Fico grato pela iniciativa. Penso que esta proposta de discutir o conceito de Corpo em Nietzsche e Foucault agregaria grandes potencias ao pensarmos este conceito aliado também a Espinosa. Afinal de contas, se Nietzsche pensa o corpo constituído no crivo de forças ativas e reativas, e Foucault o pensa no crivo de linhas de subjetivação por via dos dispositivos, Espinosa pensaria por meio de uma Natureza Naturada, sendo os corpos partes da grande Substância da Natureza Naturante. Neste sentido de Espinosa, a realidade se daria por meio da afetação entre corpos, sendo a Natureza em sua expressão de Extensão a produção infinita de Corpos. Pensar Afetos sem Espinosa me pareceria uma lacuna a ser preenchida, portanto acredito que limitar o debate aos dois autores poderia se tornar um inconveniente posteriormente. De qualquer forma, acho a iniciativa pertinente e o debate coerente ao nosso contexto. Conte comigo para diálogos e intercessões. Grande abraço!
Olá Renê, muito bom o seu comentário. Realmente, esse paralelo com Spinoza é potente. Gosto muito. Mas para eu poder me ater a não muito mais que 10 minutos para cada video, sou obrigado a me ater aos 2 pensadores e a eu mesmo tambem como comentarista. Essa escolha de Nietzsche e Foucault tem pra mim vários fatores, um deles sendo que é possível falar de muitas coisas apenas relacionando os 2. Porem claro, quem ouve vai fazer conexões com outros pensadores e questões. Poderia incluir tambem Deleuze e outros aqui, porem o projeto aqui de fazer videos penso como introdutorio aos 2 pensadores para muitas pessoas. Com o passar do tempo, vai sser possivel escapar um pouco além dos 2 e incluir outros pensadores e questões. Enfim, obrigado e espero que continue assistindo e comentando, trazendo contribuiçoes!
Gostei muito! |Fiquei um pouco em dúvida sobre a questão relativa se quando um fator externo tenta agir sobre o corpo e o corpo reage contra ele (como numa terceira lei de Newton) não estaríamos presenciando algo como aufhebung (ascensão) de Hegel,?Deu o que pensar. Gostei muito quanto soltou suas mãos e pareceu se sentir mais à vontade no vídeo, o corpo encontrou sua própria maneira de lidar com a intimidação da câmera. Desejo sucesso e estarei acompanhando seus videos, pedindo ajuda quando tiver dúvidas. Até mais.
Obrigado Rogerio. Sobre a questão de Hegel, o que posso dizer é que essa relação você fez por algum motivo que deve seguir para ver onde te leva. Penso que a única questão, para não perder Nietzsche de vista, seria escapar de qualquer teleologia, que é um dos pilares do pensamento de Hegel. Espero que possa continuar seguindo e comentando, trazendo novas questões. Obrigado!
Muito bomm. Por onde seria uma boa começar a estudar o conceito de corpo como relação de forças em nietzsche ? Sobre essa questão do corpo, tenho mais contato com Espinoza do que nietzsche...
O livro A Vontade de Poder e tambem Assim Falava Zaratustra tem talvez as melhores discussoes sobre o corpo. Mas essa discussão atravessa todos os escritos de Nietzsche.
Adorei o vídeo! Me fez pensar em várias questões. Algumas: se a única certeza que podemos ter em relação ao corpo é a ideia de movimento através do tempo, será através da produção de contra-movimentos que podemos fazer do corpo um uso político? E em relação aos corpos das mulheres, parece que neles operam outras forças, além da opressão e resistência, me parece sempre que essas tensões estão multiplicadas por vários agentes. Os autores citados comentam algo em relação a correlações de gênero e corpo e de como elas operam?
oi Aline, sim as forças incluem as operações de socialização de gênero, assim como os impulsos e instintos relacionados ao corpo da pessoa, se ela é mulher, tem seus impulsos e tambem suas forças sociais/culturais que operam diferente sobre seu corpo. A questão de gênero quero trazer em outro video especificamente, obrigado por me empurrar para isso.
@@criticanietzschefoucault Foi o primeiro vídeo que assisti do canal, quero assistir aos outros também e ler mais a respeito deste assunto que é muito interessante e potente.
Nietzsche fala de corpos individuais como multiplicidades de forças, então esses corpos mesmos como uma multiplicidade, onde as vezes uma ou mais forças ou impulsos ou instintos dominam outros, e a cultura/sociedade vem a propiciar ou no caso da cultura cristã a domesticar essas forças. Já Foucault não fala de corpos individuais, está sempre falando do corpo como em relação a outros corpos, a processos de subjetivação e relações de poder, portanto ele sempre fala de corpos históricos.
Para Nietzsche ou Foucault, a questão não é buscar apaziguar forças do corpo, necessariamente. Pois há forças do corpo, para Nietzsche, que são fundamentais à vida. E para Foucault, há tanto forças que operam nos corpos que são opressoras, quanto há aquelas que são a busca pela resistência, muitas vezes essas forças são inclusive indistinguiveis. Portanto ao mesmo tempo que temos que buscar conhecer as forças para decidir como agir sobre elas, temos que ter cuidado tambem para não agir contra nós mesmos. E aqui não há a possibilidade do auto-controle pleno, porque são as forças que nos movem, não há um EU no controle pleno de si.
Prof..Se os corpos e sujeitos mudam constantemente, o que marca a individualidade? Ou existiria espaço para fragmentos do ser de Parmênides nesta relação física?
Corpo individual... corpo social...espaços de conflitos... de luta e de cooperação... A impermanência é a única característica constante... Nietszche, vitalista que era, sempre considerou que a mente faz parte do corpo individual, com seus instintos e desejos que se digladiam o tempo todo... Às vezes somos unidade, e há alinhamento entre os órgãos, incluindo uma harmonia entre instintos, afetos e pensamentos (é quando alcançamos uma melhor saúde). Noutras, estamos divididos (doentes), pela desordem entre o que queremos e o que devemos (lendo-se esse "dever" como uma crítica que Nietzsche faz à inculcação de que a natureza humana tem um caráter "infame, maligno") ... Por sua vez, Foucault considera que as relações de poder, e seus interesses político-econômicos, impactam, imediatamente, em mudanças no corpo. Com imposições premeditadas, orquestradas (disciplina, treinamentos, regras, sanções, torturas etc), ao corpo se agrega mais do que aquilo que a ele naturalmente pertence. Portanto, mais que conflitos internos, a interesseira política sobre o corpo compõem o quadro de nossa existência e constituem corpo individual e corpo social, os dois sempre em movimento, sempre entre imposições e resistências, e no mais das vezes, a meu ver, concordando com Nietzsche, doentes, carentes de saúde...
ALBERTO SALES bom dia gostei de sua explicação sobre o vídeo ,não sei se é incômodo mas vc poderia me mandar algo explicativo sobre corpo e poder ligada ao pensamento de Foucault, meu e mal marcyhelo4@gmail.com
Fico grato pela iniciativa. Penso que esta proposta de discutir o conceito de Corpo em Nietzsche e Foucault agregaria grandes potencias ao pensarmos este conceito aliado também a Espinosa. Afinal de contas, se Nietzsche pensa o corpo constituído no crivo de forças ativas e reativas, e Foucault o pensa no crivo de linhas de subjetivação por via dos dispositivos, Espinosa pensaria por meio de uma Natureza Naturada, sendo os corpos partes da grande Substância da Natureza Naturante. Neste sentido de Espinosa, a realidade se daria por meio da afetação entre corpos, sendo a Natureza em sua expressão de Extensão a produção infinita de Corpos. Pensar Afetos sem Espinosa me pareceria uma lacuna a ser preenchida, portanto acredito que limitar o debate aos dois autores poderia se tornar um inconveniente posteriormente. De qualquer forma, acho a iniciativa pertinente e o debate coerente ao nosso contexto. Conte comigo para diálogos e intercessões. Grande abraço!
Comecei estudar a filosofia Nietzscheana há pouco tempo. Esse canal é ótimo, está me ajudando bastante. Muito obrigado.
Tem indicacoes de regerencias para este diálogo?
Muito bom !
Sangue.
Sangue aqui é ao mesmo tempo uma metáfora para vida e tambem o sangue/corpo.
Fico grato pela iniciativa. Penso que esta proposta de discutir o conceito de Corpo em Nietzsche e Foucault agregaria grandes potencias ao pensarmos este conceito aliado também a Espinosa. Afinal de contas, se Nietzsche pensa o corpo constituído no crivo de forças ativas e reativas, e Foucault o pensa no crivo de linhas de subjetivação por via dos dispositivos, Espinosa pensaria por meio de uma Natureza Naturada, sendo os corpos partes da grande Substância da Natureza Naturante. Neste sentido de Espinosa, a realidade se daria por meio da afetação entre corpos, sendo a Natureza em sua expressão de Extensão a produção infinita de Corpos. Pensar Afetos sem Espinosa me pareceria uma lacuna a ser preenchida, portanto acredito que limitar o debate aos dois autores poderia se tornar um inconveniente posteriormente. De qualquer forma, acho a iniciativa pertinente e o debate coerente ao nosso contexto. Conte comigo para diálogos e intercessões. Grande abraço!
Olá Renê, muito bom o seu comentário. Realmente, esse paralelo com Spinoza é potente. Gosto muito. Mas para eu poder me ater a não muito mais que 10 minutos para cada video, sou obrigado a me ater aos 2 pensadores e a eu mesmo tambem como comentarista. Essa escolha de Nietzsche e Foucault tem pra mim vários fatores, um deles sendo que é possível falar de muitas coisas apenas relacionando os 2. Porem claro, quem ouve vai fazer conexões com outros pensadores e questões. Poderia incluir tambem Deleuze e outros aqui, porem o projeto aqui de fazer videos penso como introdutorio aos 2 pensadores para muitas pessoas. Com o passar do tempo, vai sser possivel escapar um pouco além dos 2 e incluir outros pensadores e questões. Enfim, obrigado e espero que continue assistindo e comentando, trazendo contribuiçoes!
Gostei muito! |Fiquei um pouco em dúvida sobre a questão relativa se quando um fator externo tenta agir sobre o corpo e o corpo reage contra ele (como numa terceira lei de Newton) não estaríamos presenciando algo como aufhebung (ascensão) de Hegel,?Deu o que pensar. Gostei muito quanto soltou suas mãos e pareceu se sentir mais à vontade no vídeo, o corpo encontrou sua própria maneira de lidar com a intimidação da câmera. Desejo sucesso e estarei acompanhando seus videos, pedindo ajuda quando tiver dúvidas. Até mais.
Obrigado Rogerio. Sobre a questão de Hegel, o que posso dizer é que essa relação você fez por algum motivo que deve seguir para ver onde te leva. Penso que a única questão, para não perder Nietzsche de vista, seria escapar de qualquer teleologia, que é um dos pilares do pensamento de Hegel. Espero que possa continuar seguindo e comentando, trazendo novas questões. Obrigado!
Muito bomm. Por onde seria uma boa começar a estudar o conceito de corpo como relação de forças em nietzsche ? Sobre essa questão do corpo, tenho mais contato com Espinoza do que nietzsche...
O livro A Vontade de Poder e tambem Assim Falava Zaratustra tem talvez as melhores discussoes sobre o corpo. Mas essa discussão atravessa todos os escritos de Nietzsche.
Adorei o vídeo! Me fez pensar em várias questões. Algumas: se a única certeza que podemos ter em relação ao corpo é a ideia de movimento através do tempo, será através da produção de contra-movimentos que podemos fazer do corpo um uso político? E em relação aos corpos das mulheres, parece que neles operam outras forças, além da opressão e resistência, me parece sempre que essas tensões estão multiplicadas por vários agentes. Os autores citados comentam algo em relação a correlações de gênero e corpo e de como elas operam?
oi Aline, sim as forças incluem as operações de socialização de gênero, assim como os impulsos e instintos relacionados ao corpo da pessoa, se ela é mulher, tem seus impulsos e tambem suas forças sociais/culturais que operam diferente sobre seu corpo. A questão de gênero quero trazer em outro video especificamente, obrigado por me empurrar para isso.
@@criticanietzschefoucault Foi o primeiro vídeo que assisti do canal, quero assistir aos outros também e ler mais a respeito deste assunto que é muito interessante e potente.
Olá Rodrigo, muito interessante seu trabalho, mesmo. poderia esclarecer o que diferencia a noção de corpo para ambos autores?
Nietzsche fala de corpos individuais como multiplicidades de forças, então esses corpos mesmos como uma multiplicidade, onde as vezes uma ou mais forças ou impulsos ou instintos dominam outros, e a cultura/sociedade vem a propiciar ou no caso da cultura cristã a domesticar essas forças. Já Foucault não fala de corpos individuais, está sempre falando do corpo como em relação a outros corpos, a processos de subjetivação e relações de poder, portanto ele sempre fala de corpos históricos.
Gostei muito. Como fazer para que essas tensões internas nos corpos sejam apaziguadas? Um corpo sedentário tem mais dificuldades com relação a isso?
Para Nietzsche ou Foucault, a questão não é buscar apaziguar forças do corpo, necessariamente. Pois há forças do corpo, para Nietzsche, que são fundamentais à vida. E para Foucault, há tanto forças que operam nos corpos que são opressoras, quanto há aquelas que são a busca pela resistência, muitas vezes essas forças são inclusive indistinguiveis. Portanto ao mesmo tempo que temos que buscar conhecer as forças para decidir como agir sobre elas, temos que ter cuidado tambem para não agir contra nós mesmos. E aqui não há a possibilidade do auto-controle pleno, porque são as forças que nos movem, não há um EU no controle pleno de si.
Prof..Se os corpos e sujeitos mudam constantemente, o que marca a individualidade? Ou existiria espaço para fragmentos do ser de Parmênides nesta relação física?
Corpo individual... corpo social...espaços de conflitos... de luta e de cooperação... A impermanência é a única característica constante...
Nietszche, vitalista que era, sempre considerou que a mente faz parte do corpo individual, com seus instintos e desejos que se digladiam o tempo todo... Às vezes somos unidade, e há alinhamento entre os órgãos, incluindo uma harmonia entre instintos, afetos e pensamentos (é quando alcançamos uma melhor saúde). Noutras, estamos divididos (doentes), pela desordem entre o que queremos e o que devemos (lendo-se esse "dever" como uma crítica que Nietzsche faz à inculcação de que a natureza humana tem um caráter "infame, maligno") ...
Por sua vez, Foucault considera que as relações de poder, e seus interesses político-econômicos, impactam, imediatamente, em mudanças no corpo. Com imposições premeditadas, orquestradas (disciplina, treinamentos, regras, sanções, torturas etc), ao corpo se agrega mais do que aquilo que a ele naturalmente pertence.
Portanto, mais que conflitos internos, a interesseira política sobre o corpo compõem o quadro de nossa existência e constituem corpo individual e corpo social, os dois sempre em movimento, sempre entre imposições e resistências, e no mais das vezes, a meu ver, concordando com Nietzsche, doentes, carentes de saúde...
ALBERTO SALES bom dia gostei de sua explicação sobre o vídeo ,não sei se é incômodo mas vc poderia me mandar algo explicativo sobre corpo e poder ligada ao pensamento de Foucault, meu e mal marcyhelo4@gmail.com
@@marcysilva2668 Te escreverei... Obrigado pelo comentário 👏🏾👏🏾👏🏾🌷
Fico grato pela iniciativa. Penso que esta proposta de discutir o conceito de Corpo em Nietzsche e Foucault agregaria grandes potencias ao pensarmos este conceito aliado também a Espinosa. Afinal de contas, se Nietzsche pensa o corpo constituído no crivo de forças ativas e reativas, e Foucault o pensa no crivo de linhas de subjetivação por via dos dispositivos, Espinosa pensaria por meio de uma Natureza Naturada, sendo os corpos partes da grande Substância da Natureza Naturante. Neste sentido de Espinosa, a realidade se daria por meio da afetação entre corpos, sendo a Natureza em sua expressão de Extensão a produção infinita de Corpos. Pensar Afetos sem Espinosa me pareceria uma lacuna a ser preenchida, portanto acredito que limitar o debate aos dois autores poderia se tornar um inconveniente posteriormente. De qualquer forma, acho a iniciativa pertinente e o debate coerente ao nosso contexto. Conte comigo para diálogos e intercessões. Grande abraço!