Vídeo interessante, mas os haredim não interpretam o guilgoul de forma parecida com o espiritismo. Em várias obras da chassidut, a interpretação do guilgoul é a mesma da apresentada no "Portal das Reencarnações" do Arizal e do "Livro da Reencarnação das Almas", do Gaon de Fanno. Ou seja, para a chassidut há o mesmo conceito de um veículo de elementos espirituais (como o Arizal chama o "homem) carregar várias almas reencarnadas ou em ibbur (gestação). Nenhum cabalista haredi acredita que uma pessoa é uma reencarnação de uma outra como na forma espírita (o site do Chabad em inglês e português confima isto). E que a reencarnação judaica é anterior ao Bahir ou ao Zohar é atestado pelo próprio Saadia Gaon, que escreveu uma refutação à reencarnação que, segundo ele, era uma crença de alguns judeus.
Olá Rafael, bom te ver por aqui! Na verdade, o grande problema é a utilização do termo "reencarnação". O termo acompanha um conceito, e ambos foram criados no século XVIII por Lessing, na Alemanha. O conceito de "Guilgul Neshamot" não tem absolutamente nada a ver com "reencarnação". A explicação dada pela seita Chabad (considerada uma seita não-judaica pela maioria dos charedim) ou pelo "Kabalah Center" (idem) é uma mistura de confusões que levam a muitos equívocos. O Bahir ou o Zohar não podem ter o conceito de "reencarnação" simplesmente pelo fato de que, na época em que foram escritas tais obras, não haviam inventado ainda essa ideia. A tradução de "Guilgul Neshamot" seria "O Giro (ou o ciclo) das Neshamot (plural de Neshamá, conceito muito bem definido no Judaísmo, e que não corresponde à "alma" propriamente dita). A tradução para "reencarnação" é uma deformação medonha. Da mesma forma, Pitágoras, Platão, as Escolas Metafísicas Indianas etc., nunca foram "reencarnacionistas". Um grande abraço!
@@transcendenciaaoamuniz O prazer é meu, meu amigo. Algumas observações: 1) O Zohar possui sim o conceito de reencarnação: "וְהַאי אִיהוּ רָזָא דְּגִלְגּוּל. גַּלְגַּל לֵית לֵיהּ תְּנוּעָה בְּלָא אֲמַת הַמַּיִם, אוֹף הָכִי, אֲמַת הַמַּיִם רָזָא דְּאָת ו'" E este é o segredo da "roda" ( רָזָא דְּגִלְגּוּל): o moinho não gira sem o fluxo da água... (Zohar Pinchas 45) קוּדְשָׁא בְּרִיךְ הוּא, בְּהַהוּא דְּעִרֶב, אַרְכִּיב לֵיהּ, וְאַיְיתֵי לֵיהּ בְּגִלְגּוּלָא לְקַבְּלָא עוֹנְשֵׁיהּ. חָזַר בְּתִיּוּבְתָּא, אִשְׁתָּדַּל בְּאוֹרַיְיתָא, וְאַפְרִישׁ טוֹב מֵרָע, O Santíssimo e Único, Bendito seja, é Quem faz esta união, fazendo com que rodem novamente (בְּגִלְגּוּלָא) para receber suas punições (ou ainda "para que na reecarnação recebam)... (Behar 66) בְּשַׁגָּם וַדַּאי אִיהוּ מֹשֶׁה וְקָטֵיל לֵיהּ, וְאִיהוּ הֲוָה בְּרָא בּוּכְרָא דְאָדָם. E a carne é Abel e Abel era (ודאי) Moisés... (Bereshit 285) Sem contar quase toda a porção Mishpatim do Zohar que versa sobre o motivo da lei do levirado: a reencarnação do falecido sem filhos, para que ele não fique vagando pelo cemitério ou reencarne como pedra. De outros rabinos: "לֵב טָהוֹר בְּרָא לִי אֱלֹקִים וְרוּחַ נָכוֹן חַדֵּשׁ בְּקִרְבִּי". פֵּרֵשׁ הַמָּאוֹר הַגָּדוֹל, הָרַב רַבִּי משֶׁה אַלְשֵׁיךְ, זֶה לְשׁוֹנוֹ: תְּפִלַּת דָּוִד הַמֶּלֶךְ עָלָיו הַשָּׁלוֹם הָיָה, שֶׁלֹּא יָבוֹא עוֹד בְּגִלְגּוּל; שֶׁכָּל מִי שֶׁאֵינוֹ קוֹנֶה שְׁלֵמוּת בָּעוֹלָם הַזֶּה מֻכְרָח לָבוֹא בְּגִלְגּוּל אָדָם אַחֵר וּלְתַקֵּן מַה שֶּׁחִסֵּר מַעֲשֶׂה הַטּוֹב בָּעוֹלָם הַזֶּה. וְעַל זֶה הִתְפַּלֵּל דָּוִד הַמֶּלֶךְ עָלָיו הַשָּׁלוֹם, שֶׁיִּנָּצֵל מֵהַגִּלְגּוּל, וְאָמַר: וְרוּחַ נָכוֹן חַדֵּשׁ בְּקִרְבִּי - וְלֹא עַל יְדֵי גִּלְגּוּל נִשְׁמָתִי בְּאִישׁ אַחֵר, שֶׁאֲנִי מֻכְרָח לָמוּת וּלְהִתְגַּלְגֵּל בְּאִישׁ אַחֵר. Segundo o grande iluminado Rabino Moisés Alsheich, de memória abençoada, o Rei Davi rezou para ser poupado da reencarnação. Quem não cumpre sua missão, deve retornar em outro corpo para completar a sua tarefa. Portanto, o Rei David implorou para ser poupado disso, pedindo ao Eterno para que se espírito fosse renovado ainda em vida, para que não fosse necessário o retorno de sua alma à terra novamente, em outro corpo. - Kav HaYashar, Rabino Tzvi Hirsch Kaidanover (1648-1712), mas a citação do Rabino Moisés Alsheich é por volta de 1580). O próprio Saadia Gaon (892-943) diz no Tratado 6 de seu ספר האמונות והדעות que "alguns que se dizem judeus" afirmam uma crença "estúpida" na transmigração, e cita como um absurdo a crença de que um homem pode reencarnar como plantas e animais. E veja a época de Saadia Gaon: bem anterior ao Zohar e à escola de Safed, onde ele também usa o termo guilgoul para descrever um processo de renascimento das neshamot " יקבל הגלגל ותהיה בו מאירה, אבל עצמה יותר דק מן הגלגלים, ועל כן נהיתה מדברת ועמדתי על זה משני השרשים הגדולים, אחד מהם המושכל, והוא כאשר ראיתי" O fato é que muitas doutrinas cabalistas já circulavam entre os judeus bem antes da explosão do Zohar, de Luria e Cordovero. A ideia de que essas doutrinas surgiram apenas depois da escola de Safed, influenciada pelo Hermetismo Renascentista, é batida. 2) Sobre o que o Chabad ensina sobre isto, você pode ver em שיעורי רבי דוד פוברסקי - בבא מציעא - z יהושע דוד, (As Lições do Rabino David Povarsky - Bava Metzia). O fato do Chabad e outros haredim utilizarem o termo "reencarnação" para Guilgoul não quer dizer que eles estão referendando os guilgoulim como "reencarnação" no sentido kardecista. É apenas uma tradução aproximada, o fato que importa é como eles entendem. Se os goyim entendem de uma forma errada, já que estão fora do Judaísmo e do contexto todo, não faz a menor importância, já que não cabe nem aos bnei noach e nem aos goyim a especulação desse tipo de assunto. 3) Portanto, concordo com você quanto aos guilgoulim não serem reencarnações no modelo espírita kardecista. Isto o Arizal deixa claro no Shaar e pode ser visto em qualquer aula dos rabinos do Beit Chabad. Os guilgoulim não são para retificar um indivíduo, são os círculos do mundo para que ocorra a Retificação do mundo, ao passo que o que chamamos de homem é apenas um "veículo" para este processo. Veja o que diz o Arizal no Shaar: אמנם דע, כי האדם עצמו, הוא הרוחניות אשר בתוך גוף, והגוף הוא לבוש האדם, ואיננו האדם עצמו. De fato, o ser humano é um elemento espiritual dentro de um corpo, que é apenas sua veste, não a pessoa de fato. וכמש"ה על בשר אדם לא ייסך, וכנזכר בזוהר פרשת בראשית דף כ' ע"ב. Foi escrito: «Não se ungirá com ele a carne do homem» (Nota do Tradutor Êxodo 30:32) e no Zohar Parashat Bereishit 20b. 4) Mas de fato, os guilgoulim não são unanimidade entre os judeus. Sefaradim normalmente são bem críticos quanto a isto. 5) O Beit Chabad não recebe críticas de outros chassidim ou de outros haredim por conta do que ensina sobre guilgoulim, ainda que como reencarnação, mas por algo que você mencionou no vídeo, o messianismo do Rebe de Lubavitch, que também não é unanimidade no Chabad.
@@bardorafao obrigado pelas referências. Muito interessantes as passagens e acabam confirmando o que eu disse no vídeo. Cabe observar que elas se referem à palingênesis e não à reencarnação...O grande problema de se traduzir isso como "reencarnação" é a confusão ocasionada pelos termos...Palingenese é diferente de metempsicose que, por sua vez, é diferente de metensomatose e, as 3, são diferentes de reencarnação. A Neshamá é o 'ser', não a individualidade (nefesh e ruach). O que ficaria "vagando" seria o "ob", os restos psicofísicos da individualidade, não o ser. É justamente para "desintegrar" o "ob" que se fazem os ritos fúnebres e as orações, como é referido no texto citado por você. O ser não "reencarna". A palingenesia implica em manifestação em outro estado, individual ou não individual, e não na "volta" ao estado individual humano. A passagem de Abel "ser" Moisés, deve ser tomada no mesmo sentido de João Batista "ser" Elias. São essas manifestações, em estados múltiplos, que se ligam à ideia do "tikun olam", não a volta ao estado individual humano. A transmissão de características físicas (metensomatose) ou psíquicas (metempsicose) a outro ser, não são o mesmo que a palingenesia, nem o mesmo que a permanência ou manifestação do ob. A utilização do termo "reencarnação" para exemplificar e traduzir os conceitos cabalísticos é profundamente infeliz. O termo "reencarnação" tem um sentido próprio, não pode ser esvaziado e "ressignificado" pelo judaísmo ou por qualquer outra doutrina (como os neo-budistas e os neo-hindus tentam fazer). O termo e o conceito de "reencarnação" é um produto da tentativa de Lessing, no século XVIII, em harmonizar a bondade divina com as desigualdades sociais e as diferenças de nascimento. O termo foi adotado pelos socialistas utópicos franceses e daí foi para os círculos espíritas. Dos círculos espíritas passou aos teosofistas e, destes, para todo o resto. A citação em relação aos "bnei noach" e aos "góyim", de não lhes caber especular esses assuntos, é bastante irônica, tendo em vista que, historicamente, a Cabalá se apropriou em grande medida de doutrinas não judaicas para se estruturar, inclusive do Sufismo e do Platonismo, ou seja, doutrinas de "bnei noach" e "góyim"... Em relação ao movimento Chabad, o problema do "messianismo" do Rebe é apenas um entre muitos. A própria obra fundamental do movimento, o "Likutei Amarin Tanya" traz passagens altamente problemáticas. O movimento já era visto como herético bem antes do último Rebe...Grande abraço! É sempre um prazer conversar com vc!
@@transcendenciaaoamuniz O prazer foi mal. O canal está muito bom, parabéns! Sobre a reencarnação, concordo com o que você diz. O Arizal diz no Shaar que os guilgoulim estão ligados às quatro mundos (não ao 5, Adam Qadmon, que é transcendente). דע, כי כל הנפשות הם מעולם העשיה בלבד, וכל הרוחות הם מעולם היצירה, וכל הנשמות הם מעולם הבריאה. Saibas: os nefashot são apenas do mundo da Asiyah, os Ruashim são apenas do mundo da Yetzirah e os Neshamot são apenas do mundo da Beriah. אמנם רוב בני אדם, אין להם כל החמשה חלקים, הנקראים נר"ן וכו', רק חלק הנפש בלבד, אשר היא מן העשיה. Entretanto, a maioria das pessoas não possuem as cinco partes, o que chamamos de NRNCh"Y, mas apenas uma parte, que é do mundo da Asiyah. Veja bem, não são apenas as Neshamot que estão no Guilgoulim. Os ruachot e nefashot também estão. Uma alma que desenvolveu até Neshamah pode voltar e reencarnar (ou "voltar na roda") como Nefesh, num peixe, ave ou criaturas dos mundos inferiores. E isto porque o ciclo dos guilgoulim estão ligados ao sistema das Duas Faces e do Shevirat HaKelim. Novamente, o Shaar do Arizal והנה האדם טרם שיזכה להשיג רוחו, אשר מעולם היצירה, צריך שיהיה שלם בכל חמשה פרצופי נפש העשיה: Mas para conseguir isto, a alma passa por muitos passos, pois está dividida em cinco faces, chamadas: A’A (Arich Anpin) I’A’A’I (Imma Abba Zeir Anpin) e IZI’’I (Imma Zein Anpin). ואע"פ שנודע, שיש מי שנפשו מן מלכות דעשיה, ויש מן יסוד דעשיה וכו', עכ"ז צריך שיתקן כל איש ואיש כל כללות עולם העשיה, ואח"כ יוכל לקבל רוחו אשר מן היצירה, לפי שהיצירה גדול מכל העשיה כלה. Algumas pessoas possuem a Nefesh relacionada ao reino da Asiyah, enquanto outras ao yesod de Asyiah, então ela deve retificar toda a gama da Asiyah - só assim poderá receber o seu Ruach de Yetzirah, pois Yetzirah é superior a Asyiah. וכן עד"ז כדי להשיג נשמתו אשר מן הבריאה, צריך שיתקן האדם כל חלקי רוחו בכל היצירה, ואח"כ יוכל לקבל נשמתו אשר מן הבריאה, ולא יספיק לו כאשר יתקן מקום פרטי, שבו נאחז שרש נשמתו, רק צריך שיתקן כנזכר, עד שיהיה ראוי אל כל העשיה, ואז ישיג רוח היצירה.} E assim, para obter uma Neshamah, que é de Beriah, é preciso reparar todas as partes de seu Ruach através de Yetzirah, para só então receber a Neshamah de Beriah, não estará pronto para tanto enquanto retificar apenas um local particular no qual a raiz da alma está fixada. Ora, os 4 mundos e seus submundos estão diretamente ligados às duas Faces (A Menor, Feminina - Lua; a Maior, Masculina - Sol). Este movimento todo está ligado ao Tikkun HaOlam, você está certo nisso também. Mas a questão é que, para um judeu, utilizar o termo "reencarnação" não tem o mesmo impacto que para vocês. Adotou-se "reencarnação" como termo simplesmente porque há elementos espirituais que transmigram entre vários corpos, muitas veze vários deles num corpo só através do guilgoulim ou do Ibbur (impregnação). Se você falar em "reencarnação" entre chabadnikim, ninguém ali imaginará um "eu integral" que migra de corpo após a morte. Aí entra a questão que você tocou, a da linguagem. O Rabino Abulafia diz no Nar Elohim e no Get HaShemot que a Cabala é a transformação do estado profético em linguagem. Então, o fato da Cabala utilizar termos do sufismo, do Hermetismo e algumas vezes parecidos com o Hinduísmo não comprova uma teoria da Cabala como uma síntese de doutrinas goyim revestidas pela Torá, mas o contrário. E a prova disso está nos estudos profundos dos grandes Cabalistas, que conseguem comprovar a presença velada das doutrinas da Cabala no Tanach, nos Midrashot, nos Aggadot etc. Há inúmeros trabalhos sobre isso, todos bem-fundamentados. Sobre o Tanya, particularmente só vejo um problema: o fato de considerar as qliphot dos goyim "qliphot temeoth", cascas impuras. Isto é um absurdo que não encontra qualquer fundamento nas Torot, tanto oral como escrita, basta lembrar que Hillel e Shamai eram discípulos de rabinos convertidos; Onkolus era um convertido e o próprio Imperador Nero se converteu ao Judaísmo e virou um judeu piedoso. T.'.F.'.A.'.
@@bardorafao rsrsrs...É um prazer no bom sentido! Então, eu sinto que nós dois estamos falando exatamente a mesma coisa, só com a divergência em relação ao termo. Quando há a transmigração (palingênese) do espírito/intelecto, há, no caso de manifestações individuais do ser, a presença de outros elementos imateriais (alma e mente, ou "nefesh" e "ruach" ou alma concupiscível e alma irascível etc...), mas esses não são os mesmos do ser anterior ou podem, em acordo com o tipo de manifestação, não existir (caso de estados não individuais). Ou seja, o ente que, de fato, renasce, é o Ser, não os elementos agregados a uma individualidade. Já nos casos de metempsicose, o que reaparece (em outro ser) são os restos psíquicos abandonados após a morte. No caso da metensomatose as características corporais...Mas, em nenhum desses casos se trata do "ser" como um todo, há ali outros elementos (no caso dos "tulkus", por exemplo, as características e memórias do lama anterior são "captadas" pelo novo tulku que, a essas características, junta seus próprios elementos individuais não permanentes e também o seu próprio ser, ou seja, junta-se a mente e a "alma animal" a um outro ser, mas não é mais "o lama anterior" que está ali, uma vez que o ser verdadeiro do lama morto já está em outro estado e não mais voltará à individualidade humana). Eu penso que se fosse conservado o termo hebraico "guilgul" ou "transmigração" em vez de "reencarnação", haveria menos confusão (se bem que, pra quem quer confundir tudo e enfiar espiritismo em tudo, não adianta explicar). No caso do Budismo, o uso da palavra "reencarnação" foi, e é, catastrófico. São questões muito sofisticadas, complexas, e acabam sendo "simplificadas" para "que todos entendam", da pior forma possível. Em relação às influências não-judaicas na Cabalá, há alguns estudos muito interessantes de Gershom Scholem e outros estudiosos que demonstram uma maciça influência platônica e islâmica em alguns temas cabalísticos. A Cabalá, como um sistema coerente, se estrutura numa época e num ambiente onde o Esoterismo Islâmico (e a "Falsafa") estavam em todos os círculos intelectuais. Muito obrigado pelos seus comentários em relação aos vídeos. É muito bom poder conversar com pessoas de alto nível. Grande abraço!
Aliás, o Zohar seria um texto tradicional? Antes do Zohar, a cabala tinha uma abordagem mais ligada à mística do Segundo Templo. Após o Zohar, houve uma transformação significativa, incorporando elementos gnósticos e novas interpretações. O Ramban (Moishe ben Nachman), embora praticasse a cabala, era mais ligada a lei mosaica, diferindo do Zohar. Por isso eu penso que o Zohar não é um texto tradicional e que até mesmo diverge do judaísmo antigo, posto que o judaísmo antigo se focava no cumprimento da lei para ter uma relação direta com Deus, pro Zohar isso se torna impossível como pela ideia do ein sof.
Só quando morrermos é que vamos saber quem está certo, todo mundo fala como se soubesse o que acontece depois da morte, mas na verdade a única coisa que temos certeza é que depois da morte o corpo apodrece. Saber com exatidão o que cada doutrina religiosa acredita é legal e com certeza é o mais longe que podemos chegar em nível de conhecimento a esse respeito no momento.
Embora o termo "reencarnação" seja relativamente moderno, o conceito de retorno da alma é antigo e existe em diferentes tradições espirituais, incluindo a Cabala judaica. O que Kardec fez foi consolidar e nomear esse conceito em sua filosofia, mas ele não o criou. Na Cabala, o gilgul é uma interpretação judaica única do ciclo das almas, enraizada nos ensinamentos místicos e na tradição religiosa judaica.
@@CanaldeFilmes009 reencarnação é um CONCEITO bastante diverso do Guilgul Neshamot, de Punarbhava, da Palingênese, da Metensomatose ou da Metempsicose. Tenho 2 livros publicados em que explico, minuciosamente, as diferenças.
Segundo o Rav Michael Laitman, o ser que não completa a correção (Tikkun) nesta vida terá que reencarnar para tentar novamente a realização do Tikkun para aderir-se ao "Boreh" (O Criador). "Resulta que cada um nasce com um fragmento da alma de Adam HaRishom e quando o corrige, já não tem mais que reencarnar." (Rabash, "Artigo no12, 1984").
@@transcendenciaaoamuniz Eu fui atrás das minhas citações no meu comentário acima, em hebraico. Onde se lê "reencarnação das almas" na tradução em português, no original eles estão dizendo literalmente guilgul neshamot. Acontece que descobri que estava estudando com autores hassidim. Obrigado pelo vídeo, agregou muito.
Excelente. Se Maimonides e Rashi negavam a ideia de reencarnação (pois enfatizavam a ressureição) como um judeu de hoje vai ficar endossando isso. Dois dos maiores rabinos da história não acreditavam na reencarnação!
Qual sua definição de palingenesia? Percebo que muitos vídeos dizem 'não é reencarnação', mas não achei algum definindo o que entendes por palingenesia (que seria equivalente a renascimento).
Recomendo a leitura de meu livro "A Vida Após a Morte na Perspectiva Tradicional". Você o encontra facilmente à venda no Clube de Autores e outros lugares.
A mim me pareceu um pouco além de uma "questão de palavras" o problema, mas ainda assim, uma questão de palavras. É como se a guilgul fosse algo talvez bem mais amplo que a reencarnação, que é algo mais limitado, mas que sendo bem honesto entendo que envolve o mesmo princípio. Não é de todo tão divergente o entendimento, é sim insuficiente chamar reencarnação de guilgul, tomando por base suas explicações. Mas não é tão divergente, porquanto embora popularmente se enxergue a reencarnação como algo isolado, ela tem uma condição evolutiva implícita maior entre os reinos e estados de ser que atende, a meu ver, os preceitos da guilgul. Óbvio que sou raso no conhecimento judaico para defender com unhas e dentes isso, mas levando em conta inclusive o padrão fractal que em geral a natureza toma, não é algo tão destoante quanto a fala do vídeo pode dar a parecer. Obviamente que se a gente for extremamente estrito a palavras, até os paralelos mais evidentes se tornam polêmicos e discutíveis. Mas se honestamente tentarmos entender o fenômeno ao qual se refere e o proposto, não temos problemas tão severos assim. Por fim, aqui, tb é preciso levar em conta um conhecimento profundo em espiritismo. Existe uma visão mais popular sobre as temáticas e que é um senso comum, e existe uma visão mais aprofundada que pode-se dizer, até mesmo, faz progressões a partir das contribuições de kardec, com a grande quantidade de estudiosos espíritas que produziram conhecimento no último século.
Tirou todas as minhas dúvidas sobre a não existência da reencarnação. Faço parte de uma família espírita e você não imagina o quanto eu sofro com esse tema. Gostaria de explicar a eles como você. Mas vou pedir para eles assistir o seu canal. 👏👏👏
Olá Sérgio, boa noite! Obrigado pelo seu comentário! O nascimento em lugar rico ou pobre diz respeito a uma série de condições transitórias e contingentes ligadas a questões sociais, geográficas, políticas etc., e não à qualidade espiritual de alguém. Ser rico ou ser pobre não determina o desenvolvimento espiritual na vida de ninguém. Um rico pode ser um grande sábio. Um pobre também. Um rico pode ser um indivíduo desprezível. Um pobre também. Salomão nasceu príncipe, rico, e foi um grande sábio. O Rabi Akiva, nasceu pobre em uma família de convertidos e também foi um grande sábio. Grandes Santos nasceram pobres e sem condições. Outros, igualmente santos, nasceram em lugares ricos e com boas condições. Uns nascem saudáveis, outros nascem doentios...E isso não quer dizer que haja castigo para uns e recompensa para outros. Se formos analisar bem, as relações entre ter bonança material e ter "bençãos" ou "recompensas" de origem espiritual é algo bem materialista, que estabelece um tipo de comércio pseudo-espiritual que tenta ligar certas condições materiais e, portanto, contingentes, à vida espiritual. Espero ter ajudado a esclarecer. Um abraço e obrigado!
@@transcendenciaaoamuniz Não há nenhum processo evolutivo? A pessoa vive 2 anos de vida e já está? Porque ha tanta relação entre a astrologia antiga em equiparação com a astrologia horaria e simbólica num mapa astral, tão condizentes com os fatos que ocorrem na vida de uma pessoa e a evolução? Esta visão parece reduzir tudo a uma unica vida. Somente alguns "superioes" versados e iniciados que tiveram oportunidade de viver 70, 80 podem aprender sobre si mesmo e o universo mas a pobre alma que foi abortada ou que viveu até os 6 anos de idade não? Do contrário qual seria o valor de aprender e conhecer? É deveras uma visão ortodoxamente judaica e cristã esta, que foram as mesmas que perseguiram todo tipo de conhecimento mais profundo acusando de "coisa do diabo" ou "impureza". Este sistema parece não responder todas as coisas, até porque sua visão parapsicológica das coisas as rebaixa a outros fenomenos para os quais tambem não há controle e medição e portanto parecem tão mais fantasticas quanto a própria visão a reencarnação. Muitas doutrinas milenares falam sobre escapar de ciclos de nascimentos. Mais uma vez pessoas que morrem na ignorância ou na maldade parece não ter mais volta. Aqui caimos novamente no inferno e na "condenação" do deus malvadão. São questões sinceras. Forte abraço.
@@fraternidadealogene6188 Boa pergunta, oque acontece com o espírito de fetos abortados, pessoas com deficiências cognitivas, crianças e jovens que morreram precocemente etc ...
Muito bom este video, me esclareceu muitas coisas mas me ocultou outras que eu pensava entender, como por exemplo, o conceito judaico de Dibuk, você poderia fazer um video explicando este "fenômeno"?
Bom dia André, com talvez vc saiba a ideia da reencarnação foi trazida já na época de Sócatres, porém a palavra "reencarnação" ai sim só foi criada no século XX por Allan Kardec.
Sobre essas ditas "lacunas" você já se informou com um rabino cabalista sobre o tema, não me leve a mal, mas o BR tem bons rabinos cabalistas, creio que talvez essas lacunas sejam falta de acesso a alguma fonte mais profissional sobre o assunto.
Prezado Daniel, obrigado por seus comentários. O Judaísmo bebeu de muitas fontes e, ao contrário do que alguns querem fazer crer, a Cabalá tem muito pouco de "originalmente hebreu". Diversas doutrinas influenciaram na composição da Cabalá, tanto gregas como até obras muçulmanas do Sufismo. Obras como o Zohar foram escritas na Idade Média (século XIII - por Moshé de Leon), impresso pela primeira vez em 1558 em Cremona, mas há certas correntes que querem atribuí-la às revelações a Shimon Bar Yochai no Oriente Médio no século I da E.C.. O fato é que, historicamente, documentalmente, a reencarnação é uma doutrina MODERNA, criada na Europa do século XVIII,por Lessing e propagada na França por Leroux e Fourier, passando dos círculos de socialistas utópicos para os espíritas e daí para outros grupos ocultistas, teosofistas etc. Se os rabinos foram influenciados por isso e querem propagar tal pensamento como algo "tradicional", é um direito que lhes assiste, mas, isso não vai transformar o reencarnacionismo em algo tradicional. Nem todos os estudiosos estão influenciados por agendas de um ou outro "culto" judaico. Ainda que a totalidade dos rabinos proclamem a reencarnação como "tradicional", terão que provar essa alegação, coisa que é simplesmente impossível. Não há referências claras a essa doutrina, da forma como a apresentam hoje, senão no século XIX... Um abraço!
@@luizmuller perdão luiz mas um não judeu será uma fonte fidedigna para falar de judaísmo? No subconsciente já tão enraizado um antijudaismo nato da civilização cristã, vocês mencionam o Zohar mas sequer falam do Bahir, aliás também é interessante que muitas vezes fontes que afirmam que a cabala não é judaica fazem questão de dizer que Salomão criou a goecia, é meio que puxar o assado para a sua brasa
Prezado @@FraterRosemaatAbiff , de acordo com sua curiosa teoria, os judeus teriam uma capacidade intelectual superior inata para falar de judaísmo ou de quaisquer doutrinas agregadas ao judaísmo...Mesmo que suas teorias contradigam tudo o que se acumulou com vastas referências de estudiosos ao longo de séculos...Você cita rabinos ligados ao neo-judaísmo messiânico (que tomam o líder de seu próprio grupo como o Messias) e crê que, realmente, eles representam o judaísmo tradicional... Antes de falar na pretensa autoridade dos títulos e da condição judaica dos proponentes de uma teoria, apresente argumentos textuais consistentes. Dizer que o rabino X ou Y "acredita" ou "acha" não é prova de nada. Aliás, é apressada sua conclusão de que o autor do vídeo não teria acesso a fontes judaicas ou que não teria "consultado" autoridades tradicionais...
Kabalah Center e Chabad acreditam em reencarnação. Ok. É um direito que lhes assiste. Já afirmar que isso é tradicional, é outra história...Outra coisa...O Bahir foi citado no vídeo...
Por que o Cristianismo não adotou? Fácil! O Cristianismo PRIMITIVO aceitava a reencarnação, depois Constantino e o Império Romano tiraram a reencarnação das crenças cristãs quando inventaram o Cristianismo ROMANO.
Parabéns pelo conteúdo meu Irmão! Seu canal realmente eleva nossos pensamentos e reflexões sobre temas que vão ao encontro da origem e os mistérios da vida humana!
Vídeo interessante, mas os haredim não interpretam o guilgoul de forma parecida com o espiritismo. Em várias obras da chassidut, a interpretação do guilgoul é a mesma da apresentada no "Portal das Reencarnações" do Arizal e do "Livro da Reencarnação das Almas", do Gaon de Fanno. Ou seja, para a chassidut há o mesmo conceito de um veículo de elementos espirituais (como o Arizal chama o "homem) carregar várias almas reencarnadas ou em ibbur (gestação). Nenhum cabalista haredi acredita que uma pessoa é uma reencarnação de uma outra como na forma espírita (o site do Chabad em inglês e português confima isto).
E que a reencarnação judaica é anterior ao Bahir ou ao Zohar é atestado pelo próprio Saadia Gaon, que escreveu uma refutação à reencarnação que, segundo ele, era uma crença de alguns judeus.
Olá Rafael, bom te ver por aqui! Na verdade, o grande problema é a utilização do termo "reencarnação". O termo acompanha um conceito, e ambos foram criados no século XVIII por Lessing, na Alemanha. O conceito de "Guilgul Neshamot" não tem absolutamente nada a ver com "reencarnação". A explicação dada pela seita Chabad (considerada uma seita não-judaica pela maioria dos charedim) ou pelo "Kabalah Center" (idem) é uma mistura de confusões que levam a muitos equívocos. O Bahir ou o Zohar não podem ter o conceito de "reencarnação" simplesmente pelo fato de que, na época em que foram escritas tais obras, não haviam inventado ainda essa ideia. A tradução de "Guilgul Neshamot" seria "O Giro (ou o ciclo) das Neshamot (plural de Neshamá, conceito muito bem definido no Judaísmo, e que não corresponde à "alma" propriamente dita). A tradução para "reencarnação" é uma deformação medonha. Da mesma forma, Pitágoras, Platão, as Escolas Metafísicas Indianas etc., nunca foram "reencarnacionistas". Um grande abraço!
@@transcendenciaaoamuniz O prazer é meu, meu amigo. Algumas observações:
1) O Zohar possui sim o conceito de reencarnação:
"וְהַאי אִיהוּ רָזָא דְּגִלְגּוּל. גַּלְגַּל לֵית לֵיהּ תְּנוּעָה בְּלָא אֲמַת הַמַּיִם, אוֹף הָכִי, אֲמַת הַמַּיִם רָזָא דְּאָת ו'"
E este é o segredo da "roda" ( רָזָא דְּגִלְגּוּל): o moinho não gira sem o fluxo da água...
(Zohar Pinchas 45)
קוּדְשָׁא בְּרִיךְ הוּא, בְּהַהוּא דְּעִרֶב, אַרְכִּיב לֵיהּ, וְאַיְיתֵי לֵיהּ בְּגִלְגּוּלָא לְקַבְּלָא עוֹנְשֵׁיהּ. חָזַר בְּתִיּוּבְתָּא, אִשְׁתָּדַּל בְּאוֹרַיְיתָא, וְאַפְרִישׁ טוֹב מֵרָע,
O Santíssimo e Único, Bendito seja, é Quem faz esta união, fazendo com que rodem novamente (בְּגִלְגּוּלָא) para receber suas punições (ou ainda "para que na reecarnação recebam)...
(Behar 66)
בְּשַׁגָּם וַדַּאי אִיהוּ מֹשֶׁה וְקָטֵיל לֵיהּ, וְאִיהוּ הֲוָה בְּרָא בּוּכְרָא דְאָדָם.
E a carne é Abel e Abel era (ודאי) Moisés...
(Bereshit 285)
Sem contar quase toda a porção Mishpatim do Zohar que versa sobre o motivo da lei do levirado: a reencarnação do falecido sem filhos, para que ele não fique vagando pelo cemitério ou reencarne como pedra.
De outros rabinos:
"לֵב טָהוֹר בְּרָא לִי אֱלֹקִים וְרוּחַ נָכוֹן חַדֵּשׁ בְּקִרְבִּי". פֵּרֵשׁ הַמָּאוֹר הַגָּדוֹל, הָרַב רַבִּי משֶׁה אַלְשֵׁיךְ, זֶה לְשׁוֹנוֹ: תְּפִלַּת דָּוִד הַמֶּלֶךְ עָלָיו הַשָּׁלוֹם הָיָה, שֶׁלֹּא יָבוֹא עוֹד בְּגִלְגּוּל; שֶׁכָּל מִי שֶׁאֵינוֹ קוֹנֶה שְׁלֵמוּת בָּעוֹלָם הַזֶּה מֻכְרָח לָבוֹא בְּגִלְגּוּל אָדָם אַחֵר וּלְתַקֵּן מַה שֶּׁחִסֵּר מַעֲשֶׂה הַטּוֹב בָּעוֹלָם הַזֶּה. וְעַל זֶה הִתְפַּלֵּל דָּוִד הַמֶּלֶךְ עָלָיו הַשָּׁלוֹם, שֶׁיִּנָּצֵל מֵהַגִּלְגּוּל, וְאָמַר: וְרוּחַ נָכוֹן חַדֵּשׁ בְּקִרְבִּי - וְלֹא עַל יְדֵי גִּלְגּוּל נִשְׁמָתִי בְּאִישׁ אַחֵר, שֶׁאֲנִי מֻכְרָח לָמוּת וּלְהִתְגַּלְגֵּל בְּאִישׁ אַחֵר.
Segundo o grande iluminado Rabino Moisés Alsheich, de memória abençoada, o Rei Davi rezou para ser poupado da reencarnação. Quem não cumpre sua missão, deve retornar em outro corpo para completar a sua tarefa. Portanto, o Rei David implorou para ser poupado disso, pedindo ao Eterno para que se espírito fosse renovado ainda em vida, para que não fosse necessário o retorno de sua alma à terra novamente, em outro corpo. - Kav HaYashar, Rabino Tzvi Hirsch Kaidanover (1648-1712), mas a citação do Rabino Moisés Alsheich é por volta de 1580).
O próprio Saadia Gaon (892-943) diz no Tratado 6 de seu ספר האמונות והדעות que "alguns que se dizem judeus" afirmam uma crença "estúpida" na transmigração, e cita como um absurdo a crença de que um homem pode reencarnar como plantas e animais. E veja a época de Saadia Gaon: bem anterior ao Zohar e à escola de Safed, onde ele também usa o termo guilgoul para descrever um processo de renascimento das neshamot
" יקבל הגלגל ותהיה בו מאירה, אבל עצמה יותר דק מן הגלגלים, ועל כן נהיתה מדברת ועמדתי על זה משני השרשים הגדולים, אחד מהם המושכל, והוא כאשר ראיתי"
O fato é que muitas doutrinas cabalistas já circulavam entre os judeus bem antes da explosão do Zohar, de Luria e Cordovero. A ideia de que essas doutrinas surgiram apenas depois da escola de Safed, influenciada pelo Hermetismo Renascentista, é batida.
2) Sobre o que o Chabad ensina sobre isto, você pode ver em
שיעורי רבי דוד פוברסקי - בבא מציעא - z יהושע דוד, (As Lições do Rabino David Povarsky - Bava Metzia). O fato do Chabad e outros haredim utilizarem o termo "reencarnação" para Guilgoul não quer dizer que eles estão referendando os guilgoulim como "reencarnação" no sentido kardecista. É apenas uma tradução aproximada, o fato que importa é como eles entendem. Se os goyim entendem de uma forma errada, já que estão fora do Judaísmo e do contexto todo, não faz a menor importância, já que não cabe nem aos bnei noach e nem aos goyim a especulação desse tipo de assunto.
3) Portanto, concordo com você quanto aos guilgoulim não serem reencarnações no modelo espírita kardecista. Isto o Arizal deixa claro no Shaar e pode ser visto em qualquer aula dos rabinos do Beit Chabad. Os guilgoulim não são para retificar um indivíduo, são os círculos do mundo para que ocorra a Retificação do mundo, ao passo que o que chamamos de homem é apenas um "veículo" para este processo. Veja o que diz o Arizal no Shaar:
אמנם דע, כי האדם עצמו, הוא הרוחניות אשר בתוך גוף, והגוף הוא לבוש האדם, ואיננו האדם עצמו.
De fato, o ser humano é um elemento espiritual dentro de um corpo, que é apenas sua veste, não a pessoa de fato.
וכמש"ה על בשר אדם לא ייסך, וכנזכר בזוהר פרשת בראשית דף כ' ע"ב.
Foi escrito: «Não se ungirá com ele a carne do homem» (Nota do Tradutor Êxodo 30:32) e no Zohar Parashat Bereishit 20b.
4) Mas de fato, os guilgoulim não são unanimidade entre os judeus. Sefaradim normalmente são bem críticos quanto a isto.
5) O Beit Chabad não recebe críticas de outros chassidim ou de outros haredim por conta do que ensina sobre guilgoulim, ainda que como reencarnação, mas por algo que você mencionou no vídeo, o messianismo do Rebe de Lubavitch, que também não é unanimidade no Chabad.
@@bardorafao obrigado pelas referências. Muito interessantes as passagens e acabam confirmando o que eu disse no vídeo. Cabe observar que elas se referem à palingênesis e não à reencarnação...O grande problema de se traduzir isso como "reencarnação" é a confusão ocasionada pelos termos...Palingenese é diferente de metempsicose que, por sua vez, é diferente de metensomatose e, as 3, são diferentes de reencarnação. A Neshamá é o 'ser', não a individualidade (nefesh e ruach). O que ficaria "vagando" seria o "ob", os restos psicofísicos da individualidade, não o ser. É justamente para "desintegrar" o "ob" que se fazem os ritos fúnebres e as orações, como é referido no texto citado por você. O ser não "reencarna". A palingenesia implica em manifestação em outro estado, individual ou não individual, e não na "volta" ao estado individual humano. A passagem de Abel "ser" Moisés, deve ser tomada no mesmo sentido de João Batista "ser" Elias. São essas manifestações, em estados múltiplos, que se ligam à ideia do "tikun olam", não a volta ao estado individual humano. A transmissão de características físicas (metensomatose) ou psíquicas (metempsicose) a outro ser, não são o mesmo que a palingenesia, nem o mesmo que a permanência ou manifestação do ob. A utilização do termo "reencarnação" para exemplificar e traduzir os conceitos cabalísticos é profundamente infeliz. O termo "reencarnação" tem um sentido próprio, não pode ser esvaziado e "ressignificado" pelo judaísmo ou por qualquer outra doutrina (como os neo-budistas e os neo-hindus tentam fazer). O termo e o conceito de "reencarnação" é um produto da tentativa de Lessing, no século XVIII, em harmonizar a bondade divina com as desigualdades sociais e as diferenças de nascimento. O termo foi adotado pelos socialistas utópicos franceses e daí foi para os círculos espíritas. Dos círculos espíritas passou aos teosofistas e, destes, para todo o resto. A citação em relação aos "bnei noach" e aos "góyim", de não lhes caber especular esses assuntos, é bastante irônica, tendo em vista que, historicamente, a Cabalá se apropriou em grande medida de doutrinas não judaicas para se estruturar, inclusive do Sufismo e do Platonismo, ou seja, doutrinas de "bnei noach" e "góyim"... Em relação ao movimento Chabad, o problema do "messianismo" do Rebe é apenas um entre muitos. A própria obra fundamental do movimento, o "Likutei Amarin Tanya" traz passagens altamente problemáticas. O movimento já era visto como herético bem antes do último Rebe...Grande abraço! É sempre um prazer conversar com vc!
@@transcendenciaaoamuniz O prazer foi mal. O canal está muito bom, parabéns!
Sobre a reencarnação, concordo com o que você diz. O Arizal diz no Shaar que os guilgoulim estão ligados às quatro mundos (não ao 5, Adam Qadmon, que é transcendente).
דע, כי כל הנפשות הם מעולם העשיה בלבד, וכל הרוחות הם מעולם היצירה, וכל הנשמות הם מעולם הבריאה.
Saibas: os nefashot são apenas do mundo da Asiyah, os Ruashim são apenas do mundo da Yetzirah e os Neshamot são apenas do mundo da Beriah.
אמנם רוב בני אדם, אין להם כל החמשה חלקים, הנקראים נר"ן וכו', רק חלק הנפש בלבד, אשר היא מן העשיה.
Entretanto, a maioria das pessoas não possuem as cinco partes, o que chamamos de NRNCh"Y, mas apenas uma parte, que é do mundo da Asiyah.
Veja bem, não são apenas as Neshamot que estão no Guilgoulim. Os ruachot e nefashot também estão. Uma alma que desenvolveu até Neshamah pode voltar e reencarnar (ou "voltar na roda") como Nefesh, num peixe, ave ou criaturas dos mundos inferiores.
E isto porque o ciclo dos guilgoulim estão ligados ao sistema das Duas Faces e do Shevirat HaKelim. Novamente, o Shaar do Arizal
והנה האדם טרם שיזכה להשיג רוחו, אשר מעולם היצירה, צריך שיהיה שלם בכל חמשה פרצופי נפש העשיה:
Mas para conseguir isto, a alma passa por muitos passos, pois está dividida em cinco faces, chamadas: A’A (Arich Anpin) I’A’A’I (Imma Abba Zeir Anpin) e IZI’’I (Imma Zein Anpin).
ואע"פ שנודע, שיש מי שנפשו מן מלכות דעשיה, ויש מן יסוד דעשיה וכו', עכ"ז צריך שיתקן כל איש ואיש כל כללות עולם העשיה, ואח"כ יוכל לקבל רוחו אשר מן היצירה, לפי שהיצירה גדול מכל העשיה כלה.
Algumas pessoas possuem a Nefesh relacionada ao reino da Asiyah, enquanto outras ao yesod de Asyiah, então ela deve retificar toda a gama da Asiyah - só assim poderá receber o seu Ruach de Yetzirah, pois Yetzirah é superior a Asyiah.
וכן עד"ז כדי להשיג נשמתו אשר מן הבריאה, צריך שיתקן האדם כל חלקי רוחו בכל היצירה, ואח"כ יוכל לקבל נשמתו אשר מן הבריאה, ולא יספיק לו כאשר יתקן מקום פרטי, שבו נאחז שרש נשמתו, רק צריך שיתקן כנזכר, עד שיהיה ראוי אל כל העשיה, ואז ישיג רוח היצירה.}
E assim, para obter uma Neshamah, que é de Beriah, é preciso reparar todas as partes de seu Ruach através de Yetzirah, para só então receber a Neshamah de Beriah, não estará pronto para tanto enquanto retificar apenas um local particular no qual a raiz da alma está fixada.
Ora, os 4 mundos e seus submundos estão diretamente ligados às duas Faces (A Menor, Feminina - Lua; a Maior, Masculina - Sol).
Este movimento todo está ligado ao Tikkun HaOlam, você está certo nisso também. Mas a questão é que, para um judeu, utilizar o termo "reencarnação" não tem o mesmo impacto que para vocês. Adotou-se "reencarnação" como termo simplesmente porque há elementos espirituais que transmigram entre vários corpos, muitas veze vários deles num corpo só através do guilgoulim ou do Ibbur (impregnação). Se você falar em "reencarnação" entre chabadnikim, ninguém ali imaginará um "eu integral" que migra de corpo após a morte.
Aí entra a questão que você tocou, a da linguagem. O Rabino Abulafia diz no Nar Elohim e no Get HaShemot que a Cabala é a transformação do estado profético em linguagem. Então, o fato da Cabala utilizar termos do sufismo, do Hermetismo e algumas vezes parecidos com o Hinduísmo não comprova uma teoria da Cabala como uma síntese de doutrinas goyim revestidas pela Torá, mas o contrário. E a prova disso está nos estudos profundos dos grandes Cabalistas, que conseguem comprovar a presença velada das doutrinas da Cabala no Tanach, nos Midrashot, nos Aggadot etc. Há inúmeros trabalhos sobre isso, todos bem-fundamentados.
Sobre o Tanya, particularmente só vejo um problema: o fato de considerar as qliphot dos goyim "qliphot temeoth", cascas impuras. Isto é um absurdo que não encontra qualquer fundamento nas Torot, tanto oral como escrita, basta lembrar que Hillel e Shamai eram discípulos de rabinos convertidos; Onkolus era um convertido e o próprio Imperador Nero se converteu ao Judaísmo e virou um judeu piedoso.
T.'.F.'.A.'.
@@bardorafao rsrsrs...É um prazer no bom sentido! Então, eu sinto que nós dois estamos falando exatamente a mesma coisa, só com a divergência em relação ao termo. Quando há a transmigração (palingênese) do espírito/intelecto, há, no caso de manifestações individuais do ser, a presença de outros elementos imateriais (alma e mente, ou "nefesh" e "ruach" ou alma concupiscível e alma irascível etc...), mas esses não são os mesmos do ser anterior ou podem, em acordo com o tipo de manifestação, não existir (caso de estados não individuais). Ou seja, o ente que, de fato, renasce, é o Ser, não os elementos agregados a uma individualidade. Já nos casos de metempsicose, o que reaparece (em outro ser) são os restos psíquicos abandonados após a morte. No caso da metensomatose as características corporais...Mas, em nenhum desses casos se trata do "ser" como um todo, há ali outros elementos (no caso dos "tulkus", por exemplo, as características e memórias do lama anterior são "captadas" pelo novo tulku que, a essas características, junta seus próprios elementos individuais não permanentes e também o seu próprio ser, ou seja, junta-se a mente e a "alma animal" a um outro ser, mas não é mais "o lama anterior" que está ali, uma vez que o ser verdadeiro do lama morto já está em outro estado e não mais voltará à individualidade humana). Eu penso que se fosse conservado o termo hebraico "guilgul" ou "transmigração" em vez de "reencarnação", haveria menos confusão (se bem que, pra quem quer confundir tudo e enfiar espiritismo em tudo, não adianta explicar). No caso do Budismo, o uso da palavra "reencarnação" foi, e é, catastrófico. São questões muito sofisticadas, complexas, e acabam sendo "simplificadas" para "que todos entendam", da pior forma possível. Em relação às influências não-judaicas na Cabalá, há alguns estudos muito interessantes de Gershom Scholem e outros estudiosos que demonstram uma maciça influência platônica e islâmica em alguns temas cabalísticos. A Cabalá, como um sistema coerente, se estrutura numa época e num ambiente onde o Esoterismo Islâmico (e a "Falsafa") estavam em todos os círculos intelectuais. Muito obrigado pelos seus comentários em relação aos vídeos. É muito bom poder conversar com pessoas de alto nível. Grande abraço!
Os comentários entre Rafael Daher e o André, criaram uma aula maior que o vídeo original . Melhor para nós. Grato por poder estar aqui.
Com certeza!!!
Aliás, o Zohar seria um texto tradicional? Antes do Zohar, a cabala tinha uma abordagem mais ligada à mística do Segundo Templo. Após o Zohar, houve uma transformação significativa, incorporando elementos gnósticos e novas interpretações.
O Ramban (Moishe ben Nachman), embora praticasse a cabala, era mais ligada a lei mosaica, diferindo do Zohar.
Por isso eu penso que o Zohar não é um texto tradicional e que até mesmo diverge do judaísmo antigo, posto que o judaísmo antigo se focava no cumprimento da lei para ter uma relação direta com Deus, pro Zohar isso se torna impossível como pela ideia do ein sof.
Só quando morrermos é que vamos saber quem está certo, todo mundo fala como se soubesse o que acontece depois da morte, mas na verdade a única coisa que temos certeza é que depois da morte o corpo apodrece. Saber com exatidão o que cada doutrina religiosa acredita é legal e com certeza é o mais longe que podemos chegar em nível de conhecimento a esse respeito no momento.
@Dani Paz É o que um livro diz, prova msm não se tem nenhuma.
@@felipejr2837 pois é 🤷
Exatamente. Ninguem sabe. So pensam que sabem. No final, tanto faz. O mais importante e o desenvolvimento pessoal e tentarmos ser uma pessoa justa.
Foi esclarecedor. Muito obrigado.
Embora o termo "reencarnação" seja relativamente moderno, o conceito de retorno da alma é antigo e existe em diferentes tradições espirituais, incluindo a Cabala judaica. O que Kardec fez foi consolidar e nomear esse conceito em sua filosofia, mas ele não o criou. Na Cabala, o gilgul é uma interpretação judaica única do ciclo das almas, enraizada nos ensinamentos místicos e na tradição religiosa judaica.
@@CanaldeFilmes009 reencarnação é um CONCEITO bastante diverso do Guilgul Neshamot, de Punarbhava, da Palingênese, da Metensomatose ou da Metempsicose. Tenho 2 livros publicados em que explico, minuciosamente, as diferenças.
Segundo o Rav Michael Laitman, o ser que não completa a correção (Tikkun) nesta vida terá que reencarnar para tentar novamente a realização do Tikkun para aderir-se ao "Boreh" (O Criador).
"Resulta que cada um nasce com um fragmento da alma de Adam HaRishom e quando o corrige, já não tem mais que reencarnar." (Rabash, "Artigo no12, 1984").
O termo "reencarnar" está em hebraico?
@@transcendenciaaoamuniz Eu fui atrás das minhas citações no meu comentário acima, em hebraico. Onde se lê "reencarnação das almas" na tradução em português, no original eles estão dizendo literalmente guilgul neshamot.
Acontece que descobri que estava estudando com autores hassidim.
Obrigado pelo vídeo, agregou muito.
Excelente. Se Maimonides e Rashi negavam a ideia de reencarnação (pois enfatizavam a ressureição) como um judeu de hoje vai ficar endossando isso. Dois dos maiores rabinos da história não acreditavam na reencarnação!
❤🎉
Então o Rav Saltoun ,tradutor do Portal das Reencarnações para o português estava errado?
Sim. Ele e todos os que utilizam o termo. Me parece que é essa a ideia central do vídeo, não é mesmo?
Qual sua definição de palingenesia? Percebo que muitos vídeos dizem 'não é reencarnação', mas não achei algum definindo o que entendes por palingenesia (que seria equivalente a renascimento).
Recomendo a leitura de meu livro "A Vida Após a Morte na Perspectiva Tradicional". Você o encontra facilmente à venda no Clube de Autores e outros lugares.
@@transcendenciaaoamuniz obrigado!
A mim me pareceu um pouco além de uma "questão de palavras" o problema, mas ainda assim, uma questão de palavras. É como se a guilgul fosse algo talvez bem mais amplo que a reencarnação, que é algo mais limitado, mas que sendo bem honesto entendo que envolve o mesmo princípio. Não é de todo tão divergente o entendimento, é sim insuficiente chamar reencarnação de guilgul, tomando por base suas explicações. Mas não é tão divergente, porquanto embora popularmente se enxergue a reencarnação como algo isolado, ela tem uma condição evolutiva implícita maior entre os reinos e estados de ser que atende, a meu ver, os preceitos da guilgul. Óbvio que sou raso no conhecimento judaico para defender com unhas e dentes isso, mas levando em conta inclusive o padrão fractal que em geral a natureza toma, não é algo tão destoante quanto a fala do vídeo pode dar a parecer.
Obviamente que se a gente for extremamente estrito a palavras, até os paralelos mais evidentes se tornam polêmicos e discutíveis. Mas se honestamente tentarmos entender o fenômeno ao qual se refere e o proposto, não temos problemas tão severos assim. Por fim, aqui, tb é preciso levar em conta um conhecimento profundo em espiritismo. Existe uma visão mais popular sobre as temáticas e que é um senso comum, e existe uma visão mais aprofundada que pode-se dizer, até mesmo, faz progressões a partir das contribuições de kardec, com a grande quantidade de estudiosos espíritas que produziram conhecimento no último século.
Como sugestão de vídeo, o senhor poderia falar dos apócrifos, e como foi montada a Bíblia protestante.
Agora entendi o muro das (lamentações) rsrsrs.... Aprendendo um pouco a cada dia meu irmão André
Gratidão profunda um abraço fraterno.
PDF Sergipe
Mestre fala da origem da cabala e da sua função ........ Tomare q leia esse comentario
Tirou todas as minhas dúvidas sobre a não existência da reencarnação. Faço parte de uma família espírita e você não imagina o quanto eu sofro com esse tema. Gostaria de explicar a eles como você. Mas vou pedir para eles assistir o seu canal. 👏👏👏
Eles crêem que a individualidade continua após a reencarnação em outro corpo físico? Nunca tinha compreendido reencarnação assim como o André falou.
René Guenon falava da impossibilidade metafísica da reencarnação.
Sou difícil de entender as coisas, afinal existe reencarnação sim ou não
Não existe.
Boa noite...
Teria uma explicação para quem nasce em lugar farto? E quem nasce na miséria??
Parabéns pelo seu canal...
Olá Sérgio, boa noite! Obrigado pelo seu comentário! O nascimento em lugar rico ou pobre diz respeito a uma série de condições transitórias e contingentes ligadas a questões sociais, geográficas, políticas etc., e não à qualidade espiritual de alguém. Ser rico ou ser pobre não determina o desenvolvimento espiritual na vida de ninguém. Um rico pode ser um grande sábio. Um pobre também. Um rico pode ser um indivíduo desprezível. Um pobre também. Salomão nasceu príncipe, rico, e foi um grande sábio. O Rabi Akiva, nasceu pobre em uma família de convertidos e também foi um grande sábio. Grandes Santos nasceram pobres e sem condições. Outros, igualmente santos, nasceram em lugares ricos e com boas condições. Uns nascem saudáveis, outros nascem doentios...E isso não quer dizer que haja castigo para uns e recompensa para outros. Se formos analisar bem, as relações entre ter bonança material e ter "bençãos" ou "recompensas" de origem espiritual é algo bem materialista, que estabelece um tipo de comércio pseudo-espiritual que tenta ligar certas condições materiais e, portanto, contingentes, à vida espiritual. Espero ter ajudado a esclarecer. Um abraço e obrigado!
@@transcendenciaaoamuniz muito obrigado... Pela resposta foi bem esclarecedora...
@@transcendenciaaoamuniz Não há nenhum processo evolutivo? A pessoa vive 2 anos de vida e já está? Porque ha tanta relação entre a astrologia antiga em equiparação com a astrologia horaria e simbólica num mapa astral, tão condizentes com os fatos que ocorrem na vida de uma pessoa e a evolução? Esta visão parece reduzir tudo a uma unica vida. Somente alguns "superioes" versados e iniciados que tiveram oportunidade de viver 70, 80 podem aprender sobre si mesmo e o universo mas a pobre alma que foi abortada ou que viveu até os 6 anos de idade não? Do contrário qual seria o valor de aprender e conhecer? É deveras uma visão ortodoxamente judaica e cristã esta, que foram as mesmas que perseguiram todo tipo de conhecimento mais profundo acusando de "coisa do diabo" ou "impureza". Este sistema parece não responder todas as coisas, até porque sua visão parapsicológica das coisas as rebaixa a outros fenomenos para os quais tambem não há controle e medição e portanto parecem tão mais fantasticas quanto a própria visão a reencarnação. Muitas doutrinas milenares falam sobre escapar de ciclos de nascimentos. Mais uma vez pessoas que morrem na ignorância ou na maldade parece não ter mais volta. Aqui caimos novamente no inferno e na "condenação" do deus malvadão. São questões sinceras. Forte abraço.
@@fraternidadealogene6188 Boa pergunta, oque acontece com o espírito de fetos abortados, pessoas com deficiências cognitivas, crianças e jovens que morreram precocemente etc ...
@@xupetinha2003 Com o "espírito" nada, até porque o espirito não é uma qualidade individual.
Muito bom o assunto, é um assunto muito profundo, poucas pessoas sabem sobre cabala.
Parabéns André, tanto pelo vídeo como pelas discussões nos comentários que em minha opinião foram mais proveitosas.
Muito bom este video, me esclareceu muitas coisas mas me ocultou outras que eu pensava entender, como por exemplo, o conceito judaico de Dibuk, você poderia fazer um video explicando este "fenômeno"?
O dono do canal é ateu materialista ? Morreu acabou ?
Gostei desse tema. Poderia mais vídeos sobre a Cabalá.
Bom dia André, com talvez vc saiba a ideia da reencarnação foi trazida já na época de Sócatres, porém a palavra "reencarnação" ai sim só foi criada no século XX por Allan Kardec.
Sobre essas ditas "lacunas" você já se informou com um rabino cabalista sobre o tema, não me leve a mal, mas o BR tem bons rabinos cabalistas, creio que talvez essas lacunas sejam falta de acesso a alguma fonte mais profissional sobre o assunto.
Prezado Daniel, obrigado por seus comentários. O Judaísmo bebeu de muitas fontes e, ao contrário do que alguns querem fazer crer, a Cabalá tem muito pouco de "originalmente hebreu". Diversas doutrinas influenciaram na composição da Cabalá, tanto gregas como até obras muçulmanas do Sufismo. Obras como o Zohar foram escritas na Idade Média (século XIII - por Moshé de Leon), impresso pela primeira vez em 1558 em Cremona, mas há certas correntes que querem atribuí-la às revelações a Shimon Bar Yochai no Oriente Médio no século I da E.C.. O fato é que, historicamente, documentalmente, a reencarnação é uma doutrina MODERNA, criada na Europa do século XVIII,por Lessing e propagada na França por Leroux e Fourier, passando dos círculos de socialistas utópicos para os espíritas e daí para outros grupos ocultistas, teosofistas etc. Se os rabinos foram influenciados por isso e querem propagar tal pensamento como algo "tradicional", é um direito que lhes assiste, mas, isso não vai transformar o reencarnacionismo em algo tradicional. Nem todos os estudiosos estão influenciados por agendas de um ou outro "culto" judaico. Ainda que a totalidade dos rabinos proclamem a reencarnação como "tradicional", terão que provar essa alegação, coisa que é simplesmente impossível. Não há referências claras a essa doutrina, da forma como a apresentam hoje, senão no século XIX...
Um abraço!
Daniel Maverick melhor dar umas olhadas em fontes fidedignas!!!!
@@luizmuller perdão luiz mas um não judeu será uma fonte fidedigna para falar de judaísmo? No subconsciente já tão enraizado um antijudaismo nato da civilização cristã, vocês mencionam o Zohar mas sequer falam do Bahir, aliás também é interessante que muitas vezes fontes que afirmam que a cabala não é judaica fazem questão de dizer que Salomão criou a goecia, é meio que puxar o assado para a sua brasa
Prezado @@FraterRosemaatAbiff , de acordo com sua curiosa teoria, os judeus teriam uma capacidade intelectual superior inata para falar de judaísmo ou de quaisquer doutrinas agregadas ao judaísmo...Mesmo que suas teorias contradigam tudo o que se acumulou com vastas referências de estudiosos ao longo de séculos...Você cita rabinos ligados ao neo-judaísmo messiânico (que tomam o líder de seu próprio grupo como o Messias) e crê que, realmente, eles representam o judaísmo tradicional... Antes de falar na pretensa autoridade dos títulos e da condição judaica dos proponentes de uma teoria, apresente argumentos textuais consistentes. Dizer que o rabino X ou Y "acredita" ou "acha" não é prova de nada. Aliás, é apressada sua conclusão de que o autor do vídeo não teria acesso a fontes judaicas ou que não teria "consultado" autoridades tradicionais...
Kabalah Center e Chabad acreditam em reencarnação. Ok. É um direito que lhes assiste. Já afirmar que isso é tradicional, é outra história...Outra coisa...O Bahir foi citado no vídeo...
Por que o Cristianismo não adotou? Fácil! O Cristianismo PRIMITIVO aceitava a reencarnação, depois Constantino e o Império Romano tiraram a reencarnação das crenças cristãs quando inventaram o Cristianismo ROMANO.
Quanta bobagem...Essas afirmações não têm nenhum respaldo histórico.
#Bravo!!!
Nem um judeu é obrigado aceitar essas teorias cabalísticas em relação sobre " Guilgolim Haneshamot ". Na TORAH escrita nada se fala de reencarnação. "
Exato Nilton.
Foi bem realista.
Parabéns pelo conteúdo meu Irmão! Seu canal realmente eleva nossos pensamentos e reflexões sobre temas que vão ao encontro da origem e os mistérios da vida humana!
Nada é reencarnação.impressionante.
@🧐Gabriel🧐 Tem certeza? Pq eu não tenho.
@🧐Gabriel🧐As certezas sempre nos afastam da verdade. Mantenha a mente aberta.