Tenho dificuldade em ver onde está a eficiência em operações tokenizadas. Consegue falar sobre isso de forma menos abstrata? Gostaria de exemplos reais, melhor ainda se for comparado e medido em dólares. Medindo quanto custa no tradicional e no tokenizado.
Oi Clayton! Um exemplo concreto de eficiência é a operação que fizemos do TIDC (Token de Investimento em Direitos Creditórios). O TIDC é um protocolo que emula as regras contidas em FIDC, codificando essas regras em Smart Contracts. Nesse operação nós retiramos alguns intermediários que no modelo tradicional são necessários para administrar, acompanhar e registrar essas regras. Uma vez que o processo está automatizado em Smart Contracts autoexecutáveis, a eficiência por eliminar os intermediários resultou na redução de 60% nos custos de estruturar uma operação dessas. Vale a pena conferir este vídeo no qual explicamos o TIDC e demonstramos a redução de custos com números estimados na comparação com um FIDC: ruclips.net/video/fzlVA8UDNxo/видео.htmlsi=5JrpngkIbutdEX6u A tokenização pode estar em diferentes partes do processo, aqui na Liqi nós introduzimos a tecnologia dos Smart Contracts para realmente programar todas as regras necessárias nesse tipo de operação. Este é apenas um exemplo aplicado a um caso de uso específico no mercado de capitais e mais especificamente em crédito, porém, cada setor tem diferentes operações, regras e participantes (intermediários) que podem se beneficiar mais ou menos do uso de Smart Contracts. Neste caso, a mensuração da eficiência como um todo sempre vai depender da maneira como a tokenização está sendo aplicada e a qual ativo ou processo ela está sendo aplicada.
Dizem que Tokenização pode dar segurança e velocidade em operações financeiras que duram meses para ocorrer...exemplo maior é o mercado imobiliário... Como é essa segurança? Por exemplo, quando falo de segurança predial, e pergunto como uma empresa oferece melhor segurança, eles conseguem exemplificar. Eles conseguem demonstrar o processo, equipamentos, eles consegue dizer a quantidade de cameras, pontos cegos, quantidade de vigias, senhas, identificações de pessoas, e o custo de tudo isso. Eu não consigo ver o equivalente com tokenização e preciso vizualizar até pra poder mensurar e calcular os custos.
Oi mais uma vez, Clayton! Agradecemos muito todas as suas dúvidas, porque adoramos conversar sobre blockchain e tokenização💙 Respondendo sua pergunta: No geral podemos olhar por 2 óticas para segurança: Técnica de criptografia e Econômica. Existem várias blockchains que possuem características e abordagens diferentes, que as tornam mais ou menos seguras. Criptografia: Essa é a camada mais fundamental e comum a todas, em que todas as informações contidas em um Bloco são criptografadas e geram um HASH único, ou seja, a mesma informação vai chegar sempre no mesmo HASH. Qualquer alteração da informação muda completamente o HASH resultante. Ao final de cada bloco, o HASH contendo todas as informações daquele bloco se torna a primeira informação do bloco seguinte. Dessa forma os blocos estão conectados por esses HASHs, e qualquer tentativa de alteração de qualquer dado histórico, mudaria o HASH e todos os blocos seguintes "saberiam disso". Além disso, o fato de todos os validadores (Full Nodes) possuem uma cópia exata de todo o histórico, caso um validador malicioso tentasse alterar alguma informação, os outros validadores "saberiam disso" e invalidam essa tentativa. Econômica : A comunicação entre todos os validadores para chegar no consenso de quais são os blocos com os HASHs verdadeiros, é o chamado Mecanismo de Consenso. No caso da maioria das Blockchains (exceto o Bitcoin) o Proof of Stake é o mecanismo de consenso, e isso significa que para participar da validação da rede é necessário travar uma quantidade especifica de capital na rede. No caso da Ethereum são 32 ETH, aproximadamente $76mil dólares. A segurança aqui está associada aos incentivos econômicos. Caso algum validador tente fraudar alguma informação, além de ser impedido pelos outros validadores também vai perder todo o capital que travou na rede (sofre slashing), ao passo que se atuar a favor da rede, vai receber uma recompensa financeira por isso que é paga pela própria rede. Esse é um alinhamento de incentivos inspirado na teoria dos jogos, onde é mais vantajoso atuar a favor da rede do que contra. Uma métrica importante para medir a segurança econômica de uma blockchain é o quanto de capital está travado na rede realizando esse serviço de validação (Staking). No caso da Ethereum atualmente são $80 bilhões de dólares, fazendo com que seja a rede mais segura em termos econômicos.
Ter os registros imutáveis, também não trás custo de armazenamento eterno? Oque acaba causando um efeito bola de neve nos custos de armazenado e processamento dessa informação? Como os dados sempre crescem, sem a possibilidade de executar uma rotina de limpeza de tempos em tempos, sinto que o custo está sempre aumentando. Será que este sentimento está equivocado?
Oi de novo, Clayton! O custo de execução de transações em blockchain não está diretamente associado ao armazenamento. Armazenamento (Data Availability) e execução são camadas diferentes. Sim, os registros/transações que aconteceram em todos os blocos da blockchain ficam armazenados, e com o tempo isso tem aumentado. Quem armazena todo o histórico são os Full Nodes (Archive Nodes), e quanto mais dados maior a necessidade de hardware para se tornar um full node. Isso é um desafio conhecido e muito estudado em Blockchains porque o princípio de Blockchain despermissionadas é que seja possível 'qualquer um' se tornar um validador da rede e carregar todo esse histórico, mas se os requisitos de hardware se tornarem barreiras de entrada, não é o ideal. Existem algumas soluções já aplicadas e outras sendo estudadas pra isso: Compressão de dados com tecnologia de ZK (Zero Knowledge); Blockchains específicas para armazenar os dados de outras blockchains (Celestia, Avail, EigenDA); Tecnologia de DAS (Data Availability Sampling), entre outras. Acontece que, o armazenamento histórico não influencia no custo de execução das transações que estão acontecendo no momento. O custo de transação, medido em GAS, na maioria das blockchains acontece como um leilão de taxas, ou seja, quando maior a demanda para inserir uma transação no bloco atual, maior o custo porque os validadores são incentivados a pegar as transações que estão pagando mais. O custo de transação está na camada de execução, e isso é mais sobre eficiência técnica do que sobre armazenamento.
Tenho dificuldade em ver onde está a eficiência em operações tokenizadas. Consegue falar sobre isso de forma menos abstrata? Gostaria de exemplos reais, melhor ainda se for comparado e medido em dólares. Medindo quanto custa no tradicional e no tokenizado.
Oi Clayton! Um exemplo concreto de eficiência é a operação que fizemos do TIDC (Token de Investimento em Direitos Creditórios). O TIDC é um protocolo que emula as regras contidas em FIDC, codificando essas regras em Smart Contracts. Nesse operação nós retiramos alguns intermediários que no modelo tradicional são necessários para administrar, acompanhar e registrar essas regras. Uma vez que o processo está automatizado em Smart Contracts autoexecutáveis, a eficiência por eliminar os intermediários resultou na redução de 60% nos custos de estruturar uma operação dessas.
Vale a pena conferir este vídeo no qual explicamos o TIDC e demonstramos a redução de custos com números estimados na comparação com um FIDC: ruclips.net/video/fzlVA8UDNxo/видео.htmlsi=5JrpngkIbutdEX6u
A tokenização pode estar em diferentes partes do processo, aqui na Liqi nós introduzimos a tecnologia dos Smart Contracts para realmente programar todas as regras necessárias nesse tipo de operação. Este é apenas um exemplo aplicado a um caso de uso específico no mercado de capitais e mais especificamente em crédito, porém, cada setor tem diferentes operações, regras e participantes (intermediários) que podem se beneficiar mais ou menos do uso de Smart Contracts. Neste caso, a mensuração da eficiência como um todo sempre vai depender da maneira como a tokenização está sendo aplicada e a qual ativo ou processo ela está sendo aplicada.
Dizem que Tokenização pode dar segurança e velocidade em operações financeiras que duram meses para ocorrer...exemplo maior é o mercado imobiliário...
Como é essa segurança? Por exemplo, quando falo de segurança predial, e pergunto como uma empresa oferece melhor segurança, eles conseguem exemplificar. Eles conseguem demonstrar o processo, equipamentos, eles consegue dizer a quantidade de cameras, pontos cegos, quantidade de vigias, senhas, identificações de pessoas, e o custo de tudo isso. Eu não consigo ver o equivalente com tokenização e preciso vizualizar até pra poder mensurar e calcular os custos.
Oi mais uma vez, Clayton! Agradecemos muito todas as suas dúvidas, porque adoramos conversar sobre blockchain e tokenização💙 Respondendo sua pergunta: No geral podemos olhar por 2 óticas para segurança: Técnica de criptografia e Econômica. Existem várias blockchains que possuem características e abordagens diferentes, que as tornam mais ou menos seguras.
Criptografia: Essa é a camada mais fundamental e comum a todas, em que todas as informações contidas em um Bloco são criptografadas e geram um HASH único, ou seja, a mesma informação vai chegar sempre no mesmo HASH. Qualquer alteração da informação muda completamente o HASH resultante. Ao final de cada bloco, o HASH contendo todas as informações daquele bloco se torna a primeira informação do bloco seguinte. Dessa forma os blocos estão conectados por esses HASHs, e qualquer tentativa de alteração de qualquer dado histórico, mudaria o HASH e todos os blocos seguintes "saberiam disso". Além disso, o fato de todos os validadores (Full Nodes) possuem uma cópia exata de todo o histórico, caso um validador malicioso tentasse alterar alguma informação, os outros validadores "saberiam disso" e invalidam essa tentativa.
Econômica : A comunicação entre todos os validadores para chegar no consenso de quais são os blocos com os HASHs verdadeiros, é o chamado Mecanismo de Consenso. No caso da maioria das Blockchains (exceto o Bitcoin) o Proof of Stake é o mecanismo de consenso, e isso significa que para participar da validação da rede é necessário travar uma quantidade especifica de capital na rede. No caso da Ethereum são 32 ETH, aproximadamente $76mil dólares. A segurança aqui está associada aos incentivos econômicos. Caso algum validador tente fraudar alguma informação, além de ser impedido pelos outros validadores também vai perder todo o capital que travou na rede (sofre slashing), ao passo que se atuar a favor da rede, vai receber uma recompensa financeira por isso que é paga pela própria rede. Esse é um alinhamento de incentivos inspirado na teoria dos jogos, onde é mais vantajoso atuar a favor da rede do que contra. Uma métrica importante para medir a segurança econômica de uma blockchain é o quanto de capital está travado na rede realizando esse serviço de validação (Staking). No caso da Ethereum atualmente são $80 bilhões de dólares, fazendo com que seja a rede mais segura em termos econômicos.
Ter os registros imutáveis, também não trás custo de armazenamento eterno? Oque acaba causando um efeito bola de neve nos custos de armazenado e processamento dessa informação? Como os dados sempre crescem, sem a possibilidade de executar uma rotina de limpeza de tempos em tempos, sinto que o custo está sempre aumentando. Será que este sentimento está equivocado?
Oi de novo, Clayton! O custo de execução de transações em blockchain não está diretamente associado ao armazenamento. Armazenamento (Data Availability) e execução são camadas diferentes.
Sim, os registros/transações que aconteceram em todos os blocos da blockchain ficam armazenados, e com o tempo isso tem aumentado. Quem armazena todo o histórico são os Full Nodes (Archive Nodes), e quanto mais dados maior a necessidade de hardware para se tornar um full node.
Isso é um desafio conhecido e muito estudado em Blockchains porque o princípio de Blockchain despermissionadas é que seja possível 'qualquer um' se tornar um validador da rede e carregar todo esse histórico, mas se os requisitos de hardware se tornarem barreiras de entrada, não é o ideal.
Existem algumas soluções já aplicadas e outras sendo estudadas pra isso: Compressão de dados com tecnologia de ZK (Zero Knowledge); Blockchains específicas para armazenar os dados de outras blockchains (Celestia, Avail, EigenDA); Tecnologia de DAS (Data Availability Sampling), entre outras.
Acontece que, o armazenamento histórico não influencia no custo de execução das transações que estão acontecendo no momento. O custo de transação, medido em GAS, na maioria das blockchains acontece como um leilão de taxas, ou seja, quando maior a demanda para inserir uma transação no bloco atual, maior o custo porque os validadores são incentivados a pegar as transações que estão pagando mais.
O custo de transação está na camada de execução, e isso é mais sobre eficiência técnica do que sobre armazenamento.