Acabou muito rápido!! Cris parabéns pelas perguntas ,fazem a gente repensar as respostas dele ,concordar e discordar e dar continuidade ,enfim ,tecendo mais fios ,amei o episódio perfeito ❤
Eu gosto do que Georg Simmel falou sobre a conversa: "A conversa Além da sociabilidade, são importantes, em termos de conteúdo, outras formas sociológicas de interação. A sociabilidade abstrai essas formas -que giram em tomo de si mesmas - e fornece a elas uma existência nebulosa. Isso se revela, finalmente, no suporte mais difundido de toda comunidade humana: a conversa. Aqui, o decisivo se expressa como a experiência mais banal: se, na seriedade da vida, os seres humanos conversam a respeito de um tema do qual partilham ou sobre o qual querem se entender, na vida sociável, o discurso se toma um fim em si mesmo - mas não no sentido naturalista, como no palavrório, e sim como arte de conversar, com suas próprias leis artísticas. Na conversa puramente sociável o assunto é somente o suporte indispensável do estímulo desenvolvido pelo intercâmbio vivo do discurso enquanto tal. Todas as formas pelas quais essa troca se realiza - como o conflito e o apelo a ambas as partes para que atendam às normas reconhecidas, o acordo de amizade por meio do compromisso e a descoberta de convicções comuns, o acolhimento de bom grado do que é novo e a recusa daquilo sobre o qual não se pode esperar nenhum entendimento -, todas essas formas de interação da conversa, que de resto estão a serviço de inúmeros assuntos e finalidades das relações humanas, têm aqui seu significado em si mesmas, quer dizer, no estímulo do jogo da relação que elas estabelecem entre indivíduos que se unem ou se separam, que vencem ou subjugam-se, recebem ou dão. O sentido duplo de “entreter-se” (sich interhalten)* aparece aqui com toda a sua justeza. Para que esse jogo preserve sua suficiência na mera forma, o conteúdo não pode receber um peso próprio: logo que a discussão se torna objetiva, não é mais sociável. Ela muda o eixo de sua diretriz teleológica logo que a fundamentação de uma verdade - que constitui plenamente seu conteúdo -toma-se seu fim. Com isso ela destrói o seu caráter de entretenimento sociável da mesma maneira que ocorre quando dela surge uma briga séria. A forma da busca comum da verdade pode manter-se, e também a forma da briga. Mas ela não pode deixar que a seriedade de seu conteúdo se converta em sua substância, da mesma maneira que uma pintura em perspectiva não pode conter um pedaço da realidade efetiva e tridimensional de seu objeto. Não que o conteúdo da conversa sociável seja indiferente: ele deve ser totalmente interessante, cativante e até mesmo significativo. Mas não pode se tomar a finalidade da conversa. Pode-se dizer que esta não deve valer pelo resultado objetivo, pelo ideal que existiria para além da conversa. Superficialmente, duas conversas podem transcorrer da mesma maneira, mas uma conversa só é sociável, de acordo com o sentido interno, se o conteúdo, com todo o seu valor e estimulo, encontra sua legitimidade, seu lugar e sua finalidade no jogo funcional da conversa enquanto tal, na forma de troca de ideias, com seu significado especifico e autorregulador. Por isso é que pertence à essência da conversa sociável o fato de seu objeto se alterar fácil e rapidamente. Uma vez que o objeto aqui é apenas um meio, ocorre-lhe ser tão variável e ocasional como o são em geral os meios frente às finalidades estabelecidas. Desse modo, como foi dito, a sociabilidade oferece um caso possivelmente único no qual o falar se toma legitimamente um fim em si mesmo. Por ser puramente bilateral - e, talvez com a exceção da “troca de olhares”, a forma de bilateralidade mais pura e sublime entre todos os fenômenos sociológicos -, ela se toma o preenchimento de uma relação que nada quer ser além de uma relação, na qual também aquilo que de resto é apenas forma de interação torna-se seu conteúdo mais significativo. Resulta do conjunto desses contextos o fato de que também o ato de contar histórias, piadas, anedotas - por mais que frequentemente seja algo que preenche os vazios e dê provas de pobreza espiritual - possa exibir um tato sutil, no qual soam todos os motivos da sociabilidade. Porque a conversa, em primeiro lugar, se dá em uma base que está para além de toda intimidade individual, situando-se além daquele elemento puramente pessoal que não se quer incluir na categoria da sociabilidade. Mas esse elemento objetivo não é produzido por seu conteúdo, e sim no interesse da própria sociabilidade. O fato de que esse conteúdo seja dito e ouvido não é um fim em si mesmo, e sim um puro meio para a vivacidade, para a compreensão mútua e para a consciência comum do círculo social. Com isso não se realiza somente um conteúdo do qual todos podem participar de maneira igual, mas também a doação de um indivíduo à comunidade. Porém, essa é uma doação por trás da qual o doador se toma, por assim dizer, invisível: a história mais requintada, mais sociável, é aquela na qual o narrador esconde sua personalidade; a história perfeitamente contada se mantém no feliz ponto de equilíbrio da ética sociável, no qual tanto o individual subjetivo como o conteúdo objetivo se dissolvem totalmente em prol da forma pura de sociabilidade. Georg Simmel in Questões fundamentais da sociologia"
As vezes ser excluído de um determinado grupo é o melhor que pode acontecer ... passei por isso na adolescência e passava meus intervalos na biblioteca lendo. Já que o grupo me excluiu, não fiz a menor questão de entrar e fiquei na companhia de Machado de Assis entre outros, me enriqueceram bem mais que um bando de adolescentes que assistiam malhação hahha.
Meninas! Sempre ouvi o podcast e não as conhecia em imagem, e agora “buguei”, pq a voz da Cris parece com o rosto da Ju e vice versa! 😄🤓 Parabéns pelo conteúdo! Tô viciada no Michel, comprei o livro dele na pré venda 🤭! Também queria ter uma amizade sincera com ele! 😁🌹
O cara foi certo nas mulheres. A complexidade delas é um negócio apaixonante. Fico arriado quando vejo o balaio de gato que é a cabeça de uma mulher. Amo
@@lucianamuniz3406entre antropologia, sociologia, ciência política e história, a profissão que mais emprega é a de professor de história. Digo porque fiz o mesmo caminho, ou seja, as duas graduações. Porém, não triunfei no mercado acadêmico e sim como professor. O que ele quis dizer é justamente isso: arriscar como antropólogo e se der errado, justamente pelo alto risco, ser professor.
Se desse errado o que ele almejava, ele viraria professor de História que era algo com o qual ele tinha alguma afinidade mesmo não sendo o objetivo central dele. Chama-se plano B. Não precisa problematizar. 😉
Ouvir o Michel é sempre prazeroso. Parece que estamos trocando ideia, na mesa do bar, com um amigo querido.
Queremos parte 2. Michel Alcoforado, que nome lindo ❤
Michel trás assuntos muito complexos com uma leveza incrível!
Michel, incrível como sempre! Ver um negro em uma posição de destaque intelectual é profundamente inspirador.
Só conhecia sua voz, Michel. Prazer. Além de nos colocar para refletir com suas provocações, é super estiloso. 😊
Gente, como eu não conhecia esse cara? Adorei esse papo!!
Não importa o lugar, é sempre demais ouvi-lo/ lê-lo.
É sempre uma provocação mental distinta ouvir o Michel Alcoforado. Entrevista sensacional!!!
meu deus cada dia mais fã do Michel
a parte do crachá foi SENSACIONAL!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! continuem
Petição para um post com os livros recomendados pelo Mamilos Café! ❤📚🤞
Escutei no Spotify, amei tanto esse episódio que vim assistir no RUclips. Vocês três deixaram meu coração feliz.
Acabou muito rápido!! Cris parabéns pelas perguntas ,fazem a gente repensar as respostas dele ,concordar e discordar e dar continuidade ,enfim ,tecendo mais fios ,amei o episódio perfeito ❤
Ouvir o Michel é sempre sensacional 👏🏽
Nao conhecia Michel nem o canal. Adorei o Michel. Ele me provocou inúmeros questionamentos. O canal ganhou mais um inscrito
Affe que maravilhoso esse papo
Eu gosto do que Georg Simmel falou sobre a conversa:
"A conversa
Além da sociabilidade, são importantes, em termos de conteúdo, outras formas sociológicas de interação. A sociabilidade abstrai essas formas -que giram em tomo de si mesmas - e fornece a elas uma existência nebulosa. Isso se revela, finalmente, no suporte mais difundido de toda comunidade humana: a conversa. Aqui, o decisivo se expressa como a experiência mais banal: se, na seriedade da vida, os seres humanos conversam a respeito de um tema do qual partilham ou sobre o qual querem se entender, na vida sociável, o discurso se toma um fim em si mesmo - mas não no sentido naturalista, como no palavrório, e sim como arte de conversar, com suas próprias leis artísticas. Na conversa puramente sociável o assunto é somente o suporte indispensável do estímulo desenvolvido pelo intercâmbio vivo do discurso enquanto tal.
Todas as formas pelas quais essa troca se realiza - como o conflito e o apelo a ambas as partes para que atendam às normas reconhecidas, o acordo de amizade por meio do compromisso e a descoberta de convicções comuns, o acolhimento de bom grado do que é novo e a recusa daquilo sobre o qual não se pode esperar nenhum entendimento -, todas essas formas de interação da conversa, que de resto estão a serviço de inúmeros assuntos e finalidades das relações humanas, têm aqui seu significado em si mesmas, quer dizer, no estímulo do jogo da relação que elas estabelecem entre indivíduos que se unem ou se separam, que vencem ou subjugam-se, recebem ou dão. O sentido duplo de “entreter-se” (sich interhalten)* aparece aqui com toda a sua justeza.
Para que esse jogo preserve sua suficiência na mera forma, o conteúdo não pode receber um peso próprio: logo que a discussão se torna objetiva, não é mais sociável. Ela muda o eixo de sua diretriz teleológica logo que a fundamentação de uma verdade - que constitui plenamente seu conteúdo -toma-se seu fim. Com isso ela destrói o seu caráter de entretenimento sociável da mesma maneira que ocorre quando dela surge uma briga séria. A forma da busca comum da verdade pode manter-se, e também a forma da briga. Mas ela não pode deixar que a seriedade de seu conteúdo se converta em sua substância, da mesma maneira que uma pintura em perspectiva não pode conter um pedaço da realidade efetiva e tridimensional de seu objeto.
Não que o conteúdo da conversa sociável seja indiferente: ele deve ser totalmente interessante, cativante e até mesmo significativo. Mas não pode se tomar a finalidade da conversa. Pode-se dizer que esta não deve valer pelo resultado objetivo, pelo ideal que existiria para além da conversa. Superficialmente, duas conversas podem transcorrer da mesma maneira, mas uma conversa só é sociável, de acordo com o sentido interno, se o conteúdo, com todo o seu valor e estimulo, encontra sua legitimidade, seu lugar e sua finalidade no jogo funcional da conversa enquanto tal, na forma de troca de ideias, com seu significado especifico e autorregulador. Por isso é que pertence à essência da conversa sociável o fato de seu objeto se alterar fácil e rapidamente. Uma vez que o objeto aqui é apenas um meio, ocorre-lhe ser tão variável e ocasional como o são em geral os meios frente às finalidades estabelecidas.
Desse modo, como foi dito, a sociabilidade oferece um caso possivelmente único no qual o falar se toma legitimamente um fim em si mesmo. Por ser puramente bilateral - e, talvez com a exceção da “troca de olhares”, a forma de bilateralidade mais pura e sublime entre todos os fenômenos sociológicos -, ela se toma o preenchimento de uma relação que nada quer ser além de uma relação, na qual também aquilo que de resto é apenas forma de interação torna-se seu conteúdo mais significativo.
Resulta do conjunto desses contextos o fato de que também o ato de contar histórias, piadas, anedotas - por mais que frequentemente seja algo que preenche os vazios e dê provas de pobreza espiritual - possa exibir um tato sutil, no qual soam todos os motivos da sociabilidade. Porque a conversa, em primeiro lugar, se dá em uma base que está para além de toda intimidade individual, situando-se além daquele elemento puramente pessoal que não se quer incluir na categoria da sociabilidade. Mas esse elemento objetivo não é produzido por seu conteúdo, e sim no interesse da própria sociabilidade.
O fato de que esse conteúdo seja dito e ouvido não é um fim em si mesmo, e sim um puro meio para a vivacidade, para a compreensão mútua e para a consciência comum do círculo social. Com isso não se realiza somente um conteúdo do qual todos podem participar de maneira igual, mas também a doação de um indivíduo à comunidade. Porém, essa é uma doação por trás da qual o doador se toma, por assim dizer, invisível: a história mais requintada, mais sociável, é aquela na qual o narrador esconde sua personalidade; a história perfeitamente contada se mantém no feliz ponto de equilíbrio da ética sociável, no qual tanto o individual subjetivo como o conteúdo objetivo se dissolvem totalmente em prol da forma pura de sociabilidade.
Georg Simmel
in Questões fundamentais da sociologia"
Michel é tudo de bom 🥰
Maravilhoso
O cara arrasa! Um dos maiores intelectuais da atualiadade
Michel, sempre MUITO bom te ouvir. Ouviria por mais 3 horas fácil.
Michel é mara!!
Michel, maravilhoso por si… junto com estas Deusas… baita de um escândalo! ❤
Chegando agora pelos 3 elementos 👍👍👍
Michel sempre rende, né? É o meu próximo livro…
Que apresentadora incrível. Parabéns por segurar a bola❤
AMOOOOO ouvir o Michel! Fãzona do podcast e de tudo que ele faz.
As vezes ser excluído de um determinado grupo é o melhor que pode acontecer ... passei por isso na adolescência e passava meus intervalos na biblioteca lendo. Já que o grupo me excluiu, não fiz a menor questão de entrar e fiquei na companhia de Machado de Assis entre outros, me enriqueceram bem mais que um bando de adolescentes que assistiam malhação hahha.
Uau!
Os livros... sempre eles📖
Que conversa incrível!! 🤩
Eu amei demais ❤❤❤
Meninas! Sempre ouvi o podcast e não as conhecia em imagem, e agora “buguei”, pq a voz da Cris parece com o rosto da Ju e vice versa! 😄🤓 Parabéns pelo conteúdo! Tô viciada no Michel, comprei o livro dele na pré venda 🤭! Também queria ter uma amizade sincera com ele! 😁🌹
Que cara legal!!rs
Perfeito: privado e' pra ser preservado.
❤
Gostaria de ter ouvido mais sobre a masculinidade tosca da simplicidade dos homens brasileiros
O cara foi certo nas mulheres. A complexidade delas é um negócio apaixonante. Fico arriado quando vejo o balaio de gato que é a cabeça de uma mulher. Amo
"Se tudo der errado, viro professor de história". Confere?
Que fala elitista e infeliz 😢
@@lucianamuniz3406entre antropologia, sociologia, ciência política e história, a profissão que mais emprega é a de professor de história.
Digo porque fiz o mesmo caminho, ou seja, as duas graduações. Porém, não triunfei no mercado acadêmico e sim como professor.
O que ele quis dizer é justamente isso: arriscar como antropólogo e se der errado, justamente pelo alto risco, ser professor.
Esse café foi passado em coador de pano? Se sim, tô dentro, se não, muito obrigado!
😢"se tudo der errado eu viro professor de História" ? Que fala é essa?
Se desse errado o que ele almejava, ele viraria professor de História que era algo com o qual ele tinha alguma afinidade mesmo não sendo o objetivo central dele. Chama-se plano B. Não precisa problematizar. 😉