Para que serve o Natal? Miguel Vasconcelos

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  • Опубликовано: 4 янв 2025
  • Há 2024 anos nasceu Jesus.
    Assim reza a história e tradição cristã.
    E hoje ainda vale celebrar o natal?
    Hoje, temos uma conversa que promete iluminar muitos aspetos da nossa existência e nos levar a refletir sobre questões essenciais da vida, da fé e do mundo em que vivemos. Da fé, mas não só.
    O convidado é o Padre Miguel Vasconcelos (ft.ucp.pt/pt-p...) , capelão da Universidade Católica de Lisboa,
    Alguém que se sonhou engenheiro e acabou a ser ordenado sacerdote,
    O Padre Miguel consegue explicar coisas tão complexas e misteriosas como a fé em três frases.
    Nesta conversa, exploramos o significado do Natal, mas também muito mais do que isso. Falamos de como, em tempos de escuridão - sejam eles conflitos no mundo, crises pessoais ou simples dúvidas existenciais -, o Natal pode ser uma luz.
    Não uma solução mágica para os problemas, mas um convite a acreditar na possibilidade de recomeçar.
    Discutimos o simbolismo do presépio como uma mensagem de vulnerabilidade e esperança, que nos desafia a sermos mais humildes e disponíveis para o outro.
    Mas não paramos por aí.
    Entramos também numa questão central: Deus. A ideia de Deus.
    Deus existe?
    Quem é Deus?
    E como lidamos com a dúvida, o silêncio ou até mesmo a sensação de abandono em momentos difíceis?
    Miguel Vasconcelos reflete sobre a complexidade desta relação, reconhecendo que a experiência de Deus é tanto transcendente quanto profundamente íntima. É um diálogo constante entre o que é infinitamente grande e aquilo que é infinitamente pequeno em nós.
    Há também espaço para uma reflexão sobre o papel da religião no mundo contemporâneo.
    Falamos de como, muitas vezes, a fé é vista como algo distante ou solene, quando na realidade está profundamente ligada à celebração da vida e até ao riso e à festa. Questionamos se a religião é um caminho de respostas, ou antes, um espaço para levantar as grandes perguntas da existência. Para o Padre Miguel, a fé não elimina a dúvida; pelo contrário, vive ao lado dela como um motor de busca e de encontro com o eterno.
    E claro, sendo o Padre Miguel um orador experiente, quis ouvi-lo sobre a arte de comunicar em público. O que significa falar de Deus para uma audiência, ou mesmo escutar as dores e os dilemas de alguém no confessionário?
    Para ele, a chave está na honestidade - seja na palavra ou na escuta - e em nunca transformar a mensagem num espetáculo, mas antes num ato genuíno de serviço.
    Este é um episódio sobre humanidade, espiritualidade e a busca por sentido, que promete trazer não só respostas, mas também muitas perguntas para refletirmos juntos.
    Feliz natal para todos.Até para a semana.
    LER A TRANSCRIÇÃO DO EPISÓDIO (#)
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    Viva Miguel Vasconcelos, padre de vocação, capelão da Universidade Católica de Lisboa. Estamos em tempos de Natal. Como é que ainda faz sentido celebrar o Natal? Como nós celebramos? Então, antes de mais, olá! Vão estar aqui sim, e acho que faz sentido. Será o Natal. E acho que nos tempos em que passamos, nos tempos que atravessamos, estava ainda seja mais evidente por que é importante celebrar agora o Natal.
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    O mundo parece escuro à nossa volta. A gente vê as guerras. Estamos críticos, por assim dizer, às vezes sem grande promessa de melhoria. Vemos as flores e sonhos políticas e por aí fora. Vemos, enfim, tantos problemas que tive aqui elencar os que os que estão na moda, por assim dizer. Mas também sabemos que há muitos problemas mais discretos que que foi que preocupam a vida das pessoas e que afrontam a vida de qualidade de muitas pessoas.
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    E acho que isso é um. Estes tempos são tempos em que a gente passa algum tempo a pensar o mundo parece escuro, mas também acho que é verdade que precisamente num contexto de alguma escuridão, a luz interessa nos. E eu penso que o Natal tem esse poder, tem essa capacidade de devolver alguma luz aos dias, os dias em que estamos, não que magicamente Deus vai resolver os problemas das pessoas, mas porque há uma alma expressa e sobretudo em quem tem fé.
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    Mas eu acho que extravasa uma questão de. Extravasa meramente as questões da fé e é uma possibilidade de acreditar que as coisas podem recomeçar e que sermos todos postos diante da cena do presépio, com o recém nascido indefeso que se põe à mercê do que lhe quiserem fazer, é um motivo de esperança, é uma ideia de humildade que ali está desenhada, de humildade e de indispensabilidade.
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    Estou no meio de agressividades que vemos à nossa volta. Está ali alguém indefeso. E eu penso que esse contraste, confrontarmos com esse contraste, como acaba por acontecer sempre no Natal, faz nos bem num mundo talvez difícil, agressivo, pesado. De repente, pormos os olhos numa criança recém nascida, indefesa, como dizia há pouco, à mercê do que lhe quiserem fazer oferecida, disp...

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