Filosofia africana, racismo epistêmico e o ensino de filosofia | Entrevista com Renato Noguera
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- Опубликовано: 21 окт 2024
- Qual é a origem da filosofia? Para o filósofo Renato Noguera, essa questão não é tão simples quanto parece, e a hipótese do surgimento grego não é a única das possiblidades. Existem, ao menos, duas outras: a de uma origem plural (teria surgido em vários lugares ao mesmo tempo, na Antiguidade), e a de uma origem no continente africano, tendo sido posteriormente herdada e apropriada pela cultura helênica. Trabalhando há diversos anos com evidências a esse respeito, Renato Noguera desenvolve (também a partir de diversas outras referências recentes) o conceito de "racismo epistêmico", buscando problematizar a subvalorização de perspectivas filosóficas (antigas e atuais) africanas, indígenas e de todas as culturas não-ocidentais. Além disso de ser uma das principais referências na luta pela difusão do ensino de história e de cultura africana e indígena (que se fortaleceu com o advento da Lei 10.639/2003), Renato Noguera também desenvolve atualmente um projeto voltado para o ensino de filosofia entre as crianças, jovens e adolescentes.
Renato Noguera é Professor Associado do Departamento de Educação e Sociedade (DES), do Programa de Pós-Graduação em Educação, Contextos Contemporâneos e Demandas Populares (PPFGduc), Programa de Pós-Graduação em Filosofia (PPGFil) da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), Pesquisador do Laboratório de Estudos Afro-Brasileiros e Indígenas (Leafro), e, do Laboratório Práxis Filosófica de Análise e Produção de Recursos Didáticos e Paradidáticos para o Ensino de Filosofia (Práxis Filosófica) da UFRRJ; coordenador do Grupo de Pesquisa Afroperspectivas, Saberes e Infâncias (Afrosin), possui doutorado em Filosofia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Noguera também é ensaísta, dramaturgo, autor de literatura infantil e roteirista de animação (desenho animado).
Links:
Canal do RUclips "Nana e Nilo": / @nananilo9241
Loja "Nana e Nilo": loja.nanaenilo....
"Mulheres e deusas: como as divindades e os mitos femininos formaram a mulher atual?" www.americanas...
"O ensino de filosofia e a Lei 10.639": www.pallasedito...
Artigos do Noguera no Blog Gaby Haviaras: www.gabyhaviar...
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Caio Souto
caiosouto@gmail.com
#racismo #epistemologia #filosofia #caiosouto #conversacoesfilosoficas
Privilégio ter acesso à esse vídeo. Gracias
Obrigada por me apresentar essas verdades, sempre achei que filosofia nasceu no século Vl na Grécia
Quero agradecer por essa oportunidade de ter sido iluminado por essa Luz Nogueira.
Um abraço a partir de Angola
Gileno Ferreira Cardoso, estudante de Sociologia Salvador Bahia. Pretendo fazer Filosofia Africana, também e desejo ao Professor Renato Nogueira, toda a proteção DIVINA para o cumprimento de vossa honrosa missão, SALVE.
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Espetacular! Estou conhecendo agora o Renato e já o amei. Vou caçar tudo dele pra ler e caçar as referencias q ele citou. Muito obrigado!
Super interessante esse debate. Estou concluindo minha graduação agora, e meu tema principal era o nascimento da filosofia, no continente africano, em especial em Kemet no Antigo Egito. Porém, meu professor orientador, me orientou a não seguir com esse assunto agora em uma graduação, então me identifiquei ! Parabéns !
Que legal. Procure o vídeo com a Profa. Katiuscia Ribeiro no canal. Exatamente sobre o Kemet. Há também uma Playlist sobre filosofia africana aqui no canal. Gde abraço.
Ranato Nogueira, grande Filósofo brasileiro, uma das vozes importantes nesse movimento que renova e abrange o que entendemos (e praticamos) por Filosofia. Para quem ensina Filosofia, acredito ser importante ler o livro do Renato que se chama "O ensino de filosofia e a lei 10.639". Leitura indispensavel para quem quer pensar uma filosofia para alem do eurocentrismo. Muito boa essa conversação, parabéns Caio pelo seu trabalho!
Do nosso querido e grande pensador Renato Noguera!
Renato véio! Que massa sua entrevista, grande abraço!!
Que entrevista incrível!
Quão ansioso eu tava por esse momento ✊😔
Obrigado Renato daqui de Salvador Bahia setembro 2021 :pela filosofia de várias matizes.
Falaram até meu nome, to com moral ou não?
Ótima entrevista, tema muito importante, gostei demais.
Ao ouvir este programa acho que pela milésima vez .
O faço com outro olhar .
Sem deixar a fala seguir pra encher a casa .
Sentei na frente da tv pra me alimentar mesmo .
Em algum momento você Renato diz que conseguiu de alguma forma auxiliar nego bispo Davi copenaua com a queda do céu.
E pensei será que você poderia ajudar a mim também.
A entender-me a mim mesma aqui da minha cozinha ?
Tomara .
muito importante ter as discussões que desmistifica a cultura ocidental
Fantástico, Caio. Maravilhoso Noguera. Grata pelos ensinamentos
Nós agradecemos pelo feedback! Grande abraço.
Gratidão
Uma das melhores conversações!!!!
Espetacular
Maravilhoso
Importante a quebra desse mito de que "só podemos filosofar em grego e alemão",
por meio da apresentação de outras hipóteses de origem. Também acho importante
esse conhecimento de formas distintas de encarar, não só a filosofia, como a
própria relação entre o pensamento e as demais instâncias da vida humana. A
partir de outros caminhos, eu vinha chegando ultimamente a percepções bem
parecidas a essas do Renato Noguera. Mas também discordo de bastante coisa. Em
primeiro lugar, eu vejo nessa divisão entre cosmovisões afropindorâmicas e
cosmovisões euroasiáticas uma hipótese, uma escolha teórica, pois semelhanças e
diferenças existem aos montes se confrontamos a cultura dos mais diversos
povos, e esse agrupamento me parece mais ligado a uma ênfase no processo
histórico moderno de colonização europeia do que talvez na própria estrutura
social e elementos culturais. Isso pode ser exemplificado até no fato de que o
Renato não cita, na hora de responder sobre a pandemia, nenhuma reação de uma
comunidade "afropindorâmica", preferindo contrapor uma sociedade
europeia a uma sociedade asiática. E a resposta deixa clara também a distinção
entre a Europa pré-Renascentista e a Europa pós-Renascentista, então é certo
que até dentro de um povo podem existir mais de uma cosmovisão, dependendo do
período da história. Não podemos esquecer que o Brasil, por exemplo, foi
colonizado, não pela Europa medieval, mas pela Europa renascentista. A África,
divida por uma Europa já avançada no Iluminismo. Me parece que esses processos,
históricos e culturais, têm até mais força e peso na definição dessa cultura
imperialista, do que o local geográfico ou a religião tradicional. Os árabes
eram imperialistas e escravistas, os judeus, não. Enfim. Com relação à pergunta
sobre a pandemia, chamo a atenção pra um vídeo não muito antigo do presidente,
junto a uma aldeia indígena, em que ele fala que em algumas coisas os indígenas
são mais avançados do que muitos brasileiros, porque utilizam o tratamento que
ele recomenda. Essa ideia de “mais avançado” não espanta, porque, assim como a
nossa esquerda, a nossa direita também acredita em progresso e avanço. Uma
segunda discordância é essa ênfase, sempre que se quer pensar em cultura,
pensamento e filosofia não-europeia, negra, ameríndia, essa ênfase em
quilombos, terreiros, povos ameríndios vivendo em terras demarcadas; como se o
Brasil, esse Brasil numeroso, do povão, não fosse constituído dos descendentes
dos povos ameríndios, principalmente da costa, e dos vários povos africanos
trazidos por tantos séculos. Esse Brasil cristão, católico e evangélico, é ele
também indígena e africano. Parabéns pela discussão. Que o debate avance.
Muito obrigado Adriano!
Grande Renato! Excelente debate
Muito legal o vídeo, obrigada.
👍🏿👍🏿
Visão romantizada das sociedades africanas e do Egito Antigo onde vigorou o trabalho compulsório. Será que no Egito Antigo onde vigorou as monarquias de direito divino existiu uma Filosofia secularizada? Além disso, a crítica da concepção de "sociedade de futuro" é reducionista, pois o comunismo é futurista e não é consumista. Visão simplista/dualista que não capta a complexidade a complexidade da Dialética do Ser. Decepcionante.