Estou acompanhando o canal há algumas semanas e estou achando muito interessante todas as conversas e bate papos sobre o mundo mercadológico das artes. Eu não imaginava que haviam tantas camadas e filtros para os novos artistas! Eu hoje trabalho como programador e comecei minha carreira desde 2015 e sigo me desenvolvendo na área de tecnologia, amo demais trabalhar com tecnologia, mas quando tinha meus 18 anos eu desenhava e pintava muito me baseando no estilo do hiper realismo, eu me inspirava em artistas com Boris Valejo / Simon Bisley / Luis Royo e Michelanjelo. Desde que comecei a acompanhar os vídeos aqui na plataforma sobre artes plástica, eu vejo que o mercado de artes modificou muito de 1995 pra cá. Tenho pensado bastante em retornar com as minhas pinturas e desenhos, mas analisando tudo que vcs estão discutindo, de como a arte pode gerar algum lucro o melhor seria que o artista pesquisasse qual tipo de arte que cada galeria gosta de expor e tentar adequar o que ele produz com o estilo da galeria. Ou seja ele tb precisa ver se a galeria esta alinhada com o estilo ou tema que ele gosta de pintar. Visto que o mercado não é minimamente democrático para aceitar todos os estilos. Pode ser só uma má impressão minha, mas é o que estou entendendo desse bate papo, não sei se outros estão tendo a mesma impressão. Isso tudo é muito interessante. E cada nome citado por vcs na conversa é uma googlada minha de pesquisa para leitura depois. Obrigado pelas informações !
Esse canal é um achado para mim. Descobri hoje, no domingo do dia 16 de julho de 2023. Todo o conteúdo desse video, só me faz continuar na caminhada de 40 anos de artista. Eu sempre achei os meus colegas brasileiros muito rançosos quanto ao mercado de arte. É preciso antes de tudo estudar, e marquetar as obras, já que a internet possibilita uma amplificação visual em termos de mundo. Talvez não tenha mais idade para ir para os EU lavar pratos, mas desde o advento da globalização como a conhecemos, tenho lutado com as ferramentas possiveis para atingir os meus objetivos. Também não gosto de obras regionais, embora sejam as mais bem aceitas no Brasil. Eu sempre fico excluida desses eventos. Nunca vendi um quadro, embora houvesse ofertas de valores, mas por não conhecer o mercado prefiro guardá-lo. Foi super motivador para mim. Obrigada
Sábado as 9 horas da manhã. Estou na cidade de Carmo, lugarejo perdido atrás dos montes, interior do Estado do Rio de Janeiro, 20 mil habitantes. Chego correndo segurando meus cavaletes e quadros, e os coloco na feirinha de artesanato, com patrocínio da prefeitura, onde o prefeito e secretários ganham muito mais do que eu. A senhora artesã que faz pano de prato me cumprimenta, sendo minha companheira de jornada no mundo da arte. Observo que o sol está queimando meus quadros, pois a barraca da prefeitura não tem cobertura total lateral. Assim o sol entra todo dentro da tenda. O prefeito disse que não tem como melhorar a barraca, porque a prefeitura está sem dinheiro para a cultura. Mas quando alguma prefeitura teve dinheiro para a cultura? Para grandes shows de astros sertanejos nunca falta dinheiro. Enquanto isso, fico observando o sol ardente deformando meu quadro de MDF, pois agora meu inimigo maior é o sol que não entende nada de arte. O sol apenas comanda nossa existência de pobres mortais, seres transitórios que num segundo somem do planeta, e o sol continua lá queimando. As pessoas passam pela praça chupando sorvete e comendo pipoca, achando tudo bonito, e muitos falando que meus quadros são muito bonitos, que sou um moço muito talentoso. Mas ninguém enfia a mão no bolso para comprar. Fico pensando na distância que existe entre mim e as galerias chiqueréssimas dos EUA e Europa. (Assim vai começar meu livro)
Muito bom a leitura e partilha da interpretação desse ‘paper’! Gosto imenso da forma como partilham a informação e dão dicas sobre a arte e mercado. Parabéns!
Olá Paulo e Thaís, mais um excelente vídeo. Paulo, a cada dia admiro mais o seu trabalho. Uma pessoa que se compromete em buscar e expor a verdade dentro de um sistema merece todo o respeito. Quando alguém de dentro desse sistema reconhece o fato e o expõe de forma clara e objetiva, é como se trouxesse luz a um lugar escuro e abandonado. E nos tempos atuais, nós precisamos de mais pessoas assim. Eu teria alguns questionamentos a fazer, mas por enquanto vou refletir um pouco mais sobre o assunto, pois creio que esses meus questionamentos envolvem uma percepção mais ampla da realidade, que está além desse mercado tradicional de arte para colecionadores, o que requer um espaço de discussão maior. Por isso, vou aguardar ansiosamente por futuros conteúdos que possam trazer essas e outras questões à tona. E que vocês quebrem ainda mais pratos e paradigmas.
Oi Denise, obrigado pelo seu comentário. Nos meus textos eu procuro focar no mercado, mesmo sabendo que ele é somente parte de um grande sistema. Seus questionamentos sempre serão bem vindos e vão me ajudar a ver assuntos sob outros ângulos.
Que maravilha! Tudo que ele está falando eu penso há muitos anos! Parabéns pelo vídeo! Eu gosto muito de ler filosofia, e falo sempre para as pessoas de minha cidade perdida que sou muito mais filósofo do que pintor. Falo isso e ninguém dá bola, pois os carmenses nem sabem o que é filosofia. Porque sinto-me mais criativo na filosofia. Já minhas obras são muito elogiadas por todos da cidade, mas qual a credibilidade deles? São todos leigos, sem nenhum olhar mais apurado e técnico sobre a arte. A grande ilusão do artista do interior é se contentar com elogios dos familiares e amigos. Então ele entra numa bolha em si mesmo, com ego muito inflamado e não percebe outras visões sobre seu trabalho. Eu já fui assim por muitos anos, fazendo meus quadros de retratos por encomenda, típico do artista do interior. Hoje eu expandi muito minha visão artística, mas não me sinto criativo nas formas visuais. Acho que já cheguei no meu todo, condenado a morrer de velho e anônimo entre bois e vacas, rezas e santos.
É muito interessante o fato de viver no exterior, como a nossa mentalidade muda, ou amadurece e descentraliza o Brasil como único referencial. Moro no Japão, e desde então, tenho evoluído como profissional, como pessoa e é tão gratificante poder concordar com o que o Paulo Varella expôs. Sem dúvida, é um investimento, independente de qualquer coisa.
A REAL SITUAÇÃO DO ARTISTA PLÁSTICO DO INTERIOR Geralmente o artista plástico do interior foi uma criança com muito talento artístico, pois quase toda criança gosta de pintar e desenhar. Isso é devido ao fato do hemisfério cerebral direito estar ainda muito atuante. Mas com o foco nas matérias exatas, a escola vai eliminando essa habilidade espacial nas crianças. Restam poucos que persistem no caminho das artes, e muitos se transformam em artistas autônomos, vendendo trabalhos para clientes. E outros se transformam em professores de artes nas escolas do ensino médio. Mas tem também a questão do mercado de arte, que a maioria sonha entrar para ter reconhecimento, mas não sabe como chegar lá. Existem as pequenas exposições de arte e artesanato em eventos das prefeituras do interior, mas que nunca será visitada por um crítico de artes. O artista fica o tempo todo esperando ser descoberto e nada acontece. Para fazer uma exposição numa grande cidade, o artista precisa ter no mínimo uns 20 trabalhos, com um tema único. Ninguém quer ver uma vernissage com quadros de flores misturadas com retratos clássicos e quadros modernos. Daí surgem os problemas. Os artistas que trabalham também como professores de artes diversificam muito suas técnicas, fazendo um pouco de cada coisa para ensinar aos alunos. Então sua arte fica sem uma identidade. Ele pinta de tudo para ensinar, e seu trabalho não segue uma só linha. Já outros fazem aquilo que os clientes pedem, fazendo também de tudo, e não se especializando em nada. São centenas de artistas fragmentados. Também hoje é muito mais difícil criar algo novo na arte, pois tudo já foi realizado na história da arte. Desse jeito, os artistas das cidades pequenas sentem-se perdidos, sem saber qual caminho seguir. Muito pelo fato do mercado de arte ser muito subjetivo e obscuro. Por exemplo, existem profissões com um caminho muito claro, como faculdade de medicina. Todos sabem qual caminho a seguir, como fazer o vestibular, fazer 5 ou 6 anos de faculdade, fazer uma residência médica em algum hospital depois de formado e depois ser contratado por algum hospital ganhando muito bem. Ou também trabalhar em clínicas particulares. E para ser um artista plástico famoso? Ninguém sabe o que se deve fazer, sendo um grande enigma, uma zona obscura. Precisa fazer ou não faculdade de artes? Aonde expor os trabalhos? Quais são os curadores, marchands, críticos de artes ou galeristas? Qual é a melhor técnica artística? Qual é o melhor estilo de arte para fazer sucesso? Não existem respostas prontas a essas questões. Assim o artista prossegue vendendo seus trabalhos e dando aulas, fazendo de tudo um pouco para aprender todas as técnicas. E fica eternamente sonhando em um dia ser famoso igual ao Romero Brito. Autor: Luciano Huguenin (Instagran e Facebook)
Que trabalho sensacional vocês dois estão fazendo. Eu sempre fico muito feliz quando vejo que tem vídeo novo de vocês aqui. E sobre esse paper que vocês comentaram, aonde eu encontro?
Como saber quem é o bom corredor de 100 metros rasos? Simples, o atleta que corre 100 metros em menos de 10 segundos é um corredor excepcional. Essa regra vale para qualquer lugar do mundo, em qualquer país. Um jovem africano pode ficar treinando durante anos essa marca, que quando conseguir, sabe que está perfeito. Agora, como ser um grande artista plástico? Aí complicou tudo. Caímos no eterno campo do subjetivismo, que ferra com minha vida! Eu passo a vida tentando alcançar uma premissa fixa para a arte, mas nunca acho! Sendo assim, meu destino é ficar em feirinhas da prefeitura, debaixo de barracas de lona, ao lado das senhoras que fazem artesanato de crochê, vendendo quadros realistas por 500 reais. E o pessoal ainda acha caro! Eu xingo eles todos, dizendo que cara é uma consulta no médico que custa esse preço. O médico ganha 500 reais em apenas 1 hora, e eu demoro vários dias para fazer um quadro a óleo sobre tela. Vou escrever um livro sobre isso, e talvez ganho algum reconhecimento.
E quanto às obras que são mais realistas, sejam retratos ou paisagem, mas buscando uma representação sublime de uma simples paisagem ou um retrato feito de modo acurado e técnico... onde há espaço para esse tipo de obra? Uma vez que as obras abstratas e contemporânea são muitas vezes mais vendidas por serem também decorativas... onde há valorização pelo artista de excelência técnica?
Oi Marcio, como você tem visto pelos meus videos. Este seu questionamento sobre a qualidade ou o estilo da arte é somente um dos vários dentro do mercado.
Eu penso a mesma coisa! Pinto há 30 anos muitas obras de arte realistas, aprendendo muitas técnicas em cursos e por conta própria. Também sou professor de artes em escola pública, onde ministro oficinas de desenhos realistas. Vejo que o mercado de arte só valoriza a arte contemporânea, mas também existe técnica e valor no realismo. Eu procuro sempre adicionar minha melhor técnica nos trabalhos, mas sei que isso não é valorizado pelas grandes galerias. Muito triste! E estou condenado a viver para sempre como um artista plástico anônimo de uma cidade perdida do interior.
@@ArtTalks vc acha que em algum momento futuro pode haver um "cansaço" da arte contemporânea? Talvez algum fenômeno que faça com que o olhar do mercado de arte se volte para a qualidade técnica, do clássico, da admiração do retrato ou de paisagens bem pintadas ou de algo que a habilidade e o talento seja realmente um fator de valorização? Por que na arte contemporânea o valor muitas vezes Está no conceito, mas muitas obras são supervalorização em conceitos vazios como por exemplo a banana colada na parede com silver tape. Parece que a arte contemporânea até debocha do próprio mercado de arte. Acho que não há mais muito futuro pra isso. Tenho a impressão que alguém vai se cansar disso tudo em algum momento.
@@marciodiniz9252 a única coisa que eu tenho certeza é de que quem tenta prever o futuro sempre acaba se enganando. O fato é que ha mais de 100 anos desde diminuição da importância no neo-clássico, presenciamos uma "evolução" da linguagem artística em direção à estética que temos hoje. Acho pouco provável que tenhamos um neo-neo-clássico como forma dominante. Sempre haverá espaço para este estilo, assim como também haverá espaço para outros estilos que, no momento, eu nem consigo imaginar qual seja.
Parabéns pelo crescimento do canal, lento e com substância. Daqui uns dias volto a maratonar outros vídeos. " SE QUERES SER UNIVERSAL COMEÇA POR PINTAR A TUA ALDEIA? " TOSTOI errou ou depende do ponto de vista?
kkkk. O mais engraçado na arte e que ninguém discorda de ninguém. kkkkk e tudo e dizer: isso mesmo. Ele falou algo ali ela entendeu outra coisa e ele falou: isso mesmo kkkk. a hipocrisia chega a salta de tanto que o ser humano e falso kkkk
Até que enfim, alguém verdadeiramente inteligente, didático, culto, amplo.Difícil de encontrar, mas aí está!
Obrigado!
Estou acompanhando o canal há algumas semanas e estou achando muito interessante todas as conversas e bate papos sobre o mundo mercadológico das artes. Eu não imaginava que haviam tantas camadas e filtros para os novos artistas! Eu hoje trabalho como programador e comecei minha carreira desde 2015 e sigo me desenvolvendo na área de tecnologia, amo demais trabalhar com tecnologia, mas quando tinha meus 18 anos eu desenhava e pintava muito me baseando no estilo do hiper realismo, eu me inspirava em artistas com Boris Valejo / Simon Bisley / Luis Royo e Michelanjelo. Desde que comecei a acompanhar os vídeos aqui na plataforma sobre artes plástica, eu vejo que o mercado de artes modificou muito de 1995 pra cá. Tenho pensado bastante em retornar com as minhas pinturas e desenhos, mas analisando tudo que vcs estão discutindo, de como a arte pode gerar algum lucro o melhor seria que o artista pesquisasse qual tipo de arte que cada galeria gosta de expor e tentar adequar o que ele produz com o estilo da galeria. Ou seja ele tb precisa ver se a galeria esta alinhada com o estilo ou tema que ele gosta de pintar. Visto que o mercado não é minimamente democrático para aceitar todos os estilos. Pode ser só uma má impressão minha, mas é o que estou entendendo desse bate papo, não sei se outros estão tendo a mesma impressão. Isso tudo é muito interessante.
E cada nome citado por vcs na conversa é uma googlada minha de pesquisa para leitura depois. Obrigado pelas informações !
É isto mesmo, meu amigo. Obrigado pela sua participação.
Esse canal é um achado para mim. Descobri hoje, no domingo do dia 16 de julho de 2023.
Todo o conteúdo desse video, só me faz continuar na caminhada de 40 anos de artista.
Eu sempre achei os meus colegas brasileiros muito rançosos quanto ao mercado de arte. É preciso antes de tudo estudar, e marquetar as obras, já que a internet possibilita uma amplificação visual em termos de mundo.
Talvez não tenha mais idade para ir para os EU lavar pratos, mas desde o advento da globalização como a conhecemos, tenho lutado com as ferramentas possiveis para atingir os meus objetivos.
Também não gosto de obras regionais, embora sejam as mais bem aceitas no Brasil. Eu sempre fico excluida desses eventos.
Nunca vendi um quadro, embora houvesse ofertas de valores, mas por não conhecer o mercado prefiro guardá-lo.
Foi super motivador para mim. Obrigada
Muito bom!
Sábado as 9 horas da manhã. Estou na cidade de Carmo, lugarejo perdido atrás dos montes, interior do Estado do Rio de Janeiro, 20 mil habitantes. Chego correndo segurando meus cavaletes e quadros, e os coloco na feirinha de artesanato, com patrocínio da prefeitura, onde o prefeito e secretários ganham muito mais do que eu. A senhora artesã que faz pano de prato me cumprimenta, sendo minha companheira de jornada no mundo da arte. Observo que o sol está queimando meus quadros, pois a barraca da prefeitura não tem cobertura total lateral. Assim o sol entra todo dentro da tenda. O prefeito disse que não tem como melhorar a barraca, porque a prefeitura está sem dinheiro para a cultura. Mas quando alguma prefeitura teve dinheiro para a cultura? Para grandes shows de astros sertanejos nunca falta dinheiro. Enquanto isso, fico observando o sol ardente deformando meu quadro de MDF, pois agora meu inimigo maior é o sol que não entende nada de arte. O sol apenas comanda nossa existência de pobres mortais, seres transitórios que num segundo somem do planeta, e o sol continua lá queimando. As pessoas passam pela praça chupando sorvete e comendo pipoca, achando tudo bonito, e muitos falando que meus quadros são muito bonitos, que sou um moço muito talentoso. Mas ninguém enfia a mão no bolso para comprar. Fico pensando na distância que existe entre mim e as galerias chiqueréssimas dos EUA e Europa. (Assim vai começar meu livro)
Já seguia o canal a um tempo mas nunca parei para maratonar. Eu produzindo aqui e consumindo esse ótimo content. Gostei desse realismo do mercado.
Obrigado !
sensacional! venho maratonando seus vídeos, maravilhoso..meus parabens!!
Obrigado!!
Muito bom a leitura e partilha da interpretação desse ‘paper’! Gosto imenso da forma como partilham a informação e dão dicas sobre a arte e mercado. Parabéns!
Muito obrigado!
Acho que deveria haver espaço e vez pra todos, ou pra quase todos...e o pintor deve pintar o que sabe e o que gosta de pintar!
O mundo nunca foi justo Gilvan
Valeu Paulo!!!
Compartilho o canal ,acho super importante essas informações serem compartilhadas.
obrigado pela gentileza!
Excelente! Veio de encontro ao que muitos artistas estão procurando. Vocês são ótimos!
Obrigado Fernanda
Subjetivismo é a palavra de ordem e geralmente um grupo dá voz e vez com sintaxe e sintonia bem defenidas.
Olá Paulo e Thaís, mais um excelente vídeo.
Paulo, a cada dia admiro mais o seu trabalho. Uma pessoa que se compromete em buscar e expor a verdade dentro de um sistema merece todo o respeito.
Quando alguém de dentro desse sistema reconhece o fato e o expõe de forma clara e objetiva, é como se trouxesse luz a um lugar escuro e abandonado.
E nos tempos atuais, nós precisamos de mais pessoas assim.
Eu teria alguns questionamentos a fazer, mas por enquanto vou refletir um pouco mais sobre o assunto, pois creio que esses meus questionamentos envolvem uma percepção mais ampla da realidade, que está além desse mercado tradicional de arte para colecionadores, o que requer um espaço de discussão maior.
Por isso, vou aguardar ansiosamente por futuros conteúdos que possam trazer essas e outras questões à tona.
E que vocês quebrem ainda mais pratos e paradigmas.
Oi Denise, obrigado pelo seu comentário. Nos meus textos eu procuro focar no mercado, mesmo sabendo que ele é somente parte de um grande sistema. Seus questionamentos sempre serão bem vindos e vão me ajudar a ver assuntos sob outros ângulos.
Muito bom o vídeo. Mais um entre os outros também muito bons. Parabéns!!!
Obrigado Selma
Que maravilha! Tudo que ele está falando eu penso há muitos anos! Parabéns pelo vídeo! Eu gosto muito de ler filosofia, e falo sempre para as pessoas de minha cidade perdida que sou muito mais filósofo do que pintor. Falo isso e ninguém dá bola, pois os carmenses nem sabem o que é filosofia. Porque sinto-me mais criativo na filosofia. Já minhas obras são muito elogiadas por todos da cidade, mas qual a credibilidade deles? São todos leigos, sem nenhum olhar mais apurado e técnico sobre a arte. A grande ilusão do artista do interior é se contentar com elogios dos familiares e amigos. Então ele entra numa bolha em si mesmo, com ego muito inflamado e não percebe outras visões sobre seu trabalho. Eu já fui assim por muitos anos, fazendo meus quadros de retratos por encomenda, típico do artista do interior. Hoje eu expandi muito minha visão artística, mas não me sinto criativo nas formas visuais. Acho que já cheguei no meu todo, condenado a morrer de velho e anônimo entre bois e vacas, rezas e santos.
Sao leigos... pois é Luciano! A analise critica de uma obra de arte é um trabalho arduo de contínua investigação e observação.
Muito bom! mais um assunto abordado com base em pesquisa e de forma inteligente.
❤
Conteúdo maravilhoso!
Obrigado Raisa
Muito bom o conteúdo da live👏
Obrigado Marco!
Ola gostaria muito de me enviassem o link deste texto da pesquisadora abordada no video. Muito obrigado.
arteindex.com/blog/o-mercado-de-arte-e-a-ilusao-da-democracia-do-conhecimento
Mais uma conversa gostosa sobre arte.
obrigado Borges
É muito interessante o fato de viver no exterior, como a nossa mentalidade muda, ou amadurece e descentraliza o Brasil como único referencial. Moro no Japão, e desde então, tenho evoluído como profissional, como pessoa e é tão gratificante poder concordar com o que o Paulo Varella expôs. Sem dúvida, é um investimento, independente de qualquer coisa.
Obrigado Maiza
Adoro assistir vcs dois
Obrigado, gosto muito de ter a Thais fazendo o contraponto. Faz com que assuntos pesados sejam mais suaves
Parabéns Paulo, muito bom o embasamento em um paper significativo !
Obrigado Adriana
Aprendendo muito com vcs!! Sucesso!!
Obrigado Gustavo
A REAL SITUAÇÃO DO ARTISTA PLÁSTICO DO INTERIOR
Geralmente o artista plástico do interior foi uma criança com muito talento artístico, pois quase toda criança gosta de pintar e desenhar. Isso é devido ao fato do hemisfério cerebral direito estar ainda muito atuante. Mas com o foco nas matérias exatas, a escola vai eliminando essa habilidade espacial nas crianças. Restam poucos que persistem no caminho das artes, e muitos se transformam em artistas autônomos, vendendo trabalhos para clientes. E outros se transformam em professores de artes nas escolas do ensino médio. Mas tem também a questão do mercado de arte, que a maioria sonha entrar para ter reconhecimento, mas não sabe como chegar lá. Existem as pequenas exposições de arte e artesanato em eventos das prefeituras do interior, mas que nunca será visitada por um crítico de artes. O artista fica o tempo todo esperando ser descoberto e nada acontece. Para fazer uma exposição numa grande cidade, o artista precisa ter no mínimo uns 20 trabalhos, com um tema único. Ninguém quer ver uma vernissage com quadros de flores misturadas com retratos clássicos e quadros modernos. Daí surgem os problemas. Os artistas que trabalham também como professores de artes diversificam muito suas técnicas, fazendo um pouco de cada coisa para ensinar aos alunos. Então sua arte fica sem uma identidade. Ele pinta de tudo para ensinar, e seu trabalho não segue uma só linha. Já outros fazem aquilo que os clientes pedem, fazendo também de tudo, e não se especializando em nada. São centenas de artistas fragmentados. Também hoje é muito mais difícil criar algo novo na arte, pois tudo já foi realizado na história da arte. Desse jeito, os artistas das cidades pequenas sentem-se perdidos, sem saber qual caminho seguir. Muito pelo fato do mercado de arte ser muito subjetivo e obscuro. Por exemplo, existem profissões com um caminho muito claro, como faculdade de medicina. Todos sabem qual caminho a seguir, como fazer o vestibular, fazer 5 ou 6 anos de faculdade, fazer uma residência médica em algum hospital depois de formado e depois ser contratado por algum hospital ganhando muito bem. Ou também trabalhar em clínicas particulares. E para ser um artista plástico famoso? Ninguém sabe o que se deve fazer, sendo um grande enigma, uma zona obscura. Precisa fazer ou não faculdade de artes? Aonde expor os trabalhos? Quais são os curadores, marchands, críticos de artes ou galeristas? Qual é a melhor técnica artística? Qual é o melhor estilo de arte para fazer sucesso? Não existem respostas prontas a essas questões. Assim o artista prossegue vendendo seus trabalhos e dando aulas, fazendo de tudo um pouco para aprender todas as técnicas. E fica eternamente sonhando em um dia ser famoso igual ao Romero Brito.
Autor: Luciano Huguenin (Instagran e Facebook)
Que trabalho sensacional vocês dois estão fazendo. Eu sempre fico muito feliz quando vejo que tem vídeo novo de vocês aqui.
E sobre esse paper que vocês comentaram, aonde eu encontro?
aqui está o link da versão traduzida: www.arteindex.com/blog/o-mercado-de-arte-e-a-ilusao-da-democracia-do-conhecimento
@@ArtTalks Muito obrigado
Todo respeito. Feliz em estar aqui. Importante trabalho
Obrigado Geórgia
Como saber quem é o bom corredor de 100 metros rasos? Simples, o atleta que corre 100 metros em menos de 10 segundos é um corredor excepcional. Essa regra vale para qualquer lugar do mundo, em qualquer país. Um jovem africano pode ficar treinando durante anos essa marca, que quando conseguir, sabe que está perfeito. Agora, como ser um grande artista plástico? Aí complicou tudo. Caímos no eterno campo do subjetivismo, que ferra com minha vida! Eu passo a vida tentando alcançar uma premissa fixa para a arte, mas nunca acho! Sendo assim, meu destino é ficar em feirinhas da prefeitura, debaixo de barracas de lona, ao lado das senhoras que fazem artesanato de crochê, vendendo quadros realistas por 500 reais. E o pessoal ainda acha caro! Eu xingo eles todos, dizendo que cara é uma consulta no médico que custa esse preço. O médico ganha 500 reais em apenas 1 hora, e eu demoro vários dias para fazer um quadro a óleo sobre tela. Vou escrever um livro sobre isso, e talvez ganho algum reconhecimento.
talvez seja a hora de você tentar outros mercados. a Internet tem facilitado isto
E quanto às obras que são mais realistas, sejam retratos ou paisagem, mas buscando uma representação sublime de uma simples paisagem ou um retrato feito de modo acurado e técnico... onde há espaço para esse tipo de obra? Uma vez que as obras abstratas e contemporânea são muitas vezes mais vendidas por serem também decorativas... onde há valorização pelo artista de excelência técnica?
Oi Marcio, como você tem visto pelos meus videos. Este seu questionamento sobre a qualidade ou o estilo da arte é somente um dos vários dentro do mercado.
Eu penso a mesma coisa! Pinto há 30 anos muitas obras de arte realistas, aprendendo muitas técnicas em cursos e por conta própria. Também sou professor de artes em escola pública, onde ministro oficinas de desenhos realistas. Vejo que o mercado de arte só valoriza a arte contemporânea, mas também existe técnica e valor no realismo. Eu procuro sempre adicionar minha melhor técnica nos trabalhos, mas sei que isso não é valorizado pelas grandes galerias. Muito triste! E estou condenado a viver para sempre como um artista plástico anônimo de uma cidade perdida do interior.
@@ArtTalks vc acha que em algum momento futuro pode haver um "cansaço" da arte contemporânea? Talvez algum fenômeno que faça com que o olhar do mercado de arte se volte para a qualidade técnica, do clássico, da admiração do retrato ou de paisagens bem pintadas ou de algo que a habilidade e o talento seja realmente um fator de valorização? Por que na arte contemporânea o valor muitas vezes Está no conceito, mas muitas obras são supervalorização em conceitos vazios como por exemplo a banana colada na parede com silver tape. Parece que a arte contemporânea até debocha do próprio mercado de arte. Acho que não há mais muito futuro pra isso. Tenho a impressão que alguém vai se cansar disso tudo em algum momento.
@@lucianohuguenin6324 ou não. Existem muitas formas de você chamar a atenção e ganhar o grande público.
@@marciodiniz9252 a única coisa que eu tenho certeza é de que quem tenta prever o futuro sempre acaba se enganando. O fato é que ha mais de 100 anos desde diminuição da importância no neo-clássico, presenciamos uma "evolução" da linguagem artística em direção à estética que temos hoje. Acho pouco provável que tenhamos um neo-neo-clássico como forma dominante. Sempre haverá espaço para este estilo, assim como também haverá espaço para outros estilos que, no momento, eu nem consigo imaginar qual seja.
Parabéns pelo crescimento do canal, lento e com substância. Daqui uns dias volto a maratonar outros vídeos. " SE QUERES SER UNIVERSAL COMEÇA POR PINTAR A TUA ALDEIA? " TOSTOI errou ou depende do ponto de vista?
Obrigado!
kkkk. O mais engraçado na arte e que ninguém discorda de ninguém. kkkkk e tudo e dizer: isso mesmo. Ele falou algo ali ela entendeu outra coisa e ele falou: isso mesmo kkkk. a hipocrisia chega a salta de tanto que o ser humano e falso kkkk
Acredito que a palavra seja "confuso". O ser humano é confuso.