uma justiça que tivesse dado chance a uma coisa pura e cheia de desamparo em Mineirinho"
"Uma justiça que não se esqueça de que nós todos somos perigosos, e que na hora em que o justiceiro mata, ele não está mais nos protegendo nem querendo eliminar um criminoso, ele está cometendo o seu crime particular, um longamente guardado. Na hora de matar um criminoso - nesse instante está sendo morto um inocente."
O décimo terceiro tiro que atingiu o Mineirinho atingiu Clarice tbm, empatia: "O décimo terceiro tiro me assassina - porque eu sou o outro. Porque eu quero ser o outro."
Amo clarice❤❤❤
"Uma coisa que eu escrevi uma vez, sobre um bandido, um criminoso, chamado Mineirinho. Ele morreu com treze tiros, quando um só bastava."
Tão atual... A indignação dela foi como se fosse agora..
Não tenho adjetivos para descrever essa mulher. Clarice tu es maravilhosa!
Em governos como o que vivemos, a crônica permanece atual e chega a causar arrepios...
Quando soube da morte do lazaro, me veio essa cronica na cabeca
80 tiros
Também vim por esse caso!
Triste!
Também vim por isso
Sabia que eu te acharia aqui, Jorge! 👀
Maravilhosa aaaassaaaaaa
Mineirinho de hoje é o Lázaro....Por que fuzilamento quando uma só bastava?...
EXATOOOO!!!!!!!
Perfeito!
Da última deram só uma, e ele conseguiu escapar e quase mata outras pessoas inocentes
@@evertonmendes2316 policia incompetente. Uma bala bastava.
@@xmxrsxn concordo, o resto era só vontade de matar.
Sem palavras
Clarice sempre tão atual e necessária.
Uma justiça que não se esqueça de que nós todos somos perigosos, e que na hora em que o justiceiro mata, ele não está mais nos protegendo nem querendo eliminar um criminoso, ele está cometendo o seu crime particular, um longamente guardado. Na hora de matar um criminoso - nesse instante está sendo morto um inocente.
Clarice Lispector
O tal do excesso é simplesmente proteção da própria vida, você pode ser mestre dos intelectuais, mas nunca entenderá o que é proteger vidas arriscando sua vida todo dia, só tem autoridade pra falar disso quem realmente passou por isso. Falar mal da polícia sentado em uma poltrona confortável é muito fácil, vai lá por a mão na massa, e se responsabilizar pelo o que pode dar errado.
adoro a sinceridade dela ao responder nao sei kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
Visceral.
Aparentemente, o senhor não entendeu muito bem. Basta assistir à última entrevista dada por Clarice e verá que ela não acha Mineirinho uma vítima da sociedade. Ela diz: "uma bala bastava, o resto era vontade de matar." Essa fala diz tudo. Seu posicionamento não é o de encaixar o criminoso como uma vítima social, mas sim retratar sua indignação pelo fato dele ter sido morto por 13 tiros.
Acho que quem não entendeu foi você. Você leu a crônica?
@@HENRYROE66 "Mas há alguma coisa que, se me faz ouvir o primeiro e o segundo tiro com um alívio de segurança." Se no primeiro e no segundo tiro ela se sente segura e aliviada é porque ela não defendia ele. Não tem como ser mais direto que isso. Você que não leu, amigo.
@@jorgeluizdesantanajunior6775 O debate è interessante.
Gostaria apenas de contextualizar. O alivio e a segurança que ela sente não justifica, segundo ela, matar uma pessoa.
aponta sobre uma aberração..."a vontade de matar".
Entendo também que os textos da Clarice são complexos e deixam abertos à interpretações mas acredito que a Clarice não compartilhe nem com um tiro ao mineirinho, apesar que ela fala que "um tiro bastava".
Fala também no mesmo texto, "Quero uma justiça que tivesse dado chance a uma coisa pura e cheia de desamparo em Mineirinho (...)". Certamente não è a justiça punitiva de um tiro...
edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/4989627/mod_resource/content/1/Clarice%20Lispector%20-%20O%20mineirinho%20-%20pdf.pdf
38 tiros no assassino Lázaro. Vejo esse vídeo como uma referência a esse caso
Exato.
Foram 140 tiros
E, por mais que eu respeite sua opinião, acreditar que o criminoso só o é por escolha própria, e que seu entorno em nada influencia, é um pouco de ignorância. Pelo tom que o senhor fala (de certa forma irônico), vê-se, também, que possui convicções muito concretas, cuidado com isso. Não adianta lermos centenas de livros e mantermos nossa mente aberta somente a ideias que já nos compactuamos. Abraços respeitosos.
Exatamente
Hoje eu entendi...
Qualquer que fosse o crime, um tiro bastava. O resto era prepotência, vontade de matar.
Toda vez que alguém me perguntar alguma coisa vou responder claramente como diz Clarice lispector " é eu sei"
Q sotaque é esse? No início pensei que era de Portugal, dps do nordeste, dps francês
Ela é ucraniana, veio pequena pro Brasil mas a família é de lá, é daí o sotaque
Não é sotaque. É língua presa
Ela se criou no Nordeste, mas nasceu na Ucrânia. O sotaque é a língua presa.
máximo respeito aos velha guarda não colocava dentadura porque achava que era de defunto kkkkkk padrinho e suas duas 45 douradas
Descreveu a morte de Lázaro.
Muito sério...
Bandido bom é bandido morto! A polícia fez seu trabalho e muito bem feito!!!
Quanta ignorância!
Opinião bem esquerdalha, os tais mineirinhos fazem pior com suas vítimas. Quando raramente a justiça acontece esse é o karma.