MIGUEL SERVETUS: o herege condenado que deixou um legado para a ciência e a liberdade de consciência

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  • Опубликовано: 11 сен 2024
  • Houve um processo contra ele, baseado em 38 artigos, condenando-o por heresia. Era o mês de agosto de 1553. Era uma época sombria e em Genebra havia um grupo de opositores a Calvino que se aproveitaram da situação para criar polêmica. Entre eles estava o genebrino Philibert Berthelier, do partido político dos “articulantes”, anticalvinista, e ele decidiu defender Serveto e confrontar Calvino. Calvino compareceu diante do Pequeno Conselho e se declarou contra Serveto. Porém, aqui entra um comentário que desmente a sua crueldade, sem desculpá-lo de sua intolerância. Calvino pedira a Farel, por meio de carta, “Espero que Serveto seja condenado à morte, mas desejo que seja poupado dos horrores da fogueira.” O Pequeno Conselho decidiu consultar as igrejas das cidades vizinhas, Berna, Zurique e Schaffhouse. Também consultou a cidade de Viena, pedindo cópias da condenação que infringiram a Serveto. Vienne pediu a extradição do prisioneiro, para ser sentenciado na fogueira daquela cidade francesa. Serveto não tinha para onde correr, ou a fogueira vienense ou a genebrina. A morte era iminente, inescapável.
    O Pequeno Conselho de Genebra organizou uma discussão entre Calvino e Serveto para demonstrar a Serveto quais eram os seus erros. Nesse período, também Berthelier compareceu no Pequeno Conselho pedindo o cancelamento de sua própria excomunhão e afrontou o Consistório que lhe infringira tal pena.
    No dia primeiro de setembro de 1553, Berthelier conseguiu sua admissão à eucaristia já para o domingo seguinte, dia três de setembro. Foi nesse dia que Calvino protestou e se recusou a servir a santa ceia ao excomungado. Até mesmo pregou um sermão de despedida, o calor da quebra de braços entre Calvino e esses libertinos, do partido dos articulans, os enfants de Genève.
    A disputa se acirrou e as autoridades de Calvino e do Consistório foram desafiadas. Juntamente com os pastores de Genebra, no dia sete de setembro, Calvino e os demais protestaram diante do Pequeno Conselho solicitando a independência do poder eclesiástico. Repetiram o protesto no dia 15. No dia 18 de setembro, o Pequeno Conselho decidiu “ater-se aos editos como era o costume anterior.”[4]
    Serveto, por sua vez, não se aquietava e ainda mandou ao Pequeno Conselho um pedido para que Calvino fosse preso. Apoiava-se na lei de talião, e desejava retaliar aquele que o acusara falsamente, acusando-o de heresia e exigindo a condenação dele. Foragido de Vienne, preso em Genebra, condenado à morte, deu essa última cartada, contando com a divisão da cidade e com o apoio daqueles que confrontavam Calvino. Serveto colocou em xeque o Pequeno Conselho de Genebra: a morte dele ou minha. A resposta das outras cidades suíças chegou a Genebra em 18 de outubro de 1553. Todas condenavam Serveto e sua heresia. Apoiavam Calvino e os demais pastores de Genebra. A morte de Calvino ou a de Serveto?
    No dia 26 de setembro, o Pequeno Conselho de Genebra decretou a condenação de Serveto à morte na fogueira, já para o dia seguinte. Novamente Calvino escreveu a Farel, explicando-se: “Nós nos temos esforçado para mudar o tipo de morte. Foi em vão. Eu lhe direi de viva voz porque nada conseguimos.”[5]
    A sentença foi dada pelo Pequeno Conselho de Genebra, que condenou e executou Serveto, dando ganho de causa ao Consistório. Para fazê-lo, o Pequeno Conselho pediu a opinião da liderança eclesiástica das demais cidades suíças e até da cidade católica de Vienne. Calvino e os demais líderes religiosos do Consistório foram confrontados pelo genebrino Berthelier e demais opositores. Calvino foi acusado por Serveto que queria sua condenação à morte. Serveto perdeu a batalha. Morte? Sim, a dele e não de Calvino, como ele mesmo sentenciara.
    Assim, o Pequeno Conselho resolveu o que somente a ele cabia fazer: executar a justiça própria da época e daquela cidade - executou Serveto. O Pequeno Conselho, Calvino e os pastores de Genebra, as cidades suíças de Berna, Zurique e Schaffhouse, além da católica Vienne e do próprio Serveto: todos pediam a sua morte. Intolerância típica do século XVI.
    Crueldade? Por parte dos executores houve, sim. Mas, não se pode continuar imputando somente a Calvino a condenação de Serveto, muito menos atribuir-lhe crueldade. Se houve alguém que intercedeu para que não queimassem Serveto vivo na fogueira, esse foi Calvino.
    Depois, as acusações de crueldade continuaram sendo dirigidas justamente contra aquele que desejou poupar Serveto, ainda que Serveto jamais desejasse isso para o próprio Calvino. Invertendo as posições, Serveto seria apoiado por Bethelier e outros opositores libertinos. Todos se deliciariam vendo Calvino arder na fogueira.
    Para ler a matéria completa sobre Serveto e Calvino, clique no link:
    www.calvino21....

Комментарии • 5

  • @CarlosAntonio-dn5qk
    @CarlosAntonio-dn5qk 2 месяца назад +1

    🙏🙏🙏🙏🙏

  • @MicheleThais
    @MicheleThais 2 месяца назад +1

    🙋‍♀️

  • @mojang692
    @mojang692 2 месяца назад +2

    Calvino foi muito cruel! Pois Serveto mal pisou na cidade e Calvino o denunciou. Embora fosse um herege não deveria ter acontecido dessa maneira.