Parabéns pelo trabalho. Uma das coisas que eu gostei muito foi a ousadia do nome do canal, diz muito das ideias que vc se filia e eu tbm me identifiquei.
Que bom que gostou. Eu confesso que já me questionei sobre ele em diversos momentos. Um dos maiores pensadores pós-modernos, Richard Rorty, simplesmente abdicou do termo (embora não tenha abdicado de nenhuma de suas ideias pós-modernas, apenas disse que o termo traz muita confusão. Foucault, ao ser perguntando se era pós-moderno, disse que não sabia o que significava (mas o seu biografo alega que ele sabia sim e preferiu não se comprometer). Mas espero que ao longo dos vídeos a coisa comece a fazer mais sentido. Fico feliz que esteja se identificando. A tradição pós-moderna encontra muitos problemas, as vezes criados por ela mesma (acho completamente desnecessária a complexidade da maioria dos textos de autores pós-modernos, por isso tento ser o mais claro possível).
Esse é um excelente hábito. Eu também faço anotações dos vídeos que assisto. Fico muito feliz que esteja gostando e admiro muito quem curte ser desafiado. Ouvir quem já tem a mesma opinião que nós não tem graça, só serve pra fortalecer o ego. Bom mesmo é estar sempre entrando em contato com ideias diferentes né?
Baita explicação sobre metarrativas e a negação das grandes referências ou verdades consideradas clássicas. Admito que estou me familiarizando com o tema, mas esse ponta pé inicial me ajudou. Abraços!
Nossa, muito legal o video, li algumas coisas do lyotard sobre educação, mas senti que me faltava conceituar alguns conceitos-chave. Muito obrigado pelo vídeo! já me inscrevi no canal.
Fico feliz que tenha gostado. O Lyoatard é muito bom, mas muito denso. Mais pra frente vem mais coisa dele, mas não por agora, porque realmente o cara não é fácil, hahaha. Fico feliz que tenha curtido o canal.
Eu sempre me relacionei com o radical "meta" de outra forma por causa de outros tipos de uso que são feitos bem corriqueiramente em computação ou ciência em geral. Vc está entrando em uma área que é novidade para mim, que tenho uma noção bem incipiente de pós-modernidade. Eu nem conhecia Lyotard. Mas tudo bem; eu tenho o resto da vida para aprender qto eu ignoro. Obrigado e bom dia.
Olha, pra ser bem sincero, no meio acadêmico de humanas não existe muito rigor entre os radicais não, meta, neo, pós, etc., muitas vezes ficam pra gente se virar em interpretar corretamente mesmo, hehehe. E vou ser sincero pra você, levar a sério o conceito de pós-modernidade e analisar com calma o que se extraí disso é algo que pouca gente está disposta a fazer. Vou lançar uns vídeos mais polêmicos nessa playlist, falar de relativismo, religião e ideologias sobre uma perspectiva pós-moderna. Grande abraço.
Fico muito feliz que esteja curtindo. Eu confesso entender muito pouco de Heidegger, mas o texto dele sobre a técnica é muito relevante. O fato dele ter apoiado o nazismo sempre me deixou muito desgostoso de lê-lo (mas a dificuldade dos seus textos também). Porém, talvez isso faça dele ainda mais importante. Os pós-modernos são, quase que por definição, propensos a não apoiar nenhum tipo de ditadura, pois ditaduras só se sustentam com meta-narrativas infames. Mas se for verdade que Heidegger é um pós-moderno (e eu não sou capaz de dizer que é), então ele ocupa uma posição central no pensamento. O primeiro (e talvez único) pós-moderno a apoiar um regime ditatorial.
@@iluminismoposmoderno Não vejo afinidade entre a filosofia de Heidegger e suas posições políticas. Vejo que Heidegger não é classificado pós moderno, mas o seu pensamento no que tange, definir a condição humana como Dasein, abertura de sentido, não poderia ser considerado um precursor do pós modernismo? Foucault, por exemplo, declarou que foi influenciado pelo pensamento de Heidegger.
Sim. Esse vídeo inaugura a playlist "Pós-modernidades", na qual eu vou continuar trazendo Foucault, mas também outros autores, como Nietzsche, Rorty, Harari e outros, para pensar de maneira pós-moderna. Farei vídeos também com a minha opinião sobre o assunto, sempre que possível, focando na filosofia política.
Muito oportuno para mim o momento em que esse vídeo saiu, estou lendo Crepúsculo dos Ídolos. Tenho uma dúvida, qual a forma como se enxerga a "razão" nos pensadores contemporâneos? Nietzsche bate muito no conceito de razão, ele considera isso uma abstração humana para não ter de lidar com o fato de sermos determinados por nossos instintos tanto quanto outros animais. isso explodiu minha mente rsrs. Queria saber quais autores trazem uma nova forma de se enxergar a razão e se essa nova forma refuta Nietzsche. Abraços!
Pra mim Nietzsche é o melhor filósofo de todos os tempos, então boa leitura, hehe. Mas tem que tomar cuidado com ele, porque ele escreve de maneira fácil, mas o pensamento é bastante complexo, ainda to tentando entender muita coisa. Mas em suma, a razão para Nietzsche, é só mais uma força desenvolvida no processo de evolução das espécies, e uma das últimas (fomos irracionais por muito mais tempo do que somos racionais). Isso faz com que os instintos (algo que temos há muito mais tempo) sejam ferramentas mais desenvolvidas do que ela. Mas eu não quero bater o martelo entre instintos e razão não, também não sei com que força Nietzsche bate esse martelo, porque existem uma série de peculiaridades no pensamento nietzschiano que precisamos tomar cuidado. Por exemplo, Nietzsche não buscava tornar o mundo um lugar melhor. Dessas forma, muitos dos seus aforismos devem ser lidos com isso em mente. Seguir os instintos pode ser melhor para a felicidade do indivíduo, mas sem racionalizar um pouco, atrapalhar a felicidade de outros. Se temos a preocupação com um mundo melhor, precisamos usar Nietzsche como uma ferramenta para isso, e não nos tornarmos seus seguidores (algo que ele inclusive rejeita completamente quando alega que não busca seguidores). Não acho que tenha muita gente refutando Nietzsche não, pelo contrário, eu diria que as descobertas científicas tendem mais a confirmar ele. Por exemplo, Nietzsche alega que o livre-arbítrio cristão não existe e é exatamente isso que a neurociência está descobrindo atualmente. Ele também alega que "pensamos com o corpo" ou pensamos muito além da razão, coisa que a psicanálise vai desenvolver com o conceito de inconsciente. É muita coisa, se eu continuar me perco aqui. Grande abraço.
@@iluminismoposmoderno Acho que posso estar equivocado nesse lance da razão então, talvez esteja exagerando na interpretação da crítica que ele faz. Estou buscando alguns artigos na internet pra tentar entender melhor as partes mais difíceis, mas acho que mesmo assim é bem complicado entender qualquer coisa dele de primeira. Como esse livro foi definido por ele mesmo como um aperitivo para sua obra, é necessário ler os textos mais específicos (consequentemente mais complexos). Mas pra um começo, estou gostando bastante. Espero que algum dia saia vídeos sobre Nietzsche no canal. Uma coisa que eu acho meio enfadonha em livros de filosofia, principalmente nos gregos antigos, é o esforço necessário pra entender ideias que a ciência atual já descartou. As vezes isso fica chato. No caso do Nietzsche, como vc disse, a ciência tem corroborado com algumas partes desua filosofia, assim acho que fica bem mais interessante e prazeroso. Obrigado pela resposta!
4 года назад+2
Muito bem colocado essa "treta" da pós modernidade com os grandes sistemas 😉
Ahhh que bom que gostou. Agora, além das ideologias políticas vou abordar um pouco questões mais "pós-modernas", mas tentando sempre puxar a questão da filosofia política como norte.
4 года назад
Essa negação aos grandes sistemas diz algo sobre o caminho que estamos cursando em direção ao individualismo, valoração da subjetividade e até micro identidades?
Olha, pergunta extremamente complexa né? Vou arriscar uma resposta, mas não sei se tem como ser suficientemente profundo. Sociedade de consumo: nós estamos consumindo o mundo, literalmente. Sem um amplo desenvolvimento de tecnologia sustentável estamos com os dias contados (mas esse desenvolvimento é possível). Porém, ainda que as questões materiais estejam resolvidas, nossas próprias relações são baseadas no consumo. Estamos ansiosos e isso retroalimenta o consumo. O filósofo Michael Sandel tem um livro muito bom (que não é pós-moderno), chamado "O que o dinheiro não compra", em que ele conclui que o dinheiro compra quase tudo. Mas eu acredito que isso esteja mais ligado ao neoliberalismo do que a pós-modernidade propriamente dita. Representação e simulação: acredito que criamos uma sociedade em que todos somos atores em algum sentido, representando algum papel. Isso sempre foi assim em algum grau, mas com a comunicação tal como se encontra, esta representação é diária e precisa também se tornar objeto de consumo imediato nas redes sociais. Simulamos vidas e felicidades que não existem, porque todos fazem isso. Até quando alguém busca algum contato com algo mais natural, não passa muito tempo sem ter que exibir isto em algum lugar. Tenho bastante receio com as realidades virtuais que em algumas décadas podem ser tão reais que podem realmente afastar os indivíduos de vidas naturais. Já existem os fenômenos das pessoas que vivem para algum jogo específico né? Velocidade e imagem: o mundo nunca foi tão rápido e ainda assim não é rápido o suficiente. Dá pra percorrer o mundo de avião em pouco mais de um dia. Falar com alguém do outro lado do mundo numa fração de segundos. Um atraso de uma hora nos desespera. Precisamos ocupar todos os segundos livres com nossos aplicativos. As imagens do computador são mais importantes do que o mundo lá fora. Se você fica um dia sem receber notícias já está desatualizado. De preferência através de memes, imagens com pequenos textos. Tudo muito rápido, tudo muito líquido. Ainda assim, as possibilidades são imensas, se conseguirmos domesticar a tecnologia e a globalização. Por enquanto, infelizmente, estamos sendo domesticados por elas.
uma questão: se seguirmos essa definição de alguém que busca narrativas imanentes e não "meta", nao estaríamos classificando o materialismo histórico e dialético também como pós-moderno? Me parece que sim, uma vez que esse metodo de apreensão da realidade procura entender as relações sociais a partir da própria prática delas. Essa conclusao me parece fazer sentido, ja que, junto com Nietzsche, Marx representa a modernidade olhando pra si mesma, e isso exige um afastamento, não à toa alguns classificarem Marx como pós-liberal. sobre a crítica da emancipação do sujeito trabalhador: em Marx isso nao se apresenta como pressuposto ou fundamentaçao pra sua ciência social, mas o contrário, na medida em que Marx amadurece e refina sua análise da realidade social (quando sai da mera crítica filosófica e adentra na economia política) a condição negativa do trabalho aparece, não como fundamento, mas como nova parte da realidade enxergada. Me parece que o Lyotard nao compreendeu a questão do método em Marx e confunde isso com sua luta política
Excelente questão. O materialismo histórico, para mim, pode ser pós-moderno, mas apenas na medida em que não ele não pressuponha dialético. Pelo menos não no sentido hegeliano que pressupõe um "Espírito absoluto". A pós-modernidade entende a história de maneira completamente contingente, negando qualquer sentido teleológico da dialética. Não existe nenhuma necessidade histórica de superar o capitalismo, podemos simplesmente deixar ele destruir o mundo ou algo parecido. O afastamento de Marx e Nietzsche da modernidade faz com que ambos prenunciem a pós-modernidade, mas acredito que, na medida em que Marx estava interessado em mudar o mundo a partir de valores modernos e usando muitas ferramentas modernas, ele não é exatamente um pós-moderno. Mas também não o considero um moderno, considero alguém no limiar de ambos. Não confundir a filosofia e sociologia marxista com sua luta política é crucial para entendermos o autor. Sem isso fica difícil classificar e até mesmo falar de seus méritos e deméritos.
@@iluminismoposmoderno ótimo. Fico no aguardo para conhecer sua visão a respeito. Como educador tenho percebido esses temas como centrais de alguma forma.
Pós-modernidade não seria um tempo histórico e o pensamento pós- moderno isso que vc acabou de explicar? A virada linguística poderia entrar nesse discurso para melhorar o entendimento!
Vou fazer um vídeo sobre isso. Basicamente, poder sim, diria até que sim, se você quiser uma distinção definitiva entre os termos. Mas dá pra problematizar isso. Dá até pra contestar se vivemos em um tempo pós-moderno (Bauman chama de modernidade líquida e Lipovetsky de hipermodernidade).
@@iluminismoposmoderno sim. Stuart Hall chama de pós-modernidade. Seria bacana destacar os autores e as diferentes ideias sobre os termos, pós-modernidade, modernidade líquida, modernidade tardia, etc.
@@marcosneves8696 até onde o meu conhecimento atingir, irei fazer isso. A longo prazo farei muito isso, a curto prazo, irei falar de Bauman, Harvey, Hall, entre outros. Não li ainda "Jamais fomos modernos" do Bruno Latour por exemplo, mas tá na lista. Hehehe.
Muito didática essa definição de meta-narrativa. E isso é um pró, ao meu ver. Aliás, todos os vídeos são muito didáticos. Parabéns por isso!
Fico muito feliz que tenha gostado meu querido. Muito obrigado.
Parabéns pelo trabalho. Uma das coisas que eu gostei muito foi a ousadia do nome do canal, diz muito das ideias que vc se filia e eu tbm me identifiquei.
Que bom que gostou. Eu confesso que já me questionei sobre ele em diversos momentos. Um dos maiores pensadores pós-modernos, Richard Rorty, simplesmente abdicou do termo (embora não tenha abdicado de nenhuma de suas ideias pós-modernas, apenas disse que o termo traz muita confusão. Foucault, ao ser perguntando se era pós-moderno, disse que não sabia o que significava (mas o seu biografo alega que ele sabia sim e preferiu não se comprometer). Mas espero que ao longo dos vídeos a coisa comece a fazer mais sentido. Fico feliz que esteja se identificando. A tradição pós-moderna encontra muitos problemas, as vezes criados por ela mesma (acho completamente desnecessária a complexidade da maioria dos textos de autores pós-modernos, por isso tento ser o mais claro possível).
Explica muito bem .Estou me desafiando c seus vídeos , vejo sempre com um caderninho do lado p nota tudo .
Esse é um excelente hábito. Eu também faço anotações dos vídeos que assisto. Fico muito feliz que esteja gostando e admiro muito quem curte ser desafiado. Ouvir quem já tem a mesma opinião que nós não tem graça, só serve pra fortalecer o ego. Bom mesmo é estar sempre entrando em contato com ideias diferentes né?
Baita explicação sobre metarrativas e a negação das grandes referências ou verdades consideradas clássicas. Admito que estou me familiarizando com o tema, mas esse ponta pé inicial me ajudou. Abraços!
Que bom. Fico feliz em poder ajudar. Abraços.
Nossa, muito legal o video, li algumas coisas do lyotard sobre educação, mas senti que me faltava conceituar alguns conceitos-chave. Muito obrigado pelo vídeo! já me inscrevi no canal.
Fico feliz que tenha gostado. O Lyoatard é muito bom, mas muito denso. Mais pra frente vem mais coisa dele, mas não por agora, porque realmente o cara não é fácil, hahaha. Fico feliz que tenha curtido o canal.
Estou bastante entusiasmado para os próximos vídeos desse seguimento
Fico muito feliz. Estou preparando os roteiros aqui e também fiquei. Grande abraço.
Eu sempre me relacionei com o radical "meta" de outra forma por causa de outros tipos de uso que são feitos bem corriqueiramente em computação ou ciência em geral. Vc está entrando em uma área que é novidade para mim, que tenho uma noção bem incipiente de pós-modernidade. Eu nem conhecia Lyotard. Mas tudo bem; eu tenho o resto da vida para aprender qto eu ignoro. Obrigado e bom dia.
Olha, pra ser bem sincero, no meio acadêmico de humanas não existe muito rigor entre os radicais não, meta, neo, pós, etc., muitas vezes ficam pra gente se virar em interpretar corretamente mesmo, hehehe. E vou ser sincero pra você, levar a sério o conceito de pós-modernidade e analisar com calma o que se extraí disso é algo que pouca gente está disposta a fazer. Vou lançar uns vídeos mais polêmicos nessa playlist, falar de relativismo, religião e ideologias sobre uma perspectiva pós-moderna. Grande abraço.
@@iluminismoposmoderno 🖖
Maravilha professor aula fenomenal.
Muito feliz que tenha curtido. Grande abraço.
Tô amando!!!
Que bom. Fico feliz.
Excelente.
Excelente vídeo! São mt boas as suas explicações. Como vc vê a relação de Heidegger com o pós modernismo?
Fico muito feliz que esteja curtindo. Eu confesso entender muito pouco de Heidegger, mas o texto dele sobre a técnica é muito relevante. O fato dele ter apoiado o nazismo sempre me deixou muito desgostoso de lê-lo (mas a dificuldade dos seus textos também). Porém, talvez isso faça dele ainda mais importante. Os pós-modernos são, quase que por definição, propensos a não apoiar nenhum tipo de ditadura, pois ditaduras só se sustentam com meta-narrativas infames. Mas se for verdade que Heidegger é um pós-moderno (e eu não sou capaz de dizer que é), então ele ocupa uma posição central no pensamento. O primeiro (e talvez único) pós-moderno a apoiar um regime ditatorial.
@@iluminismoposmoderno Não vejo afinidade entre a filosofia de Heidegger e suas posições políticas. Vejo que Heidegger não é classificado pós moderno, mas o seu pensamento no que tange, definir a condição humana como Dasein, abertura de sentido, não poderia ser considerado um precursor do pós modernismo? Foucault, por exemplo, declarou que foi influenciado pelo pensamento de Heidegger.
Vc pretende trazer outros autores que conceituam a Pós-Modernidade ?
Sim. Esse vídeo inaugura a playlist "Pós-modernidades", na qual eu vou continuar trazendo Foucault, mas também outros autores, como Nietzsche, Rorty, Harari e outros, para pensar de maneira pós-moderna. Farei vídeos também com a minha opinião sobre o assunto, sempre que possível, focando na filosofia política.
Muito oportuno para mim o momento em que esse vídeo saiu, estou lendo Crepúsculo dos Ídolos. Tenho uma dúvida, qual a forma como se enxerga a "razão" nos pensadores contemporâneos? Nietzsche bate muito no conceito de razão, ele considera isso uma abstração humana para não ter de lidar com o fato de sermos determinados por nossos instintos tanto quanto outros animais. isso explodiu minha mente rsrs. Queria saber quais autores trazem uma nova forma de se enxergar a razão e se essa nova forma refuta Nietzsche. Abraços!
Pra mim Nietzsche é o melhor filósofo de todos os tempos, então boa leitura, hehe. Mas tem que tomar cuidado com ele, porque ele escreve de maneira fácil, mas o pensamento é bastante complexo, ainda to tentando entender muita coisa. Mas em suma, a razão para Nietzsche, é só mais uma força desenvolvida no processo de evolução das espécies, e uma das últimas (fomos irracionais por muito mais tempo do que somos racionais). Isso faz com que os instintos (algo que temos há muito mais tempo) sejam ferramentas mais desenvolvidas do que ela.
Mas eu não quero bater o martelo entre instintos e razão não, também não sei com que força Nietzsche bate esse martelo, porque existem uma série de peculiaridades no pensamento nietzschiano que precisamos tomar cuidado. Por exemplo, Nietzsche não buscava tornar o mundo um lugar melhor. Dessas forma, muitos dos seus aforismos devem ser lidos com isso em mente. Seguir os instintos pode ser melhor para a felicidade do indivíduo, mas sem racionalizar um pouco, atrapalhar a felicidade de outros. Se temos a preocupação com um mundo melhor, precisamos usar Nietzsche como uma ferramenta para isso, e não nos tornarmos seus seguidores (algo que ele inclusive rejeita completamente quando alega que não busca seguidores).
Não acho que tenha muita gente refutando Nietzsche não, pelo contrário, eu diria que as descobertas científicas tendem mais a confirmar ele. Por exemplo, Nietzsche alega que o livre-arbítrio cristão não existe e é exatamente isso que a neurociência está descobrindo atualmente. Ele também alega que "pensamos com o corpo" ou pensamos muito além da razão, coisa que a psicanálise vai desenvolver com o conceito de inconsciente. É muita coisa, se eu continuar me perco aqui. Grande abraço.
@@iluminismoposmoderno Acho que posso estar equivocado nesse lance da razão então, talvez esteja exagerando na interpretação da crítica que ele faz. Estou buscando alguns artigos na internet pra tentar entender melhor as partes mais difíceis, mas acho que mesmo assim é bem complicado entender qualquer coisa dele de primeira. Como esse livro foi definido por ele mesmo como um aperitivo para sua obra, é necessário ler os textos mais específicos (consequentemente mais complexos). Mas pra um começo, estou gostando bastante. Espero que algum dia saia vídeos sobre Nietzsche no canal. Uma coisa que eu acho meio enfadonha em livros de filosofia, principalmente nos gregos antigos, é o esforço necessário pra entender ideias que a ciência atual já descartou. As vezes isso fica chato. No caso do Nietzsche, como vc disse, a ciência tem corroborado com algumas partes desua filosofia, assim acho que fica bem mais interessante e prazeroso. Obrigado pela resposta!
Muito bem colocado essa "treta" da pós modernidade com os grandes sistemas 😉
Ahhh que bom que gostou. Agora, além das ideologias políticas vou abordar um pouco questões mais "pós-modernas", mas tentando sempre puxar a questão da filosofia política como norte.
Essa negação aos grandes sistemas diz algo sobre o caminho que estamos cursando em direção ao individualismo, valoração da subjetividade e até micro identidades?
comentei pra dar AQUELA engajada
Uhullll. Valeu.
Finalmente, eu entendi o que é metanarrativa
Que bom. Fico muito feliz em poder ajudar.
Estar nessas circunstâncias...
Não seria o trágico?
Esse vídeo foi ótimo!
Muito obrigado. Fico feliz que tenha gostado.
Como percebemos os seguintes fenômenos da pós-modernidade: sociedade de consumo, representação e simulação, velocidade e imagem?
Olha, pergunta extremamente complexa né? Vou arriscar uma resposta, mas não sei se tem como ser suficientemente profundo.
Sociedade de consumo: nós estamos consumindo o mundo, literalmente. Sem um amplo desenvolvimento de tecnologia sustentável estamos com os dias contados (mas esse desenvolvimento é possível). Porém, ainda que as questões materiais estejam resolvidas, nossas próprias relações são baseadas no consumo. Estamos ansiosos e isso retroalimenta o consumo. O filósofo Michael Sandel tem um livro muito bom (que não é pós-moderno), chamado "O que o dinheiro não compra", em que ele conclui que o dinheiro compra quase tudo. Mas eu acredito que isso esteja mais ligado ao neoliberalismo do que a pós-modernidade propriamente dita.
Representação e simulação: acredito que criamos uma sociedade em que todos somos atores em algum sentido, representando algum papel. Isso sempre foi assim em algum grau, mas com a comunicação tal como se encontra, esta representação é diária e precisa também se tornar objeto de consumo imediato nas redes sociais. Simulamos vidas e felicidades que não existem, porque todos fazem isso. Até quando alguém busca algum contato com algo mais natural, não passa muito tempo sem ter que exibir isto em algum lugar. Tenho bastante receio com as realidades virtuais que em algumas décadas podem ser tão reais que podem realmente afastar os indivíduos de vidas naturais. Já existem os fenômenos das pessoas que vivem para algum jogo específico né?
Velocidade e imagem: o mundo nunca foi tão rápido e ainda assim não é rápido o suficiente. Dá pra percorrer o mundo de avião em pouco mais de um dia. Falar com alguém do outro lado do mundo numa fração de segundos. Um atraso de uma hora nos desespera. Precisamos ocupar todos os segundos livres com nossos aplicativos. As imagens do computador são mais importantes do que o mundo lá fora. Se você fica um dia sem receber notícias já está desatualizado. De preferência através de memes, imagens com pequenos textos. Tudo muito rápido, tudo muito líquido.
Ainda assim, as possibilidades são imensas, se conseguirmos domesticar a tecnologia e a globalização. Por enquanto, infelizmente, estamos sendo domesticados por elas.
@@iluminismoposmoderno Muito Obrigado!
O pós moderno é um ANTI KANT???
uma questão: se seguirmos essa definição de alguém que busca narrativas imanentes e não "meta", nao estaríamos classificando o materialismo histórico e dialético também como pós-moderno? Me parece que sim, uma vez que esse metodo de apreensão da realidade procura entender as relações sociais a partir da própria prática delas. Essa conclusao me parece fazer sentido, ja que, junto com Nietzsche, Marx representa a modernidade olhando pra si mesma, e isso exige um afastamento, não à toa alguns classificarem Marx como pós-liberal.
sobre a crítica da emancipação do sujeito trabalhador: em Marx isso nao se apresenta como pressuposto ou fundamentaçao pra sua ciência social, mas o contrário, na medida em que Marx amadurece e refina sua análise da realidade social (quando sai da mera crítica filosófica e adentra na economia política) a condição negativa do trabalho aparece, não como fundamento, mas como nova parte da realidade enxergada. Me parece que o Lyotard nao compreendeu a questão do método em Marx e confunde isso com sua luta política
Excelente questão. O materialismo histórico, para mim, pode ser pós-moderno, mas apenas na medida em que não ele não pressuponha dialético. Pelo menos não no sentido hegeliano que pressupõe um "Espírito absoluto". A pós-modernidade entende a história de maneira completamente contingente, negando qualquer sentido teleológico da dialética. Não existe nenhuma necessidade histórica de superar o capitalismo, podemos simplesmente deixar ele destruir o mundo ou algo parecido.
O afastamento de Marx e Nietzsche da modernidade faz com que ambos prenunciem a pós-modernidade, mas acredito que, na medida em que Marx estava interessado em mudar o mundo a partir de valores modernos e usando muitas ferramentas modernas, ele não é exatamente um pós-moderno. Mas também não o considero um moderno, considero alguém no limiar de ambos.
Não confundir a filosofia e sociologia marxista com sua luta política é crucial para entendermos o autor. Sem isso fica difícil classificar e até mesmo falar de seus méritos e deméritos.
A pos modernidade quebra paradigmas e nao propõe nada. Nesse final vc fala em proposta pós moderna.
Teria o neoliberalismo sequestrado o pensamento pos-moderno? Essas coisas se relacionam de alguma forma?
Na minha opinião não, mas muita gente entende que sim (eu diria inclusive que essa é a interpretação hegemônica). Ainda vou escrever sobre isso, hehe
@@iluminismoposmoderno ótimo. Fico no aguardo para conhecer sua visão a respeito. Como educador tenho percebido esses temas como centrais de alguma forma.
Pós-modernidade não seria um tempo histórico e o pensamento pós- moderno isso que vc acabou de explicar? A virada linguística poderia entrar nesse discurso para melhorar o entendimento!
Vou fazer um vídeo sobre isso. Basicamente, poder sim, diria até que sim, se você quiser uma distinção definitiva entre os termos. Mas dá pra problematizar isso. Dá até pra contestar se vivemos em um tempo pós-moderno (Bauman chama de modernidade líquida e Lipovetsky de hipermodernidade).
@@iluminismoposmoderno sim. Stuart Hall chama de pós-modernidade. Seria bacana destacar os autores e as diferentes ideias sobre os termos, pós-modernidade, modernidade líquida, modernidade tardia, etc.
@@marcosneves8696 até onde o meu conhecimento atingir, irei fazer isso. A longo prazo farei muito isso, a curto prazo, irei falar de Bauman, Harvey, Hall, entre outros. Não li ainda "Jamais fomos modernos" do Bruno Latour por exemplo, mas tá na lista. Hehehe.
up
E o meta-modernismo?
01:33