Boa noite Professor Gustavo e ao amigo e conterrâneo Alex da ASHO. Parabéns pelo ótimo vídeo. Os termos calibração e ensaio são relacionados a metrologia ou Ciência da medição. Nossa empresa foi a primeira representante da Gilian no RS. Representávamos a Douglas Trading que depois originou a Almont do amigo Alberto. Com o advento das normas ISO série 9000, nos tornamos exclusivamente laboratório de metrologia científica, o Walm Lab. Inicialmente eram calibrados somente os rotâmetros das bombas com um calibrador e os erros de indicação eram enormes. Com o passar do tempo, foi constatado que outros parâmetros deviam ser medidos tais como relação da vazão com o aumento do backpressure, capacidade real da bateria, pulsos de pressão etc. O termo ensaio se refere mais aos testes de aprovação de modelo onde condições de uso extremas podem ser simuladas em laboratório e um relatório, laudo ou certificado com uma conclusão, atende não atende é fornecido. Como tradicionalmente iniciou-se a fornecer um certificado de aferição (termo em desuso) e depois um certificado de calibração, o nome do documento foi mantido até os dias de hoje, mas pode mudar no futuro sem problema. Neste documento, além da calibração do indicador de vazão da bomba com uma abordagem metrológica e estatística, foram incluídos o cálculo de incerteza de medição de acordo com a ISO-GUM. Por exemplo, podemos fazer múltiplas leituras comparando com o padrão e na média o resultado estar aceitável. Ao calcular a incerteza de medição, levamos em conta o desvio padrão das leituras feitas, a resolução do indicador, a incerteza do padrão, a influência da temperatura e da umidade relativa e podemos descobrir que não foi tão bem assim. O objetivo final é que a bomba amostradora cumpra bem seu papel, por isso buscamos na calibração descobrir falhas não tão evidentes na rotina de "calibração inicial e verificação final". No certificado de calibração incluímos os itens verificados por desempenho que abrangem outros testes, além da calibração do medidor de vazão. Como o Alex falou, o teste de backpressure é muito importante, pois traçamos um gráfico representando a correlação entre a vazão e o aumento da pressão negativa na entrada da bomba. Esta perda de carga no deslocamento do fluído é causada pelo entupimento do amostrador, pela mangueira, pelo entupimento do filtro primário da bomba, por vazamentos internos etc. Acho este gráfico mais importante do que o erro de indicação da vazão propriamente dita. Se a bomba tem um vazamento interno depois do sistema de controle, o gráfico vira uma rampa descendente, indicando que precisa de manutenção. As vezes o circuito indicador de "Fault" está com um tempo de indicação muito longo e não sinaliza que a mangueira foi estrangulada por exemplo. As vezes, o circuito eletrônico de controle de vazão, já não atua mais devido a baixa tensão da bateria e o indicador de lo-bat ainda não indicou. As vezes este controle eletrônico de vazão está sobre compensado (Aumenta a vazão com o aumento do BP). Esta condição pode ser detectada no final da amostragem, mas no laboratório é testada no final da faixa de BP especificado pelo fabricante da bomba. Eu sei que o Alex tem um calibrador que mede BP da SKC e mantém vigilância em suas bombas, mas a maioria não tem este recurso. Consegue medir somente vazão e não tem como simular nem medir BP. Teoricamente, se o profissional montar uma estrutura com condições ambientais controladas, pessoal qualificado, procedimentos documentados, padrões adequados (TUR) e calibrados periodicamente, poderia ele mesmo fazer este trabalho e emitir o próprio certificado de calibração/ensaio. Como nem todos tem quantidade de instrumentos que justifique tal investimento vale a pena terceirizar. É aí que entram os laboratórios de calibração ou ensaio. A calibração periódica das bombas em um laboratório de sua confiança, pode ser um argumento de desempate na hora de vender o serviço. Aqui no Walm Lab, sempre que possível mandamos calibrar nossos padrões em um laboratório de ótima reputação, mesmo tendo padrões que possibilitariam a calibração interna. A imparcialidade é sempre bem vinda. Por exemplo, temos padrão de tempo e frequência atômico de rubídio, com incerteza de 1 ppb (parte por bilhão), mas calibramos nossos cronômetros fora. Temos medidor de sinais eletroacústicos de 8 1/2 dígitos mas calibramos nosso gerador de sinais normalizados no laboratório primário nacional INMETRO-RJ. Falando de calibração RBC. O Alex está correto, não é obrigatório. A norma 17025 : 2017 no seu anexo A, elenca as três formas possíveis de demonstração de rastreabilidade metrológica. "A.3 Demonstração da rastreabilidade metrológica" Existem vários meios de se demonstrar a conformidade a este documento: reconhecimento por terceira parte (como um organismo de acreditação), avaliação externa por clientes ou autoavaliação. Eu já ví o pessoal em live, falando que "se não for acreditado RBC a rastreabilidade para no padrão". Onde isto está escrito ? A certificação por organismo certificador é opcional e tem um custo elevado. Se derem uma olhada no escopo dos laboratórios acreditados RBC vão encontrar laboratórios com incerteza de 0,0001% e outro com 3% em tensão DC por exemplo. Significa que este último investiu R$ 500,00 no padrão e pelo menos R$ 10000,00 na certificação. Faz sentido ? Mas, a propaganda de que é acreditado RBC acaba enganando o tomador do serviço, que acredita que a acreditação é garantia de qualidade e baixa incerteza na calibração. É apenas a garantia de que o laboratório sabe fazer bem feito e que tem um sistema da qualidade auditado. O INMETRO Não garante permanentemente a qualidade dos serviços oferecidos pelos laboratórios acreditados RBC. Se o laboratório fizer porcaria é ele quem responde e não o INMETRO. Em uma pesquisa feita pelo próprio INMETRO, encontraram não conformidades moderadas ou graves em quase 50% dos laboratórios já acreditados. Estas não conformidades, podem ocorrer em laboratórios acreditados ou não. O importante é o compromisso dos gestores em eliminar constantemente estas falhas e informar o cliente. Transparência e credibilidade são fundamentais. Aqui optamos em investir constantemente em modernos padrões e estamos a 37 anos expandindo nossas capacidades e escopo. Não vendemos instrumentos de medição, o que nos deixa livres para ajudar nosso cliente a decidir qual instrumentos comprar. Compartilhamos informações, sobre quais funcionam bem e eventuais problemas que costumam ter. Isto não quer dizer que um fabricante ou revendedor não pode calibrar os instrumentos que vende. A credibilidade é construída ao longo dos anos. Um outro assunto interessante é a inclusão de obrigações taxativas nas normas pelos comitês. Desde que o mundo é mundo existe a imposição de barreiras não tarifárias na criação de normas. Algumas exigências são importantes mas outras são para reserva de mercado mesmo. Mas, isto é assunto para outra oportunidade. Perdão pelo longo texto. Espero ter ajudado. Atenciosamente Walter Guimarães Junior Gerente Técnico Walm Lab www.walmlab.com.br
![Eminem - Temporary (feat. Skylar Grey) [Official Music Video]](http://i.ytimg.com/vi/ZaK9Wi5ho0o/mqdefault.jpg)
![[10] Cálculo de Vazão e Volume](/img/1.gif)
Boa noite Professor Gustavo e ao amigo e conterrâneo Alex da ASHO.
Parabéns pelo ótimo vídeo.
Os termos calibração e ensaio são relacionados a metrologia ou Ciência da medição.
Nossa empresa foi a primeira representante da Gilian no RS. Representávamos a Douglas Trading que depois originou a Almont do amigo Alberto. Com o advento das normas ISO série 9000, nos tornamos exclusivamente laboratório de metrologia científica, o Walm Lab. Inicialmente eram calibrados somente os rotâmetros das bombas com um calibrador e os erros de indicação eram enormes. Com o passar do tempo, foi constatado que outros parâmetros deviam ser medidos tais como relação da vazão com o aumento do backpressure, capacidade real da bateria, pulsos de pressão etc. O termo ensaio se refere mais aos testes de aprovação de modelo onde condições de uso extremas podem ser simuladas em laboratório e um relatório, laudo ou certificado com uma conclusão, atende não atende é fornecido.
Como tradicionalmente iniciou-se a fornecer um certificado de aferição (termo em desuso) e depois um certificado de calibração, o nome do documento foi mantido até os dias de hoje, mas pode mudar no futuro sem problema. Neste documento, além da calibração do indicador de vazão da bomba com uma abordagem metrológica e estatística, foram incluídos o cálculo de incerteza de medição de acordo com a ISO-GUM. Por exemplo, podemos fazer múltiplas leituras comparando com o padrão e na média o resultado estar aceitável. Ao calcular a incerteza de medição, levamos em conta o desvio padrão das leituras feitas, a resolução do indicador, a incerteza do padrão, a influência da temperatura e da umidade relativa e podemos descobrir que não foi tão bem assim.
O objetivo final é que a bomba amostradora cumpra bem seu papel, por isso buscamos na calibração descobrir falhas não tão evidentes na rotina de "calibração inicial e verificação final".
No certificado de calibração incluímos os itens verificados por desempenho que abrangem outros testes, além da calibração do medidor de vazão.
Como o Alex falou, o teste de backpressure é muito importante, pois traçamos um gráfico representando a correlação entre a vazão e o aumento da pressão negativa na entrada da bomba. Esta perda de carga no deslocamento do fluído é causada pelo entupimento do amostrador, pela mangueira, pelo entupimento do filtro primário da bomba, por vazamentos internos etc. Acho este gráfico mais importante do que o erro de indicação da vazão propriamente dita. Se a bomba tem um vazamento interno depois do sistema de controle, o gráfico vira uma rampa descendente, indicando que precisa de manutenção. As vezes o circuito indicador de "Fault" está com um tempo de indicação muito longo e não sinaliza que a mangueira foi estrangulada por exemplo. As vezes, o circuito eletrônico de controle de vazão, já não atua mais devido a baixa tensão da bateria e o indicador de lo-bat ainda não indicou. As vezes este controle eletrônico de vazão está sobre compensado (Aumenta a vazão com o aumento do BP). Esta condição pode ser detectada no final da amostragem, mas no laboratório é testada no final da faixa de BP especificado pelo fabricante da bomba.
Eu sei que o Alex tem um calibrador que mede BP da SKC e mantém vigilância em suas bombas, mas a maioria não tem este recurso. Consegue medir somente vazão e não tem como simular nem medir BP.
Teoricamente, se o profissional montar uma estrutura com condições ambientais controladas, pessoal qualificado, procedimentos documentados, padrões adequados (TUR) e calibrados periodicamente, poderia ele mesmo fazer este trabalho e emitir o próprio certificado de calibração/ensaio.
Como nem todos tem quantidade de instrumentos que justifique tal investimento vale a pena terceirizar. É aí que entram os laboratórios de calibração ou ensaio. A calibração periódica das bombas em um laboratório de sua confiança, pode ser um argumento de desempate na hora de vender o serviço.
Aqui no Walm Lab, sempre que possível mandamos calibrar nossos padrões em um laboratório de ótima reputação, mesmo tendo padrões que possibilitariam a calibração interna. A imparcialidade é sempre bem vinda. Por exemplo, temos padrão de tempo e frequência atômico de rubídio, com incerteza de 1 ppb (parte por bilhão), mas calibramos nossos cronômetros fora. Temos medidor de sinais eletroacústicos de 8 1/2 dígitos mas calibramos nosso gerador de sinais normalizados no laboratório primário nacional INMETRO-RJ.
Falando de calibração RBC.
O Alex está correto, não é obrigatório.
A norma 17025 : 2017 no seu anexo A, elenca as três formas possíveis de demonstração de rastreabilidade metrológica.
"A.3 Demonstração da rastreabilidade metrológica"
Existem vários meios de se demonstrar a conformidade a este documento: reconhecimento por terceira parte (como um organismo de acreditação), avaliação externa por clientes ou autoavaliação.
Eu já ví o pessoal em live, falando que "se não for acreditado RBC a rastreabilidade para no padrão".
Onde isto está escrito ?
A certificação por organismo certificador é opcional e tem um custo elevado.
Se derem uma olhada no escopo dos laboratórios acreditados RBC vão encontrar laboratórios com incerteza de 0,0001% e outro com 3% em tensão DC por exemplo. Significa que este último investiu R$ 500,00 no padrão e pelo menos R$ 10000,00 na certificação. Faz sentido ?
Mas, a propaganda de que é acreditado RBC acaba enganando o tomador do serviço, que acredita que a acreditação é garantia de qualidade e baixa incerteza na calibração. É apenas a garantia de que o laboratório sabe fazer bem feito e que tem um sistema da qualidade auditado.
O INMETRO Não garante permanentemente a qualidade dos serviços oferecidos pelos laboratórios acreditados RBC. Se o laboratório fizer porcaria é ele quem responde e não o INMETRO.
Em uma pesquisa feita pelo próprio INMETRO, encontraram não conformidades moderadas ou graves em quase 50% dos laboratórios já acreditados.
Estas não conformidades, podem ocorrer em laboratórios acreditados ou não. O importante é o compromisso dos gestores em eliminar constantemente estas falhas e informar o cliente.
Transparência e credibilidade são fundamentais.
Aqui optamos em investir constantemente em modernos padrões e estamos a 37 anos expandindo nossas capacidades e escopo. Não vendemos instrumentos de medição, o que nos deixa livres para ajudar nosso cliente a decidir qual instrumentos comprar. Compartilhamos informações, sobre quais funcionam bem e eventuais problemas que costumam ter.
Isto não quer dizer que um fabricante ou revendedor não pode calibrar os instrumentos que vende.
A credibilidade é construída ao longo dos anos.
Um outro assunto interessante é a inclusão de obrigações taxativas nas normas pelos comitês.
Desde que o mundo é mundo existe a imposição de barreiras não tarifárias na criação de normas.
Algumas exigências são importantes mas outras são para reserva de mercado mesmo.
Mas, isto é assunto para outra oportunidade.
Perdão pelo longo texto. Espero ter ajudado.
Atenciosamente
Walter Guimarães Junior
Gerente Técnico
Walm Lab
www.walmlab.com.br
Quando vai ter curso do lLTCA