Concordância Nominal - "Redondo" ou "Redonda"

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  • Опубликовано: 1 дек 2024

Комментарии • 5

  • @s.b.kleberson4221
    @s.b.kleberson4221 5 лет назад

    Sou fã do seu trabalho. Parabéns!!

  • @amolanadelrey
    @amolanadelrey 5 лет назад

    Oii, achei seu canal sem querer e to adorando, merecia ter muito mais inscritos e visualizações.
    Pra quem não teve um bom ensino medio em português, suas dicas são otimas

  • @luizmachado9622
    @luizmachado9622 5 лет назад

    Muito bom.
    Estou procurando o teu livro "PORTUGUÊS PARA CONCURSOS (2019)", busquei na Editora Juspodivm e na Amazon, em ambas está indisponível. Onde (ou seria aonde?) encontro?

  • @ThiagoFernandestvcenter223
    @ThiagoFernandestvcenter223 4 года назад

    Em recente artigo na revista Língua Portuguesa (ano II, número 20), José Augusto Carvalho critica o emprego de “redondo” no slogan da Skol. Para ele, “‘redondo’ não se refere ao verbo descer, mas à qualidade da cerveja”. Ou seja: não é advérbio, mas adjetivo, e devia estar no feminino.
    Em termos de análise sintática, funciona como adjunto adverbial, e não como predicativo do sujeito.
    O estudioso justifica seu ponto de vista com o argumento de que “a redondeza é a da cerveja que, líquida, se adapta ao recipiente que a contém e acompanha a anatomia circular da garganta”.
    A invariabilidade de “redondo” envolve os níveis morfológico e semântico da língua. Do ponto de vista morfológico, refere-se à possibilidade de se transformar adjetivo em advérbio. Esse tipo de mudança é comum; constitui um caso de derivação imprópria, ou conversão. “Enálage”, segundo a retórica.
    Por exemplo: se digo “Ela trabalha sério”, o termo “sério” não traduz o estado da pessoa mas o modo como ela trabalha (seriamente). Nesse caso “sério” funciona morfologicamente como advérbio, e sintaticamente como adjunto adverbial, por isso não concorda com o sujeito. Em ''Ela, sem dúvida, é uma mulher séria'', sério é adjetivo, na morfologia, ou na sintaxe, como predicativo do sujeito. Ela não é uma mulher seriamente.
    A fragilidade da interpretação de José Augusto está no aspecto semântico, e decorre de ele dar sentido estritamente físico ao termo “redondo”. Se a redondeza se refere ao estado dacerveja, que se adapta ao recipiente que a contém, tem-se a seguinte situação: caso o recipiente seja quadrado, a cerveja também será.
    Além disso, a ingestão de um líquido não se limita ao “espaço circular da garganta”, ocasião em que segundo o autor ele se arredonda. Transposto esse limite, o líquido certamente terá que assumir formas variadas a fim de se amoldar ao esôfago e depois ao estômago.
    Um dos problemas da leitura feita pelo articulista é nivelar o produto anunciado aos de outras marcas. Se a vantagem está na redondice física, em que a Skol se distinguiria da Brahma, da Itaipava, da Crystal, da Devassa, da Schin, da Bohemia, da Proibida ou da Antarctica? Qual o sentido de se criar um slogan que apregoe uma “virtude” também encontrada nos concorrentes?
    Na leitura de “redondo” como advérbio é que está o valor retórico da mensagem. Todas as cervejas são líquidas, descem fisicamente igual - mas só a Skol desce “redondo”. As outras, por antítese, descem “quadrado”. Essa oposição só ganha sentido quando saímos do plano físico, ou literal, para o metafórico. A “redondo” associa-se a idéia de maciez, fluidez, bem-estar. “Quadrado” liga-se conotativamente a incômodo, adstringência, desconforto.
    Numa das propagandas da Skol veiculadas pela televisão, deu para perceber a oposição figurada desses atributos (e só no plano figurado é que eles podem se caracterizar plenamente). A tela mostrava a oposição entre uma setinha móvel, circular, amaciando um tubo digestivo, e um quadrado áspero, adstringente e pontiagudo que o feria.
    Acho que o slogan está linguisticamente correto. Seus criadores souberam, por meio de um aparente desvio morfológico, criar um sugestivo efeito semântico.