A modalidade de ensino EJA é deveras importante, no entanto, estamos muito atrasados em não priorizar essa política formativa de Professores. Leciono em algumas universidades particulares, em cursos de Pós-graduação, especificamente na formação de Pedagogos para o EJA. As dificuldades que encontro na formação desses meus discentes reside na ausência de importância da alfabetização e educação voltadas a jovens e principalmente a adultos. Minha atenção é focada naquela importância formativa relegada até então a um plano secundário, como campo de investigação e pesquisa metodológica que nossos discentes se nos chegam sem tal base teórica tão necessária hodiernamente. Parabenizo a Univesptv pela abordagem de tão importante temática, nas pessoas da Profª Silmara de Campos e do Prof. Nonato A. de Miranda, muito claros em suas exposições e conhecimento do referido assunto, EJA. Muito obrigado.
Os licenciados não se interessam em fazer especialização em EJA porque não existe vagas para esses professores trabalharem. Não sejamos inocentes, para que tenha procura é necessário oferta.
Sobre o mesmo assunto, conheça o ponto de vista da professora Maria Clara di Pierro (Faculdade de Educação da USP), uma das autoras da pesquisa "EJA em cheque - Desafios das políticas de Educação de Jovens e Adultos no século XXI", organizada pela ONG Ação Educativa: ruclips.net/video/8jW109mSfdw/видео.html
No Brasil existem milhões de pessoas em condições de dar aulas para jovens e adultos mas que, no entanto, sofrem restrições porque não pertencem aos FEUDOS EDUCACIONAIS. E isso porque alegam que essas pessoas não tem especialização ou coisas do tipo. Com milhões de adultos que não concluíram o ensino fundamental o Brasil não pode se dar ao luxo de ficar fazendo muitas exigências quanto ao nível de quem pode ou não ensinar, levando-se em conta que muitos ditos professores são pouco mais do que alfabetizados, já que obtiveram os seus diplomas em quitandas de ensino particulares. Há até mesmo quem compre diploma. Na China, após a Revolução, em 1949, quem fosse alfabetizado era convocado para ir à casa de quem não o fosse para ensinar. Imagine se a China fosse exigir especialização desses professores improvisados. Salta aos olhos que até hoje não teriam acabado com o analfabetismo. O que atrapalha a educação brasileira são as RESERVAS DE MERCADO. Num grotão baiano um cidadão, pai de duas moças em idade escolar, me dizia que no tempo em que médicos, engenheiros, advogados, podiam atuar nas escolas sem ter o famigerado diploma de magistério, a educação funcionava muito melhor. Com a exigência de que os professores tenham que ter curso de pedagogia criaram-se cursos vagabundos pagos, com aulas uma vez por semana e que, ao cabo de três ou quatro anos, dão diplomas para semiletrados. Alguns desses cursos são organizados pelas próprias secretarias de educação das prefeituras. O sistema educacional brasileiro é estúpido. Machado de Assis jamais poderia dar aulas em qualquer escola porque nunca frequentou universidade. Millôr Fernandes, um dos nossos melhores tradutores de Shakespeare jamais poderia das aulas de inglês porque só tinha o antigo ensino primário. A omissão criminosa do MEC cria situações absurdas, como, por exemplo, uma faculdade do Piauí, pessimamente avaliada pelo MEC, dê curso de pedagogia, com oferecimento de diploma de nível superior, no interior da Bahia. Outro reflexo dessa exigência absurda de diplomas é a existência das chamadas MÁFIAS DO DIPLOMA.
A modalidade de ensino EJA é deveras importante, no entanto, estamos muito atrasados em não priorizar essa política formativa de Professores. Leciono em algumas universidades particulares, em cursos de Pós-graduação, especificamente na formação de Pedagogos para o EJA. As dificuldades que encontro na formação desses meus discentes reside na ausência de importância da alfabetização e educação voltadas a jovens e principalmente a adultos.
Minha atenção é focada naquela importância formativa relegada até então a um plano secundário, como campo de investigação e pesquisa metodológica que nossos discentes se nos chegam sem tal base teórica tão necessária hodiernamente.
Parabenizo a Univesptv pela abordagem de tão importante temática, nas pessoas da Profª Silmara de Campos e do Prof. Nonato A. de Miranda, muito claros em suas exposições e conhecimento do referido assunto, EJA.
Muito obrigado.
Os licenciados não se interessam em fazer especialização em EJA porque não existe vagas para esses professores trabalharem. Não sejamos inocentes, para que tenha procura é necessário oferta.
Sobre o mesmo assunto, conheça o ponto de vista da professora Maria Clara di Pierro (Faculdade de Educação da USP), uma das autoras da pesquisa "EJA em cheque - Desafios das políticas de Educação de Jovens e Adultos no século XXI", organizada pela ONG Ação Educativa:
ruclips.net/video/8jW109mSfdw/видео.html
No Brasil existem milhões de pessoas em condições de dar aulas para jovens e adultos mas que, no entanto, sofrem restrições porque não pertencem aos FEUDOS EDUCACIONAIS. E isso porque alegam que essas pessoas não tem especialização ou coisas do tipo.
Com milhões de adultos que não concluíram o ensino fundamental o Brasil não pode se dar ao luxo de ficar fazendo muitas exigências quanto ao nível de quem pode ou não ensinar, levando-se em conta que muitos ditos professores são pouco mais do que alfabetizados, já que obtiveram os seus diplomas em quitandas de ensino particulares. Há até mesmo quem compre diploma.
Na China, após a Revolução, em 1949, quem fosse alfabetizado era convocado para ir à casa de quem não o fosse para ensinar. Imagine se a China fosse exigir especialização desses professores improvisados. Salta aos olhos que até hoje não teriam acabado com o analfabetismo.
O que atrapalha a educação brasileira são as RESERVAS DE MERCADO. Num grotão baiano um cidadão, pai de duas moças em idade escolar, me dizia que no tempo em que médicos, engenheiros, advogados, podiam atuar nas escolas sem ter o famigerado diploma de magistério, a educação funcionava muito melhor. Com a exigência de que os professores tenham que ter curso de pedagogia criaram-se cursos vagabundos pagos, com aulas uma vez por semana e que, ao cabo de três ou quatro anos, dão diplomas para semiletrados. Alguns desses cursos são organizados pelas próprias secretarias de educação das prefeituras.
O sistema educacional brasileiro é estúpido. Machado de Assis jamais poderia dar aulas em qualquer escola porque nunca frequentou universidade. Millôr Fernandes, um dos nossos melhores tradutores de Shakespeare jamais poderia das aulas de inglês porque só tinha o antigo ensino primário.
A omissão criminosa do MEC cria situações absurdas, como, por exemplo, uma faculdade do Piauí, pessimamente avaliada pelo MEC, dê curso de pedagogia, com oferecimento de diploma de nível superior, no interior da Bahia.
Outro reflexo dessa exigência absurda de diplomas é a existência das chamadas MÁFIAS DO DIPLOMA.