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  • Опубликовано: 25 ноя 2024
  • Vicente Valentim é cientista político na Universidade de Oxford. O seu doutoramento em ciência política, pelo Instituto Universitário Europeu, valeu-lhe vários prémios, incluindo o prémio Jean Blondel para a melhor tese em ciência política e relações internacionais escrita numa universidade europeia. O seu trabalho estuda o que os cidadãos consideram aceitável fazer numa democracia, de onde essas percepções vêm e como mudam. Os seus artigos foram publicados em várias das mais prestigiadas revistas académicas internacionais. O seu primeiro livro, acerca da normalização da direita radical, sairá em 2024 em inglês (“The Normalization of the Radical Right”, Oxford University Press) e em português (“O Fim da Vergonha-Como a Direita Radical se Normalizou”, publicado pela Gradiva a 16 de abril). Mais informação acerca do seu trabalho pode ser encontrada em www.vicentevalentim.com.
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    Índice:
    (6:21) Explicação do convidado para o crescimento da direita radical | E o voto de protesto? | Quando existem preferências de direita radical no eleitorado, mas são pouco expressadas porque há estigma social sobre essas ideias (e a normalização, quando deixa de haver)| significado duplo do termo «normalização»
    (23:45) O que é preciso para desbloquear o estigma? | O caso português: André Ventura enquanto empreendedor político. | Podcast Vitor Matos
    (34:39) De onde surge o desfasamento inicial na sociedade entre as normas sociais e as crenças de algumas pessoas? | Só gostamos do populista do nosso país? | Sondagens pos eleitorais em 2022 que mediram transferência de votos | Como medir se quem vota nestes partidos tem mesmo crenças de direita radical?
    (56:29) Que papel têm as redes sociais? | estudo ataques terroristas alemanha
    (1:13:43) Outros temas em que se passe um fenómeno semelhante a este?
    (1:17:55) Há cientistas políticos de direita radical? | pedir-lhe os nomes
    (1:20:19) Como devem os partidos da direita democrática lidar com estes partidos?
    Livro recomendado: Meio Sol Amarelo, de Chimamanda Ngozi Adichie
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    Desde as eleições de 10 de março, com o incrível crescimento do Chega, que meio mundo -- que é como quem diz, um mundo inteiro menos 18%! -- anda a puxar pela cabeça a tentar encontrar as causas que expliquem aquele resultado e, em particular, o facto de o partido ter conseguido, em menos de 5 anos, multiplicar por mais de 13 o seu resultado.
    Mas este debate sobre o caso português entronca noutra discussão, muito mais ampla -- as causas da ascensão da direita radical nas democracias ocidentais. Este é um tema sobre o qual muita investigação tem sido produzida e muito tem sido escrito nos últimos anos, incluindo por pessoas pouco relevantes, como este que vos está a falar(!), mas também vinda por pessoas que valem mesmo a pena ler e ouvir.
    Uma dessas pessoas é o convidado deste episódio: Vicente Valentim. E a sua investigação ajuda-nos também, como vão ver, a compreender melhor o caso português.
    O Vicente é cientista político na Universidade de Oxford e dedica-se a estudar o papel das normas sociais no comportamento dos cidadãos em democracia. No seu doutoramento -- que recebeu vários prémios -- debruçou-se em particular sobre o estigma social que existia na maioria das democracias em torno das ideias de direita radical, e o modo como esse estigma se tem desfeito nos últimos anos.
    Ao estudar a evolução das normas sociais, o Vicente acabou por desencobrir uma causa até aí inexplorada para o rápido crescimento eleitoral destes partidos. Segundo ele, a verdade é que as ideias que associamos à direita radical já tinham, anteriormente, apoio entre o eleitorado, só que o estigma social que pendia sobre estas ideias impedia que fossem expressadas. O resultado é que quem tinha essas ideias não tinha noção do seu apoio real. E o mesmo se aplica aos que, se soubessem, gostariam de aproveitar esse filão eleitoral.
    É esta espécie de “reserva de apoio pré existente”, argumenta o Vicente, que explica que estes partidos tenham conseguido crescer tão rapidamente um pouco por todas as democracias -- e agora também em Portugal. Com o crescimento destes partidos, o estigma sobre estas ideias acaba por desfazer-se, e elas passam a ser defendidas abertamente no espaço público, num processo de “normalização”.
    Este é o termo que dá nome ao primeiro livro do Vicente, que sairá em português já no dia 16 de abril, chamado “O Fim da Vergonha-Como a Direita Radical se Normalizou”. E foi também o tema de uma conferência recente que o Vicente deu em Lisboa, à qual eu assisti, e que me levou a convidá-lo para o 45 Graus.
    Na nossa...

Комментарии • 3

  • @juliofernandes1970
    @juliofernandes1970 7 месяцев назад +1

    Bela Análise.

  • @BarreiraLuis
    @BarreiraLuis 7 месяцев назад

    Revejo-me completamente nesta visão. Vejo agora que existe um estudo que a suporta. Obrigado pela partilha e pelo trabalho do Vicente.

  • @jaimedonega
    @jaimedonega 4 месяца назад

    NÃO EXISTE DIREITA RADICAL! TÍTULO PARVO!