A Ética do Mestre Benedito é total e insuperável. De ocidente a oriente, ele brilhou mais do que o reflexo da luz das lentes de vidro. Brilhou mais que o sol e cegou os imbecis. O oriente chegou no Mestre sem que ele mesmo o tivesse conhecido. Maldito seja e excomungado ou cherenizado seja pela razão e pela intuição aquele que não reverenciar o Grande Mestre em Haia ou em qualquer lugar do globo terrestre. Maldito seja aquele que praticar anátema contra o Mestre Benedito e que o espírito do Mestre repouse grandemente na Divina Natureza, substância infinita de tudo e de todos
Spinoza: se não o maior, um dos maiores homens que a terra teve o privilégio de abrigar. Uma pena não ter o reconhecimento merecido, mas isso não é de se admirar. Não é de hoje que vivemos em meio a uma sociedade tomada pela ignorância e não pela razão. Que o universo o tenha. Com certeza o tem! Grande homem!
Muito Obrigado por ter postado esse magnífico vídeo!Não é á toa que o grande GOETHE andava com seu livro no bolso!Excomungado da religião,ganhou seu lugar de honra na história mundial!Obrigado Espinosa!!!!
Não conhecia este filme, embora seja ávido por tudo que se refere a Espinosa. A noção do "Deus Universo" que surge nas proposições de Espinosa é as vezes chamada de panteísta, as vezes chamada de monista e este filme (lindo, por sinal) dá em alguns momentos a idéia de que Espinosa fosse ateu, mas se observarmos com cuidado. o diálogo interno representado no filme mostra o cuidado de Espinosa em se afastar do ateísmo. (naquele tempo, algo bem assustador). Basta ler "Ética" e não restarão dúvidas que Espinosa era certamente agnóstico, mas nunca ateu. Pelo contrário, ele buscava identificar Deus através da razão e de certa forma foi bem sucedido nessa empreitada. Para ele, o universo é Deus e é consciente, mas não é criador de nada e nem intervêm na vida pessoal de cada um de nós. Cá entre nós, hoje em dia é bem mais fácil ser ateu do que no século XVII, mas acredito que Espinosa tinha no fundo certa vontade de saber se Deus existe mesmo ou não. O Deus dele, embora seja bem mais crível que o Deus cristão, judeu ou de qualquer outra religião, só é assim por abrir mão de vários atributos divinos. Será que um Deus "Não Criador" e "Não Intervencionista" ainda é Deus? Vejamos: O Deus universo de Espinosa ainda é Onipotente (o universo contem em si todo o poder do universo) O Deus universo de Espinosa ainda é Onipresente (o universo ocupa todos os lugares que existem para serem ocupados) O Deus universo de Espinosa ainda é Onisciente (Todo o saber que existe está contido no universo) Esta última afirmação é meio problemática. Se o universo não for consciente, o fato de que todas as coisas estão contidas nele, não querem dizer nada, pois a "coisa" só se torna "saber" ou "ciência" quando é contemplada pela consciência. Se o universo não for consciente, evidentemente não pode ser onisciente e portanto não pode manter nem mesmo as características de Deus mais difundidas (Onipotência, Onipresença e onisciência). Vamos divagar um pouco: A favor da possibilidade do universo ser consciente reside a nossa própria ignorância da consciência, ou seja, ninguém sabe porque os seres humanos são capazes de processos mentais complexos e sobretudo de sentir-se vivos e contemplar a própria existência. Sabe-se que nossos cérebros são capazes de realizar processos bioelétricos muito complexos, mas se isso é possível de ser contido em um volume pouco maior que um litro, formado por algumas estruturas neuronais relativamente simples, como seria se diminuíssemos a unidade neuronal para dimensões atômicas e ampliássemos o tamanho do cérebro para dimensões galácticas. Só investimos no desenvolvimento de inteligências artificiais porque acreditamos que a inteligência seja possível, independentemente do suporte baseado em organismos celulares. Ora! se acreditamos que um computador pode ser inteligente, porque um planeta não pode ser, ou uma galáxia, ou mesmo o universo como uma todo. Claro que a comunicação das sinapses seria bem lenta, pois haveria distâncias colossais a serem percorridas entre cada unidade neuronal, mas, para o universo, esperar alguns milhões de anos para completar um pensamento não seria um problema. Contra a possibilidade de o universo ser consciente, existe o fato de que ninguém jamais estabeleceu qualquer contato com tal ser, e sejamos sinceros, isso não poderia acontecer, pois os processos mentais de um ser cujo cérebro ocupe todo o universo seriam totalmente inacessíveis. Outro aspecto seria o fato de que esse Deus universo consciente nos seria totalmente irrelevante, portanto, talvez seja preferível que ele nem mesmo exista, inclusive como possibilidade. Viajei legal. Viu o que dá assistir filmes sobre filósofos.
Primeiramente, ótimo texto, parabéns. Mas assim, o Deus de Spinoza (ou Espinosa) não é onipotente. Não o é pois o próprio Spinoza diz na "Ethica - ordine geometrico demonstrara et quinque partes distinta" e no "TTP" que Deus não pode ser diferente do que é, não pode agir de outro modo que não as leis da natureza (por isso os milagres são impossíveis). Sendo assim, o Deus de Spinoza não pode ser onipotente, etc
lamento da viúva Obrigado pelo comentário, pois me permite discutir o problema da onipotência. Uma visão primitiva de onipotência permeou o mundo antigo e escolástico até São Tomas de Aquino. Esta mesma visão surge hoje entre leigos, religiosos ou não, e trata a onipotência que é incapaz de se sustentar diante da lógica. A versão mais famosa do paradoxo da onipotência surge no século XII, originária provavelmente em Averróes. Certamente você conhece (pode Deus criar uma pedra tão pesada que nem mesmo ele possa carregar?), mas existem muitas outras versões do mesmo paradoxo, algumas provavelmente ainda mais antigas. Muitos filósofos já se debruçaram sobre a solução deste paradoxo e todas as soluções dependem de definições precisas do significado de: Poder Saber Relação entre saber e poder. Duas soluções do paradoxo resumem praticamente tudo o que se viu depois: a) São Tomas de Aquino propôs a solução lógica do paradoxo da onipotência (essa é a versão aceita pela igreja católica). Para ele a onipotência de Deus não consistia em fazer atos impossíveis, e sim poder fazer todos os atos possíveis. Repare que esta solução implica em definir onipotência como algo mais modesto. b) Descartes propôs outra solução para este paradoxo. Chamada de solução ilógica. Para Ele, Deus pode fazer inclusive as coisas que nos parecem ilógicas, tais como os triângulos redondos ou as pedras insuportáveis que ele mesmo suporta. Os limites da lógica não seriam limites para Deus. Há muitas outras soluções para este paradoxo, tais como a famosa solução da onisciência, de origem desconhecida, mas muito usada por evangélicos, que seria algo do tipo: Para nós o paradoxo da pedra é insolúvel, mas não para Deus, já que ele é onisciente. Esta é, entretanto uma variação da solução ilógica de Descartes. Como se vê, existem duas linhas de solução para o paradoxo da onipotência: Ou nós superestimamos o significado de onipotência ou nós subestimamos o significado da onisciência. Na prática, o significado da palavra poder determina a definição de Deus, mas em português, a palavra poder pode ser um verbo (eu posso, tu podes, etc..) ou um substantivo (o poder de Deus). A que poder refere-se a onipotência de Deus? Essa mesma relação pode ser observada em Potentia (Latim) que deu origem ao termo. Em inglês, os temos são separados (to can e Power) Nisso reside a diferença fundamental entre as duas visões de onipotência. OBSERVANDO A ONIPOTÊNCIA LÓGICA DE TOMAS DE AQUINO Pela visão de Tomas de Aquino, Deus pode ter todo o poder (susbstantivo), mesmo que não possa (verbo poder) fazer algumas coisas. De fato, pense na seguinte construção: Pode Deus ser tentado pelo mal? Se a resposta foi sim, então o poder substantivo de Deus torna-se diminuído, já que o mal teria poder sobre ele, mas se a resposta for não, então fica confirmado o poder verbal de Deus (Deus pode tudo, inclusive ser tentado). Percebeu que é preciso fazer uma distinção entre o significado verbal e substantivo de Poder. O Poder (power - potentia) é que deve ser pensado quando se trarta de Deus, de acordo com Tomas de Aquino. Na verdade, ele percebeu que a expressão “Deus não pode” está presente na bíblia. Ninguém, sendo tentado, diga: De Deus sou tentado; porque DEUS NÃO PODE ser tentado pelo mal, e a ninguém tenta. Tiago 1:13 O sentido de onipotência que deve ser dado a Deus não é o daquele que faz coisas impossíveis, pois para Tomas de Aquino, Deus NÂO PODE ser tentado pois tem PODER sobre a tentação. Entendeu a interpretação de Tomás de Aquino sobre a onipotência? Não se pode aprisionar Deus numa armadilha semântica do tipo. Pode Deus fazer um triângulo redondo? A reposta a esta pergunta depende do significado que foi atribuído às palavras triângulo e redondo e se na concepção de quem formulou a pergunta, triângulo e redondo forem irredutíveis entre si, a pergunta é penas um jogo de palavras sem sentido. O Poder de Deus (ou qualquer poder substantivo - “power”), não guarda qualquer relação com esse jogo de palavras. OBSERVANDO A ONIPOTÊNCIA ILÓGICA DE RENÉS DESCARTES Para Renês Descartes, Deus não seria Deus se houvesse algo que ele não pudesse fazer, mas ao mesmo tempo, Descartes estava convencido que a perfeição existia, uma vez que podia ser pensada, mas nunca observada e sendo o homem imperfeito, não seria capaz de dar origem ao pensamento de perfeição, se este não lhe tivessem uma origem externa. Descarte chamava esta perfeição de Deus. Para ele, o poder infinito era definido de forma verbal. O poder infinito implica em poder fazer qualquer coisa (esta é normalmente a visão leiga de onipotência) e ele nunca se debruçou sobre o problema de Tiago 1:13. Para Descartes, Deus poderia romper os limites da lógica, pois estes limites lhe são inferiores. Descartes dividia o universo entre as coisas tais quais são (res extensa), os pensamentos (res cogitans) e as coisas de Deus (res infinita). Nossos pensamentos, embora sejam mais precisos que nossas observações, estão situados em uma condição limitada do universo. Nossa lógica não consegue dar conta de tudo, mas é suficiente para abranger tudo o quanto existe no mundo das coisas (res extensa) e no mundo dos pensamentos (res cogitans) A onipotência de Descartes foi assimilada de maneira geral pelas igrejas protestantes, de modo que, ao perguntar à um fiel, pode Deus criar um pedra tão grande que ele mesmo não possa carregar, as resposta provável será: Sim Deus pode criar a pedra e também pode carrega-la. Mas isso não faz sentido. Faz sentido pra Deus, pois ele é onipotente - seria a resposta. Para Descarte e para um enorme número de pessoas, Deus não pode ser subjugado pela lógica, que dizer. A fé é maior que a lógica. Podemos discordar desta visão, mas não conseguimos derruba-la com argumentos. Ela é sólida em seu próprio patamar. OBSERVANDO A ONIPOTÊNCIA DE ILÓGICA DE ESPINOSA Começando de onde Descartes parou na teoria primeiramente surgida nalgumas cartas de 1630. Em resposta a indagações do amigo Marin Mersenne, afirma então Descartes: “as verdades matemáticas, as quais nomeais eternas, foram estabelecidas por Deus e dele dependem inteiramente, bem como todo o resto das criaturas”. Toda verdade, em suma, epistêmica ou moral, é uma criatura, e só é verdadeira porque Deus assim a quis no momento da criação. Essa tese que propunha Deus acima da lógica, só foi convincentemente combatida por Leibniz, mas como se colocava Espinosa diante dela: Dentre os maiores da filosofia moderna, talvez tenha sido ele o único a expressar alguma concordância com Descartes nesse ponto. Isto na Ética, quando, não sem ressalvas, é declarada a preferência por uma posição semelhante à cartesiana: “Admito que esta opinião, que tudo submete a certa vontade indiferente de Deus e estabelece que tudo depende do seu beneplácito, desvia-se menos da verdade do que a daqueles que estabelecem que Deus faz tudo em razão do bem. Pois estes parecem pôr algo fora de Deus, algo que não depende de Deus e a que Deus operando presta atenção como modelo (tanquam ad exemplar) ou a que visa como escopo determinado (tanquam ad certum escopum). Isto, sem dúvida, não é nada mais que submeter Deus ao destino - nada havendo de mais absurdo que se possa propor relativamente a Deus, o qual mostramos ser a causa primeira e a única causa livre tanto da essência de todas as coisas como da existência delas.)”. Para Espinosa, a onipotência de Deus não poderia ser subordinada à qualquer desejo ou pensamento humano. Deus, se é onipotente, não pode se submeter. No meu ver, o Deus de Espinosa, embora natural (é o próprio universo) é tão onipotente como o Deus de Descartes, a diferença entre ambos é que Descartes era Cristão (seu Deus era místico) enquanto Espinosa era judeu e depois tornou-se um judeu banido por defender uma visão não supersticiosa de Deus. Você encontrou uma citação no Tratado Teológico Político e na Ética, que eu sinceramente não consegui encontrar. Você poderia me enviar as páginas exatas, ou então a frase exata para que eu possa encontrar e tentar entender ao que você se refere. “Deus não pode ser diferente do que é, não pode agir de outro modo que não as leis da natureza (por isso os milagres são impossíveis)” foi o que você disse. Nada encontrei com essa palavras em Espinosa, mas isto não quer dizer que nada exista. Eu posso ter esquecido. Embora seja uma fã de Espinosa, já li esses livros a mais de 20 anos. Quando procurei por sua frase na internet, nada encontrei que fosse compatível com o conteúdo de nossa conversa. Claro que isso não que dizer nada, pois você pode ter encontrado o texto em outra língua e o traduziu livremente para o português. Peço então que me envie uma outra forma de encontrar a citação, pois eu não consegui ata agora. Talvez por ignorância ou incompetência da minha parte. De qualquer modo, acho que poderia me atrever a analisar a citação que você me enviou. Para Espinosa, dizer que Deus não pode agir de outro modo que não as leis da natureza, significaria apenas que Deus não se contrapões às suas próprias leis, já que Deus e a natureza são a mesma coisa. “Leis de Deus” e “Leis da natureza” são sinônimos. Não há restrições naturais ao poder de Deus (limites para a sua onipotência) já que Deus não pode ser um limitador para ele mesmo. Para Espinosa, dizer que não há milagres significa que nada acontece se não for pelas leis de Deus (natureza), ou seja, se o prédio em que eu estou começasse a flutuar neste instante, caberia a mim raciocinar para entender como isso se enquadra nas leis da natureza e se de todo modo, isto não for possível, devo pensar que o meu conhecimento (ou o conhecimento humano) das leis da natureza é insuficiente para explicar o ocorrido. Para Espinosa, milagres são visões distorcidas que os supersticiosos têm quando se deparam com coisas desconhecidas. O mais importante em Espinosa, e por isso ele era o filósofo favorito de Einstein. É a devoção dele pela natureza e por sua dimensão cósmica e inacessível. Espinosa já antevia que a natureza se tornaria cada vez mais misteriosa e, portanto cada vez mais divina. Para Espinosa a lógica era incapaz de dar conta sozinha do universo e o racionalismo deveria evoluir para incorporar os novos desafios lógicos que as descobertas sobre o universo trariam. Onipotência ilógica para Espinosa queria dizer que Deus (a natureza) era superior ao estado atual de capacidade racional dos seres humanos. Para mim. Isso é óbvio. Espinosa não rebaixou Deus à condição de natureza. Ele elevou a natureza à condição de Deus. Para encerrar, deixo algumas frases de Einstein, esse discípulo de Espinosa, quando se trata de filosofia. Lembro ainda que Einstein era muito mais profundo que a média dos cientistas e portanto jamais tentou limitar Deus e subordina-lo à ciência mas engrandecer a ciência desvendando os segredos do “velho sábio”, como ele mesmo dizia. Assim como Espinosa, Einstein sabia que o Universo é um deus onipotente (pode tudo o que é possível), onipresente (envolve-nos) e onisciente (ali se encontra tudo o que há para saber). Não há porque gastar a vida mostrando que Deus não é um mistério. Deus é um mistério, mas é natural. Deus, esse universo, provavelmente inconsciente, não perde tempo em cuidar de cada um de nós, mas a eternidade é uma certeza matemática, tanto do corpo (átomo por átomo) como da alma (cada palavra que dizemos perpetua-se como onda sonora e cada fóton que se choca com nosso corpo perpetua nossa imagem pela eternidade). Somos condenados a sermos livres Somos condenados a sermos eternos Somos condenados a sermos humanos, demasiadamente humanos. Tenho assistido os ateus profissionais se digladiando com religiosos toscos, perdendo um tempo precioso que deveria ser gasto em produzir coisas úteis. Transformando a si mesmos em tolos equivalentes aos seus antagonistas. Sou plenamente consciente da inexistência de um Deus místico, cujos pensamentos pudessem ter sido capturados por seres humanos da idade do bronze e cristalizados na bíblia. Mas também sou consciente da grandeza do universo e, sobretudo da sua inequívoca existência. Porque então perder tempo com tolos. Você acha que recitar o malhadíssimo e já respondido paradoxo da onipotência faz alguém parecer mais inteligente. Por tudo que eu compreendi das coisas que li dele, Espinosa atribuía todas as propriedades de Deus ao universo (à natureza). Se você quiser procurar um debate lógico mais interessante sobre a negação da onipotência, sugiro Leibniz. Recentemente, descobrimos que nosso modelo cosmológico padrão não explicava a aceleração do universo descoberta por em 1998 por Saul Perlmutter. Não temos nem mesmo uma hipótese ad hoc para concertar esse estrago no modelo. Surgiu apenas uma ideia. Ressuscitar a constante cosmológica de Einstein, mas desta vez, não houve a mesma honestidade intelectual. Chamaram a constante de “energia escura”. É a mesma coisa de antes. O padrão de movimentação do universo não bate com as equações e daí, colocamos uma constante na fórmula para equilibrar as coisas. Estamos no limiar de alguma grande reformulação das teorias cósmicas. Esperando o próximo gênio. Esse é um momento magnífico para se estar vivo e fazendo ciência. Se eu fosse 30 anos mais jovem, escolheria a cosmologia para seguir carreira. Frases de Einstein O espírito científico, fortemente armado com seu método, não existe sem a religiosidade cósmica. Ela se distingue da crença das multidões ingênuas que consideram Deus um Ser de quem esperam benignidade e do qual temem o castigo _ uma espécie de sentimento exaltado da mesma natureza que os laços do filho com o pai_ , um ser com quem também estabelecem relações pessoais, por respeitosas que sejam. Mas o sábio, bem convencido, da lei de causalidade de qualquer acontecimento, decifra o futuro e o passado submetidos às mesmas regras de necessidade e determinismo. Parece difícil espiar as cartas de Deus. Mas ele jogar dados e utilizar métodos ‘telepáticos’… É algo que eu não consigo acreditar em um único momento”. A ciência sem a religião é manca, a religião sem a ciência é cega.
Osório Thomaz vou expor algumas reflexões similares. Além da definição de Onipotência e Onisciência, a definição de Deus também influencia a questão. Alguns exemplos: Budismo Em alguns budismos alegam que não há um Deus. Mesmo assim, alegam que há um Buda. E que a verdadeira realidade seria a vacuidade - vacuidade que não é exatamente um "vácuo" ou "nada absoluto". Mas, uma ausência de fenômenos e causalidades. Nesse "nível de realidade" não existiria um lugar, ou espaço, ou céus. E nem um "eu" diferente da realidade. Nem "vários eus". Nem um "eu imutável e permanente". Essa ausência de "eu" chamam de Anatta traduzido como "não-eu". Porém, mesmo sem a existência de um "eu permanente", ainda persiste um "ser", um "estado de bem-aventurança" experimentado pelo Buda no Nirvana. E esse "estado de bem aventurança precisaria corresponder a verdadeira natureza deste Buda único. Do contrário, Buda também seria uma Vacuidade ou uma Ilusão (Maya). Agora, é sempre conveniente lembrar que isso tudo pode ser simples de entender, mas não é tão simples de compreender. É preciso refletir bem mais que 1 dia sobre o assunto antes de poder expor algum erro ou opinião significativa. Antes disso, melhor apenas tentar compreender até que ponto os outros chegaram. Porque o verdadeiro problema geralmente é a comunicação, tradução, cultura, época, ou a nossa própria limitação ou interpretação. Além disso, interpretações equivocadas dão origem ao niilismo que é a crítica do Nietszche contra essas "vertentes religiosas e filosóficas" que, nos casos mais extremos, em seus exageros e distorções, acabam perseguindo a impotência, a miséria, a morte, por demonizarem tudo aquilo que consideram impuro, inútil, insignificante, desnecessário, como a natureza e o próprio corpo - que não era necessariamente o que no passado havia sido visado, ensinado ou praticado. Advaita Vedanta No Advaita Vedanta de Shankara esta "unidade" seria uma "não-dualidade". Existiria um único espírito ou alma (atman). E ele seria o próprio deus (brahman). A pluralidade de atmas ou deuses (devas) seria uma ilusão (maya) causada pela ignorância (avidya). Pois, "atmas" ou "devas" seriam apenas "faces de um mesmo Deus" - como um "cristal multifacetado". Tudo o mais seria como "uma miragem no deserto". Fenômeno este que, não podemos afirmar que existe e tampouco que não existe. Pois, é apenas uma "ilusão sem substância". Algo presente apenas para a ignorância (avidya). Hinduísmo, Hermetismo, etc. Como se sabe muitas outras definições de Deus envolvem uma tríade. Como no Hinduismo: Brahma, Vishnu, Shiva. No Hermetismo: Isís, Osíris, Hórus. Etc. Podemos dizer que essas são as "definições mais primitivas que permearam o mundo antigo" e que originaram esses atributos das atuais concepções de Deus: Onipotente, Onisciente, Onipresente, etc. Pois afinal, quando eramos mais primitivos não tínhamos capacidade cognitiva para pensar isso. Exemplos de tríade: Pai, Mãe e Filho; Força, Beleza e Conhecimento; Perfeição, Amor e Verdade. Poder, Vontade e Sabedoria; etc. Em uma definição triádica de Deus podemos considerar que Deus - ou o Universo - pode ter o Poder de sucumbir ao que consideramos mal, de criar algo que não possa levantar, de realizar proezas supra-logicas, ou até mesmo deixar de existir. Porém, também podemos considerar que ele não tem essa Vontade porque isso seria, de uma certa forma, idiota. Isso o tornaria Imperfeito, ou Incapaz, ou Impotente, ou Caótico, ou diminuiria seu Poder, ou o tornaria limitado, ou seria inútil, ou, apenas idiota. E, sem estas características ele poderia até mesmo deixar de ser Deus. E muito disso também implicaria uma ausência de Sabedoria. Um dito popular sobre isso seria: "Tudo me é lícito, mas nem tudo me convém". Quanto a "resposta definitiva" para a questão do poder, penso que ela não pode ser afirmativa nem negativa. Porque é uma questão que envolve vontade ou ânimo: querer ou não querer. Ou é de natureza existencial: ser ou não ser. Ou seja, se Deus não faz essas coisas, posso afirmar que ele não faz isso porque não tem Poder para isso (No Power); ou não pode querer isso (Can not want); ou não tem Poder para Querer isso (no Power to Can). Os três casos acarretariam uma limitação de poder ou de vontade. Porém, também posso afirmar que, ele não faz isso simplesmente porque não quer - ou não tem esse tipo de Vontade ou Natureza. Agora, ele poderia querer? É justamente isso que não é possível afirmar utilizando a lógica. Pois, nesse caso, não somos Oniscientes para termos alguma certeza absoluta sobre a vida alheia. Podemos apenas supor. E, se supomos que ele pode, com a utilização dessa vontade ou poder, conforme o caso, como citado, ele deixaria de ser Deus, ou de ser Onipotente, etc, ou mesmo de existir. Então, em síntese, o que ele pode ou não pode, ou tem ou não tem vontade, nem sempre é algo que nos diz respeito. De qualquer forma, obviamente que, refletir sobre isso e expor opiniões até o ponto de um dia realmente compreender isso, mesmo que não proporcione nenhuma certeza absoluta, tem sua utilidade. Enfim, faz mais de 5.000 anos que se discute isso. Para alguma coisa deve ter sido útil. Ciência A física quântica tenta provar que o tempo e o universo teve um início. Penso que o big bang não é um início propriamente dito. Pois, sempre haverá uma causa anterior para gerar um efeito posterior. E essa causa não pode ser um "nada absoluto", nem um "vácuo quântico". Pois, como é dito: do nada, nada surge. E, mesmo que 0 = 1 - 1, é sempre uma tríade, ou dualidade, ou unidade, que possibilita tanto o real quanto o virtual - ou os fenômenos e a vacuidade. E, nada garante que, se o universo surgiu uma vez, e possa desaparecer, isso não possa ter ocorrido antes, e mais de uma vez, como prega o Hinduísmo. Por isso, sou mais da hipótese dos múltiplos universos. Quanto as noções de tempo e espaço, isso seria apenas uma limitação da experiência, ou consciência, ou intelecto, ou lógica, em experimentar ou estar imerso em um universo ou outro. Pois, de uma perspectiva absoluta, e inatingível para algo que não seja o próprio multiverso, nem o tempo, nem coisa alguma existe permanentemente. O que realmente existe permanentemente é uma eternidade de fenômenos e eras que se repetem. Um "eterno retorno" necessário para algo poder ser alguma coisa sempre diferente em cada singularidade, e sempre o mesmo em sua plenitude múltipla e infinita. Ainda assim, um algo infinito não pode ser considerado um "algo". Por isso, esta perspectiva infinita, atemporal e absoluta chamam de Parabrahman. No mais, muito disso já foi exposto anteriormente, mais ou menos, com outras palavras, de outras perspectivas, pelos autores citados.
Muito preconceituoso o que fizeram com ele, porém o fato dele ter permanecido com seus pensamentos foi bastante significativo para os próximos tempos, o fato dele ter pensado diferente do que muitos achavam certo! um pensador à frente de seu tempo nos deixou pensamentos maravilhosos e uma enorme luta para ser mostrado os mesmos!!!!
Bom filme. Historicamente correto e paga o preço por isso. Expressar ideias e ideais em minutos de filme, ou leva a monólogos extensos ou a diálogos abstratos, a arte de saber fazer de um filme a reconstituição biográfica mas tão humana que desperte o interesse do espetador, é muito difícil. Mas não perdi o meu tempo - obrigado.
Estou a ler o Livro Tratado Político que inclusive é inacabado (ele não conseguiu terminar, a morte chegou primeiro) assim eu estou apreciando o grande pensamento deste intelectual, mesmo que pouco, a ideia de um Deus que é a própria existência da natureza é como uma forma de Spinosa expressar seu pensamento mais claramente, já que pelo que vi Spinosa é meio Agnóstico.
Até os filósofos que escrevem livros desprezando a glória, colocam seu nome na capa. Grandes palavras, pois os ideias iluministas estão acima do ego humano.
Concordo absolutamente, o medo é que torna as pessoas crentes de que não devem pecar, isso dentro do conceito de atitudes pecaminosa como diz Espinosa, que na verdade deveriam ser encaradas com mais leveza. Se acreditássemos que Deus está em tudo, como monistas, e tivéssemos fé respeitando Deus, consequentemente respeitaríamos tudo....E usaríamos o "pecado" que está na índole de todos como uma lição, um aprendizado. Faz parte do homem aprender errando....E para finalizar, ignorando o rótulo "monista" pois acho desnecessário rotular as coisas, acredito que Deus está em tudo que tenha vida e alma, em tudo que cresce e evolui, em tudo que tem luz, pois só morre verdadeiramente aquilo que já nasce vazio...feito de matéria inventada e não criada! Ótimo filme...
questao nao e tao simples. o cenario da mensagem na verdade e outro , e pessimista no sentido "de que pecamos" modo de viver, e o perigo criar falsas esperancas seja na imanencia , no progresso, na historia, na tecnologia...etc Quem nao cre em Deus, cre em qualquer coisa *Chesterton
O unico Deus criador que nos deu a vida sem cobrar nada e nos deu a escolha de sermos bons sem santos sem igreja simplismente habitando em nossos coracoes sendo simplismente justo
O que é essencial é que se viva na verdade, e não apenas se estude a verdade. A verdade é uma só, seja religiosa, seja filosófica. Mas quem não vive a verdade, não sente a força mágica da Verdade libertadora.O amor é a culminância da Verdade, ou da Razão.Spinoza teve de Deus a mais profunda visão que veio aos homens . Segundo Spinoza,Deus não possui personalidade nem consciência de liberdade no sentido em que esses atributos são tomados pelo homem.Um homem que viveu fora de seu tempo e até nos dias atuais, raríssimos conseguem abranger a vastidão e profundeza da filosofia deste gigante monista.
Pelo que entendi foi um homem que não se entregou a uma religião a um costume religioso não se limitou pensou fora da caixa resumindo foi o que eu entendi
A única coisa inegável é que o Universo está patente aos nossos olhos. Ele é real! E nós (por enquanto), nós a consciência, ainda somos sua coroa. Argumento intransponível...até que Deus transcendente mostre sua cara...aí a conversa será outra. Mas por enquanto...
Alguém sabe se existe e onde posso encontrar outros filmes desta série de filósofos. A única coisa que pude descobrir é que é uma série inglesa, chamada The Philosopheres, by Tariq Ali. Se alguém puder me ajudar a encontrar... Desde já agradeço!
achei mais real o filme conversando com Deus . mas pra época o cara até que foi corajoso esse Espinoza. Eu sou cristão !não paga nada pra isso ",mas eu penso que só Deus existe , como a onda do mar que pode até pensar que está separada do mar por criar um ego ( personalidade) momentania , ela nao percebe mas quando ela morre na praia se tiver atenta a razão saberá que nunca esteve separada do mar ela e o mar são apenas um, Jesus ja disse isso, eu e o pai somos um, eu estou no pai ele em mim e eu em voz. ou seja nada se perde nada se cria, tudo se transforma ,Universo quer dizer um e sendo um nao ha divisões somente o um existe o resto é maia a grande ilusão, Ser ou na SER eis a questão se voce é Deus deixa de ser, a escolha é sua, viver na ilusão de que voce existe separado do todo ou deixar o todo ser voce . ,mas eu penso que só Deus existe , como a onda do mar que pode até pensar que está separada do mar por criar um ego ( personalidade) momentania , ela nao percebe mas quando ela morre na praia se tiver atenta a razão saberá que nunca esteve separada do mar ela e o mar são apenas um, Jesus ja disse isso, eu e o pai somos um eu estou no pai ele em mim e eu em voz. ou seja nada se perde nada se cria, tudo se transforma ,universo quer dizer um e sendo um nao ha divisões somente o um existe resto é maia a grande ilusão, Ser ou na SER eis a questão se voce é Deus deixa de ser, a escolha é sua, viver na ilusão de que voce existe separado do todo ou deixar o todo ser você. e não resistir a vontade Dele vivendo em harmonia com o todo dissolvendo o Ego .
Eu com toda a minha ignorância, outro dia disse ao meu marido: E se a bíblia foi escrita por uma pessoa qualquer, para que o povo fosse dominado pelo medo, nada mais assustador do que saber sobre inferno, apocalipse e pecado. E complementei...eu acredito em Deus, mas a bíblia tenho duvidas.
O apóstolo da razão não tinha razão num bocado de coisas. ms numa coisa ele tinha toda razão: multidões são governadas pela superstição... medo e não verdade
E nessa frase aqui também: "É aos escravos, e não aos homens livres, que se dá um prêmio para os recompensar por se terem comportado bem." O mais interessante é que as duas frases(essa que eu postei e essa que você postou) se aplicam perfeitamente a religião cristã :)
Com um olhar crítico para a obra do autor você consegue perceber o quanto a religião influencia nas ações autoritárias dos governos em voga no ocidente . O cristianismo passa assim a ser uma religião do oprimido . Diferindo da lei de talião " Olho por olho , dente por dente " temos a " Dê a outra face " . Dê a outra face , quando o ditador sedento por poder oprimir você e os seus ... Em última análise : A religião é o principal empecilho para o progresso da raça humana.
Matheus Lima A religião romana sim, tem essa tessitura, historicamente foi a extensão do império que mesmo depois de ruir pela invasão "barbara" ganha contornos da mistica fusão sacra romana.Porém Jesus, sempre fez a distinção de bondade e,bondaismo, e agiu de forma coerente e justa contra classes opressoras os (fariseus) Porém, vejo um pensamento sofisticado em relação ao dá outra face no sentido humanista,coisas que se repetem em Gandhi Luther king e tantos outros pacifistas.Na linguagem do Cristo, amor e justiça caminham juntos. Religião é diferente de espiritualidade. A espiritualidade não é uma construção social está no dna vmat2. A religiões e religiões a religare utopicas no sentido de não valorizar o ser humano. Ha outras que, trabalham não só o transcendental mas a vida em comunidade, essa foi a proposta do cristianismo essencialmente, compartilhar-se com o próximo. O racionalismo é a base pra um panteão dos deuses modernos, que tentam da sentido a vida.E a promessa portanto de um mundo melhor, com progresso,a panaceia do cientificismo, com a racionalização falhou ao tentar extirpar a holística humana
O conhecimento é baseado em um pressuposto teórico que parte de uma crença (convicção), correspondente pelo uso da lógica ou por verificações. Nesse sentido, a convicção de Espinosa é tão dogmática como de qualquer ensinamento que passa longe da conscientização. Em vários momentos do filme, Espinosa mostra-se arrogante pois adjetiva negativamente os que lhe são contrários, assim não opina, demostra preferencia. É conhecido que em Filosofia e Ciência não há preferencia... será? ou todos escolhemos?. Além do mais, a edição do filme mostra Espinosa como um mártir de uma causa, semelhante as hagiografias não é? ...
A tradução de Baruch (hebraico) ou Benedict (latim) ou Benedetto (italiano) para Bento é totalmente errada, isso é coisa da igreja católica. A tradução correta é Benedito, mas os líderes católicos evitam o nome Benedito porque Benedito era um nome muito comum entre os negros no Brasil e a igreja católica é muito racista, ao ponto de afirmar que os escravos negros não tinham alma. Por isso a igreja católica inventou esse nome Bento para ser usado no lugar de Benedito. Bento é na verdade um ser ou uma coisa que foi benzida ou benzido, como a água benta. Outro nome errado é Mosteiro de São Bento. O correto é Mosteiro de São Benedito, até porque a congregação não é dos Bentinos e sim dos Beneditinos. Então nunca use o nome Bento Spinoza, que é falso, mas Benedito Spinoza.
A minha vida existencial melhorou depois que conheci Espinosa. ♡
qualquer filosofo classico antigo nos ajuda
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Ética é o livro mais importante da humanidade! E isso não diminui em nada os que antecederam e os que foram ou serão escritos depois dele.
A Ética do Mestre Benedito é total e insuperável. De ocidente a oriente, ele brilhou mais do que o reflexo da luz das lentes de vidro. Brilhou mais que o sol e cegou os imbecis. O oriente chegou no Mestre sem que ele mesmo o tivesse conhecido. Maldito seja e excomungado ou cherenizado seja pela razão e pela intuição aquele que não reverenciar o Grande Mestre em Haia ou em qualquer lugar do globo terrestre. Maldito seja aquele que praticar anátema contra o Mestre Benedito e que o espírito do Mestre repouse grandemente na Divina Natureza, substância infinita de tudo e de todos
O filme é excelente. Os comentários são incríveis.💯
Não canso de assistir. um filme com grande capacidade de afetar, um bom encontro com à sabedoria. Grandíssimo Spinoza.
Me sinto muiiiito feliz pelo grande aprendizado com a filosofia
Precisamos priorizar a educação e valorizar os professores!
Lí o Livro Ética de Espinosa... até hj não consegui encontrar um livro que fosse melhor que esta obra !!
Quais outros filósofos vc leu?
@@CaminhosdoPensamento. provavelmente poucos
@@robertucarlus1, quer dizer que vc considera Espinosa um filósofo ruim?
@@CaminhosdoPensamento. nao. Quis dizer que ha varios outros bons.
Preciso ler a obra do autor, de um filme nao da pra tirar nada, quem e verdadeiro Espinoza?
Spinoza: se não o maior, um dos maiores homens que a terra teve o privilégio de abrigar.
Uma pena não ter o reconhecimento merecido, mas isso não é de se admirar. Não é de hoje que vivemos em meio a uma sociedade tomada pela ignorância e não pela razão.
Que o universo o tenha. Com certeza o tem!
Grande homem!
Não tem palavras pra definir esse cara... pois chamar de gênio ainda é pouco
BRILLIANT!!!! makes more sense than a personal God who sits around giving people grief & allowing injustice, wanting praise all day.
Muito Obrigado por ter postado esse magnífico vídeo!Não é á toa que o grande GOETHE andava com seu livro no bolso!Excomungado da religião,ganhou seu lugar de honra na história mundial!Obrigado Espinosa!!!!
Ótimo filme!!! Muito obrigado.
Não conhecia este filme, embora seja ávido por tudo que se refere a Espinosa. A noção do "Deus Universo" que surge nas proposições de Espinosa é as vezes chamada de panteísta, as vezes chamada de monista e este filme (lindo, por sinal) dá em alguns momentos a idéia de que Espinosa fosse ateu, mas se observarmos com cuidado. o diálogo interno representado no filme mostra o cuidado de Espinosa em se afastar do ateísmo. (naquele tempo, algo bem assustador).
Basta ler "Ética" e não restarão dúvidas que Espinosa era certamente agnóstico, mas nunca ateu. Pelo contrário, ele buscava identificar Deus através da razão e de certa forma foi bem sucedido nessa empreitada. Para ele, o universo é Deus e é consciente, mas não é criador de nada e nem intervêm na vida pessoal de cada um de nós.
Cá entre nós, hoje em dia é bem mais fácil ser ateu do que no século XVII, mas acredito que Espinosa tinha no fundo certa vontade de saber se Deus existe mesmo ou não. O Deus dele, embora seja bem mais crível que o Deus cristão, judeu ou de qualquer outra religião, só é assim por abrir mão de vários atributos divinos.
Será que um Deus "Não Criador" e "Não Intervencionista" ainda é Deus?
Vejamos:
O Deus universo de Espinosa ainda é Onipotente (o universo contem em si todo o poder do universo)
O Deus universo de Espinosa ainda é Onipresente (o universo ocupa todos os lugares que existem para serem ocupados)
O Deus universo de Espinosa ainda é Onisciente (Todo o saber que existe está contido no universo)
Esta última afirmação é meio problemática. Se o universo não for consciente, o fato de que todas as coisas estão contidas nele, não querem dizer nada, pois a "coisa" só se torna "saber" ou "ciência" quando é contemplada pela consciência. Se o universo não for consciente, evidentemente não pode ser onisciente e portanto não pode manter nem mesmo as características de Deus mais difundidas (Onipotência, Onipresença e onisciência).
Vamos divagar um pouco:
A favor da possibilidade do universo ser consciente reside a nossa própria ignorância da consciência, ou seja, ninguém sabe porque os seres humanos são capazes de processos mentais complexos e sobretudo de sentir-se vivos e contemplar a própria existência. Sabe-se que nossos cérebros são capazes de realizar processos bioelétricos muito complexos, mas se isso é possível de ser contido em um volume pouco maior que um litro, formado por algumas estruturas neuronais relativamente simples, como seria se diminuíssemos a unidade neuronal para dimensões atômicas e ampliássemos o tamanho do cérebro para dimensões galácticas. Só investimos no desenvolvimento de inteligências artificiais porque acreditamos que a inteligência seja possível, independentemente do suporte baseado em organismos celulares. Ora! se acreditamos que um computador pode ser inteligente, porque um planeta não pode ser, ou uma galáxia, ou mesmo o universo como uma todo. Claro que a comunicação das sinapses seria bem lenta, pois haveria distâncias colossais a serem percorridas entre cada unidade neuronal, mas, para o universo, esperar alguns milhões de anos para completar um pensamento não seria um problema.
Contra a possibilidade de o universo ser consciente, existe o fato de que ninguém jamais estabeleceu qualquer contato com tal ser, e sejamos sinceros, isso não poderia acontecer, pois os processos mentais de um ser cujo cérebro ocupe todo o universo seriam totalmente inacessíveis. Outro aspecto seria o fato de que esse Deus universo consciente nos seria totalmente irrelevante, portanto, talvez seja preferível que ele nem mesmo exista, inclusive como possibilidade.
Viajei legal. Viu o que dá assistir filmes sobre filósofos.
Primeiramente, ótimo texto, parabéns.
Mas assim, o Deus de Spinoza (ou Espinosa) não é onipotente. Não o é pois o próprio Spinoza diz na "Ethica - ordine geometrico demonstrara et quinque partes distinta" e no "TTP" que Deus não pode ser diferente do que é, não pode agir de outro modo que não as leis da natureza (por isso os milagres são impossíveis). Sendo assim, o Deus de Spinoza não pode ser onipotente, etc
lamento da viúva Obrigado pelo comentário, pois me permite discutir o problema da onipotência.
Uma visão primitiva de onipotência permeou o mundo antigo e escolástico até São Tomas de Aquino. Esta mesma visão surge hoje entre leigos, religiosos ou não, e trata a onipotência que é incapaz de se sustentar diante da lógica.
A versão mais famosa do paradoxo da onipotência surge no século XII, originária provavelmente em Averróes. Certamente você conhece (pode Deus criar uma pedra tão pesada que nem mesmo ele possa carregar?), mas existem muitas outras versões do mesmo paradoxo, algumas provavelmente ainda mais antigas.
Muitos filósofos já se debruçaram sobre a solução deste paradoxo e todas as soluções dependem de definições precisas do significado de:
Poder
Saber
Relação entre saber e poder.
Duas soluções do paradoxo resumem praticamente tudo o que se viu depois:
a) São Tomas de Aquino propôs a solução lógica do paradoxo da onipotência (essa é a versão aceita pela igreja católica). Para ele a onipotência de Deus não consistia em fazer atos impossíveis, e sim poder fazer todos os atos possíveis. Repare que esta solução implica em definir onipotência como algo mais modesto.
b) Descartes propôs outra solução para este paradoxo. Chamada de solução ilógica. Para Ele, Deus pode fazer inclusive as coisas que nos parecem ilógicas, tais como os triângulos redondos ou as pedras insuportáveis que ele mesmo suporta. Os limites da lógica não seriam limites para Deus.
Há muitas outras soluções para este paradoxo, tais como a famosa solução da onisciência, de origem desconhecida, mas muito usada por evangélicos, que seria algo do tipo: Para nós o paradoxo da pedra é insolúvel, mas não para Deus, já que ele é onisciente. Esta é, entretanto uma variação da solução ilógica de Descartes.
Como se vê, existem duas linhas de solução para o paradoxo da onipotência: Ou nós superestimamos o significado de onipotência ou nós subestimamos o significado da onisciência.
Na prática, o significado da palavra poder determina a definição de Deus, mas em português, a palavra poder pode ser um verbo (eu posso, tu podes, etc..) ou um substantivo (o poder de Deus). A que poder refere-se a onipotência de Deus? Essa mesma relação pode ser observada em Potentia (Latim) que deu origem ao termo. Em inglês, os temos são separados (to can e Power)
Nisso reside a diferença fundamental entre as duas visões de onipotência.
OBSERVANDO A ONIPOTÊNCIA LÓGICA DE TOMAS DE AQUINO
Pela visão de Tomas de Aquino, Deus pode ter todo o poder (susbstantivo), mesmo que não possa (verbo poder) fazer algumas coisas.
De fato, pense na seguinte construção:
Pode Deus ser tentado pelo mal?
Se a resposta foi sim, então o poder substantivo de Deus torna-se diminuído, já que o mal teria poder sobre ele, mas se a resposta for não, então fica confirmado o poder verbal de Deus (Deus pode tudo, inclusive ser tentado).
Percebeu que é preciso fazer uma distinção entre o significado verbal e substantivo de Poder.
O Poder (power - potentia) é que deve ser pensado quando se trarta de Deus, de acordo com Tomas de Aquino. Na verdade, ele percebeu que a expressão “Deus não pode” está presente na bíblia.
Ninguém, sendo tentado, diga: De Deus sou tentado; porque DEUS NÃO PODE ser tentado pelo mal, e a ninguém tenta. Tiago 1:13
O sentido de onipotência que deve ser dado a Deus não é o daquele que faz coisas impossíveis, pois para Tomas de Aquino, Deus NÂO PODE ser tentado pois tem PODER sobre a tentação.
Entendeu a interpretação de Tomás de Aquino sobre a onipotência?
Não se pode aprisionar Deus numa armadilha semântica do tipo.
Pode Deus fazer um triângulo redondo?
A reposta a esta pergunta depende do significado que foi atribuído às palavras triângulo e redondo e se na concepção de quem formulou a pergunta, triângulo e redondo forem irredutíveis entre si, a pergunta é penas um jogo de palavras sem sentido. O Poder de Deus (ou qualquer poder substantivo - “power”), não guarda qualquer relação com esse jogo de palavras.
OBSERVANDO A ONIPOTÊNCIA ILÓGICA DE RENÉS DESCARTES
Para Renês Descartes, Deus não seria Deus se houvesse algo que ele não pudesse fazer, mas ao mesmo tempo, Descartes estava convencido que a perfeição existia, uma vez que podia ser pensada, mas nunca observada e sendo o homem imperfeito, não seria capaz de dar origem ao pensamento de perfeição, se este não lhe tivessem uma origem externa. Descarte chamava esta perfeição de Deus.
Para ele, o poder infinito era definido de forma verbal. O poder infinito implica em poder fazer qualquer coisa (esta é normalmente a visão leiga de onipotência) e ele nunca se debruçou sobre o problema de Tiago 1:13.
Para Descartes, Deus poderia romper os limites da lógica, pois estes limites lhe são inferiores.
Descartes dividia o universo entre as coisas tais quais são (res extensa), os pensamentos (res cogitans) e as coisas de Deus (res infinita).
Nossos pensamentos, embora sejam mais precisos que nossas observações, estão situados em uma condição limitada do universo. Nossa lógica não consegue dar conta de tudo, mas é suficiente para abranger tudo o quanto existe no mundo das coisas (res extensa) e no mundo dos pensamentos (res cogitans)
A onipotência de Descartes foi assimilada de maneira geral pelas igrejas protestantes, de modo que, ao perguntar à um fiel, pode Deus criar um pedra tão grande que ele mesmo não possa carregar, as resposta provável será:
Sim Deus pode criar a pedra e também pode carrega-la.
Mas isso não faz sentido.
Faz sentido pra Deus, pois ele é onipotente - seria a resposta.
Para Descarte e para um enorme número de pessoas, Deus não pode ser subjugado pela lógica, que dizer. A fé é maior que a lógica. Podemos discordar desta visão, mas não conseguimos derruba-la com argumentos. Ela é sólida em seu próprio patamar.
OBSERVANDO A ONIPOTÊNCIA DE ILÓGICA DE ESPINOSA
Começando de onde Descartes parou na teoria primeiramente surgida nalgumas cartas de 1630. Em resposta a indagações do amigo Marin Mersenne, afirma então Descartes: “as verdades matemáticas, as quais nomeais eternas, foram estabelecidas por Deus e dele dependem inteiramente, bem como todo o resto das criaturas”.
Toda verdade, em suma, epistêmica ou moral, é uma criatura, e só é verdadeira porque Deus assim a quis no momento da criação.
Essa tese que propunha Deus acima da lógica, só foi convincentemente combatida por Leibniz, mas como se colocava Espinosa diante dela:
Dentre os maiores da filosofia moderna, talvez tenha sido ele o único a expressar alguma concordância com Descartes nesse ponto. Isto na Ética, quando, não sem ressalvas, é declarada a preferência por uma posição semelhante à cartesiana:
“Admito que esta opinião, que tudo submete a certa vontade indiferente de Deus e estabelece que tudo depende do seu beneplácito, desvia-se menos da verdade do que a daqueles que estabelecem que Deus faz tudo em razão do bem. Pois estes parecem pôr algo fora de Deus, algo que não depende de Deus e a que Deus operando presta atenção como modelo (tanquam ad exemplar) ou a que visa como escopo determinado (tanquam ad certum escopum). Isto, sem dúvida, não é nada mais que submeter Deus ao destino - nada havendo de mais absurdo que se possa propor relativamente a Deus, o qual mostramos ser a causa primeira e a única causa livre tanto da essência de todas as coisas como da existência delas.)”.
Para Espinosa, a onipotência de Deus não poderia ser subordinada à qualquer desejo ou pensamento humano. Deus, se é onipotente, não pode se submeter.
No meu ver, o Deus de Espinosa, embora natural (é o próprio universo) é tão onipotente como o Deus de Descartes, a diferença entre ambos é que Descartes era Cristão (seu Deus era místico) enquanto Espinosa era judeu e depois tornou-se um judeu banido por defender uma visão não supersticiosa de Deus.
Você encontrou uma citação no Tratado Teológico Político e na Ética, que eu sinceramente não consegui encontrar. Você poderia me enviar as páginas exatas, ou então a frase exata para que eu possa encontrar e tentar entender ao que você se refere.
“Deus não pode ser diferente do que é, não pode agir de outro modo que não as leis da natureza (por isso os milagres são impossíveis)” foi o que você disse.
Nada encontrei com essa palavras em Espinosa, mas isto não quer dizer que nada exista. Eu posso ter esquecido. Embora seja uma fã de Espinosa, já li esses livros a mais de 20 anos.
Quando procurei por sua frase na internet, nada encontrei que fosse compatível com o conteúdo de nossa conversa. Claro que isso não que dizer nada, pois você pode ter encontrado o texto em outra língua e o traduziu livremente para o português. Peço então que me envie uma outra forma de encontrar a citação, pois eu não consegui ata agora. Talvez por ignorância ou incompetência da minha parte.
De qualquer modo, acho que poderia me atrever a analisar a citação que você me enviou.
Para Espinosa, dizer que Deus não pode agir de outro modo que não as leis da natureza, significaria apenas que Deus não se contrapões às suas próprias leis, já que Deus e a natureza são a mesma coisa. “Leis de Deus” e “Leis da natureza” são sinônimos.
Não há restrições naturais ao poder de Deus (limites para a sua onipotência) já que Deus não pode ser um limitador para ele mesmo.
Para Espinosa, dizer que não há milagres significa que nada acontece se não for pelas leis de Deus (natureza), ou seja, se o prédio em que eu estou começasse a flutuar neste instante, caberia a mim raciocinar para entender como isso se enquadra nas leis da natureza e se de todo modo, isto não for possível, devo pensar que o meu conhecimento (ou o conhecimento humano) das leis da natureza é insuficiente para explicar o ocorrido. Para Espinosa, milagres são visões distorcidas que os supersticiosos têm quando se deparam com coisas desconhecidas.
O mais importante em Espinosa, e por isso ele era o filósofo favorito de Einstein. É a devoção dele pela natureza e por sua dimensão cósmica e inacessível. Espinosa já antevia que a natureza se tornaria cada vez mais misteriosa e, portanto cada vez mais divina. Para Espinosa a lógica era incapaz de dar conta sozinha do universo e o racionalismo deveria evoluir para incorporar os novos desafios lógicos que as descobertas sobre o universo trariam. Onipotência ilógica para Espinosa queria dizer que Deus (a natureza) era superior ao estado atual de capacidade racional dos seres humanos. Para mim. Isso é óbvio.
Espinosa não rebaixou Deus à condição de natureza. Ele elevou a natureza à condição de Deus.
Para encerrar, deixo algumas frases de Einstein, esse discípulo de Espinosa, quando se trata de filosofia. Lembro ainda que Einstein era muito mais profundo que a média dos cientistas e portanto jamais tentou limitar Deus e subordina-lo à ciência mas engrandecer a ciência desvendando os segredos do “velho sábio”, como ele mesmo dizia. Assim como Espinosa, Einstein sabia que o Universo é um deus onipotente (pode tudo o que é possível), onipresente (envolve-nos) e onisciente (ali se encontra tudo o que há para saber).
Não há porque gastar a vida mostrando que Deus não é um mistério. Deus é um mistério, mas é natural. Deus, esse universo, provavelmente inconsciente, não perde tempo em cuidar de cada um de nós, mas a eternidade é uma certeza matemática, tanto do corpo (átomo por átomo) como da alma (cada palavra que dizemos perpetua-se como onda sonora e cada fóton que se choca com nosso corpo perpetua nossa imagem pela eternidade).
Somos condenados a sermos livres
Somos condenados a sermos eternos
Somos condenados a sermos humanos, demasiadamente humanos.
Tenho assistido os ateus profissionais se digladiando com religiosos toscos, perdendo um tempo precioso que deveria ser gasto em produzir coisas úteis. Transformando a si mesmos em tolos equivalentes aos seus antagonistas.
Sou plenamente consciente da inexistência de um Deus místico, cujos pensamentos pudessem ter sido capturados por seres humanos da idade do bronze e cristalizados na bíblia. Mas também sou consciente da grandeza do universo e, sobretudo da sua inequívoca existência. Porque então perder tempo com tolos. Você acha que recitar o malhadíssimo e já respondido paradoxo da onipotência faz alguém parecer mais inteligente.
Por tudo que eu compreendi das coisas que li dele, Espinosa atribuía todas as propriedades de Deus ao universo (à natureza). Se você quiser procurar um debate lógico mais interessante sobre a negação da onipotência, sugiro Leibniz.
Recentemente, descobrimos que nosso modelo cosmológico padrão não explicava a aceleração do universo descoberta por em 1998 por Saul Perlmutter.
Não temos nem mesmo uma hipótese ad hoc para concertar esse estrago no modelo. Surgiu apenas uma ideia. Ressuscitar a constante cosmológica de Einstein, mas desta vez, não houve a mesma honestidade intelectual. Chamaram a constante de “energia escura”. É a mesma coisa de antes. O padrão de movimentação do universo não bate com as equações e daí, colocamos uma constante na fórmula para equilibrar as coisas. Estamos no limiar de alguma grande reformulação das teorias cósmicas. Esperando o próximo gênio. Esse é um momento magnífico para se estar vivo e fazendo ciência. Se eu fosse 30 anos mais jovem, escolheria a cosmologia para seguir carreira.
Frases de Einstein
O espírito científico, fortemente armado com seu método, não existe sem a religiosidade cósmica. Ela se distingue da crença das multidões ingênuas que consideram Deus um Ser de quem esperam benignidade e do qual temem o castigo _ uma espécie de sentimento exaltado da mesma natureza que os laços do filho com o pai_ , um ser com quem também estabelecem relações pessoais, por respeitosas que sejam. Mas o sábio, bem convencido, da lei de causalidade de qualquer acontecimento, decifra o futuro e o passado submetidos às mesmas regras de necessidade e determinismo.
Parece difícil espiar as cartas de Deus. Mas ele jogar dados e utilizar métodos ‘telepáticos’… É algo que eu não consigo acreditar em um único momento”.
A ciência sem a religião é manca, a religião sem a ciência é cega.
Osório Thomaz vou expor algumas reflexões similares.
Além da definição de Onipotência e Onisciência, a definição de Deus também influencia a questão.
Alguns exemplos:
Budismo
Em alguns budismos alegam que não há um Deus. Mesmo assim, alegam que há um Buda. E que a verdadeira realidade seria a vacuidade - vacuidade que não é exatamente um "vácuo" ou "nada absoluto". Mas, uma ausência de fenômenos e causalidades. Nesse "nível de realidade" não existiria um lugar, ou espaço, ou céus. E nem um "eu" diferente da realidade. Nem "vários eus". Nem um "eu imutável e permanente". Essa ausência de "eu" chamam de Anatta traduzido como "não-eu".
Porém, mesmo sem a existência de um "eu permanente", ainda persiste um "ser", um "estado de bem-aventurança" experimentado pelo Buda no Nirvana. E esse "estado de bem aventurança precisaria corresponder a verdadeira natureza deste Buda único. Do contrário, Buda também seria uma Vacuidade ou uma Ilusão (Maya).
Agora, é sempre conveniente lembrar que isso tudo pode ser simples de entender, mas não é tão simples de compreender. É preciso refletir bem mais que 1 dia sobre o assunto antes de poder expor algum erro ou opinião significativa. Antes disso, melhor apenas tentar compreender até que ponto os outros chegaram. Porque o verdadeiro problema geralmente é a comunicação, tradução, cultura, época, ou a nossa própria limitação ou interpretação.
Além disso, interpretações equivocadas dão origem ao niilismo que é a crítica do Nietszche contra essas "vertentes religiosas e filosóficas" que, nos casos mais extremos, em seus exageros e distorções, acabam perseguindo a impotência, a miséria, a morte, por demonizarem tudo aquilo que consideram impuro, inútil, insignificante, desnecessário, como a natureza e o próprio corpo - que não era necessariamente o que no passado havia sido visado, ensinado ou praticado.
Advaita Vedanta
No Advaita Vedanta de Shankara esta "unidade" seria uma "não-dualidade". Existiria um único espírito ou alma (atman). E ele seria o próprio deus (brahman). A pluralidade de atmas ou deuses (devas) seria uma ilusão (maya) causada pela ignorância (avidya). Pois, "atmas" ou "devas" seriam apenas "faces de um mesmo Deus" - como um "cristal multifacetado". Tudo o mais seria como "uma miragem no deserto". Fenômeno este que, não podemos afirmar que existe e tampouco que não existe. Pois, é apenas uma "ilusão sem substância". Algo presente apenas para a ignorância (avidya).
Hinduísmo, Hermetismo, etc.
Como se sabe muitas outras definições de Deus envolvem uma tríade. Como no Hinduismo: Brahma, Vishnu, Shiva. No Hermetismo: Isís, Osíris, Hórus. Etc.
Podemos dizer que essas são as "definições mais primitivas que permearam o mundo antigo" e que originaram esses atributos das atuais concepções de Deus: Onipotente, Onisciente, Onipresente, etc. Pois afinal, quando eramos mais primitivos não tínhamos capacidade cognitiva para pensar isso.
Exemplos de tríade: Pai, Mãe e Filho; Força, Beleza e Conhecimento; Perfeição, Amor e Verdade. Poder, Vontade e Sabedoria; etc.
Em uma definição triádica de Deus podemos considerar que Deus - ou o Universo - pode ter o Poder de sucumbir ao que consideramos mal, de criar algo que não possa levantar, de realizar proezas supra-logicas, ou até mesmo deixar de existir.
Porém, também podemos considerar que ele não tem essa Vontade porque isso seria, de uma certa forma, idiota.
Isso o tornaria Imperfeito, ou Incapaz, ou Impotente, ou Caótico, ou diminuiria seu Poder, ou o tornaria limitado, ou seria inútil, ou, apenas idiota. E, sem estas características ele poderia até mesmo deixar de ser Deus. E muito disso também implicaria uma ausência de Sabedoria.
Um dito popular sobre isso seria: "Tudo me é lícito, mas nem tudo me convém".
Quanto a "resposta definitiva" para a questão do poder, penso que ela não pode ser afirmativa nem negativa. Porque é uma questão que envolve vontade ou ânimo: querer ou não querer. Ou é de natureza existencial: ser ou não ser.
Ou seja, se Deus não faz essas coisas, posso afirmar que ele não faz isso porque não tem Poder para isso (No Power); ou não pode querer isso (Can not want); ou não tem Poder para Querer isso (no Power to Can). Os três casos acarretariam uma limitação de poder ou de vontade. Porém, também posso afirmar que, ele não faz isso simplesmente porque não quer - ou não tem esse tipo de Vontade ou Natureza.
Agora, ele poderia querer? É justamente isso que não é possível afirmar utilizando a lógica. Pois, nesse caso, não somos Oniscientes para termos alguma certeza absoluta sobre a vida alheia.
Podemos apenas supor. E, se supomos que ele pode, com a utilização dessa vontade ou poder, conforme o caso, como citado, ele deixaria de ser Deus, ou de ser Onipotente, etc, ou mesmo de existir.
Então, em síntese, o que ele pode ou não pode, ou tem ou não tem vontade, nem sempre é algo que nos diz respeito.
De qualquer forma, obviamente que, refletir sobre isso e expor opiniões até o ponto de um dia realmente compreender isso, mesmo que não proporcione nenhuma certeza absoluta, tem sua utilidade. Enfim, faz mais de 5.000 anos que se discute isso. Para alguma coisa deve ter sido útil.
Ciência
A física quântica tenta provar que o tempo e o universo teve um início. Penso que o big bang não é um início propriamente dito. Pois, sempre haverá uma causa anterior para gerar um efeito posterior. E essa causa não pode ser um "nada absoluto", nem um "vácuo quântico". Pois, como é dito: do nada, nada surge. E, mesmo que 0 = 1 - 1, é sempre uma tríade, ou dualidade, ou unidade, que possibilita tanto o real quanto o virtual - ou os fenômenos e a vacuidade. E, nada garante que, se o universo surgiu uma vez, e possa desaparecer, isso não possa ter ocorrido antes, e mais de uma vez, como prega o Hinduísmo.
Por isso, sou mais da hipótese dos múltiplos universos. Quanto as noções de tempo e espaço, isso seria apenas uma limitação da experiência, ou consciência, ou intelecto, ou lógica, em experimentar ou estar imerso em um universo ou outro. Pois, de uma perspectiva absoluta, e inatingível para algo que não seja o próprio multiverso, nem o tempo, nem coisa alguma existe permanentemente. O que realmente existe permanentemente é uma eternidade de fenômenos e eras que se repetem. Um "eterno retorno" necessário para algo poder ser alguma coisa sempre diferente em cada singularidade, e sempre o mesmo em sua plenitude múltipla e infinita. Ainda assim, um algo infinito não pode ser considerado um "algo". Por isso, esta perspectiva infinita, atemporal e absoluta chamam de Parabrahman.
No mais, muito disso já foi exposto anteriormente, mais ou menos, com outras palavras, de outras perspectivas, pelos autores citados.
Osório Thomaz "como seria se diminuíssemos a unidade neuronal para dimensões atômicas e ampliássemos o tamanho do cérebro para dimensões galácticas?"
É exatamente isso que eu digo.
Qual é a base racional para pensar que a inteligencia é uma propriedade emergente da vida?
Ótimo filme.
Por favor, coloquem mais filmes de filósofos e literários
Muito preconceituoso o que fizeram com ele, porém o fato dele ter permanecido com seus pensamentos foi bastante significativo para os próximos tempos, o fato dele ter pensado diferente do que muitos achavam certo! um pensador à frente de seu tempo nos deixou pensamentos maravilhosos e uma enorme luta para ser mostrado os mesmos!!!!
Assistindo hoje , 27/07/2021. Gratidão ao canal por compartilhar um pouco da vida de um dos maiores filósofos.
Bom filme. Historicamente correto e paga o preço por isso. Expressar ideias e ideais em minutos de filme, ou leva a monólogos extensos ou a diálogos abstratos, a arte de saber fazer de um filme a reconstituição biográfica mas tão humana que desperte o interesse do espetador, é muito difícil. Mas não perdi o meu tempo - obrigado.
Vou ver. Deixou-me curioso.
Saudações Leoninas
Estou a ler o Livro Tratado Político que inclusive é inacabado (ele não conseguiu terminar, a morte chegou primeiro) assim eu estou apreciando o grande pensamento deste intelectual, mesmo que pouco, a ideia de um Deus que é a própria existência da natureza é como uma forma de Spinosa expressar seu pensamento mais claramente, já que pelo que vi Spinosa é meio Agnóstico.
Grato pela aula!!!
Um belíssimo filme, bravo!
Até os filósofos que escrevem livros desprezando a glória, colocam seu nome na capa. Grandes palavras, pois os ideias iluministas estão acima do ego humano.
Excepcional!
Concordo absolutamente, o medo é que torna as pessoas crentes de que não devem pecar, isso dentro do conceito de atitudes pecaminosa como diz Espinosa, que na verdade deveriam ser encaradas com mais leveza. Se acreditássemos que Deus está em tudo, como monistas, e tivéssemos fé respeitando Deus, consequentemente respeitaríamos tudo....E usaríamos o "pecado" que está na índole de todos como uma lição, um aprendizado. Faz parte do homem aprender errando....E para finalizar, ignorando o rótulo "monista" pois acho desnecessário rotular as coisas, acredito que Deus está em tudo que tenha vida e alma, em tudo que cresce e evolui, em tudo que tem luz, pois só morre verdadeiramente aquilo que já nasce vazio...feito de matéria inventada e não criada! Ótimo filme...
questao nao e tao simples. o cenario da mensagem na verdade e outro , e pessimista no sentido "de que pecamos" modo de viver, e o perigo criar falsas esperancas seja na imanencia , no progresso, na historia, na tecnologia...etc Quem nao cre em Deus, cre em qualquer coisa *Chesterton
Interessante essa dualidade divino x razão, bom filme ❤🇧🇷👻
O amor supremo da criatura por seu Criador!!!!
Sensacional.
Ótima biografia deste grande filósofo .
Um gênio a frente do seu tempo👏☺
Obrigado por compartilhar.
Meu filosofo predileto.
Muito bom!
O unico Deus criador que nos deu a vida sem cobrar nada e nos deu a escolha de sermos bons sem santos sem igreja simplismente habitando em nossos coracoes sendo simplismente justo
Sou fan de Espinosa ❤
O que é essencial é que se viva na verdade, e não apenas se estude a verdade. A verdade é uma só, seja religiosa, seja filosófica. Mas quem não vive a verdade, não sente a força mágica da Verdade libertadora.O amor é a culminância da Verdade, ou da Razão.Spinoza teve de Deus a mais profunda visão que veio aos homens . Segundo Spinoza,Deus não possui personalidade nem consciência de liberdade no sentido em que esses atributos são tomados pelo homem.Um homem que viveu fora de seu tempo e até nos dias atuais, raríssimos conseguem abranger a vastidão e profundeza da filosofia deste gigante monista.
Muito bom esse filme tbm gostei
O Máximo 👏👏👏👏👏👏👏👏👏👏🙏
Se eu fosse morar em uma ilha deserta e só pudesse levar um livro, seria a Ética de Spinoza.
Se deus esta em todo lugar, ele esta no bem e no mal.
Pelo que entendi foi um homem que não se entregou a uma religião a um costume religioso não se limitou pensou fora da caixa resumindo foi o que eu entendi
Sensacional !!
muito bom,
O filme me chega bem nesse momento em que o Brasil está mergulhado no Fundamentalismo Religioso e no Obscurantismo. Triste. Luciane.
Me identifiquei quando ele disse o genero de Deus feminino ou masculino nem sabemos ao certo o que é 52:10
A única coisa inegável é que o Universo está patente aos nossos olhos. Ele é real! E nós (por enquanto), nós a consciência, ainda somos sua coroa. Argumento intransponível...até que Deus transcendente mostre sua cara...aí a conversa será outra. Mas por enquanto...
Alguém sabe se existe e onde posso encontrar outros filmes desta série de filósofos. A única coisa que pude descobrir é que é uma série inglesa, chamada The Philosopheres, by Tariq Ali. Se alguém puder me ajudar a encontrar... Desde já agradeço!
🙌
achei mais real o filme conversando com Deus . mas pra época o cara até que foi corajoso esse Espinoza. Eu sou cristão !não paga nada pra isso ",mas eu penso que só Deus existe , como a onda do mar que pode até pensar que está separada do mar por criar um ego ( personalidade) momentania , ela nao percebe mas quando ela morre na praia se tiver atenta a razão saberá que nunca esteve separada do mar ela e o mar são apenas um, Jesus ja disse isso, eu e o pai somos um, eu estou no pai ele em mim e eu em voz. ou seja nada se perde nada se cria, tudo se transforma ,Universo quer dizer um e sendo um nao ha divisões somente o um existe o resto é maia a grande ilusão, Ser ou na SER eis a questão se voce é Deus deixa de ser, a escolha é sua, viver na ilusão de que voce existe separado do todo ou deixar o todo ser voce . ,mas eu penso que só Deus existe , como a onda do mar que pode até pensar que está separada do mar por criar um ego ( personalidade) momentania , ela nao percebe mas quando ela morre na praia se tiver atenta a razão saberá que nunca esteve separada do mar ela e o mar são apenas um, Jesus ja disse isso, eu e o pai somos um eu estou no pai ele em mim e eu em voz. ou seja nada se perde nada se cria, tudo se transforma ,universo quer dizer um e sendo um nao ha divisões somente o um existe resto é maia a grande ilusão, Ser ou na SER eis a questão se voce é Deus deixa de ser, a escolha é sua, viver na ilusão de que voce existe separado do todo ou deixar o todo ser você. e não resistir a vontade Dele vivendo em harmonia com o todo dissolvendo o Ego .
Agora eu descobrí: o meu deus é o deus de Espinosa!
lindo
Se acabar o medo, acaba a fé?
O herem (excomunhão) dele foi escrito em Português.
40:30 engraçada essa parte em que o boneco gagueja 🤣
Eu com toda a minha ignorância, outro dia disse ao meu marido: E se a bíblia foi escrita por uma pessoa qualquer, para que o povo fosse dominado pelo medo, nada mais assustador do que saber sobre inferno, apocalipse e pecado. E complementei...eu acredito em Deus, mas a bíblia tenho duvidas.
tem um filme do Nietzsch
🔥
Olá meus amigos, alguém tem algum relatório desse vídeo? Agradecida desde já
Oq seria relatório de um filme
Não sei, meu professor que tinha pedido
Spinoza era panteísta, não ateu. Só é estudar a obra dele "Ética", para entender seu posicionamento sobre Deus e a Natureza.
Quem me dera ouvir dublado
35:00
BELO
como baruch spinoza eu tambem irei morrer e ser esquecido da posteridade isso seria evitavel?
Este pagou um preço caro por pensar diferente, conheceu de verdade o que significa rejeição.
ESPLENDIDO.....
Alguém sabe me dizer se ele tinha um relacionamento com o Albert? e essa tosse é devido a uma tuberculose?
Não deliremos. Aprecio muito a Ética deste senhor mas, um livro é apenas um livro.
O apóstolo da razão não tinha razão num bocado de coisas. ms numa coisa ele tinha toda razão: multidões são governadas pela superstição... medo e não verdade
E nessa frase aqui também: "É aos escravos, e não aos homens livres, que se dá um prêmio para os recompensar por se terem comportado bem." O mais interessante é que as duas frases(essa que eu postei e essa que você postou) se aplicam perfeitamente a religião cristã :)
Com um olhar crítico para a obra do autor você consegue perceber o quanto a religião influencia nas ações autoritárias dos governos em voga no ocidente . O cristianismo passa assim a ser uma religião do oprimido . Diferindo da lei de talião " Olho por olho , dente por dente " temos a " Dê a outra face " . Dê a outra face , quando o ditador sedento por poder oprimir você e os seus ... Em última análise : A religião é o principal empecilho para o progresso da raça humana.
Matheus Lima A religião romana sim, tem essa tessitura, historicamente foi a extensão do império que mesmo depois de ruir pela invasão "barbara" ganha contornos da mistica fusão sacra romana.Porém Jesus, sempre fez a distinção de bondade e,bondaismo, e agiu de forma coerente e justa contra classes opressoras os (fariseus) Porém, vejo um pensamento sofisticado em relação ao dá outra face no sentido humanista,coisas que se repetem em Gandhi Luther king e tantos outros pacifistas.Na linguagem do Cristo, amor e justiça caminham juntos. Religião é diferente de espiritualidade. A espiritualidade não é uma construção social está no dna vmat2. A religiões e religiões a religare utopicas no sentido de não valorizar o ser humano. Ha outras que, trabalham não só o transcendental mas a vida em comunidade, essa foi a proposta do cristianismo essencialmente, compartilhar-se com o próximo. O racionalismo é a base pra um panteão dos deuses modernos, que tentam da sentido a vida.E a promessa portanto de um mundo melhor, com progresso,a panaceia do cientificismo, com a racionalização falhou ao tentar extirpar a holística humana
Dan Freud qu reflexão bonita e inteligente
Falou bonito mano ...
+Matheus Lima DISPARATES!!!....és muito ingénuo!!
Maldita a memória de Espinosa.
tinha que ser dublado
7:57 ... and our community is full of atheists, freethinkers (amen). hehe
Preciso ler a obra do autor, de um filme nao da pra tirar nada, quem e verdadeiro Espinoza?
Eu n entendi foi nada
Estranho não haver indicação do diretor , etc
Não é «Binto», é Bento...
oi
Ele tava precisando era lê o novo testamento e crê em Jesus Cristo. E liberta a mente confusa e sai dessa grande depressão.
Purtugues
Essa arrogância dos judeus chegou a lugar nenhum
Muito "copy/past"!
Quere purtugues
O conhecimento é baseado em um pressuposto teórico que parte de uma crença (convicção), correspondente pelo uso da lógica ou por verificações. Nesse sentido, a convicção de Espinosa é tão dogmática como de qualquer ensinamento que passa longe da conscientização. Em vários momentos do filme, Espinosa mostra-se arrogante pois adjetiva negativamente os que lhe são contrários, assim não opina, demostra preferencia. É conhecido que em Filosofia e Ciência não há preferencia... será? ou todos escolhemos?. Além do mais, a edição do filme mostra Espinosa como um mártir de uma causa, semelhante as hagiografias não é? ...
A tradução de Baruch (hebraico) ou Benedict (latim) ou Benedetto (italiano) para Bento é totalmente errada, isso é coisa da igreja católica. A tradução correta é Benedito, mas os líderes católicos evitam o nome Benedito porque Benedito era um nome muito comum entre os negros no Brasil e a igreja católica é muito racista, ao ponto de afirmar que os escravos negros não tinham alma. Por isso a igreja católica inventou esse nome Bento para ser usado no lugar de Benedito. Bento é na verdade um ser ou uma coisa que foi benzida ou benzido, como a água benta. Outro nome errado é Mosteiro de São Bento. O correto é Mosteiro de São Benedito, até porque a congregação não é dos Bentinos e sim dos Beneditinos. Então nunca use o nome Bento Spinoza, que é falso, mas Benedito Spinoza.
Leibniz>Espinosa
maçante
Muito bom!