Na rede O tempo aprisionado.mov

Diálogos com o Tempo
"Na Rede"
"Sardinha vai extinguir-se do Pacífico
A comunidade cientifica faz o alerta:
a sardinha está a desaparecer do Pacífico, perto da costa da América do Norte.
Não há explicação para o fenómeno, mas os especialistas avançam que
as alterações climáticas e a pesca errada podem estar na base
do problema.
A recuperação da população de sardinhas nesta zona
vai depender de um clima ameno, que favorece o desenvolvimento
desses peixes, da ausência de competição com outras espécies marinhas
como as cavalas, e da adoção de estratégias de pesca sustentáveis e reguladas.
Os especiastas temem que o colapso das sardinhas, nas águas
do norte do Pacífico, esteja relacionado com o desaparecimento
já verificado ao largo do Japão e do Chile. Desde 2006
que os cientistas notam uma redução na biomassa das sardinhas no oceano."
Em Portugal no ano de 2011 foram descarregadas 1.100 toneladas.
Hoje questiona-se as estratégias sustentáveis e a regulamentação
desta pesca para que sejam feitas novas correcções na gestão dos recursos.
Todas as imagens subaquáticas que compõem
o filme "Na Rede" foram captadas
ao largo da região de Peniche em 1998.
Muitas delas integram um trabalho que realizei
com o titulo genérico "Mar Finito" exibido na EXPO98 em Lisboa.
As dificuldades operacionais para a planificação de um registo desta natureza,
em conjugação com a equipa de mergulho, dispondo de escassos recursos técnicos,
tornam este filme ainda mais especial para mim. Foi agradável
retomar o tema agora com uma nova perspectiva...
tentei dissertar sobre a pesca de cerco da sardinha,
com as imagens subaquáticas quase em exclusivo,
permitindo transmitir o drama latente em contraponto com o comportamento
humano pouco explorado.
Sem pretender defender nenhum
ponto de vista sobre este importante recurso alimentar
gerador de mão-de-obra e mercadoria de excelência para a exportação,
à semelhança do que ocorre noutras regiões da Europa,
"Na Rede" é uma reflexão quase irreal
em todo o contexto, mais uma dança em diálogo com o tempo.
No filme como no sermão,
os peixes são metáfora dos homens, ouvem e não falam.
Os homens falam muito e ouvem pouco.
lh
agradecimentos especiais:
Anabela Carrelo,
Carlos Franco,
Manuel Anselmo Assunção
Raul Santos