Mario saraiva* Quentes e boas*

Num carrinho já usado
Empurro-o numa ladeira
Chego ao cimo já cansado
Ganho o pão desta maneira
São Martinho é o senhor.
Traz-me sempre vinho novo
Com carinho e com suor
Vendo castanhas ao povo
Quentes e boas
São as castanhas que tenho, para vender
Quentes e boas
São as notícias da cidade, para ler
Quentes e boas
São as vontades que tenho, para oferecer
Quentes e boas
São as saudades que tenho, de vós ver
E o fumo do fogareiro
Deixa um cheirinho no ar
Na manhã de nevoeiro
Na esquina, de ver o mar
É assim a minha lida
Sempre, sempre e não desgosto
Como salta-me a vida
Tempero-a sempre ao meu gosto
Quentes e boas são as castanhas que tenho, para vender
Quentes e boas
São as notícias da cidade, para ler
Quentes e boas
São as vontades que tenho, para oferecer
Quentes e boas
São as saudades que tenho, de vos ver
Lá, lá, lá, lá.
Quentes e boas
São as vontades que tenho, para oferecer
Quentes e boas
São as saudades que tenho, de vos ver.