ESTREITO DE BREVES

Estreito de Breves
O barco passando
Canoas chegando
O remo apressado
Se vê muita gente
São vidas carentes
Carentes de vida
De roupa, comida
Saúde, escola
Mas chegam sorrindo
Os olhos pedindo
Lá vêm os meninos
Irmãos pequeninos
Mãozinhas ‘pro’ alto
Bebês inocentes
Esperam presentes
Tem fruta, tem peixe
Também trazem carne
Para os passageiros
Apenas vender
E poder viver
Estreito de Breves
Com povo humilde
Em suas palafitas
A simplicidade
É a realidade
Tatiane Santos
Texto produzido em janeiro/2006
Nota que eu escrevi na época:
Nosso estado é tão grande, mas está sempre atrás dos outros em muitos sentidos. O preconceito é altíssimo. A qualidade de vida não é das melhores. Há muita pobreza.
Em uma viagem a Belém, pela segunda vez chorei ao ver as crianças do Estreito de Breves batendo as mãozinhas para ganhar algo. Que cena chocante!
Fiquei me perguntando se aquelas pessoas foram orientadas a fazerem algum planejamento familiar.
Tenho certeza que a cada dois anos essas pessoas são “encontradas” para votarem em candidatos que sequer lembram de suas existências.
Que país é esse? Já dizia Renato Russo...

[@ticianeferreira21]

🥺🥺