1970 - Manuel Freire - Pedra filosofal

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  • Опубликовано: 16 окт 2024
  • 1970 - Manuel Freire - Pedra filosofal
    Eles não sabem que o sonho
    É uma constante da vida
    Tão concreta e definida
    Como outra coisa qualquer
    Como esta pedra cinzenta
    Em que me sento e descanso
    Como este ribeiro manso
    Em serenos sobressaltos
    Como estes pinheiros altos
    Que em verde ouro se agitam
    Como estas árvores que gritam
    Em bebedeiras de azul
    Eles não sabem que sonho
    É vinho, é espuma, é fermento
    Bichinho alacre e sedento
    De focinho pontiagudo
    No perpétuo movimento
    Eles não sabem que o sonho
    É tela, é cor, é pincel
    Base, fuste ou capitel
    Arco em ogiva, vitral
    Pináculo de catedral
    Contraponto, sinfonia
    Máscara grega, magia
    Que é retorta de alquimista
    Mapa do mundo distante
    Rosa dos Ventos, infante
    Caravela quinhentista
    Que é cabo da Boa-Esperança
    Ouro, canela, marfim
    Florete de espadachim
    Bastidor, passo de dança
    Colombina e Arlequim
    Passarola voadora
    Para-raios, locomotiva
    Barco de proa festiva
    Auto forno, geradora
    Cisão do átomo, radar
    Ultrassom, televisão
    Desembarque em foguetão
    Na superfície lunar
    Eles não sabem, nem sonham
    Que o sonho comanda a vida
    E que sempre que um homem sonha
    O mundo pula e avança
    Como bola colorida
    Entre as mãos de uma criança
    Autores: António Gedeão e Manuel Freire

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