Li "A mão esquerda da escuridão" há mais de 30 anos e amei essa estória tão diferente e do tipo que eu não estava acostumada. O Straven (acho que é esse o nome) é admirável.
Li esse livro e amei! Gostei muito dos contrastes entre os mundos com visão capitalista, comunista e anarco-socialista! Os questionamentos que o protagonista faz são muito instigantes. Achei a cena do estupro confusa e tb não entendi o pq de a autora tê-la inserido na história. O final me deixou em dúvida se a descoberta do protagonista no campo da física seria afinal partilhada ou se o conhecimento seria usado de forma egoísta apenas pelos habitantes do planeta Terra, acho que a autora poderia ter explorado mais isso. No mais, Duda, sua avaliação do livro foi ótima, parabéns!
Ele entregou para o conselho/união de mundos, não exclusivamente para a Terra. O pessoal de Hain incluso. E foi usado por todos, esse livro se passa bem antes de A mão esquerda da escuridão, por exemplo, onde já existe a comunicação instantânea teorizada por Shevek. É o primeiro do ciclo cronologicamente falando, apesar de ter sido publicado depois. Feliz que gostou ❤️
Entendi da cena do ataque que o poder de persuasão do capitalismo é tão grande que o personagem facilmente fica obcecado em possuir as coisas e, no caso da cena, possuir a mulher (mesmo que na marra!).
Terminei de ler essa semana. No meu entendimento a cena do est*p3o pode ser entendida no sentido de demonstrar toda a degradação que o Shevek estava passando durante aqueles meses de opulência. Um pouco antes é dito que ele tinha se acostumado a ser chamado de Sr. E a se referir as coisas no possessivo. O que já denotava um certo embotamento mental, comparado a como ele era antes. Além de tudo isso, na festa, ele já estava muito estressado, e é embebedado além da conta, ficando completamente bêbado (vamos lembrar que segundo a autora, o Anarrestis não bebem). Desde a primeira vez que ele vê a Vea, ele relata sentir atração por ela. E pros padrões em que ele cresceu, não haveria implicações morais em se relacionar com ela. Apesar dele entender que na sociedade Urrasti aquilo seria errado. O que eu quero dizer com tudo isso, é que essa cena nojenta foi sendo construída por um tempo até chegar nela. Ao me ver pra reforçar a noção de que a sociedade de A-IO é muito doente, e se vc viver nela, por melhor que seja, eventualmente vc vai adoecer tb
A cena do est*pr0 é pesadíssima e também muito confusa. Acho que a Ursula quis mostrar como aquele mundo com tantas facilidades podem rapidamente corromper um homem, mas ao mesmo tempo demonstra a fraqueza dele. Já a mulher atacada, que aos olhos dos habitantes de Urras e do leitor, não passa de uma pessoa frívola, esconde atrás da beleza e da delicadeza uma fortaleza que a permite viver naquela sociedade de homens. Preciso reler essa parte para entender melhor. Qual o capítulo, Duda?
Entendi de forma parecida a cena do ataque: de que o poder de persuasão do capitalismo é tão grande que o personagem facilmente fica obcecado em possuir as coisas e, no caso da cena, possuir a mulher (mesmo que na marra!). Esta mulher pra mim estava representando toda a riqueza e luxúria de Urras e acentuando o contraste da aridez e pobreza de Anarres. Tanto que tem uma parte da festa que o personagem confessou que nada no planeta dele é bonito, que as pessoas são feias, magras, tudo é árido. Só discordo de uma coisa de vc: acho que a autora bebeu da fonte da De Beauvoir e, na verdade, estava criticando a postura desta mulher de Urras. Mostrando como tem mulheres que se beneficiam do patriarcado ao não quererem trabalhar e só serem bancadas pelos homens. Tanto que em várias passagens do livro vemos críticas a ela: por alto, lembro que o protagonista comentou que quando passou o dia passeando com ela, ela não se ofereceu pra pagar nada, nem mesmo quando o dinheiro dele acabou. E outra passagem em que criticou que ela usa a sensualidade para persuadir os homens. Como se ela fosse uma bonequinha de luxo e não se importasse com isso, tanto que não vemos ela indignada com a própria condição em nenhum momento, ao contrário: goza de seus pequenos privilégios. Na própria cena em questão, ela só se importou que sujou a saia dela, como se a atitude dele fosse super normal. Inclusive ela estava até planejando mesmo trair o marido dela com o personagem, tanto que ela mencionou que estava sem tomar o anticoncepcional. Enfim, foi como eu entendi...
Úrsula é sensacional. Brilhante e originalissima. Pena que ela não trabalhou todos os mundos do Ekumen. Que viagem magnífica.
Li "A mão esquerda da escuridão" há mais de 30 anos e amei essa estória tão diferente e do tipo que eu não estava acostumada. O Straven (acho que é esse o nome) é admirável.
Oi Duda. Vou ler Os despossuidos depois que eu terminar o Ciclo Terramar acho que você vai gostar.
Quero ler o ciclo, mas só começo quando a Morro branco lançar tudo hahaha
Li esse ano. Mais um livraço da Ursula. Parabéns pela resenha, Duda.
❤️❤️
Obaaa vídeo da Duda ❤❤❤
Ursula é brilhante! Sua resenha foi perfeita, Duda!
Não conhecia, mas com certeza vai para minha lista de leitura. 🥰
Amei a resenha, quero ler para ontem 😊
Li esse livro e amei! Gostei muito dos contrastes entre os mundos com visão capitalista, comunista e anarco-socialista! Os questionamentos que o protagonista faz são muito instigantes. Achei a cena do estupro confusa e tb não entendi o pq de a autora tê-la inserido na história. O final me deixou em dúvida se a descoberta do protagonista no campo da física seria afinal partilhada ou se o conhecimento seria usado de forma egoísta apenas pelos habitantes do planeta Terra, acho que a autora poderia ter explorado mais isso. No mais, Duda, sua avaliação do livro foi ótima, parabéns!
Ele entregou para o conselho/união de mundos, não exclusivamente para a Terra. O pessoal de Hain incluso. E foi usado por todos, esse livro se passa bem antes de A mão esquerda da escuridão, por exemplo, onde já existe a comunicação instantânea teorizada por Shevek. É o primeiro do ciclo cronologicamente falando, apesar de ter sido publicado depois.
Feliz que gostou ❤️
Entendi da cena do ataque que o poder de persuasão do capitalismo é tão grande que o personagem facilmente fica obcecado em possuir as coisas e, no caso da cena, possuir a mulher (mesmo que na marra!).
Terminei de ler essa semana. No meu entendimento a cena do est*p3o pode ser entendida no sentido de demonstrar toda a degradação que o Shevek estava passando durante aqueles meses de opulência. Um pouco antes é dito que ele tinha se acostumado a ser chamado de Sr. E a se referir as coisas no possessivo. O que já denotava um certo embotamento mental, comparado a como ele era antes. Além de tudo isso, na festa, ele já estava muito estressado, e é embebedado além da conta, ficando completamente bêbado (vamos lembrar que segundo a autora, o Anarrestis não bebem). Desde a primeira vez que ele vê a Vea, ele relata sentir atração por ela. E pros padrões em que ele cresceu, não haveria implicações morais em se relacionar com ela. Apesar dele entender que na sociedade Urrasti aquilo seria errado. O que eu quero dizer com tudo isso, é que essa cena nojenta foi sendo construída por um tempo até chegar nela. Ao me ver pra reforçar a noção de que a sociedade de A-IO é muito doente, e se vc viver nela, por melhor que seja, eventualmente vc vai adoecer tb
Duda eu te amo ❤ (no bom sentido) 😊
A cena do est*pr0 é pesadíssima e também muito confusa. Acho que a Ursula quis mostrar como aquele mundo com tantas facilidades podem rapidamente corromper um homem, mas ao mesmo tempo demonstra a fraqueza dele. Já a mulher atacada, que aos olhos dos habitantes de Urras e do leitor, não passa de uma pessoa frívola, esconde atrás da beleza e da delicadeza uma fortaleza que a permite viver naquela sociedade de homens. Preciso reler essa parte para entender melhor. Qual o capítulo, Duda?
Entendi de forma parecida a cena do ataque: de que o poder de persuasão do capitalismo é tão grande que o personagem facilmente fica obcecado em possuir as coisas e, no caso da cena, possuir a mulher (mesmo que na marra!). Esta mulher pra mim estava representando toda a riqueza e luxúria de Urras e acentuando o contraste da aridez e pobreza de Anarres. Tanto que tem uma parte da festa que o personagem confessou que nada no planeta dele é bonito, que as pessoas são feias, magras, tudo é árido. Só discordo de uma coisa de vc: acho que a autora bebeu da fonte da De Beauvoir e, na verdade, estava criticando a postura desta mulher de Urras. Mostrando como tem mulheres que se beneficiam do patriarcado ao não quererem trabalhar e só serem bancadas pelos homens. Tanto que em várias passagens do livro vemos críticas a ela: por alto, lembro que o protagonista comentou que quando passou o dia passeando com ela, ela não se ofereceu pra pagar nada, nem mesmo quando o dinheiro dele acabou. E outra passagem em que criticou que ela usa a sensualidade para persuadir os homens. Como se ela fosse uma bonequinha de luxo e não se importasse com isso, tanto que não vemos ela indignada com a própria condição em nenhum momento, ao contrário: goza de seus pequenos privilégios. Na própria cena em questão, ela só se importou que sujou a saia dela, como se a atitude dele fosse super normal. Inclusive ela estava até planejando mesmo trair o marido dela com o personagem, tanto que ela mencionou que estava sem tomar o anticoncepcional. Enfim, foi como eu entendi...
@@danielligundes6337 Excelente resposta. Gostaria de reler o capítulo. Você se lembra qual é?
@@crisprates1975 Capitulo 7, página 191 se for na versão capa dura. 😉