"Nunca me despedí de ti"

Поделиться
HTML-код
  • Опубликовано: 9 фев 2025
  • Nunca me despedí de ti, poema de António Silva
    Nunca me despedi de ti
    Afinal é apenas um sono de minutos breves
    Mas um sono sem ter sonhos,
    Apenas te dei um beijo de boa noite
    Foi naquele anoitecer
    Que não se repete mais
    Era noite, uma noite sem estrelas,
    A tua ausência é apenas um poema que não terminou
    E que um dia irá ter seu fim,
    Mas a nossa casa ainda tem o teu cheiro
    E o velho retrato de moldura já quebrada
    Ainda está pendurada
    Na branca parede de cal caiada,
    A vida nunca está perdida
    Agora é apenas um breve instante
    Até “para as árvores existe uma esperança”
    Mas nos pedaços do tempo
    Quando as macieiras tem flores
    A conhecida saudade bate à porta devagar
    E as minhas lágrimas voltam de novo a acordar
    E em meu rosto onde as rugas são sulcos
    Onde se facilita às lágrimas correr
    Deixo-as à vontade nas noites sem luar
    Mas faltam apenas breves distâncias para tu chegares,
    Eu plantei uma buganvília amarela, singela
    Ao pé da soleira da porta num canto soalheiro
    Quando chegares
    Ela irá florescer na sua cor amarela
    Como se fosse um novo sol,
    Terei um café quentinho esperando por ti
    Numa chávena branca com azul e dourado
    Um café bem perfumado,
    À janela terei uma jarra com flores de rosmaninho
    E a noite irá voltar a ter o céu estrelado
    Estarei à tua espera minha mãe.
    António Silva
    Junho de 2024
    Foto/Pinterest

Комментарии • 2