Cachoeira da Água Branca

A Cachoeira da Água Branca, a maior de Ubatuba, com cerca de 200 metros de altura, figura na lista das quedas mais altas do Brasil, proporcionando um espetáculo magnífico, em meio à exuberância da Mata Atlântica. É uma cachoeira no formato de véu de noiva, com várias quedas sucessivas, apesar de não ter um volume de água tão grande. Está localizada dentro dos domínios, do Parque Estadual da Serra do Mar e seu acesso é somente por trilha, de dificuldade alta, que só deve ser realizada com a presença de monitores profissionais e credenciados pelo Parque, para sua maior segurança, para não se perder entre as várias trilhas existentes no local, desta forma, você terá uma das aventuras mais incríveis junto à natureza.
Para se chegar ao destino é necessário vigor físico e disposição, com cerca de 4,3 km de distância da Cachoeira da Renata, a trilha que se inicia nos fundos do Camping Bar das Cachoeiras, passa-se pelo Poço Verde, é realizada aproximadamente em 5 horas de caminhada (ida e volta) partindo deste ponto. Ao longo da trilha,cruza-se muitos riachos (cerca de 12), pequenas quedas de água e outra grande cachoeira com um grade poço. Após aproximadamente 2h30min de caminhada, desde o início da trilha, chega-se a base da Cachoeira, onde temos uma altitude local de pouco mais de 500 metros.
A Cachoeira da Água Branca nasce das águas do Rio do Brilhante, já nas proximidades do Vale do Paraíba, seu paredão rochoso de granito verde, e suas trilhas escondem mistério e beleza; a história menciona, que ela foi ponto de parada e descanso, dos índios que lá viviam há séculos, depois, frequentada pelos desbravadores europeus e negros, vítimas da rota do trafego negreiro. O local possui várias trilhas que levavam ao Vale do Paraíba, do período escravocrata, do ciclo do café, da cana de açúcar e da troca de mercadorias.
Hidroelétrica
No ano de 1957 alguns moradores da região de Maranduba, foram contratados pelo governo para trabalhar em uma sondagem, nas paredes de granito verde, no entorno da Cachoeira da Água Branca, com o intuito de implantar um gerador de energia hidroelétrica, ligado à represa de Paraibuna. Foram aproximadamente um ano e cinco meses de pesquisas, utilizando-se de dois motores, que gastavam cerca de 100 litros de combustível, um a gasolina e outro a diesel, além de dinamites para explosões.
Foi um alivio para Ubatuba quando o projeto da hidroelétrica foi abandonado, já que a saída de água poderia ser para o lado do litoral, o que numa vazão de água da represa, inundaria as casas, as roças do Sertão da Quina e o bairro de Maranduba. Após a construção da Rodovia Rio-Santos, muitos invasores tentaram tomar terras dos moradores locais, especialmente com o objetivo de cercar as terras, no entorno da Água Branca, porém a população não deixou, e vários capangas foram expulsos, e isso se estendeu até o início da década de 1980.
Cuidado nas Trilhas
Siga algumas regras básicas: Preserve a natureza, não jogue lixo na trilha, não maltrate os animais, não entre em propriedades particulares, recolha seu lixo e dê o destino certo para ele, deixe apenas pegadas, evite fazer barulho, desfrute dos sons da natureza, cuidado para não causar incêndios na floresta, planeje bem sua caminhada e informe a alguém sobre seu passeio, proteja-se do sol, mosquitos, pernilongos e mantenha-se sempre na trilha.
Se a caminhada for extensa é indispensável alguns acessórios como um calçado confortável, calça comprida leve e macia, camiseta, boné, mochila impermeável com repelente, protetor solar, máquina fotográfica, muda de roupa seca, capa de chuva, agasalho, apito, toalha e lanterna. Preste atenção as passadas, e desníveis causados por erosões, devidas às chuvas, e também esteja alerta para a presença de cobras peçonhentas que são muito comuns na região da Mata Atlântica.
No litoral norte, sobretudo em Ubatuba, existem muitas cobras jararacas, jararacuçus e corais, que são perigosas, e com uma picada, que se não for tratada a tempo, pode deixar sequelas ou até matar. Por isso é recomendado o uso de calças de trekking e uma perneira ou polaina. Normalmente a vegetação cobre toda a trilha, por isso que quase não encontramos jararacas pelo caminho, mas em trilhas abertas é mais fácil encontrá-las, já que elas podem estar tomando sol ou simplesmente descansando.
Lembre-se: da natureza nada se tira, além de fotos e nada se leva, além de boas lembranças!!!