O que vi no filme foi uma ser humano sendo isolado por apresentar alguma deficiência neurológica e sua familia o isolou. Talvez não tenha matado devido ter alguma coisa boa no coração. Seu pai começa a fazer fisioterapia para se livrar dele. Por isso leva o para cidade. Lá ele encontra algumas pessoas piedosas que estimulam a sua fala e parte motora. Nesse filme é evidente que o isolamento social pode ajudar uma pessoa normal, mas no caso de Kaspar percebe nitidamente se fosse apenas a parte social não iria refletir efeitos significativos, pq as pessoas daquela cidade poderia apenas deixá - lo preso. Com certeza ele ia ficar parado vendo o tempo passar. Ele teve estímulos de pessoas piedosas daquela cidade, onde crianças o ensinaram a falar, escrever, comer a mesa. No isolamento ele comia apenas pão com água, queriam mesmo que ele morresse ali. No final do filme confirma que ele de fato tinha uma anomalia no cerebelo esquerdo. Que pode provocar uma atáxia, aquela marcha estranha que o autor representou muito no filme. Isso confirma que o ser humano mesmo com limitações, no caso do filme neurológico conseguem viver por anos isolado e se desenvolve também. Para uma criança ter entrado naquele buraco, ter comido apenas pão e água, não ter a luz do dia e nada, mesmo assim ele conseguia brincar com seu cavalinho. A estimulação física e intelectual foi associada a interação social que deu muito certo.
Os momentos mais tocantes do filme pra mim foram os momentos que o Kaspar chorava. Ele mantém aquela expressão neutra enquanto os olhos transbordam de emoção (mérito do ator de transmitir isso tão belamente) e me lembrou do exemplo que o Raphael utilizou sobre a filha de um amigo dele. Kaspar não transmite a tristeza pelas expressões faciais pois não tem referencial disso ainda, mas os olhos não conseguem esconder (a frase “os olhos são o espelho da alma” nunca foi tão real). O final do filme é muito marcante também, eles dissecando o cérebro do Kaspar, como disseram é o ápice do positivismo. Eles tentam achar uma explicação interna para o “fenômeno” Kaspar Hauser, ao invés de procurar nos fatores externos. No que tange a vida real, existem algumas correntes que advogam que Kaspar era um charlatão. Pensar nisso me deixa um pouco triste, prefiro acreditar na “inocência” de Kaspar.
O filme é muito bom e levanta muitos debates sociais e existências profundos, o fato de ele não saber diferenciar sonho da realidade é bem complexo, ótimo vídeo!
A cena desse filme que mais me marcou e pra mim, a que sintetiza toda a questão da lógica, é aquela em que um professor lança aquele famoso exercício das duas vilas em que uma os habitantes só falam verdade e outra em que os habitantes só falam mentira. O Kaspar não aceita a resposta do professor como a única possível e fala a sua própria maneira de resolver aquele enigma. O professor fica puto,mas não encontra nenhum erro naquela maneira de resolução. Uma cena que na superfície é até engraçada, mas que lança uma reflexão tremenda.
3 года назад+2
Exato. Esse é um filme que todos educadores deveriam assistir.
Gostei muito do filme e desse debate entre vocês. Essa situação vivenciada por seu amigo e sua filhinha realmente é preocupante. logo no inicio da pandemia já me coloquei sobre esta visão de que "os bebês nos olham e não vê boca, dente e nariz, que não estão conhecendo as expressões faciais que tanto falam por nós", uma realidade muito triste e preocupante. Amei o debate e as analogias.
3 года назад+1
Agradecemos muito pelos elogios, Roseli. Obras como essa, vez por outra, nos surpreendem pela forma como conseguem dialogar com a atualidade tanto tempo depois.
Recordo de um dialogo do anime Gundam Origins, "Para onde o olhar alcança só se vê Brasília e quase nada do espaço, então consideramos Brasília maior que o espaço". Ótimo vídeo (como manda a tradição). Abração.
Formiga tem um nivel de qualidade muito dificil de se bater. Muito sucesso a todos. Ainda apoio um projeto em video ou audio do Rafael solo sem hora pra acabar, kkkkk
Revi o filme só para assistir o video de voces - e não me decepcionei. Uma pena essa edição da Versatil não vir com extras; uma analise de vocês, numa possivel reedição, seria enriquecedor.
Essa discussão no filme sobre religião, aliada ao ateísmo do diretor e justamente a partir do nome do filme: "cada um por si e Deus contra todos" me pareceu ser um manifesto de Herzog. Sua visão da vida e de certa forma uma homenagem a Hauser, o filme é uma demonstração de empatia a esse tráfico personagem histórico. Assim como fez Alan Moore em Do Inferno, que dedicou a obra às mulheres assassinadas, tirando-lhes o estigma de prostitutas decadentes e a partir daí as humanizando.
6:00 Essa cena, e algumas outras, acredito muito que Herzog usou algum tipo de técnica louca(na falta da palavra certa), a repetição comportamental excessiva dos 3 atores da cena, me causa estranheza, algo forçadamente não natural. Infelizmente não achei Herzog comentando as cenas que identifiquei tal "técnica", assim como na cena da cela onde um garotinho está ensinando o nome das partes do corpo, e tem 2 homens atrás, um comendo pão e outro na janela se queixando de dor de barriga, esses 2 homens, essa cena me causa estranheza tb.. eu tenho quase certeza que foi algo intencional, só não consigo provar, ou talvez seja algo da minha cabeça, pq vejo em outros filmes tb.
2 года назад+1
Com um cineasta que não dá ponto sem nó, só pode ter sido intencional mesmo.
Acho que essa comparação com quadrinhos não tem nenhum funcionamento, o personagem do filme de Herzog tem a ver com questões antropológicas e psicológicas
Que debate produtivo!!!!
Simplesmente sensacional
Agradecemos demais!
Eu fui em uma videolocadora e lá estava na seção comédia aluguei esperando comédia assisti duas vezes. O filme é comovente.
As seções de locadoras sempre tinham alguma bizarrice nesse nível, mas ainda bem que você deu sorte. Hehe
Eu trabalho esse filme no Curso de Letras. Faço discussão sobre a relação entre a educação, cultura e desenvolvimento.
Boa escolha!
Único vídeo decente que eu achei sobre esse filme incrível e valeu como vários. Que debate! Mais um inscrito.
Agradecemos muito, amigo!
O que vi no filme foi uma ser humano sendo isolado por apresentar alguma deficiência neurológica e sua familia o isolou. Talvez não tenha matado devido ter alguma coisa boa no coração. Seu pai começa a fazer fisioterapia para se livrar dele. Por isso leva o para cidade. Lá ele encontra algumas pessoas piedosas que estimulam a sua fala e parte motora. Nesse filme é evidente que o isolamento social pode ajudar uma pessoa normal, mas no caso de Kaspar percebe nitidamente se fosse apenas a parte social não iria refletir efeitos significativos, pq as pessoas daquela cidade poderia apenas deixá - lo preso. Com certeza ele ia ficar parado vendo o tempo passar. Ele teve estímulos de pessoas piedosas daquela cidade, onde crianças o ensinaram a falar, escrever, comer a mesa. No isolamento ele comia apenas pão com água, queriam mesmo que ele morresse ali. No final do filme confirma que ele de fato tinha uma anomalia no cerebelo esquerdo. Que pode provocar uma atáxia, aquela marcha estranha que o autor representou muito no filme.
Isso confirma que o ser humano mesmo com limitações, no caso do filme neurológico conseguem viver por anos isolado e se desenvolve também. Para uma criança ter entrado naquele buraco, ter comido apenas pão e água, não ter a luz do dia e nada, mesmo assim ele conseguia brincar com seu cavalinho. A estimulação física e intelectual foi associada a interação social que deu muito certo.
Os momentos mais tocantes do filme pra mim foram os momentos que o Kaspar chorava. Ele mantém aquela expressão neutra enquanto os olhos transbordam de emoção (mérito do ator de transmitir isso tão belamente) e me lembrou do exemplo que o Raphael utilizou sobre a filha de um amigo dele. Kaspar não transmite a tristeza pelas expressões faciais pois não tem referencial disso ainda, mas os olhos não conseguem esconder (a frase “os olhos são o espelho da alma” nunca foi tão real).
O final do filme é muito marcante também, eles dissecando o cérebro do Kaspar, como disseram é o ápice do positivismo. Eles tentam achar uma explicação interna para o “fenômeno” Kaspar Hauser, ao invés de procurar nos fatores externos.
No que tange a vida real, existem algumas correntes que advogam que Kaspar era um charlatão. Pensar nisso me deixa um pouco triste, prefiro acreditar na “inocência” de Kaspar.
Muito bem observado.
O filme é muito bom e levanta muitos debates sociais e existências profundos, o fato de ele não saber diferenciar sonho da realidade é bem complexo, ótimo vídeo!
Valeu, rapaz!
A cena desse filme que mais me marcou e pra mim, a que sintetiza toda a questão da lógica, é aquela em que um professor lança aquele famoso exercício das duas vilas em que uma os habitantes só falam verdade e outra em que os habitantes só falam mentira. O Kaspar não aceita a resposta do professor como a única possível e fala a sua própria maneira de resolver aquele enigma. O professor fica puto,mas não encontra nenhum erro naquela maneira de resolução. Uma cena que na superfície é até engraçada, mas que lança uma reflexão tremenda.
Exato. Esse é um filme que todos educadores deveriam assistir.
Gostei muito do filme e desse debate entre vocês. Essa situação vivenciada por seu amigo e sua filhinha realmente é preocupante. logo no inicio da pandemia já me coloquei sobre esta visão de que "os bebês nos olham e não vê boca, dente e nariz, que não estão conhecendo as expressões faciais que tanto falam por nós", uma realidade muito triste e preocupante. Amei o debate e as analogias.
Agradecemos muito pelos elogios, Roseli. Obras como essa, vez por outra, nos surpreendem pela forma como conseguem dialogar com a atualidade tanto tempo depois.
Que escolha soberba de tema, senhores! Excelsior!
Valeu, amigo!
Recordo de um dialogo do anime Gundam Origins, "Para onde o olhar alcança só se vê Brasília e quase nada do espaço, então consideramos Brasília maior que o espaço". Ótimo vídeo (como manda a tradição). Abração.
Boa. Valeu, amigo!
A atuação do Bruno S. é incrível...
É verdade!
Esse filme é incrivel, Herzog matava a pau ( e se matava tbm)nos anos 70 só filme foda.
Certeza. Hehe
Formiga tem um nivel de qualidade muito dificil de se bater. Muito sucesso a todos. Ainda apoio um projeto em video ou audio do Rafael solo sem hora pra acabar, kkkkk
Revi o filme só para assistir o video de voces - e não me decepcionei.
Uma pena essa edição da Versatil não vir com extras; uma analise de vocês, numa possivel reedição, seria enriquecedor.
Agradecemos demais por esse baita elogio...
Eu assisti esse filme em uma aula de psicanálise na faculdade. Filmaço!
tenho uma atividade sobre esse filme e to com preguiça de ver, como não to entendendo nada pelas explicações acho que vou ter que assistir
Realmente como vocês falaram, existe pouco material sobre esse clássico!
De fato, infelizmente, mas contribuímos um pouco para mudar isso. Hehe
Valeu!
Excelente vídeo! Esse filme tava merecendo uma análise de vocs. Eu assisti quando tava fazendo o professorado de PLE. Tenho que rever.
Essa discussão no filme sobre religião, aliada ao ateísmo do diretor e justamente a partir do nome do filme: "cada um por si e Deus contra todos" me pareceu ser um manifesto de Herzog. Sua visão da vida e de certa forma uma homenagem a Hauser, o filme é uma demonstração de empatia a esse tráfico personagem histórico. Assim como fez Alan Moore em Do Inferno, que dedicou a obra às mulheres assassinadas, tirando-lhes o estigma de prostitutas decadentes e a partir daí as humanizando.
Bem observado.
Vocês ainda Tão na rádio geek ?
Não. A pandemia paralisou.
6:00 Essa cena, e algumas outras, acredito muito que Herzog usou algum tipo de técnica louca(na falta da palavra certa), a repetição comportamental excessiva dos 3 atores da cena, me causa estranheza, algo forçadamente não natural. Infelizmente não achei Herzog comentando as cenas que identifiquei tal "técnica", assim como na cena da cela onde um garotinho está ensinando o nome das partes do corpo, e tem 2 homens atrás, um comendo pão e outro na janela se queixando de dor de barriga, esses 2 homens, essa cena me causa estranheza tb.. eu tenho quase certeza que foi algo intencional, só não consigo provar, ou talvez seja algo da minha cabeça, pq vejo em outros filmes tb.
Com um cineasta que não dá ponto sem nó, só pode ter sido intencional mesmo.
No momento, estou é comprando comida,pq filme, têm pra download.
👏👏👏❤❤❤
Por quê kasper sofreu atentados ?
Acho que essa comparação com quadrinhos não tem nenhum funcionamento, o personagem do filme de Herzog tem a ver com questões antropológicas e psicológicas
like