O próprio Surfista Prateado já percebia isso no fim da excelente Graphic Novel "Parábola", de Stan Lee (Roteiro) e Moebius (Arte): ", É loucura! Eles têm sede de liderança, como um bebê que anseia pelo leite materno! Certamente, é por isso que são presas tão fáceis de tiranos e ditadores. Por que não percebem que a fé mais verdadeira de alguém é a fé em si mesmo? O que lhes causou desespero a ponto de buscar alguém que lhes mostre o caminho?"
Vou te explicar. A sociedade não vive sem heróis e bons exemplos. Por isso é tão importante para a Esquerda e demais totalitários acabar com eles. Pois após isso acontecer, o ser humano não vai perder essa necessidade. Eles apenas vão colocar o que quiserem no lugar.
@@joelsonlimadeoliveiraolive9924 uma sociedade que precisa a esse ponto de heróis é uma sociedade infantilizada como a nossa. Tal sociedade precisa tanto de heróis quanto vilões. Por isso necessitam de culpados como “esquerda”, “globalistas”, “iluminatti”, etc, etc. A humanidade tem pelo menos 100 mil anos e a maior parte desse tempo viveu sem heróis. Os heróis nasceram como mitos para explicar fenômenos naturais (deuses) e dominar as classes produtoras para justificar que haja explorados e exploradores, além de regular padrões de conduta. Uma sociedade que supere tais conceitos seria uma sociedade emancipada, ou seja, formada de pessoas que assumem a responsabilidade sobre seu destino. Mas infelizmente tudo aponta para o inverso, estamos mais infantilizados, transformando história da carochinha em opção política (terra plana tá aí, só pra dar exemplo) e reduzindo a complexidade da realidade à (in)capacidade do nosso intelecto.
Com isso não quero dizer que sejam inúteis, mas a supervalorização só ressalta a infantilidade de adultos que rejeitam o pátrio poder sobre si próprios.
O problema que eu vejo na tese do Moore é que sempre existiram pessoas cagonas, medrosas, que tem medo de responsabilidades e que querem que um cara fodaço resolva tudo para elas. Não vejo isso como uma característica histórica, social ou política, mas como um traço de personalidade (ou falta de), como uma questão de caráter que sempre existe. Nesse sentido, a "adoração" aos super-heróis pode ser mais entendida como um sintoma dessa falha tão comum, MAS por outro lado, os super-heróis podem funcionar também como um arquétipo a serem seguido, modelos ideais de como usar suas qualidades para fins mais altruístas do que apenas pensar em si próprio. Acho complicado pensar essa questão apenas sob uma perspectiva moderna. Os super-heróis não deixam de ter suas origens nos velhos mitos - histórias de indivíduos excepcionais que desafiam o desconhecido, o caos ou que se sacrificam por uma causa nobre - e esses mitos trazem à tona muito do que inconscientemente valorizamos e buscamos em nossa jornada na vida e em sociedade. Penso que além dos aspectos mercadológicos, os super-heróis, para o bem ou para o mal, são uma das respostas a anseios que ao menos muito de nós, possuímos em nosso íntimo. Nenhum fenômeno cultural, - principalmente em nossa sociedade "líquida" - , dura tanto tempo se não ecoasse questões tão relevantes, conscientemente ou não. Nessa briga, vou mais pela visão do Grant Morrison, apesar de gostar muito do trabalho do Moore. E o vídeo ficou excelente, como de costume.
Mas esse traço de personalidade é duplicado, triplicado pelo arquétipo do super-herói porque nós somos formados socialmente e culturalmente também, ao contrário do que os doidos neoliberais pensam. Só lembrar da Margaret Thatcher: "Não existe sociedade só o indivíduo" Ao mesmo tempo eu super concordo com você e acho que no Brasil de hoje FALTAM SUPER HERÓIS ou pelo menos uma divulgação maior sobre esses heróis que possuem qualidades altruístas e que não pensam apenas em si mesmos. As intelectualidades brasileiras gostam muito de criticar essa figura do super-herói, defendem muitas vezes o anti-herói e elas se esquecem dessa origem nobre vinda dos mitos, da importância de reinforçar a atitude heróica na população. Penso que existe uma dialética aí entre o meu medo e o desejo de ser salvo que forma essa personalidade perversa e o salvador que reinforça a minha dependência dele consequentemente gerando negligência e desresponsabilização das minhas atitudes individuais. O bom e velho DEUS EX MACHINA. Mas no Brasil de hoje e do futuro (posso estar errado) o problema não é apenas a figura do super herói, mas fundamentalmente dessa DOUTRINA perversa sobre o herói que ganhou vida por si só. Basicamente o bolsonarismo. Lembrando também que todas as mudanças horríveis no trabalho vindas do capitalismo neoliberal, a atomização social que esse sistema econômico cria, gerando a ideia de um homem em si mesmado, indivíduo-empresa, patrão e trabalhador ao mesmo tempo, a empresa de um homem só, que extrapola pra todas as outras esferas da vida e gera a eliminação do OUTRO como ANTAGÔNICO na sociedade, apesar do OUTRO como DIVERSIDADE ou os OUTROS continuarem existindo. Por isso que eu prefiro a tese do Byung chul han no livro "A Sociedade do cansaço" ao invés desse termo Sociedade líquida do Bauman que é tosco na minha opinião. O Byung chul han explica isso e mostra como que essa situação gera essa permanência em si mesmo sem o antagônico que gera em mim uma direção de energias. Porque o meu EU é formado pelo outro e sem esse outro o tédio de si mesmo aparece e cria o cansaço. O outro como antagônico desaparece e gera o tédio: o outro do preto é o branco, o outro da vida é a morte, o outro da paixão é a razão, o outro do patrão é o trabalhador. Essa situação gera a impossibilidade de uma vida dialética e a vida fica lisa e sem obstáculos. E esse traço de personalidade piora numa sociedade que deturpa a visão do herói.
@@MrTh1aG0 o erro dos dois é Não ver problema nos arquétipos ou talvez não dar uma olhada nas histórias dos herois das mitologia ( vou tomar de exemplo a greco romana, suméria e vinkigs) que possuem esses mesmo atributos de masculinidade tóxica, autoritarismo etc Aquiles, teseu e Hércules assim como Gilgamesh e thor são os heróis que resolvem tudo pela força e impõe sua autoridade, Aquiles mesmo sequestra mulheres e discute sobre ela como espólio de guerra ( além de estupra um cara que não quis ficar com ele)
Dizem ainda que Aquiles atravessou Troilo com a lança enquanto adestrava seus cavalos nos arredores do templo; ou que o induziu a sair de lá oferecendo-lhe pombas de presente, e que Troilo morreu com as costelas quebradas e o rosto lívido depois que Aquiles fez amor com ele à maneira de um urso. Segundo outras versões, Troilo saiu de Troia para vingar-se depois da morte de Mnêmon e se encontrou com Aquiles, que o matou; ou foi feito prisioneiro e depois executado publicamente, a sangue-frio, por ordem de Aquiles; contam também que, por ser um homem já maduro, de pele morena e barba longa, dificilmente poderia ter despertado a paixão de Aquiles. Mas, qualquer que tenha sido a maneira como morreu, certo é que o causador de sua morte foi Aquiles, e os troianos lamentaram a sua perda tal como o fizeram por ocasião da morte de Heitor.
Acho interessante fazer um contraponto dessa visão do Alan Moore com a do Grant Morrison. Penso que, se por um lado Moore está certo em detonar essa indústria cultural de super-heróis mostrando suas consequências na vida pública, por outro temos o Morrison lisérgico (podia ser o Jim), retomando a ideia de Deus e retrabalhando toda a mitologia dos super-heróis como subterfúgio da realidade. No fim, ambos visionários.
Há uma referência para o que foi dito num texto do Freud, "Personagens psicopatas em cena". Sobre come esses seres que parecem não ter medo ou sentimento causam efeito nesse sujeito médio, espectador, que a tempos não é protagonista da sua própria vida. Ele discute essa relação. Excelente vídeo.
Não amigo...o fascínio que personagens e figuras destemidas despertam não é exclusiva do consumidor médio, mas sim algo normal e até saudável da natureza humana, que caso for saudável tende sim a se atrair ou se inspirar por alguma coisa que represente "Poder", Beleza e etc. Até porque foi através de arquétipos e símbolos muito ideais, que muitos ao longo da história tiveram motivação pra criar e inovar! Pois uma das características da ambição é justamente não estar satisfeito com aquilo que já tem, e querer justamente melhorar/aprimorar o que já tem. Fora que eu não acredito nessa bobajada de indivíduos 100% maduros e resolvidos consigo mesmos. O que eu acredito são em indivíduos que reconhecem a própria Imaturidade e delírios do inconsciente, fazem amizade com eles e bucam canalizar esse lado pessoal pra algo útil...isso sim é maturidade!
@@leonardoed4063 esse comentario é tão burro que da até preguiça de responder. Mas realmente é mais facil montar um argumento retardado do que aceitar a pobreza intelectual do genero de super herois, e é ainda mais facil fugir de sua propria incapacidade atravez de personagens infantis magicos e mal escritos. O apelo a caracteristicas inumanas é risivel e feito para um publico que segue a consumir cultura com o olho do proprio cu.
Sim, vc tem razão. Vamos lembrar que na última eleição para presidente Jair Bolsonaro foi chamado de mito e por diversas vezes vi sua imagem igualada ao um capitão América brasileiro! Entre outras coisas!
O mais assustador é ver como a cultura dos EUA influência a nossa, é só olhar para o tanto de gente que bate continência para a bandeira deles aqui no Brasil, a Ignorância é tamanha que os cara vão às ruas para apoiar a retirada de seus próprios direitos, achando que vai viver o “sonho americano”. Eu lembro da época em que assisti Pearl Harbor, a romantização da segunda guerra mundial, nos apresentando os americanos como heróis salvadores do mundo, em uma época que eles eram extremamente facistas, é um bom exemplo de como lentamente essas obras vão fazendo lavagem cerebral, hoje agradeço por ter tido uma boa formação acadêmica.
@@jessec.m9767 O problema é que no nosso caso tem vários motivos levem a pessoa a se frustrar e levar a pessoa muitas das vezes a detestar o próprio país. Nem é algo a se julgar, pois ninguém admira ou se orgulha de algo se não vê motivos pra tal, da mesma forma que um filho não é obrigado a se orgulhar de um pai que só dá desgosto pra ele só por ser seu pai, da mesma forma um indivíduo não é obrigado a se orgulhar da cultura de um país só por pertencer a ele. Portanto, eu acho que o foco muito mais importante nese caso é debater sobre o que leva o indivíduo a desenvolver um desdém pela própria cultura do próprio, do que discutir o motivo dele adotar a cultura e o estilo dos outros.
Já que você não sabe o que é f@cismo, vou copiar um trecho do google para você aprender: "movimento político e filosófico ou regime (como o estabelecido por Benito Mussolini na Itália, em 1922), que faz prevalecer os conceitos de nação e raça sobre os valores individuais e que é representado por um governo autocrático, centralizado na figura de um ditador." Existe algum país que zela mais pelos valores individuais e pela descentralização que os americanos? Lá, até os estados tem autonomia, vide a situação do Texas atualmente. Agora me responda, que países do mundo tem um governo autocrático, centralizado e ditatorial? Cuba, Coreia do Norte, Venezuela, Panamá? Se tivesse pesquisado minimamente não tava passando vergonha publicamente.
Alan Moore é um autêntico mago. Suas palavras sobre super-heróis têm o poder de fazer com que pessoas adultas, maduras, sérias, sombrias e realistas abandonem toda sua sisudez e partam pra briga do fundão da 6ª série. (o que, convenhamos, acaba comprovando algumas das teses do próprio Moore) Inté.
Muito explicativa sua tese ( ou argumentação), agora entendo por que a maioria dos super heróis japoneses são colegiais, gente problematica, cheia de traumas, com poucos amigos, é com uma lista de problemas para resolver que faria qualquer governo do mundo renúnciar no primeiro dia ( ou capítulo). É como se os roteiritas induzissem na massa que os maiores problemas, as vedadeiras questões cosmicas a serem resolvidas são as da vida privada. É isso, espero estar certo. Como se eles quisessem dizer que: - pouco importa com o que se passa no mundo, ou a vida pública ( Governo, econômia, saúde, etc) não importa desde que continue vivo! É uma inversão de perpesctiva!
Quando eu tinha 20 anos eu era desses que ficavam "ofendidinhos" com o que o Moore fala... Depois dos 30, com mais bagagem cultural, hoje eu enxergo que o velho barbudo teve certo sempre.
@@FilipeRama além do próprio comportamento do "nerd/geek médio" atual: um bando de adulto que não quer amadurecer e que faz birra se não dão as coisas do jeito que ele quer.
Cara eu tenho 22 e tenho sentido a mesma coisa E como o colega disse é só olhar para o público geek e leitor de Hqs Um bando de gente imatura que chora por pessoas que não existem e arrumar brigas por um universo fictício
Não tinha como explicar melhor. Inclusive esses dias me peguei pensando sobre a declaração dele não ter escrito super heróis, realmente, ele não tá preocupado com o aspecto "heróico" dos personagens.
Professor, em grupos de discussão sobre histórias em quadrinhos, esse tema foi bastante abordado e tentei explicar de muitas maneiras o que o Alan Moore tentou dizer para o público, mas fui frustrado pela minha oratória e argumentos fragmentados e que naquela ocasião não consegui transmitir o que eu havia compreendido de fato. Fui atacado de muitas maneiras, pois o foco do discurso do artista feriu o ego de muitas pessoas que deixaram de ser apenas fãs para serem devotos dessas figuras/personagens que passaram a representar santidades dentro de uma pseudoreligião "nerd". Sua interpretação foi exatamente o que tentei explicar para meus colegas. Mais uma vez, obrigado e parabéns pela aula. Um forte abraço.
Excelente resumo da problemática atual dos super-herois. Fico muito triste que tenha acabado nessa situação lamentável um gênero que sempre me pareceu evocar coisas melhores. Gosto de imaginar o conceito de super herói como, antes de ser alguém que resolve tudo na força, alguém que se solidariza, alguem que se dispõe a usar de suas capacidades para ajudar o próximo. Obviamente o espetáculo do embate físico estava lá, mas para simbolizar algo maior. Infelizmente parece que o sucesso dos heróis em tempos modernos deve-se mais ao gosto das pessoas por verem os direitos individuais de ""criminosos"" sendo violados.
O allan moore tambem tem uma especificidade em suas crenças que faz com que ele seja mais preocupado com o impacto coletivo de uma narrariva, eu o entendo, não vejo nada de polemico no que ele diz. Obrigado por esta reflexão necessaria!
Guerreiro adoro seus vídeos, já estava sentindo falta. Abrir uma HQ e ler é algo fácil, mas observar as nuanças, e o que está implícito é o que falta pra a maioria, antes de ficar formando time e tomando partido. Parabéns ao canal.
Será que existe uma relação entre nossa tendência de buscarmos uma figura paterna em heróis e o fato de muitos dos heróis não terem eles mesmo figuras paternas? Exemplos: Batman, Homem Aranha e até o Pato Donald que tem tio mas não tem pai presente nas histórias
Talvez na intenção de demonstrar que é possível sim ser "autossuficiente" ou independente dessa sensação de falta, no entanto que causa justamente o efeito contrário
Muito bom o video e o canal. O tema abordado por esse video foi questão do vestibular da UERJ de 2019 na prova de história, em que o aluno tinha que abordar a relação do surgimento de heróis como o Super Homem na mesma década em que regimes fascistas se consolidavam por toda a Europa. É sempre bom lembrar que até o inicio da guerra o fascismo era elogiado por intelectuais e líderes políticos nos países ditos democráticos, como EUA e Reino Unido. Só acordaram para o perigo que isso representava tarde demais.
Esses comentários são tão vdd do pessoal criar essa ideia do estalo de dedo , que eu já ouvi várias vezes o pessoal dizendo que resolveria as situações se existisse o justiceiro no mundo real kkk
Melhor canal de quadrinhos tupiniquim disparado (na minha opinião) gostaria professor de ver um vídeo sobre o ultra Man ,ultra Seven ,spctraman e robô gigante
Isso me lembra muito um trecho do podcast do universo HQ sobre quadrinho europeu, em que um dos caras do podcast fala: "Ain! Mas eu aprendi muita coisa com super heróis!" "Sim, aprendeu até a voar" "Olha só minha cueca fora da calça!"
Alan Moore tem razão e nunca vi nenhum argumento decente que conseguisse o refutar. Só uma observação que tem de ser cuidadosa. Não há uma relação de causa e efeito entre quadrinhos e política. Mas sim que os quadrinhos são um sintoma de nosso tempo que está sob a tônica da indústria cultural e dissemina uma imagem de mundo específica que, principalmente, é necessária para endossar o Capitalismo.
Interessantíssimo....muito boa a análise......curioso q geralmente as pessoas q se encaixam na descrição q vc colocou são justamente as q enchem a boca para falar q os mais novos são os fracos, ou "nutellas".
Ainda bem que de um tempo pra cá editoras estão vindo com novas propostas de publicação. Muito material bacana fora da curva tá aparecendo. É um movimento tô curtindo bastante ... ✌🏽🙂🎨
3 года назад+7
Caramba, vc foi cirúrgico na cerne da questão, ótimo vídeo e ótimos comentários, mas vai ter quem venha querer defender com todas as forças que isso é besteira e exagero, infelizmente as pessoas tem uma enorme dificuldade de reconhecer os pro lemas de certas coisas vistas com bons olhos. Parabéns pelo seu canal.
Eu vi num documentário da era de ouro da DC que a inspiração para o Superman é que um garoto que perdeu o pai desejava ter um pai a prova de balas. Foi o que entendi.
Concordo com a crítica ao gênero de supers, agora que vc explicou direito o ponto dele. Porém, como ele mesmo fez em Watchmen, é possível desfazer esse efeito criando histórias que exponham o problema. A verdade é que torna-se evidente a ânsia do ser humano por um ídolo ou alvo de adoração. Aliás, um problema que eu acho muito pior é a verdadeira adoração aos supers, que está virando quase um êxtase religioso. Percebe-se pelas reações no cinema, por exemplo. E a culpa disso não é só das empresas que criam o conteúdo (cinema principalmente), mas dessa galerinha nerd de youtube que ganha dinheiro aumentando o "hype" da galera. Não acho errado querer compartilhar de um sentimento com outras pessoas, mas, ao meu ver, isso está se tornando algo "religioso", como se fosse uma obrigação conhecer ou ter um personagem preferido, ou ver os filmes. Está se tornando parecido com a adoração pelo futebol. Os "nerds" estão virando torcida organizada. E, em se tratando de Brasil, acho que isso é um problema.
Caramba eu to viciado nesse canal. Comecei vendo o video "otakus não tem empatia" mais recente, e já to aqui nesse de 2 anos atrás, e isso que eu nem sou muito dos gibi. Canal bom demais :D
Como eu sempre comentava com a minha mãe, " Eu nunca vi algo( No meio artistico/cultural) mas, alienante e doutrinário( não gosto de usar essa palavra mas, não tem adjetivo melhor que esse) do que coisas de herói( aqui acrescento tbm anime, histórias de fantasia em especial rpg)", e detalhe falo isso com propriedade por ser alguém que gosta dessas coisas e frequenta lugares e grupos( em redes sociais) sobre essas temáticas. Afinal, uma das maiores sacadas da classe burguesa( não só dela mas, a que mais se saiu bem sucedida foi a burguesia) foi perceber que a arte e a cultura são uma excelente ferramenta de moldar/ influênciar a mentalidade e o imaginário das pessoas. Por exemplo, o sujeito leu ou assistiu a saga injustice gods( saga boa diga-se de passagem), e já se acha que sabe o que é ou não um governo autoritário ou democrático, e vai aplicar isso na hora de votar, não é a toa que geralmente esse pessoal vá eleger e/ou votar em candidatos de extrema direita, e a nivel Brasil, teve a cara de pau de dizer que em 1964 não foi golpe e sim revolução.
Tenho pensado a mesma coisa O mundo Geek é alienante demais infelizmente Eu olho para trás e vejo o quanto deixei de lado responsabilidades pessoais por questões envolvendo esse mundo Geek,e o quanto já me deixei influenciar negativamente sem perceber
@@gabrielreis2727 vc não é o único amigo, comigo já aconteceu o mesmo mas, a parte boa é que vc percebeu e ainda reconhece, isso é muito importante. Inclusive uma coisa que eu esqueci de mencionar é que vc pode gostar do mundo geek( assim como eu) o importante é estar munido de senso crítico e não se deixar ludibriar por aquilo e achar que é a realidade.
Descobri o canal recentemente e gostei muito do que vi até agora. Legal você levantar essa pauta esclarecendo as ideias do Mestre Moore e abrindo espaço para analisar esse aspecto sombrio dessa cultura dos heróis. Porém, por mais que concorde contigo em todos pontos levantados, trata-se de fato de um dos muitos aspectos que heróis carregam. Narrativas heroicas estão aí desde o princípio da humanidade influenciando. Seja na forma de um Gilgamesh, um Siegfried ou um Cristo, podemos absorver tanto esse viés autoritário dos herois, quanto os vieses que envolvem sacrifício, cooperação e empatia. Vale complementar a análise com a visão do Grant Morrison, outro grande contador de histórias, que explora as searas mais divinas e esotéricas dos arquétipos heroícos. Bom, dei toda essa volta pra dizer: calma galera, supers são isso mas tb são muito mais. O que não podemos é perder nossa visão crítica sobre as narrativas heroicas. Em especial as estadunidenses que por mais progressistas que se proponham, disseminam sim uma visão centrada no protagonismo dos valores dos EUA. Por fim, acho que vale ressaltar o papel revolucionário da Marvel com seus heróis falhos, nas palavras do próprio Stan Lee, afirmando que qualquer um pode ser herói. Esse conceito talvez seja um alento frente a esse fragmento personalista e nefasto da cultura dos comics. Bom, agora terminando mesmo, fica o horizonte de superar o gênero heroíco se alimentando de outros generos também. Ressignifiando e trazendo novidade ao seu universo desgastado e nostálgico. Talvez seja o momento dos povos oprimidos pela metrópole se apropriaram também da fantasia e contarem suas próprias histórias. Agora mais do que nunca. E é isso. Abração e obrigado por compartilhar essa reflexão.
Cara você falou sobre "Autoritarismo" e eu acho muito problemático ficar associando figuras de autoridade e liderança com autoritarismo. Heróis representam Autoridade, liderança e força, que são coisas inclusive necessárias na sociedade(na dose certa). Já autoritarismo é outros 500.
confesso que tenho saudade dessa comunicação mais antiga, mais professor e menos youtuber, mas fico feliz que a adaptação na comunicação tenha feito o canal disparar
Meu Deus que divisão... eu entendo e muito a visão do Moore, mas acredito que está sendo absolutista de mais... 1. O gênero de super herói está sim ganhando mais espaço, mas não a ponto de tirar os outros gêneros do ar. Recentemente tivemos filmes como fresh, the 355, a Netflix está produzindo um filme não baseado nisso, indo para a ficção temos house of the dragon (que no final de game of thrones o que prebaleceu mesmo foi a política, ou o começo dela, e a força de Daenerys e Cersei não prevaleceram) e tem outros lançamentos por aí que não fazem parte de marvel, dc, dark horse etc. Então ainda temos outras visões além a de um cara megaforte se impondo sobre o mundo. 2. Os quadrinhos nem sempre o herói vence. Apesar de em uma edição podemos ver ele vencendo, se olhar como um todo nunca é efetivo. Peter não deixa de ter vilões, capitão América nunca chegou a acabar de verdade com a hidra ou barão zemo. Em V de vingança a disputa é mais política que por força. Os x-men estão sempre lutando contra o preconceito, no desenho é bem mostrado a Jean Grey discursando pelos mutantes. Gostando ou não, a arte imita a vida mais do que a vida imiga a arte, e mesmo que tenhamos muita ação, ainda tem diversos problemas que acontecem na vida real que é posto nas HQ's: violência, problemas mentais, racismo, homofobia, preconceito, marginalização de pessoas por características distintas do padrão, etc. 3. Essa procura fraternal de alguém que salve sempre existiu. Um grande exemplo disso é a Bíblia. Deus é dito como sem forma, ou seja, sem gênero, mas o fato de ser chamado de Pai se dá pela carência de uma figura paterna. 4. É mais uma opinião própria, mas acredito que todo adulto é uma criança mal crescida. Todos os pais têm dificuldade em enxergar as necessidades e vontades do filho, de como educar. Estamos sempre em crescente evolução, aprendendo dia após dia. O fato de ler um quadrinho e se inspirar em heróis não é a raíz disso. 5. Sempre quando entro em dúvida, imagino como seria se aquilo não existisse. E se os quadrinhos nunca tivessem existido? Os problemas sociais e políticos acabariam? Existiam menos pessoas agindo como crianças? Acredito que não. Estamos sempre em busca de algo pra completar nossa criança interior, diversas pessoas, muitas vezes por problemas psicológicos, não conseguem lidar com a responsabilidade. Eu assistia uma youtuber que tem ansiedade generalizada. Lembro de um vídeo onde ela comentou que não se sente confortável em ter uma casa própria (ela costuma alugar aps, etc) por causa da responsabilidade. Não são os quadrinhos os problemas, é a gente mesmo.
o erro é somente pensar que super herói começou com a modernidade e acultura pop, super herói existe desde sempre, Hercules, Olisses, Teseu, todos eram super heróis, todas as culturas sempre tiveram os seus, os bardos cantavam historias de super heróis
Achei mto interessante o seu vídeo, acredito eu que o herói mtas vezes aparece sem nenhuma fraqueza e impossível de errar um exemplo perfeito de tudo ,quando na verdade nós não vencemos todas as batalhas e nem sempre o caminho de ser totalmente bom irá nos trazer a Vitória ,nem sempre a vitória de algo é algo justo que é o que se coloca mto na representação do heroi
Concordo, porém essa cultura do machão no cinema, que resolve as coisas num estalo está presente desde sempre... nos anos 80, os filmes de ação eram dominados por esses tipos. Nos anos 70 já havia Taxi Driver, Charles Bronson, Chuck Norris, Clint Eastwood e Bruce Lee etc... e assim por diante. Os filmes de super-heróis são apenas uma continuação dessa linhagem (que se tornou possível graças ao advento do CGI).
Estranho que esses super heróis serem "Inspirados" em heróis gregos, mas Hércules resolveu problemas na corte, ou buscando maneiras, mais inteligentes do que a porrada MESMO que ele poderia faze-lo , ele poderia sair esmurrando todo mundo, mas nem toda estória ia dessa maneira, sim hoje existe essa diversidade, mas o começo das estórias de super heróis nos quadrinhos, são infantilizadas ou simplistas demais.
O Alan Moore é um relógio quebrado. Mas quando acerta as horas, acerta mesmo. O problema é quando ele pega pra bostejar. Dito isso, com certeza isso é mais coisa de gente que tenta espremer polêmica dele, do que rancor dele mesmo. O bicho está a muitos anos totalmente fora desse negócio de super herói.
ĺeu gosto de super heróis e quadrinhos.pelo mesmo.motico que gosto de filmes de terror. Eu gosta da esquisitice, de não saber a forma que um monstro pode tomar, que estética o cara vai assumir no uniforme(que não tem muito paralelo no.mundo real). Pra mim é a diferença entre assistir Cidade alerta ou ler dDstrito X, por exemplo.
Eu não vejo que HQs e heróis sejam criações infanto juvenis, aliás, os contos ditos infantis em geral, não vejo como infantis. Desde quando li Fábulas de Esopo que percebi que tem muita profundidade diluída nos traços coloridos ou muito bem grafados das narrativas de HQ e contos ditos infantis. Aí tem ilustrações com personagens para dar uma distraída, um floreio, mas tirando essa fantasia a conversa é muito adulta. É bem filosófica. E foi assim que eu descobri que as ilustrações são só pra dar uma distraída no assunto. João e Maria, por exemplo além de tratar de perigos comuns na infância, abre um bom debate para tratar sobre P3d0f1l1A. Bem como assuntos sobre diversidade e pertencimento através dos X Man, é tudo muito adulto.
Eu concordo com análise, mas acho que esse lance não foi iniciado pelo quadrinho, os quadrinhos ainda são consequência não causa motriz, a questão é mais arraigada tem ligação com cultura messiânica.
Ótimo vídeo, só algumas correções: O Super-Homem não desceu a porrada no governador, mas sim ele invadiu sua casa, a hostilidade ocorreu com o mordomo que tentava proteger o governador. Não foi um cara que ele salvou da cadeira elétrica, foi uma mulher, curioso como nessa primeira HQ ele salva três mulheres.
Até hoje você foi a única pessoa que vi em toda a Internet e RUclips que de fato sabe como é ler quadrinho e usar ele como um formador de opinião e não apenas o artbook
E outro ponto: eu não sei o Moore, mas em relação à ideia do super-herói como o indivíduo que resolve tudo facilmente, eu acredito que os leitores se identificam, ou ao menos tomam como modelo, exatamente o sujeito que resolve as questões e não com aqueles que o herói protege. Resumindo: o leitor se identifica com o Batman, não com o cidadão de Gotham; com o Pantera Negra, e não com um Wakandiano(?) pacífico. Não creio que a leitura de quadrinho de super-heróis, por si, torna alguém mais propenso a buscar salvadores da pátria e rejeitar sua responsabilidade pessoal. Pelo contrário.
Eu penso que precisamos de mídias que as coisas são resolvidas no soco, o humano tem isso dentro de si. Mas é isso, da dinheiro? Vamos saturar até o talo
Muito boa análise! E o que eu acho é que antes dos super-heróis dos quadrinhos e do cinema, existiram os deuses que também eram um tipo de super-herói da antiguidade, e tinham também seus representante no mundo físico que geralmente eram lideres guerreiros ou generais, mas, também sacerdotes ou xamãs. Em resumo, o mundo não mudou muito. E o perigo não está somente nos super-heróis que se enrolam nas bandeiras dos seus países, os que se enrolam em bandeiras vermelhas também são perigosos, justamente porque se acham representantes do "bem".
Eu concordo com o Moore mas não acho que HQs criem esse comportamento porém reforçam para quem tem essa tendência (muitos). Visto que é comum desde épocas onde não havia popularização de HQs.
Boa noite! Concordo em partes. Hoje em dia os heróis machões perderam muito terreno até para heroínas empoderadas. O racismo vem sendo discutido a muitos anos principalmente na Marvel. Presidentes populistas existem décadas e décadas antes do Super Homem dar seu primeiro soco. Sei que você pode ter pensado pra dizer o que disse, algumas coisas fazem sentido, mas na minha opinião o mundo dos quadrinhos não interfere tanto assim no mundo real. Mas o vídeo e suas ideias fazem a gente pensar e só isso já está valendo.
Se fosse antigamente essa hegemonia dos super herois me deixaria irritado nas com tantas opcoes hoje graças a internet nao ne incomoda. Nao consigo consumir nem tudo de bom aue encontro, entao evito facil.
O próprio Surfista Prateado já percebia isso no fim da excelente Graphic Novel "Parábola", de Stan Lee (Roteiro) e Moebius (Arte):
", É loucura! Eles têm sede de liderança, como um bebê que anseia pelo leite materno! Certamente, é por isso que são presas tão fáceis de tiranos e ditadores. Por que não percebem que a fé mais verdadeira de alguém é a fé em si mesmo? O que lhes causou desespero a ponto de buscar alguém que lhes mostre o caminho?"
Vou te explicar. A sociedade não vive sem heróis e bons exemplos. Por isso é tão importante para a Esquerda e demais totalitários acabar com eles. Pois após isso acontecer, o ser humano não vai perder essa necessidade. Eles apenas vão colocar o que quiserem no lugar.
@@joelsonlimadeoliveiraolive9924 Cara direita e esquerda
@@joelsonlimadeoliveiraolive9924 Você provavelmente é o louco retratado no comentário ai de cima
@@joelsonlimadeoliveiraolive9924 uma sociedade que precisa a esse ponto de heróis é uma sociedade infantilizada como a nossa. Tal sociedade precisa tanto de heróis quanto vilões. Por isso necessitam de culpados como “esquerda”, “globalistas”, “iluminatti”, etc, etc.
A humanidade tem pelo menos 100 mil anos e a maior parte desse tempo viveu sem heróis. Os heróis nasceram como mitos para explicar fenômenos naturais (deuses) e dominar as classes produtoras para justificar que haja explorados e exploradores, além de regular padrões de conduta.
Uma sociedade que supere tais conceitos seria uma sociedade emancipada, ou seja, formada de pessoas que assumem a responsabilidade sobre seu destino.
Mas infelizmente tudo aponta para o inverso, estamos mais infantilizados, transformando história da carochinha em opção política (terra plana tá aí, só pra dar exemplo) e reduzindo a complexidade da realidade à (in)capacidade do nosso intelecto.
Com isso não quero dizer que sejam inúteis, mas a supervalorização só ressalta a infantilidade de adultos que rejeitam o pátrio poder sobre si próprios.
O problema que eu vejo na tese do Moore é que sempre existiram pessoas cagonas, medrosas, que tem medo de responsabilidades e que querem que um cara fodaço resolva tudo para elas. Não vejo isso como uma característica histórica, social ou política, mas como um traço de personalidade (ou falta de), como uma questão de caráter que sempre existe.
Nesse sentido, a "adoração" aos super-heróis pode ser mais entendida como um sintoma dessa falha tão comum, MAS por outro lado, os super-heróis podem funcionar também como um arquétipo a serem seguido, modelos ideais de como usar suas qualidades para fins mais altruístas do que apenas pensar em si próprio.
Acho complicado pensar essa questão apenas sob uma perspectiva moderna. Os super-heróis não deixam de ter suas origens nos velhos mitos - histórias de indivíduos excepcionais que desafiam o desconhecido, o caos ou que se sacrificam por uma causa nobre - e esses mitos trazem à tona muito do que inconscientemente valorizamos e buscamos em nossa jornada na vida e em sociedade. Penso que além dos aspectos mercadológicos, os super-heróis, para o bem ou para o mal, são uma das respostas a anseios que ao menos muito de nós, possuímos em nosso íntimo. Nenhum fenômeno cultural, - principalmente em nossa sociedade "líquida" - , dura tanto tempo se não ecoasse questões tão relevantes, conscientemente ou não.
Nessa briga, vou mais pela visão do Grant Morrison, apesar de gostar muito do trabalho do Moore. E o vídeo ficou excelente, como de costume.
Mas esse traço de personalidade é duplicado, triplicado pelo arquétipo do super-herói porque nós somos formados socialmente e culturalmente também, ao contrário do que os doidos neoliberais pensam. Só lembrar da Margaret Thatcher: "Não existe sociedade só o indivíduo"
Ao mesmo tempo eu super concordo com você e acho que no Brasil de hoje FALTAM SUPER HERÓIS ou pelo menos uma divulgação maior sobre esses heróis que possuem qualidades altruístas e que não pensam apenas em si mesmos. As intelectualidades brasileiras gostam muito de criticar essa figura do super-herói, defendem muitas vezes o anti-herói e elas se esquecem dessa origem nobre vinda dos mitos, da importância de reinforçar a atitude heróica na população.
Penso que existe uma dialética aí entre o meu medo e o desejo de ser salvo que forma essa personalidade perversa e o salvador que reinforça a minha dependência dele consequentemente gerando negligência e desresponsabilização das minhas atitudes individuais. O bom e velho DEUS EX MACHINA. Mas no Brasil de hoje e do futuro (posso estar errado) o problema não é apenas a figura do super herói, mas fundamentalmente dessa DOUTRINA perversa sobre o herói que ganhou vida por si só. Basicamente o bolsonarismo.
Lembrando também que todas as mudanças horríveis no trabalho vindas do capitalismo neoliberal, a atomização social que esse sistema econômico cria, gerando a ideia de um homem em si mesmado, indivíduo-empresa, patrão e trabalhador ao mesmo tempo, a empresa de um homem só, que extrapola pra todas as outras esferas da vida e gera a eliminação do OUTRO como ANTAGÔNICO na sociedade, apesar do OUTRO como DIVERSIDADE ou os OUTROS continuarem existindo.
Por isso que eu prefiro a tese do Byung chul han no livro "A Sociedade do cansaço" ao invés desse termo Sociedade líquida do Bauman que é tosco na minha opinião. O Byung chul han explica isso e mostra como que essa situação gera essa permanência em si mesmo sem o antagônico que gera em mim uma direção de energias. Porque o meu EU é formado pelo outro e sem esse outro o tédio de si mesmo aparece e cria o cansaço. O outro como antagônico desaparece e gera o tédio: o outro do preto é o branco, o outro da vida é a morte, o outro da paixão é a razão, o outro do patrão é o trabalhador. Essa situação gera a impossibilidade de uma vida dialética e a vida fica lisa e sem obstáculos. E esse traço de personalidade piora numa sociedade que deturpa a visão do herói.
@@MrTh1aG0 o erro dos dois é Não ver problema nos arquétipos ou talvez não dar uma olhada nas histórias dos herois das mitologia ( vou tomar de exemplo a greco romana, suméria e vinkigs) que possuem esses mesmo atributos de masculinidade tóxica, autoritarismo etc
Aquiles, teseu e Hércules assim como Gilgamesh e thor são os heróis que resolvem tudo pela força e impõe sua autoridade, Aquiles mesmo sequestra mulheres e discute sobre ela como espólio de guerra ( além de estupra um cara que não quis ficar com ele)
Dizem ainda que Aquiles atravessou Troilo com a lança enquanto
adestrava seus cavalos nos arredores do templo; ou que o induziu a sair de lá
oferecendo-lhe pombas de presente, e que Troilo morreu com as costelas
quebradas e o rosto lívido depois que Aquiles fez amor com ele à maneira de um
urso. Segundo outras versões, Troilo saiu de Troia para vingar-se depois da
morte de Mnêmon e se encontrou com Aquiles, que o matou; ou foi feito
prisioneiro e depois executado publicamente, a sangue-frio, por ordem de
Aquiles; contam também que, por ser um homem já maduro, de pele morena e
barba longa, dificilmente poderia ter despertado a paixão de Aquiles. Mas,
qualquer que tenha sido a maneira como morreu, certo é que o causador de sua
morte foi Aquiles, e os troianos lamentaram a sua perda tal como o fizeram por
ocasião da morte de Heitor.
@@leitor_subversivophbr ok palestrinha
Provavelmente o melhor canal de quadrinhos dessa internet brasileira
Excelente conteúdo
Sim!
*Certamente.
Certeza que é
Conteúdo goxxxxtoso kkkkk
Acho interessante fazer um contraponto dessa visão do Alan Moore com a do Grant Morrison. Penso que, se por um lado Moore está certo em detonar essa indústria cultural de super-heróis mostrando suas consequências na vida pública, por outro temos o Morrison lisérgico (podia ser o Jim), retomando a ideia de Deus e retrabalhando toda a mitologia dos super-heróis como subterfúgio da realidade. No fim, ambos visionários.
Há uma referência para o que foi dito num texto do Freud, "Personagens psicopatas em cena". Sobre come esses seres que parecem não ter medo ou sentimento causam efeito nesse sujeito médio, espectador, que a tempos não é protagonista da sua própria vida. Ele discute essa relação. Excelente vídeo.
Achei interessante, tem alguma matéria ou vídeo que fale mais sobre esse texto?
Não amigo...o fascínio que personagens e figuras destemidas despertam não é exclusiva do consumidor médio, mas sim algo normal e até saudável da natureza humana, que caso for saudável tende sim a se atrair ou se inspirar por alguma coisa que represente "Poder", Beleza e etc. Até porque foi através de arquétipos e símbolos muito ideais, que muitos ao longo da história tiveram motivação pra criar e inovar! Pois uma das características da ambição é justamente não estar satisfeito com aquilo que já tem, e querer justamente melhorar/aprimorar o que já tem. Fora que eu não acredito nessa bobajada de indivíduos 100% maduros e resolvidos consigo mesmos. O que eu acredito são em indivíduos que reconhecem a própria Imaturidade e delírios do inconsciente, fazem amizade com eles e bucam canalizar esse lado pessoal pra algo útil...isso sim é maturidade!
@@leonardoed4063 esse comentario é tão burro que da até preguiça de responder. Mas realmente é mais facil montar um argumento retardado do que aceitar a pobreza intelectual do genero de super herois, e é ainda mais facil fugir de sua propria incapacidade atravez de personagens infantis magicos e mal escritos. O apelo a caracteristicas inumanas é risivel e feito para um publico que segue a consumir cultura com o olho do proprio cu.
Sim, vc tem razão. Vamos lembrar que na última eleição para presidente Jair Bolsonaro foi chamado de mito e por diversas vezes vi sua imagem igualada ao um capitão América brasileiro! Entre outras coisas!
assim como um boneco inflado do moro com roupa do super homem
E o Lula com roupa de irmão metralha.
@@316Aquiles Não mesmo aquiles ele não tava sendo chamado de herói
@@316Aquiles ele tava sendo chamado de bandido
Propaganda.
Síntese muito bem-feita! Dá gosto ver seus vídeos....
Obrigado meu caro!
O mais assustador é ver como a cultura dos EUA influência a nossa, é só olhar para o tanto de gente que bate continência para a bandeira deles aqui no Brasil, a Ignorância é tamanha que os cara vão às ruas para apoiar a retirada de seus próprios direitos, achando que vai viver o “sonho americano”. Eu lembro da época em que assisti Pearl Harbor, a romantização da segunda guerra mundial, nos apresentando os americanos como heróis salvadores do mundo, em uma época que eles eram extremamente facistas, é um bom exemplo de como lentamente essas obras vão fazendo lavagem cerebral, hoje agradeço por ter tido uma boa formação acadêmica.
Sei como é,o brasileiro detestando o próprio país e idolatrando país alheio.
@@jessec.m9767 O problema é que no nosso caso tem vários motivos levem a pessoa a se frustrar e levar a pessoa muitas das vezes a detestar o próprio país. Nem é algo a se julgar, pois ninguém admira ou se orgulha de algo se não vê motivos pra tal, da mesma forma que um filho não é obrigado a se orgulhar de um pai que só dá desgosto pra ele só por ser seu pai, da mesma forma um indivíduo não é obrigado a se orgulhar da cultura de um país só por pertencer a ele. Portanto, eu acho que o foco muito mais importante nese caso é debater sobre o que leva o indivíduo a desenvolver um desdém pela própria cultura do próprio, do que discutir o motivo dele adotar a cultura e o estilo dos outros.
Não sei qual é o pior problema, se orgulhar do país alheio ou não encontrar motivos para se orgulhar do próprio país.
Já que você não sabe o que é f@cismo, vou copiar um trecho do google para você aprender:
"movimento político e filosófico ou regime (como o estabelecido por Benito Mussolini na Itália, em 1922), que faz prevalecer os conceitos de nação e raça sobre os valores individuais e que é representado por um governo autocrático, centralizado na figura de um ditador."
Existe algum país que zela mais pelos valores individuais e pela descentralização que os americanos? Lá, até os estados tem autonomia, vide a situação do Texas atualmente. Agora me responda, que países do mundo tem um governo autocrático, centralizado e ditatorial? Cuba, Coreia do Norte, Venezuela, Panamá?
Se tivesse pesquisado minimamente não tava passando vergonha publicamente.
Alan Moore é um autêntico mago. Suas palavras sobre super-heróis têm o poder de fazer com que pessoas adultas, maduras, sérias, sombrias e realistas abandonem toda sua sisudez e partam pra briga do fundão da 6ª série.
(o que, convenhamos, acaba comprovando algumas das teses do próprio Moore)
Inté.
@@leonardoed4063 Se você acredita que o Alan Moore se incomoda com essas coisas nunca deve ter entendido um único roteiro ou texto dele.
@@leonardoed4063 que comentário babaca!
@@leonardoed4063 tipico machão descrito no vídeo.... otário...
Muito explicativa sua tese ( ou argumentação), agora entendo por que a maioria dos super heróis japoneses são colegiais, gente problematica, cheia de traumas, com poucos amigos, é com uma lista de problemas para resolver que faria qualquer governo do mundo renúnciar no primeiro dia ( ou capítulo). É como se os roteiritas induzissem na massa que os maiores problemas, as vedadeiras questões cosmicas a serem resolvidas são as da vida privada. É isso, espero estar certo. Como se eles quisessem dizer que: - pouco importa com o que se passa no mundo, ou a vida pública ( Governo, econômia, saúde, etc) não importa desde que continue vivo! É uma inversão de perpesctiva!
Excelente vídeo, espero que você os torne mais frequentes. Abraços
Estou tentando!
Quando eu tinha 20 anos eu era desses que ficavam "ofendidinhos" com o que o Moore fala... Depois dos 30, com mais bagagem cultural, hoje eu enxergo que o velho barbudo teve certo sempre.
O mesmo comigo. Mas Nosso velho rabugento favorito sempre é muito coerente. É toda discussão em cima do que ele disse mostra que ele tem razão
@@FilipeRama além do próprio comportamento do "nerd/geek médio" atual: um bando de adulto que não quer amadurecer e que faz birra se não dão as coisas do jeito que ele quer.
Tenho 31 e me sinto da mesma forma. Que bom que, pra algumas pessoas, a idade traz maturidade ao invés de enraizar a idiotice.
Cara eu tenho 22 e tenho sentido a mesma coisa
E como o colega disse é só olhar para o público geek e leitor de Hqs
Um bando de gente imatura que chora por pessoas que não existem e arrumar brigas por um universo fictício
Não tinha como explicar melhor.
Inclusive esses dias me peguei pensando sobre a declaração dele não ter escrito super heróis, realmente, ele não tá preocupado com o aspecto "heróico" dos personagens.
Professor, em grupos de discussão sobre histórias em quadrinhos, esse tema foi bastante abordado e tentei explicar de muitas maneiras o que o Alan Moore tentou dizer para o público, mas fui frustrado pela minha oratória e argumentos fragmentados e que naquela ocasião não consegui transmitir o que eu havia compreendido de fato. Fui atacado de muitas maneiras, pois o foco do discurso do artista feriu o ego de muitas pessoas que deixaram de ser apenas fãs para serem devotos dessas figuras/personagens que passaram a representar santidades dentro de uma pseudoreligião "nerd". Sua interpretação foi exatamente o que tentei explicar para meus colegas. Mais uma vez, obrigado e parabéns pela aula.
Um forte abraço.
Excelente resumo da problemática atual dos super-herois. Fico muito triste que tenha acabado nessa situação lamentável um gênero que sempre me pareceu evocar coisas melhores.
Gosto de imaginar o conceito de super herói como, antes de ser alguém que resolve tudo na força, alguém que se solidariza, alguem que se dispõe a usar de suas capacidades para ajudar o próximo. Obviamente o espetáculo do embate físico estava lá, mas para simbolizar algo maior.
Infelizmente parece que o sucesso dos heróis em tempos modernos deve-se mais ao gosto das pessoas por verem os direitos individuais de ""criminosos"" sendo violados.
exato...
Isso é bem narrado no "Super-Homem e o Romantismo de aço" do Rogério de Campos
O allan moore tambem tem uma especificidade em suas crenças que faz com que ele seja mais preocupado com o impacto coletivo de uma narrariva, eu o entendo, não vejo nada de polemico no que ele diz. Obrigado por esta reflexão necessaria!
Guerreiro adoro seus vídeos, já estava sentindo falta.
Abrir uma HQ e ler é algo fácil, mas observar as nuanças, e o que está implícito é o que falta pra a maioria, antes de ficar formando time e tomando partido.
Parabéns ao canal.
Será que existe uma relação entre nossa tendência de buscarmos uma figura paterna em heróis e o fato de muitos dos heróis não terem eles mesmo figuras paternas? Exemplos: Batman, Homem Aranha e até o Pato Donald que tem tio mas não tem pai presente nas histórias
Talvez na intenção de demonstrar que é possível sim ser "autossuficiente" ou independente dessa sensação de falta, no entanto que causa justamente o efeito contrário
Esqueceu de comentar a melhor declaração do Alan Moore nesse sentido, a de que a tradição de máscaras dos super-heróis deriva da Ku Klux Klan.
Tem outras teorias de origem também. Zorro por exemplo.
Muito bom o video e o canal.
O tema abordado por esse video foi questão do vestibular da UERJ de 2019 na prova de história, em que o aluno tinha que abordar a relação do surgimento de heróis como o Super Homem na mesma década em que regimes fascistas se consolidavam por toda a Europa. É sempre bom lembrar que até o inicio da guerra o fascismo era elogiado por intelectuais e líderes políticos nos países ditos democráticos, como EUA e Reino Unido. Só acordaram para o perigo que isso representava tarde demais.
O mundo sempre foi assim: o machão, o autoritario, sempre governou e ditou as regras sobre os outros. Nada mudou embaixo do sol.
Esses comentários são tão vdd do pessoal criar essa ideia do estalo de dedo , que eu já ouvi várias vezes o pessoal dizendo que resolveria as situações se existisse o justiceiro no mundo real kkk
Muito bom vídeo. Fecha com o momento que estamos vivendo...
Melhor canal de quadrinhos tupiniquim disparado (na minha opinião) gostaria professor de ver um vídeo sobre o ultra Man ,ultra Seven ,spctraman e robô gigante
Fala Sarjeta!
O mago não é mago a toa.
Vide Rorschach e como muitos o consideram o herói ideal da vida real. Decepcionante para o Moore.
Forte abraço!
Isso me lembra muito um trecho do podcast do universo HQ sobre quadrinho europeu, em que um dos caras do podcast fala: "Ain! Mas eu aprendi muita coisa com super heróis!" "Sim, aprendeu até a voar" "Olha só minha cueca fora da calça!"
Alan Moore tem razão e nunca vi nenhum argumento decente que conseguisse o refutar. Só uma observação que tem de ser cuidadosa. Não há uma relação de causa e efeito entre quadrinhos e política. Mas sim que os quadrinhos são um sintoma de nosso tempo que está sob a tônica da indústria cultural e dissemina uma imagem de mundo específica que, principalmente, é necessária para endossar o Capitalismo.
Tinha que pegar esse mesmo roteiro do video e colocar em algum quadrinho do Alan Moore. Adorei a sua explicação.
Interessantíssimo....muito boa a análise......curioso q geralmente as pessoas q se encaixam na descrição q vc colocou são justamente as q enchem a boca para falar q os mais novos são os fracos, ou "nutellas".
Ainda bem que de um tempo pra cá editoras estão vindo com novas propostas de publicação. Muito material bacana fora da curva tá aparecendo. É um movimento tô curtindo bastante ... ✌🏽🙂🎨
Caramba, vc foi cirúrgico na cerne da questão, ótimo vídeo e ótimos comentários, mas vai ter quem venha querer defender com todas as forças que isso é besteira e exagero, infelizmente as pessoas tem uma enorme dificuldade de reconhecer os pro lemas de certas coisas vistas com bons olhos. Parabéns pelo seu canal.
e o Allan Moore tá certo.
Eu vi num documentário da era de ouro da DC que a inspiração para o Superman é que um garoto que perdeu o pai desejava ter um pai a prova de balas. Foi o que entendi.
Concordo com a crítica ao gênero de supers, agora que vc explicou direito o ponto dele. Porém, como ele mesmo fez em Watchmen, é possível desfazer esse efeito criando histórias que exponham o problema. A verdade é que torna-se evidente a ânsia do ser humano por um ídolo ou alvo de adoração.
Aliás, um problema que eu acho muito pior é a verdadeira adoração aos supers, que está virando quase um êxtase religioso. Percebe-se pelas reações no cinema, por exemplo. E a culpa disso não é só das empresas que criam o conteúdo (cinema principalmente), mas dessa galerinha nerd de youtube que ganha dinheiro aumentando o "hype" da galera.
Não acho errado querer compartilhar de um sentimento com outras pessoas, mas, ao meu ver, isso está se tornando algo "religioso", como se fosse uma obrigação conhecer ou ter um personagem preferido, ou ver os filmes. Está se tornando parecido com a adoração pelo futebol. Os "nerds" estão virando torcida organizada. E, em se tratando de Brasil, acho que isso é um problema.
Assim é que nascem os fascistas
Caramba eu to viciado nesse canal.
Comecei vendo o video "otakus não tem empatia" mais recente, e já to aqui nesse de 2 anos atrás, e isso que eu nem sou muito dos gibi.
Canal bom demais :D
Sabe que seria até interessante esse futuro surrealista que você elucubrou...
Tudo o q o Alan Moore diz seriam notas de rodapé, em Graça Infinita, do David Foster Wallace. Há muita semelhança entre os dois.
Como eu sempre comentava com a minha mãe, " Eu nunca vi algo( No meio artistico/cultural) mas, alienante e doutrinário( não gosto de usar essa palavra mas, não tem adjetivo melhor que esse) do que coisas de herói( aqui acrescento tbm anime, histórias de fantasia em especial rpg)", e detalhe falo isso com propriedade por ser alguém que gosta dessas coisas e frequenta lugares e grupos( em redes sociais) sobre essas temáticas. Afinal, uma das maiores sacadas da classe burguesa( não só dela mas, a que mais se saiu bem sucedida foi a burguesia) foi perceber que a arte e a cultura são uma excelente ferramenta de moldar/ influênciar a mentalidade e o imaginário das pessoas. Por exemplo, o sujeito leu ou assistiu a saga injustice gods( saga boa diga-se de passagem), e já se acha que sabe o que é ou não um governo autoritário ou democrático, e vai aplicar isso na hora de votar, não é a toa que geralmente esse pessoal vá eleger e/ou votar em candidatos de extrema direita, e a nivel Brasil, teve a cara de pau de dizer que em 1964 não foi golpe e sim revolução.
Tenho pensado a mesma coisa
O mundo Geek é alienante demais infelizmente
Eu olho para trás e vejo o quanto deixei de lado responsabilidades pessoais por questões envolvendo esse mundo Geek,e o quanto já me deixei influenciar negativamente sem perceber
@@gabrielreis2727 vc não é o único amigo, comigo já aconteceu o mesmo mas, a parte boa é que vc percebeu e ainda reconhece, isso é muito importante. Inclusive uma coisa que eu esqueci de mencionar é que vc pode gostar do mundo geek( assim como eu) o importante é estar munido de senso crítico e não se deixar ludibriar por aquilo e achar que é a realidade.
Trabalho com um monitor com codigo e o outro com teus videos! Mt foda! Parabens!
Excelente análise! Vale o compartilhamento.
Descobri o canal recentemente e gostei muito do que vi até agora. Legal você levantar essa pauta esclarecendo as ideias do Mestre Moore e abrindo espaço para analisar esse aspecto sombrio dessa cultura dos heróis. Porém, por mais que concorde contigo em todos pontos levantados, trata-se de fato de um dos muitos aspectos que heróis carregam. Narrativas heroicas estão aí desde o princípio da humanidade influenciando. Seja na forma de um Gilgamesh, um Siegfried ou um Cristo, podemos absorver tanto esse viés autoritário dos herois, quanto os vieses que envolvem sacrifício, cooperação e empatia. Vale complementar a análise com a visão do Grant Morrison, outro grande contador de histórias, que explora as searas mais divinas e esotéricas dos arquétipos heroícos. Bom, dei toda essa volta pra dizer: calma galera, supers são isso mas tb são muito mais. O que não podemos é perder nossa visão crítica sobre as narrativas heroicas. Em especial as estadunidenses que por mais progressistas que se proponham, disseminam sim uma visão centrada no protagonismo dos valores dos EUA. Por fim, acho que vale ressaltar o papel revolucionário da Marvel com seus heróis falhos, nas palavras do próprio Stan Lee, afirmando que qualquer um pode ser herói. Esse conceito talvez seja um alento frente a esse fragmento personalista e nefasto da cultura dos comics. Bom, agora terminando mesmo, fica o horizonte de superar o gênero heroíco se alimentando de outros generos também. Ressignifiando e trazendo novidade ao seu universo desgastado e nostálgico. Talvez seja o momento dos povos oprimidos pela metrópole se apropriaram também da fantasia e contarem suas próprias histórias. Agora mais do que nunca. E é isso. Abração e obrigado por compartilhar essa reflexão.
Cara você falou sobre "Autoritarismo" e eu acho muito problemático ficar associando figuras de autoridade e liderança com autoritarismo. Heróis representam Autoridade, liderança e força, que são coisas inclusive necessárias na sociedade(na dose certa). Já autoritarismo é outros 500.
a EVOLUÇÃO na comunicação do zelda é de dar inveja
confesso que tenho saudade dessa comunicação mais antiga, mais professor e menos youtuber, mas fico feliz que a adaptação na comunicação tenha feito o canal disparar
Reassistindo esse vídeo após o Millei na Argentina, vestido de Super Ancap, ganhar projeção política e poder ganhar as primárias na Argentina
Meu Deus que divisão... eu entendo e muito a visão do Moore, mas acredito que está sendo absolutista de mais...
1. O gênero de super herói está sim ganhando mais espaço, mas não a ponto de tirar os outros gêneros do ar. Recentemente tivemos filmes como fresh, the 355, a Netflix está produzindo um filme não baseado nisso, indo para a ficção temos house of the dragon (que no final de game of thrones o que prebaleceu mesmo foi a política, ou o começo dela, e a força de Daenerys e Cersei não prevaleceram) e tem outros lançamentos por aí que não fazem parte de marvel, dc, dark horse etc. Então ainda temos outras visões além a de um cara megaforte se impondo sobre o mundo.
2. Os quadrinhos nem sempre o herói vence. Apesar de em uma edição podemos ver ele vencendo, se olhar como um todo nunca é efetivo. Peter não deixa de ter vilões, capitão América nunca chegou a acabar de verdade com a hidra ou barão zemo. Em V de vingança a disputa é mais política que por força. Os x-men estão sempre lutando contra o preconceito, no desenho é bem mostrado a Jean Grey discursando pelos mutantes. Gostando ou não, a arte imita a vida mais do que a vida imiga a arte, e mesmo que tenhamos muita ação, ainda tem diversos problemas que acontecem na vida real que é posto nas HQ's: violência, problemas mentais, racismo, homofobia, preconceito, marginalização de pessoas por características distintas do padrão, etc.
3. Essa procura fraternal de alguém que salve sempre existiu. Um grande exemplo disso é a Bíblia. Deus é dito como sem forma, ou seja, sem gênero, mas o fato de ser chamado de Pai se dá pela carência de uma figura paterna.
4. É mais uma opinião própria, mas acredito que todo adulto é uma criança mal crescida. Todos os pais têm dificuldade em enxergar as necessidades e vontades do filho, de como educar. Estamos sempre em crescente evolução, aprendendo dia após dia. O fato de ler um quadrinho e se inspirar em heróis não é a raíz disso.
5. Sempre quando entro em dúvida, imagino como seria se aquilo não existisse. E se os quadrinhos nunca tivessem existido? Os problemas sociais e políticos acabariam? Existiam menos pessoas agindo como crianças? Acredito que não. Estamos sempre em busca de algo pra completar nossa criança interior, diversas pessoas, muitas vezes por problemas psicológicos, não conseguem lidar com a responsabilidade. Eu assistia uma youtuber que tem ansiedade generalizada. Lembro de um vídeo onde ela comentou que não se sente confortável em ter uma casa própria (ela costuma alugar aps, etc) por causa da responsabilidade. Não são os quadrinhos os problemas, é a gente mesmo.
Para o homem que tem tudo é uma obra prima super heróica. Épico.
o erro é somente pensar que super herói começou com a modernidade e acultura pop, super herói existe desde sempre, Hercules, Olisses, Teseu, todos eram super heróis, todas as culturas sempre tiveram os seus, os bardos cantavam historias de super heróis
Mas a crítica que está sendo feita é ao "super" herói.
Excelente vídeo! Esses quadrinhos de supers refletem bem esse cenário político da nossa sociedade.
"Tem que explodir o capitólio e ponto, tá ok?"
Lex Trump, BvS, 2016
Achei mto interessante o seu vídeo, acredito eu que o herói mtas vezes aparece sem nenhuma fraqueza e impossível de errar um exemplo perfeito de tudo ,quando na verdade nós não vencemos todas as batalhas e nem sempre o caminho de ser totalmente bom irá nos trazer a Vitória ,nem sempre a vitória de algo é algo justo que é o que se coloca mto na representação do heroi
Excelente argumento. Parabéns. Sempre entendi o Alan Moore desta forma.
Cara, teu canal é INCRÍVEL!!!!!
Concordo, porém essa cultura do machão no cinema, que resolve as coisas num estalo está presente desde sempre... nos anos 80, os filmes de ação eram dominados por esses tipos. Nos anos 70 já havia Taxi Driver, Charles Bronson, Chuck Norris, Clint Eastwood e Bruce Lee etc... e assim por diante. Os filmes de super-heróis são apenas uma continuação dessa linhagem (que se tornou possível graças ao advento do CGI).
Estranho que esses super heróis serem "Inspirados" em heróis gregos, mas Hércules resolveu problemas na corte, ou buscando maneiras, mais inteligentes do que a porrada MESMO que ele poderia faze-lo , ele poderia sair esmurrando todo mundo, mas nem toda estória ia dessa maneira, sim hoje existe essa diversidade, mas o começo das estórias de super heróis nos quadrinhos, são infantilizadas ou simplistas demais.
Exato
Quando puder e se quiser faz um vídeo do monstro do pantano e outro sobre daisuke igarashi(nem sei se tu conhece, se nao recomendo muito).
Incrível como o jeito do Linck falar evoluiu e ficou mais natural
Segundo vídeo que vejo do seu canal e só me orgulho de ser um inscrito. Boa sorte com o canal.
Onde compra essas estantes?
Ótimo vídeo
Genial! Grato pelo esclarecimento. Penso que a visão do Alan Moore está de acordo com a realidade em que vivemos. Excelente vídeo!
Concordo profundamente com suas palavras
O Alan Moore é um relógio quebrado. Mas quando acerta as horas, acerta mesmo.
O problema é quando ele pega pra bostejar.
Dito isso, com certeza isso é mais coisa de gente que tenta espremer polêmica dele, do que rancor dele mesmo. O bicho está a muitos anos totalmente fora desse negócio de super herói.
antes achava q o moore era um babaca q cuspia no prato q comia, mas é uma opinião válida sobre herois, assim como acha-los simbolos de esperança
Escrevendo aqui do futuro. Que jovem voce está aqui no vídeo.
Mano, conheci seu canal por um acaso, e to muito feliz por ter te achado!
Não sei se vai ver esse comentário, mas por favor, não pare!!!
ĺeu gosto de super heróis e quadrinhos.pelo mesmo.motico que gosto de filmes de terror. Eu gosta da esquisitice, de não saber a forma que um monstro pode tomar, que estética o cara vai assumir no uniforme(que não tem muito paralelo no.mundo real). Pra mim é a diferença entre assistir Cidade alerta ou ler dDstrito X, por exemplo.
Esse vídeo precisa ser mais visto
Cara muito obrigado pelo vídeo!
esse canal é simplesmente espetacular
Excelente análise, como sempre. Já me inscrevi....
Eu não vejo que HQs e heróis sejam criações infanto juvenis, aliás, os contos ditos infantis em geral, não vejo como infantis. Desde quando li Fábulas de Esopo que percebi que tem muita profundidade diluída nos traços coloridos ou muito bem grafados das narrativas de HQ e contos ditos infantis.
Aí tem ilustrações com personagens para dar uma distraída, um floreio, mas tirando essa fantasia a conversa é muito adulta. É bem filosófica. E foi assim que eu descobri que as ilustrações são só pra dar uma distraída no assunto.
João e Maria, por exemplo além de tratar de perigos comuns na infância, abre um bom debate para tratar sobre P3d0f1l1A. Bem como assuntos sobre diversidade e pertencimento através dos X Man, é tudo muito adulto.
Eu concordo com análise, mas acho que esse lance não foi iniciado pelo quadrinho, os quadrinhos ainda são consequência não causa motriz, a questão é mais arraigada tem ligação com cultura messiânica.
Ótimo vídeo, só algumas correções: O Super-Homem não desceu a porrada no governador, mas sim ele invadiu sua casa, a hostilidade ocorreu com o mordomo que tentava proteger o governador. Não foi um cara que ele salvou da cadeira elétrica, foi uma mulher, curioso como nessa primeira HQ ele salva três mulheres.
Excelente vídeo. E viva o Moore!
Eu não sabia direito pq o Alan Moore odiava tanto os super-heróis, agora entendendo percebi o quanto isso é grave e pertinente mesmo. Obrigado
bom vídeo, só uma coisa vc está traduzindo a fala do vei barbudo ou essa é também a sua opinião?
Descobri ontem esse canal e digo que é o melhor que eu já vi!
Até hoje você foi a única pessoa que vi em toda a Internet e RUclips que de fato sabe como é ler quadrinho e usar ele como um formador de opinião e não apenas o artbook
concordo com o princípio mas discordo do alcance. é comum as culturas idealizarem um herói guerreiro. desde o ulisses, da odisséia ao Davi, da bíblia.
Muito boas as análises e ponto de vista.
Que texto! Talvez o melhor vídeo sobre o tema que já assisti. Muito obrigado por provocar a reflexão.
minha opinião... super-heroi hoje é parcialmente obsoleto... pq não se renovou plenamente
Excelente!!
Ótima reflexão.
Vídeo fantástico
maravilhoso!! obrigado!!
Sou fã do Velho Mago.
Ele é um cara acidamente crítico.
Alan Moore velho sábio demais
Excelente
Perfeito o vídeo e a percepção do Moore!
E outro ponto: eu não sei o Moore, mas em relação à ideia do super-herói como o indivíduo que resolve tudo facilmente, eu acredito que os leitores se identificam, ou ao menos tomam como modelo, exatamente o sujeito que resolve as questões e não com aqueles que o herói protege. Resumindo: o leitor se identifica com o Batman, não com o cidadão de Gotham; com o Pantera Negra, e não com um Wakandiano(?) pacífico. Não creio que a leitura de quadrinho de super-heróis, por si, torna alguém mais propenso a buscar salvadores da pátria e rejeitar sua responsabilidade pessoal. Pelo contrário.
É mesmo um ponto a se desenvolver...
E Promethea?
Eu penso que precisamos de mídias que as coisas são resolvidas no soco, o humano tem isso dentro de si. Mas é isso, da dinheiro? Vamos saturar até o talo
Muito boa análise! E o que eu acho é que antes dos super-heróis dos quadrinhos e do cinema, existiram os deuses que também eram um tipo de super-herói da antiguidade, e tinham também seus representante no mundo físico que geralmente eram lideres guerreiros ou generais, mas, também sacerdotes ou xamãs. Em resumo, o mundo não mudou muito. E o perigo não está somente nos super-heróis que se enrolam nas bandeiras dos seus países, os que se enrolam em bandeiras vermelhas também são perigosos, justamente porque se acham representantes do "bem".
Eu vi os quadrinhos de super heroi e ele falou de herois facistas aí quando vi esse comentário eu me lembrei de injustice do superman ditador
Eu concordo com o Moore mas não acho que HQs criem esse comportamento porém reforçam para quem tem essa tendência (muitos). Visto que é comum desde épocas onde não havia popularização de HQs.
Boa noite!
Concordo em partes.
Hoje em dia os heróis machões perderam muito terreno até para heroínas empoderadas. O racismo vem sendo discutido a muitos anos principalmente na Marvel.
Presidentes populistas existem décadas e décadas antes do Super Homem dar seu primeiro soco.
Sei que você pode ter pensado pra dizer o que disse, algumas coisas fazem sentido, mas na minha opinião o mundo dos quadrinhos não interfere tanto assim no mundo real.
Mas o vídeo e suas ideias fazem a gente pensar e só isso já está valendo.
Definiu aí as principais grandes religiões do planeta. E eu concordo com o Moore nesse ponto.
Se fosse antigamente essa hegemonia dos super herois me deixaria irritado nas com tantas opcoes hoje graças a internet nao ne incomoda. Nao consigo consumir nem tudo de bom aue encontro, entao evito facil.
Perfeita análise.