Corina Freire - Teodoro Não Vás ao Sonóro...
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- Опубликовано: 9 сен 2024
- O MAIOR ÊXITO DE CORINA FREIRE!
Esta gravação data de 1931 e pertence à Face A do disco de 78 R.P.M. editado pela marca "His Master's Voice", etiqueta da "Valentim de Carvalho", de seu nome "Corina Freire - Teodoro Não Vás ao Sonoro", em que a actriz e soprano Corina Freire - repito, CORINA FREIRE, - acompanhada de orquestra e coros, interpreta dois sucessos do seu reportório.
Nesta gravação, a interpretação é a solo, mas isso não é o mais importante, como os senhores espectadores podem verificar.
Este registo foi retirado do disco original disponível no Arquivo Sonoro Digital do Museu do Fado, e foi-me gentilmente cedido pelo sr. “Inquiett”, que conseguiu ter acesso a todos os registos MP3 deste Arquivo Sonoro, e se prontificou a enviar-me todos os registos em questão.
Este é o maior sucesso da carreira de Corina Freire, e trata-se de uma das maiores melodias de sempre da nossa história, cuja frase ficou na gota popular.
Corina Carlos Freire de seu nome completo nasceu em Silves a 14 de Dezembro de 1897. Cursou o Conservatório Nacional, e iniciou a sua actividade artística como cantora lírica e folclórica em recitais e festas.
A sua estreia no teatro dá-se em 1927 com a revista «Rosas de Portugal», no Éden Teatro, onde croiu o grande êxito das “Giestas”, gravado por ela na “Odeon”.
De seguida aparece no Maria Vitória na revista «A Rambóia», onde canta esta canção que ficará na memória e na boca de todos os que assistiram à revista. A sua lindíssima voz e presença levam a que seja constantemente solicitada para os elencos de Revistas da época.
Muito elegante, com um ar moderno, o cabelo curtíssimo colado á cabeça em pastas, Corina era uma mulher de luxo, apta ao uso de diamantes e plumas, com uma voz mais educada do que o comum revisteiro, a quem o sucesso foi fácil.
A sua popularidade leva a que seja convidada em 1930 a protagonizar o filme português «A canção do Berço». Quase de seguida filma «A Dama que Ri». Em 1931 regressa à revista com um enorme êxito, ao lado de Beatriz Costa, na revista «O Mexilhão», com mais uma canção que ficará na história, a célebre canção «Teodoro não vás ao sonoro».
Em 1935 participa num espectáculo em Paris intitulado «Parade du Monde» no Casino de Paris. O sucesso é tal que é eleita «o mais belo sorriso de Paris».
O sucesso de Paris também daria brado nas rádios, por causa deste acontecimento:
Segundo uma crítica radiofónica de 7 de Abril de 1934, naquela que seria a 6ª emissão experimental da Emissora Nacional, às 21 horas, depois do sinal horário, a locutora Maria de Resende leu as efemérides, e depois anunciou Corina Freire da seguinte maneira:
"E agora, senhoras e senhores, Corina Freire vai interpretar dois números portugueses, e o fará o talento demonstrado ultimamente em Paris".
E eis que Corina Freire começa a tocar na Emissora Nacional, acompanhada por orquestra e coros... em discos! Provavelmente, deve ter sido este um dos discos que passou nesse momento na Emissora.
Depois, a locutora anunciou dois discos, desta feita anunciados como tal, de marchas militares inglesas, e depois anunciou um concerto de música espanhola, que se apresentou como um programa de excelência, e bem elaborado. O crítico só ficou fodido - passo a expressão - porque desta feita Maria de Resende não anunciou o programa da mesma maneira como anunciou Corina Freire.
Como vêem, senhoras e senhores, nestes tempos, a rádio era uma coisa muito seríssima.
De regresso a Portugal, Freire participa nas revistas «A Arca de Noé», «Feira da Alegria», «Chá de Parreira» entre muitas outras. Umas seriam bem-sucedidas, outras um fracasso gigantesco.
Na década de quarenta retira-se da vida artística, dedicando-se ao ensino de canto, e à divulgação activa de vedetas da canção ligeira portuguesa. Um de seus alunos seria o célebre cantor António Calvário.
Corina Freire continuaria a seguir este caminho até 1986, ano em que viria a falecer com 89 anos de idade.
Curiosamente, eu tenho um amigo, de seu nome António Serra, actual vendedor de jornais e vocalista do Rancho Folclórico de Alcácer do Sal, que foi amicíssimo de Corina Freire, e que morava mesmo ao lado da casa onde Corina Freire morava e ensinava as suas aulas de canto. E todas estas informações foram dadas por ele, devido à amizade que ele tinha com ela, e possuia todas as gravações dela em 78 R.P.M., todas oferecidas por ela.
Apesar de Corina Freire ser reconhecida como uma das mais célebres cantoras portuguesas de todo o sempre, os seus discos, apesar de terem sido grandes sucessos, nunca chegariam a ser reeditados em lugar nenhum, nem em vinil, nem em CD, sendo que alguns êxitos seus viriam outra vez à baila na voz de outros artistas.
Mesmo assim, as suas gravações foram sobrevivendo à poeira dos séculos, e agora estão todos disponíveis no Arquivo Sonoro Digital do Museu do Fado, sendo esta gravação uma delas, da qual espero que gostem.
Esta revista teve muito êxito! Aqui Corina Freire,uma grande artista,da nossa revista a entoar com graça,uma parte desta revista que enaltecia,a passagem do cinema mudo,ao cinema sonoro. Uma grande conquista,alcançada,para a história futura,do cinema. Obrigada amigo por este bonito momento,revisteiro.
A revista do Mexilhão foi das mais badaladas. De nada, amiga.
Belíssima história ❤
Obrigado por colocar a música! As memórias que tenho da minha avó ❤️
De nada. Sempre de boa vontade. ❤️❤️❤️
Inevitavelmente, mais uma excelente e inolvidável peça da melhor música ligeira portuguesa, partilhada pelo canal "Miguel Ângelo Catarino Vaquinhas!
Inevitavelmente, mais um excelente e inolvidável comentário a uma peça fantástica da música ligeira portuguesa, partilhada pelo canal "fntavora".
Agradeço pela descrição de índole histórica. Fiquei a conhecê-la bastante melhor.
Sempre de boa vontade.
Gosto de revista à portuguesa.... saudações..
Acredito piamente. Já somos dois. Saudações.
Aí o Teodoro.... coitadinho.... conheço o museu do FADO.... é uma gravação.... muito engraçada...tem jeitinho.. de novo obrigadinha amigo gosto imenso das postagens....um bem-haja..aí se estivesse legendado!!!!!!
Ah pois éi... Acredito piamente, amiga. De novo, de nadinha. Um bem haja para si também. Se estivesse legendado, muita gente iria rir-se, mas acho que a gravação está perceptível para muita gente. Obrigado pelos comentários, amiga.
Desta não tenho o disco, mas tenho a partitura para canto e piano.
Acredito piamente. E já é muito bom. Em breve, tentarei publicar o Lado B.