Cara, acho que tu exatamente não interpretou de forma muito crítica a parada que tu usou de referência pro vídeo. Concluir que a experiência sensorial já é suficiente pra fazer o filme ser excelente tá bem longe de ser o que a Sontag disse, e mesmo que isso seja verdade, colocar dessa forma é alienante. “Dissolver” o conteúdo pela forma é exatamente o que o próprio cinema faz, isso não significa defender o lugar que conforto que é “não entender mas sentir”, como tu disse que não vai mais se sentir culpado. Criticar a forma, é, também, ENTENDER o que se sentiu, desde o que tá sendo mostrado por som, imagem, como o próprio subtexto, a contexto e essas coisas (como a própria Sontag tem total noção). Usar a entrevista do Tarantino naquele recorte foi quase desonesto, já que ele não pensar no subtexto não significa que o subtexto não é relevante em igual nível, já que não depende da intenção ativa do autor. Como a própria Sontag diz, isso tá dissolvido ali ele querendo ou não, e é relevante também na composição da forma. Criar essa zona de conforto de gente que não entendeu (no sentido de quem não vê a menor necessidade de entender) mas enaltece uma parada pelo que sentiu é tóxico e contraproducente já que sentir também faz parte do processo de entender, assim como entender faz parte do processo de sentir. Enquanto a Sontag milita pelo não esgotamento da arte, o vídeo parece militar pelo conforto do não entendimento. Acho que isso mais limita uma visão crítica geral da parada (que inclui a parte sensorial, obviamente) do que estimula uma percepção mais ampla como o texto da Sontag que tu usou de referência. Tem uma linha tênue aí, mas “só sentir” filmes não é nenhum mérito, assim como ignorar a forma também é bastante problemático.
Acho que Max não foi muito feliz em falar como se houvesse a distinção entre forma e conteúdo, que é uma das coisas que a gente faz de conta que existe mas sabe que, na verdade, não tem. A crítica da forma é sim muito importante e se amarra com muitas outras coisas além dos sentimentos do espectador ao assistir. Aliás, aquela conversa que a gente estava tendo à tarde sobre a blue note e a escala menor harmônica tem a ver com isso. Mas acho que Max dá uma bola dentro quando se posiciona contra a "domesticação" da obra através da explicação, e também ao lembrar que o discurso que a narrativa cria é importante mas um filme é mais do que isso. A arte carrega filosofia, mas a arte é mais do que a filosofia que ela carrega. Já quanto a Sontag, não vou opinar por razões de: não li. Hahaha
Bom comentário Antídoto, vou colocar o que a gente tava conversando em off aqui pra agregar na discussão: Tem horas que ele basicamente assume coisas que são contrárias ao que o vídeo tá tentando defender (partindo do texto da Sontag). Ele fala que tem filmes que ele decidiu não entender completamente, nesse momento ele basicamente tá assumindo que entendeu completamente os que ele tentou (o que já não é uma parada tão simples e meio pretensiosa). Isso é contraproducente, o texto que ele usa tá tentando provar outra coisa. Eu acho que essas coisas pontuais acabam massageando um lugar mais confortável (tanto dele quanto do público), de alguns filmes que ele “sentiu” e é isso, que isso faz um filme ser muito legal. Sim, faz, mas e aí? Isso também é limitar, esgotar a arte. Se a Sontag tá falando sobre não esgotar a arte pensando SÓ no conteúdo (lembrando que ela não descarta isso), não esgota a arte pensando só na forma. O conteúdo tá dissolvido na forma. É nessa interpretação que eu acho que ele deslizou nesse vídeo, que é basicamente o que o texto tá querendo dizer, que é um texto FODA. E aí o vídeo alimentou uma parada bem problemática.
Cara.. eu acho isso bem contraditório, as vezes a gente consegue entender algo inconscientemente, logo trazer uma obra pro plano racional pode despotencializa-la (não só agregar), é como se você a colocasse em uma caixa tirando toda a sua grandeza... E também depende do filme, por exemplo 'sonhos' é um filme que traz consigo um lado muito filosófico, poético e espiritual (bem oriental mesmo), tentar compreende-lo racionalmente é tirar um pouco da sua essência e sutileza... Muitos filmes depois de compreendidos perdem a graça, assim como outros ficam mais interessantes. Eu sou do tipo de pessoa que fico mais impactada com experiências que despertam meus sentimentos do que o meu intelecto, mas tem obras que despertam os dois também, ou posso ficar em êxtase com a ideia. Acho que cada caso é um caso, mas particularmente acho que cada filme que assisti me tocaram cada um da sua maneira, independente do que predomina mais em mim, nenhum deixa de ser incrível por entende-la menos, muitos são perfeitos pelo que senti, não pelo que entendi. O que importa é o que te toca e o motivo que é muito pessoal (porque é no nosso íntimo, e as vezes nem precisa de explicação). Querer colocar sentimentos em explicações despotencializa a razão, mas querer entender sentimentos despotencializa o que sentimos... Portanto o melhor é se permitir sentir cada obra, racionalmente ou não (é uma experiência pessoal), até onde e como você vai vê-la e interpreta-la. O sentimento pode ser tão incrível, que saber se torna pequeno (as vezes)
Um vídeo necessário! Desde quando passei a entender o cinema como arte que me sinto culpado por não conseguir fazer uma interpretação de um terço do que vejo. Já começei querendo ver um filme como um crítico e não conseguindo fazer isso, a frustação foi e continua sendo imensa. Tanto que muitas vezes achei que não era uma pessoa "qualificada" para ver filmes, por não conseguir fazer uma simples interpretação do que vi. Mas uma coisa que sempre me marcou no cinema foi a experiência sensorial que tenho seja pela exuberância das cenas construídas seja pelas sensações que elas evocam. E há algum tempo venho tentando resignificar o que é o cinema pra mim, primeiro elevando a experiência sensorial ao patamar da interpretação e aprendendo como ler um filme. Esse vídeo é muito especial, obrigado Max!
Uma vez a minha mãe me disse "tudo na vida tem um sentido." Eu disse "tá, e as letras do Djavan?" "É," disse ela, "quase tudo." Quem precisa fazer sentido é soldado. O sentido é uma das muitas coisas que uma obra de arte pode trazer.
Engraçado como ler sobre uma interpretação de uma musica dele (Açaí) me fez gostar dela. Talvez a necessidade de existência ou não do sentido dentro da arte dependa da obra, do espectador e até do interesse do espectador de momento pra momento. Sempre vão coexistir a sede pelo sentido e a sede pela sensação, ainda bem.
Mas o Djavan pode fazer letras que não tenha sentido num sentido de criar confusão. O sentido na minha opinião é além do que você querer contar uma história, é você querer insinuar algo.
@@arturdutra9967 no no no elas apenas não são lineares e modais, mas são cheias de sentido e subtexto e até mesmo com narrativas escancaradas, não precisa nem forçar muito pra interpretar, é só ler como poesia de formatação livre. talvez por toda essa liberdade, assinatura e sincronia com o eu lírico são tão reais
Eu vejo o "interpretar" como parte fundamental, quiçá imprescindível da experiência de se assistir um filme. Me arrisco a dizer que é intrínseco à arte, visto que "interpretar" não se restringe apenas ao conteúdo implícito, simbólico, metafórico ou divido em camadas; é direcionado a quaisquer elementos. A própria técnica, a maneira como o autor se utiliza para construir sua obra e nos atingir, é subjetivo em certo nível. Sim, existem parâmetros para definir o que é uma coisa e outra, mas até uma boa direção e uma boa fotografia, dependem da sua INTERPRETAÇÃO do uso desses artifícios em relação com o que está sendo exibido. A parte sensorial (o "como") e a parte abstrata (do conteúdo) andam de mãos dadas. Desassociar uma coisa da outra me parece não só errado, como uma tentativa frustrada. Quando conseguimos entender como um filme nos atinge devido as especificações técnicas, não significa que só alcançamos tal entendimento por causa de uma suposta objetividade que nos faz enxergar àquilo de maneira imparcial, é bem pelo contrário. A capacidade de se compreender o que está sendo visto, ouvido e até sentido, é proveniente justamente da habilidade de se interpretar tudo isso e relacionar com experiências, vivências, momento atual da vida, bagagem cultural e, claro, linguagem técnica. Por isso que ninguém vê o mesmo filme duas vezes: porque sempre o interpretamos de maneiras diferentes, inevitavelmente. Por isso não me parece certo associar à interpretação de algo, necessariamente a incapacidade de se apreciar a técnica. E nem me refiro a filmes enigmáticos por essência, visto que nesses casos, o próprio autor sabe o que está fazendo. Sabe que está construindo um longa propositalmente abstrato. Portanto, sua intenção é justamente fazer o público pensar e refletir. Quem sabe, decidir o final por si mesmos através da interpretação. Não sei como alguém consegue se segurar para não pensar em algo que gostou muito, mas eu como apaixonado por cinema, quanto mais descubro sobre a obra, mais entusiasmado e feliz eu fico por ter assistido aquilo. Qualquer informação a respeito, só enriquece minha visão da história, não o contrário. E, definitivamente, não me impede de também exaltá-la pelo primor narrativo. Acho que o Cinema é isso: ver, ouvir, sentir e interpretar. Tudo junto. Não é á toa que a sétima arte engloba todas as anteriores.
Fala, meu caro! Valeu pelo comentário. E cara, eu concordo plenamente com o que você fala. Como comentei na resposta pro Quadro em Branco, acredito que também existe "interpretação" na experiência sensorial. As emoções causadas por imagem e som também trazem signigicados. Se no vídeo pareceu que eu não penso assim foi porque eu talvez não tenha me expressado muito bem. O fato de eu não pilhar de tentar desvendar cada mistério do roteiro não quer dizer que eu não me engajo com o filme, já que eu costumo refletir muito sobre o impacto sensorial também.
@@EntrePlanosCinema Entendi. Na real eu não respondi diretamente seu vídeo, foi mais o que eu penso sobre o assunto no geral mesmo. Até porque acho que você conseguiu ser claro na maior parte do tempo, só precisou tomar um certo lado para expor suas ideias. Enfim, grande abraço, Max. O vídeo tá incrível!
@@EntrePlanosCinema Acho que vai te agregar muito ler um pouco sobre os 4 discursos de Aristóteles, Poético, Retórico, Dialético e Filosófico. O livro mais acessível para o tema é Aristóteles em nova perspectiva. Perspectiva no sentido Anton Ego de Ratatoulle.
Concondo em grande parte com o Elegante, na minha opinião a interpretação de uma obra de arte chega a ser um ato involuntário intrínseco à experiência, porém a decisão de se aprofundar nessa interpretação, disseca-la e confronta-la perante outros vieses sim é um exercício voluntário que é o que eu acho q foi a intenção do EntrePlanos ao abordar esse aspecto. Arte de modo geral, ao meu ver, é um "common ground", uma interseção entre a psique do artista e a do expectador, todo o processo que essa inter-relação promove (Ver, ouvir, sentir, interpretar) é de um valor que só diz respeito justamente a essa experiência de troca, eu diria que a arte é até co-criada pelas interpretações e percepções do expectador, quanto mais a obra "perturba" quem à apreende, mais ela gera necessidade e capacidade de mudança dentro da consciência desse indivíduo. O que pra mim é o papel mais importante e definitivo da arte: causar mudança. Seja perceptiva/objetiva ou interpretativa/subjetiva. Por isso eu amo David Lynch, os mistérios mais profundos são os que mais nos incitam a percorrer os caminhos mais complicados mas que guardam as maiores recompensas. Arte é a linguagem que transcende a linguagem.
Quando se fala em experiência sensorial, o primeiro filme que me vem à mente é Dunkirk. Tudo nesse filme é feito com um primor técnico orgásmico: a direção, a montagem, a fotografia, os sons, a trilha sonora... Tudo! O filme abraça os seus sentidos e você se sente ali naquela praia, naquele avião, naquele barco, com aqueles homens, lutando pela sobrevivência (seja a sua própria ou a do próximo). E também os momentos de esperança e alívio do filme são incríveis, como a chegada dos barcos civis e o personagem principal lendo o discurso de Churchill no final do filme acompanhado por "Nimrod", de Elgar. É Christopher Nolan mais uma vez esbanjando seu primor técnico, já demonstrado em Inception e Interstellar. E tb vale destacar os trabalhos impecáveis de Hoyte Van Hoytema (fotografia) e do sempre genial Hans Zimmer (trilha sonora).
Eu sou a favor de compreender a mensagem de alguns filmes, e 2001 é um exemplo. Quando vi pela primeira vez, detestei e não consegui entender porque o filme era tão elogiado. Então um colega me explicou que Kubrick desenvolveu a história junto com Arthur C. Clarke, que escreveu o livro, e o me emprestou. Após lê-lo pude compreender muito melhor a história e a partir daí me tornei grande fã das obras, tanto do filme quanto do livro. Então às vezes, para apreciarmos melhor um trabalho, é importante a compreensão do que o autor quer transmitir, mesmo que de forma subliminar. Mas claro, isso depende do filme, pois nem todos possuem subtextos.
Sobre sentir o filme eu só consigo lembrar de Boyhood, o filme com os mesmos atores interpretando seus personagens em diferentes épocas. Me emociona demais, nem sei muito o que sinto quando assisto, mas me traz MUITAS reflexões sobre a vida e muitas emoções também. Uma das coisas que amo no cinema, a necessidade de se tornar sensível
Reduzir a Arte a uma interpretação para torna-la dócil. Mata-se a experiência em nome de uma sensação de poder sobre a obra. Quando na verdade é ela que nos domina.
Um filme que para mim é muito sensorial é The angel's egg. Primeiro porque eu não entendi nada kks e segundo porque é um filme muito bonito tanto no visual como na trilha sonora.
Susan Sontag e sua filosofia parecem ter o poder de chocar e desconstruir tudo em que acreditamos em certos momentos... Interessante que isso que você descreveu com o cinema Max, aconteceu comigo algumas vezes em outras situações lendo alguns textos dela, a ponto de ter que parar por um ou dois dias pra depois conseguir continuar com a leitura já refeito do baque... Quanto ao cinema e a pergunta do vídeo, vários filmes me levaram junto com o diretor pra "um outro lugar"... o último que me recordo na tela grande foi Blade Runner 2049, assisti em silêncio contemplativo numa sala de cinema com somente duas outras pessoas, e quando saí do cinema, parecia que estava voltando de um outro mundo... Não sei se será assim novamente quando o rever, mas quer saber? nem precisa...
Esse vídeo foi uma achado, muito obrigada! Estou cursando filosofia e estudando nesse semestre estética, e me ajudou muito a compreender sobre os conceitos de forma e conteúdo. :*
Muito bom! Anos atrás eu assistia filmes buscando o seu significado. Assim, deixei de apreciar muitos filmes, achando-os "ruins". Até que vi um filme, que era sobre um rapaz fazendo um filme. Quando ele termina o seu filme, as pessoas não entendem o final, e ele explica que o final não é importante, mas o caminho. Infelizmente não lembro qual filme era esse, mas mudou minha perspectiva, passando a apreciar obras que anteriormente não tinha gostado.
Sensacional! Cara, que análise sensata sobre interpretação X forma. Acho muito importante não pender para nenhum extremo na valorização de ambos aspectos de uma obra audiovisual. Embora eu também curta muito entender o que cada diretor quer dizer com seus filmes, eu também me contento em apenas admirar o que vejo, mesmo quando o que vejo não diz muito. Também considero essa explicação mais que necessária, em dias em que se multiplicam as opiniões do tipo "não gostei porque não entendi". Sério, tem gente que critica um filme porque, ou não se esforçou pra entender, ou porque queria que o filme terminasse do jeito que esperava. Ainda mais quando assistem a um filme com o celular na mão, trocando mensagens...
Parabéns por um dos melhores vídeos sobre crítica que vi esse ano. Cara, Akira e Neon Genesis Evangelion foram as primeiras obras que me vieram a cabeça.
Por muitas vezes esquecemos que um filme é uma obra audiovisual, que vai nos sensibilizar dessa forma, com imagem e som. Creio que seja muito importante interpretar tanto o conteúdo quanto a forma, mas vejo um exagero em querer atribuir sentido a tudo. Me lembro de Stalker do Tarkovski, um dos filmes mais lindos e contemplativos que já tive o prazer de ver, na primeira vez assiste sem tentar dar um significado oculto a tudo que aparecia na tela, apenas contemplei o filme, o senti, na segunda vez comecei a atribuir sentido para cada fala, cada simbolo e a experiência foi ótimo, mas quando assiste pela primeira vez, foi como se eu estivesse assistindo um sonho de olho aberto, foi surreal
Seu trabalho é foda cara!!! Bom filmes e diretores q não me preocupo em entender e me despertam várias sensações Andrei Tarkovsky - Nostalgia, Stalker... , Terrence Malick - Árvore da vida, Cavaleiro de Copas..., Wong Kar Wai - Angos Caídos, 2046..., Bela Tarr - O Cavalo de Turin, Satantango..., não poderia deixar de fora o brasuca Claudio Assis - Febre do Rato, Amarelo Manga. Em fim desses diretores citados todos os filmes.
“Memento” de Christopher Nolan. É uma obra que tem algum subtexto mas o foco principal é a experiência de montar o filme na sua cabeça enquanto você está assistindo, e se colocar na posição do protagonista de entender o que está acontecendo em cada cena pois sua memória é falha.
Eu tava precisando muito de algo como esse vídeo. Eu sempre gostei de filmes considerados "malucos", "sem pé nem cabeça" para os outros. E como eu via todo mundo reclamando que esses filmes não tem sentido eu corria atrás de interpretações. Às vezes minha, às vezes de críticos e de canais como o seu. No fundo meu objetivo era só dizer: "olha, ele tem um sentido sim", porque muito desses filmes que eu assisti, como Donnie Darko e 2001, eu gostei apenas por assistir. Mesmo sem ficar muito claro sobre o que aconteceu de fato na história o filme já me envolveu. E nisso entra exatamente o que você falou da experiência sensorial. Não é todo filme que eu não compreendo que eu gosto. E aqueles que eu gosto, como eu também não compreendi, a única explicação que justifica gostar de um e não do outro é que aquele que eu gostei me impressionou de alguma forma sensorial. No meu caso isso tem muito a ver com o que me fascina, que é o tempo e o espaço. Por isso filmes que sabem trabalhar com a questão do tempo e espaço me chamam a atenção. E quando ele toca naquilo que me fascina, eu sinto, mas não sei explicar exatamente o que no filme me fez sentir isso. Um desses filmes é Mr. Nobody (acho que você nunca falou no canal). Foi um dos que fui buscar interpretações. Mas até hoje tem partes que não entendo e é isso que eu acho bom. Sempre que revejo eu paro pra pensar, não só no significado, mas no porque dele me causar essas estranheza que me fascina. Como eu disse, eu tava precisando ouvir que você falou. Não vou mais ficar tão encucado com a interpretação e vou deixar me envolver mais com a experiência sensorial que o filme me trás.
Tropa de Elite é um dos meus favoritos da vida e nunca tive vontade de querer buscar interpretações dele. Apenas a experiencia de rever esse filme sempre é muito agradavel
Video sensacional e essencial! Quando vi Cidade dos Sonhos senti exatamente isso: é um filme para ser sentido, não entendido. Mas quando vi pela segunda vez, vi que o filme tem não apenas faz sentido, ele tem uma trama exata, de uma precisão matemática. Quando você entende UM elemento específico do filme, todo o resto se encaixa com a mais absoluta precisão. Um filme como Mãe!, também tem um sentido claro a ser desvendado. Mas mesmo que você entenda intelectualmente o filme, você não será realmente capaz de GOSTAR dele se você não se permitir a sentí-lo, sentir com as tripas, violentamente.
Obras que eu gostei principalmente pelo que me provocaram sensorialmente: A Fantástica Fábrica de Chocolate (1964) 2001: Um Odisséia no Espaço O Homem Duplicado (inclusive o livro) Qualquer filme do Charlie Kaufman ou do Michel Gondry 1984 (inclusive o livro) Brazil: O Filme Ilha do Medo Maniac Legion Mr. Robot Breaking Bad e Better Call Saul A Origem A Chegada Matrix Animatrix Lunar A Vila Número 23 Oldboy (2003) Her (É basicamente a minha lista de obras audiovisuais favoritas, haha)
Bom, pro meu gosto filme tem q trazer diversão. E o que me diverte basicamente são historias/roteiros bem escritos. Filmes que queria ver aqui no canal: - Hobson's Choice (David Lean, 1954) - Domésticas (Fernando Meireles, 2001) - (Qualquer filme do Stephen Cho) - (Especial irmãos Coen) - Shaun of the Dead (Edgar Wright, 2004)
Vídeo sensacional. Um bon exemplo recente são os filmes Um Lugar Silencioso e A Bruxa. Filmes fortes na sensação e deixa o grande público espumando por achar que falta trama. Assim como 2001, esses outros que citei são filmes que não precisam de mais explicações. São perfeitos como são só pela sensação que causam no espectador
Exatamente. É preciso equilibrar essa jogada. Tem horas que a galera fica tão pirada em interpretar que esquece do resto, e a interpretação vira quase um jogo como ocorreu com this is america de Donald Glover. Ficou um fuzuê todo mundo correndo pra lá e pra cá querendo decifrar o clipe, o que às vezes é perigoso pois consumir conteúdo só pra decifra-lo reduz a obra a um simples passatempo.
Adoro "Cidade do Sonhos" pelo impacto que me causou, mesmo não entendendo quase nada. Mas muitos filmes "arte" me fizeram dormir tambem. E existem os filmes de bons conteúdos. Mas muito tem os dois juntos e eu só acho que esses filmes alcançam muito mais gente.
Max, essa forma de ver o filme, sentindo-o em todas as suas nuances, sem a preocupação de compreender seu significado é de tal forma libertadora que desnuda um horizonte maior para o apreciador de cinema. Defendo essa forma de - TAMBÉM - ver uma obra cinematográfica.
"O CARA TEVE QUE CRIAR!!! E EU NÃO VOU CONSEGUIR ENTENDER?? COMO ASSIM EU NÃO VOU ENTENDER? VOU ESTUDAR, INVESTIGAR, INTERPRETAR, ATÉ ENTENDER -- CARAIO!" - Cloves de Barros Filho (Você tem brio?)
Eu realmente concordo com seu argumento, e nunca tinha parado pra pensar nisso... Eu tive essa sensação com diversos filmes mas principalmente "suckerpunch".
Obrigada por este vídeo, de coração. Sempre amei o 2001 sem mesmo entender ele, as pessoas sempre me perguntam como eu amo um filme tão doido, mas eu na verdade amo a experiência que ele me proporciona a cada vez que eu assisto. São varias sensações, varias interpretações conforme cada fase da minha vida. Cara vc é um gênio. 🖤
Eu vejo que tem muita gente que se foca demais em encontrar sentido implicito em tudo constantemente e acaba ficando "louco na problematização", justamente por se concentrar demais na critica racional das coisas (essa critica que por si só pode ser muito limitada e danosa se mal apresentada) e desprezando o valor subjetivo que, mesmo que possa também ser interpretado, às vezes não é produtivo de se examinar profundamente de maneira metódica. Sei lá, é um assunto difícil, mas me interessou bastante. parabéns, Max, pelo seu vídeo
Um filme que acho bastante rico em sentido e forma é "A Montanha Sagrada", de Alejandro Jodorovsky. Inclusive, Max, acho que valeria super a pena um vídeo sobre esse filme!
Vendo os comentários aqui consigo ver que esse vídeo (apesar de falho aos olhos de alguns) tem sido excelente pra trazer à tona uma discussão interessantíssima e que não é de fato explorada em sua totalidade E devo acrescentar, não como quem exige, mas como quem se sentiu profundamente interessado nessa discussão, eu queria pedir que você escrevesse outro vídeo continuando essa discussão e talvez explorando mais o aspecto da interpretação e absorção sensorial. E queria dizer que percebi que recentemente esses filmes com alta carga sensorial e com o conteúdo discursivo ficando mais pra "segundo plano" são o meu tipo de filme favorito, pois eles exaltam a habilidade quase exclusiva do cinema de contar histórias sensorialmente, coisa que um livro nao é capaz com tanta intensidade. Mad Max, Blade Runner 2049 e Aniquilação estão na minha lista de filmes favoritos justamente pois eles me desafiaram a mudar a maneira como eu entendia o cinema Parabéns, Max. Você é um cara incrível, aprecio muito seu trabalho
penso muito no nuri bilge ceylan e no apichatpong weerasethakul. acho que é dúbio - são filmes extremamente longos e de experiência sensorial. os dois são muito válidos: você acaba se banhando em capacidades interpretativas, mas também é muito possível entender a experiência cinematográfica de lá e senti-la por si só. acho que essa lista é estendível, mas creio que possa se acrescentar o carlos reygadas e o lisandro alonso.
Os subsequentes livros do Clarke explicam tudo que ocorreu em 2001... E realmente, apesar de satisfazer a curiosidade, destrói bastante daquela aura especial. Nem sempre explicar é o melhor caminho mesmo!
O primeiro diretor que vem a mente é Andrei Tarkovski, em qualquer filme dele a empreitada de "analise racional" é algo fugaz. A primeira vez que o Ingmar Bergman viu um trabalho dele(que foi o Andrei Rublev), não havia legenda em sueco na película disponível, mas mesmo assim o Bergman viu as mais de 3 horas de filme e revelou que foi uma das maiores experiência cinematográfica que tinha vivido até o momento.
Minha de filmes "pela experiência" passaria por filmes que me chegaram mais recentemente, como "Animal Político" de 2016 e "Synecdoche, New York" do Kaufman (de 2008). Também há aqueles filmes mais antigos na minha vida como "Munique" do Spielberg e "Adaptação", ou mesmo "Anomalisa" também do Kaufman (talvez todo o trabalho dele se inclua nessa categoria para mim) Menções Honrosas: "Asas do Desejo" do Wim Wenders "Big Jato" do Cláudio Assis "Sangue Negro" do Paul Thomas Anderson "A Vida Marinha com Steve Zissou" do Wes Anderson "O Som ao Redor" do Kléber Mendonça Filho "Um Homem Sério" dos Coen "A Balada de Buster Scruggs" também dos Coen "O Lagosta" do Yorgos Lanthimos "Sombras da Vida" (A Ghost Story) do David Lowery e "Projeto Flórida" do Sean Baker
Primeiro eu sinto, depois o EntrePlanos me ajuda a entender melhor e isso da um Up a mais na compreensão total da obra. Quem assistiu aos vídeos de "Mindhunter" sabe do que estou falando.
Eu gosto de necessariamente sentir o meu favorito A Viagem de Chiriro e nunca procurei interpretar. Também gosto do Melancolia, porque justamente a destreza técnica de sua produção gera exatamente esse foco sensorial. Acabou que são bem opostos os sentimentos entre esses dois filmes que citei e até isso me encanta.
Há uma coisa q uma professora do curso de 'História e Cinema', um dos meus favoritos qdo fiz minha pós, que encaixa perfeitamente nesse tema. Um filme sempre deve ser assistido pelos menos duas vezes, na primeira nos divertimos, mas apenas na segunda analisamos. Adoro seu canal!
Recentemente fiz uma oficina de crítica cinematográfica. Aprendi a elaborar teorias a partir dos filmes, mesclando tais teorias com os aspectos técnicos das obras. fiz um texto sobre "The Neon Demon", no qual discorri sobre a natureza esotérica da história, do desfile como uma iniciação. Depois, discorri sobre os recursos técnicos utilizados pelo diretor.
Toda forma de manifestação da linguagem é construção de sentidos. Ler uma obra humana, portanto, é atribuir sentidos com base nas pistas deixadas pelo autor. No caso do cinema, essas pistas ganham força com a forma, mas não existe forma sem conteúdo, ou não teríamos linguagem. O cinema não escapa a isso. Quando estamos diante de um filme buscamos seu sentido porque há por trás dele uma intenção desejada pelo cineasta. Concordo que nem sempre é necessário encontrar um subtexto (um significado oculto), mas por mais precioso que seja um filme em termos técnicos, acredito que tudo ali deve convergir para um significado interno coerente à história contada. Esse significado interno deve ser sempre passível de compreensão, sob a pena de deixar de ser linguagem. A interpretação é um nível superior de leitura, que nem sempre convém. Mas a compreensão é indispensável.
Pra mim os filmes dos Malick não tento interpretar, mas que são uma baita experiencia sensorial, que nunca vi algo parecido. Vejo o diretor como algo além do seu tempo.
Eu so entendi 2001 quando escutei um podcast do jovem nerd,NerdCast 294,quando o Android(participante do podcast) explica todo o final,e é uma parada tão maluca de ficção científica que era melhor não entender tudo aquilo kkkk
Se o filme fosse feito hoje em dia, seria bem mais fácil de fazer aquela cena de pisca-pisca. Aquilo é uma viagem no HiperEspaço onde as cores ficaram todas invertidas e ele via varias naves alienígenas se conectando a outros lugares enquanto ele caia em direção a uma Anã Branca. Já a segunda parte no hotel era daquele jeito mesmo
Eu entendo que o Astronauta no fim foi como uma formiga, pega por biólogos (aliens). A formiga entenderia que estava sendo transportada, mas não entenderia o carro a transportando para o laboratório, Entenderia uma forte luz acima dela, mas não entenderia o microscópio do biólogo a observando... Reconheceria o formigueiro (quarto), mas não reconheceria que estava em um ambiente artificial um aquário. E assim viveria o resto da vida.
Max eu admiro demais o seu trabalho aqui no entre planos,eu consigo tirar grandes lições de vida com os seus vídeos,um dia eu quero muito fazer parte do cine club EntrePlanos ,nunca desista deste canal Abraço
A Cidade dos Sonhos é um desses filmes pra mim. O Império dos Sonhos, tb do Lynch, é indescritivelmente um dos melhores que já vi e, como é do Lynch, é mais sensorial (como o curta dos Coelhos, por exemplo) do que narrativo. O próprio Lynch, sobre Twin Peaks, trata no seu livro mais atual sobre o momento em que o calor dentro de um carro o fez criar a "sala vermelha" e os elementos que a tornam, pra mim, a cena mais bizarra da minha adolescência vendo filmes.
Que vídeo incrível! E me fez entender algo sobre a minha postura intelectual diante de muitos filmes (talvez a maioria, ou até todos hahaha) que gosto muito. Eu não fico tentando entender algo muito além do que SENTI enquanto assistia. E acho que tu matou uma charada ahahah: quando a obra é sensorialmente muito impactante, isso acontece quase que invariavelmente. Senti muitooo isso recentemente em aniquilação. Mas também sinto em blade runner (nos 2), em a chegada, e em toda a obra perfeita do tarantino, semana passada no dor e glória. Obrigada por esclarecer um sentimento (a tranquilidade por não querer esmiuçar obsessivamente o enredo dos filmes fantásticos que surgem as vezes) que freqüentemente tenho em relação aos meus filmes preferidos. Tu é demais!
Fiquei pensando então se a crítica não deveria se dividir em Blocos. 1).Nas intenções do criador, analisando foco, narrativa e coerência. 2). Contexto histórico, avaliando-se se e como a obra se relaciona a sua época e a influencia. 3).Elementos técnicos como som, imagem, etc. 4). Impressões e interpretações onde se foca apenas na experiência subjetiva do expectador com a obra.
ei amando o canal. QUando falar de filmes assim coloque o nome deles na descrição do vídeo também pra ficar mais fácil na hora de procurar pra assistir. Muito obrigado pelas análises e trabalho.
Mais um baita vídeo. Parabéns, Max. Para mim, Eraserhead entra um pouco nessa questão do sensorial pesar mais do que buscar um entendimento completo da obra.
Amei esse vídeo. Tenho muito dificuldade em interpretar os filmes, sempre me prendo apenas ao sensorial, por isso adoro seu canal. Mas foi bom ver que a visão sensorial também pode ser importante :)
Max , parabéns pelo vídeo. Excelente conteúdo e ótimo tema. Destaco como um dos filmes em que a experiência sensorial foi mais marcante que a trama em si : Dunkirk.
@EntrePlanos sugestão de vídeo: a filmografia de David Lynch, muito conteúdo maneiro do diretor pra ser comentado. De Eraserhead e Blue Velvet até Mulholland Drive, Inland Empire e os curtas Rabbits.
Nunca vou esquecer quando eu assisti A Bruxa numa sexta feira treze à noite no volume baixo. Tudo p que aquele filme fez eu sentir, mesmo sem entender nada a atmosfera o clima, tudo. Fantástico!❤❤❤
Cara que vídeo lindo, super de acordo. Acho que "se deixar" por essa inquietação que o estranho nos causa sem tentar entender tudo pode levar a experiências incríveis!
Penso que por mais que o autor queira passar uma mensagem pré estabelecida, quando ele contempla sua arte, nesse caso seu filme, pronto, tenho certeza que ele tem muitas experiências catárticas que fazem ele perceber que a obra acaba apresentando muito mais conteúdo subjetivo e complexo do que ele imaginara. Deve ser uma experiência especial filmar e ver essa peça montada no final. Poder contemplar tudo aquilo que seu consciente e inconsciente quis trazer a tona.
Eu acho que seria legal se você pudesse fazer um vídeo falando de porquê raios as pessoas gostam tanto de assistir os mesmos filmes de novo e de novo e de novo No meu caso, não suporto assistir a mesma história sozinho, não assisto mais de uma vez um filme nunca, a não ser que esteja com amigos pra poder conversar sobre a peça durante ou depois. Com músicas ou ouço ad nauseum, mas com filmes isso me incomoda. Enfim, mas sei que MUITA GENTE assiste os mesmos filmes infinitas vezes e penso que isso envolve muito o que você falou aqui sobre apreciar a experiência sensorial e subjetiva de cada obra, não tanto pelo conteúdo discursivo explícito, mas mais pelo apego emocional pela obra Enfim, acho que seria um bom tópico pra apresentar caso queira continar a discussão Eu gosto muito desse canal, parabéns pelo trabalho de sempre
Acredito que os blockbusters têm muito isso. O foco é muito mais na experiência que as cenas produzem, do que em uma construção coerente, boa e roteiro bem construído. Isso aconteceu recentemente com Alita pra mim. Tipo: as cenas de ação são realmente incríveis, empolgantes. Mas o roteiro me incomodou muito, me fazendo desconectar de vários personagens e percebendo o quanto as motivações deles são ruins. São personagens rasos. Então não foi uma experiência completa pra mim. Acredito que os blockbusters são assim, mais para ser algo sensorial. Mas acredito que deve ter um equilíbrio, se não algo sai pela culatra.
O filme " A Origem" me transportou para tantas viagens, mas a bem da verdade eu não entendi tudo. Mas posso dizer que ele é um dos meus filmes preferidos, bem como Magnólia, 2001 Uma Odisseia no Espaço, O Sacrifício (Andrei Tarkovski) e tantos outros que não entendi totalmente, mas me apaixonei por eles.
Estava aqui pensando... Talvez ao assistir a um filme que você tenha uma relação pessoal e/ou emocional com a história facilite a você aproveitar a experiência do filme ao invés de ficar analisado-o.
Cara que tema bacana, e me veio a mente que nunca vi ninguém explicando/analisando filmes do Tarkovski, são filmes muito sensorias com imagens e sequencias marcantes por si só
"Uma casa vazia", Um alguém apaixonado, The Wailing, Sob a pele, Ao cair da noite, Akira, A viagem de Chihiro, Perfect blue, Amnésia, A origem, Primer, A árvore da vida, A fonte da vida, Stalker, Looper, O Duplo, O homem duplicado, Ghost in the shell (animação), Os suspeitos, De olhos bem fechados, Ladrão de sonhos, Os outros, O operário, Cidade das sombras, Citadel, Escuridão (2005) e segue a lista... Imagino que, quando vemos muitos e muitos filmes, é difícil apenas imergir e não buscar referências internamente. Somos críticos e analíticos por natureza, muitas vezes fazendo isso de forma inconsciente. Já mergulhei em tramas apenas deixando o filme me surpreender, sem exigir que ele me agradasse ou me contasse seus segredos, mas o subtexto estava lá, nas letrinhas miúdas do rodapé, acenando pra mim e claro, caí na armadilha! Tudo bem. Acho que dá pra se divertir das duas formas, analisando ou apenas "viajando" ao sabor da história. Só não vale brigar com outra pessoa que discorda do nosso ponto de vista.
Quando um filme não faz sentido, talvez, momentaneamente ele não faça sentido, um dos exemplos clássicos é o 2001. De cara ele não fez muito sentido pra mim, mas a cada vez que eu revejo-o tenho uma percepçao diferente da ultima vez que eu vi, e olha que não é complementação dos sentidos, mas sim uma nova interpretação totalmente diferente da última. Tipo, na Geografia, que é onde eu me especializei, alguns textos e livros possuem tamanha profundidade que a cada nova leitura dele tenho uma nova interpretação, não por ler o livro repetidas vezes, se vc ler o mesmo livro por 5 vezes na semana ininterruptamente vc tera a mesma interpretação daquela semana. No entanto a vivencia, o cotidiano são necessárias para interpretar as coisas e delas fazer sentido. Algumas coisas como livros e filmes não são para fazerem sentido no momento, mas a vivencia, o tempo longo, termo braudeliano, traz uma interpretação ainda mais profunda dos fatos da nossa vida e do que queremos que faça sentido. Fazer nossos outros sentidos funcionarem, como visão, tato, paladar e audição, ou seja nosso corpo, faz o ser humano ter uma maior sensibilidade seja através da arte, seja através da ciência.
Olá Max, também sou de Brasília e acompanho seu canal a algum tempo. Gosto do material que voce produz, acredito que tem uma linguagem acessivel para quem curte cinema e não tem tantos dominios tecnicos, mas respondendo a sua pergunta gosto dos filme do Edgar Wright pelo modo como os efeitos sonoros são destacados na maioria dos filmes, meu favorito é o Scott Pilgrim e Todo Mundo Quase Morto
Stalker! Bem legal esse tema, de quebra vários filmes que não conhecia sendo adicionados na lista, destaque para esse Sonhos. Falando nisso, Brazil do Terry Gilliam é um que se enquadra um pouco nessa não interpretação, com aquele ar mais onírico.
2001 uma odisséia no espaço, não estavam entendendo nada, mas estava maravilhado por essa obra, fica me perguntando, esse filme foi feito na década de 60.
Cara, acho que tu exatamente não interpretou de forma muito crítica a parada que tu usou de referência pro vídeo. Concluir que a experiência sensorial já é suficiente pra fazer o filme ser excelente tá bem longe de ser o que a Sontag disse, e mesmo que isso seja verdade, colocar dessa forma é alienante. “Dissolver” o conteúdo pela forma é exatamente o que o próprio cinema faz, isso não significa defender o lugar que conforto que é “não entender mas sentir”, como tu disse que não vai mais se sentir culpado. Criticar a forma, é, também, ENTENDER o que se sentiu, desde o que tá sendo mostrado por som, imagem, como o próprio subtexto, a contexto e essas coisas (como a própria Sontag tem total noção). Usar a entrevista do Tarantino naquele recorte foi quase desonesto, já que ele não pensar no subtexto não significa que o subtexto não é relevante em igual nível, já que não depende da intenção ativa do autor. Como a própria Sontag diz, isso tá dissolvido ali ele querendo ou não, e é relevante também na composição da forma. Criar essa zona de conforto de gente que não entendeu (no sentido de quem não vê a menor necessidade de entender) mas enaltece uma parada pelo que sentiu é tóxico e contraproducente já que sentir também faz parte do processo de entender, assim como entender faz parte do processo de sentir. Enquanto a Sontag milita pelo não esgotamento da arte, o vídeo parece militar pelo conforto do não entendimento. Acho que isso mais limita uma visão crítica geral da parada (que inclui a parte sensorial, obviamente) do que estimula uma percepção mais ampla como o texto da Sontag que tu usou de referência. Tem uma linha tênue aí, mas “só sentir” filmes não é nenhum mérito, assim como ignorar a forma também é bastante problemático.
Mano. Eu te amo, quadro em branco.
Acho que Max não foi muito feliz em falar como se houvesse a distinção entre forma e conteúdo, que é uma das coisas que a gente faz de conta que existe mas sabe que, na verdade, não tem. A crítica da forma é sim muito importante e se amarra com muitas outras coisas além dos sentimentos do espectador ao assistir. Aliás, aquela conversa que a gente estava tendo à tarde sobre a blue note e a escala menor harmônica tem a ver com isso.
Mas acho que Max dá uma bola dentro quando se posiciona contra a "domesticação" da obra através da explicação, e também ao lembrar que o discurso que a narrativa cria é importante mas um filme é mais do que isso. A arte carrega filosofia, mas a arte é mais do que a filosofia que ela carrega.
Já quanto a Sontag, não vou opinar por razões de: não li. Hahaha
não pra entender nada que esses caras falam pqp, vendo 2seg. do quadro em branco ja me sinto burro
Bom comentário Antídoto, vou colocar o que a gente tava conversando em off aqui pra agregar na discussão:
Tem horas que ele basicamente assume coisas que são contrárias ao que o vídeo tá tentando defender (partindo do texto da Sontag). Ele fala que tem filmes que ele decidiu não entender completamente, nesse momento ele basicamente tá assumindo que entendeu completamente os que ele tentou (o que já não é uma parada tão simples e meio pretensiosa). Isso é contraproducente, o texto que ele usa tá tentando provar outra coisa. Eu acho que essas coisas pontuais acabam massageando um lugar mais confortável (tanto dele quanto do público), de alguns filmes que ele “sentiu” e é isso, que isso faz um filme ser muito legal. Sim, faz, mas e aí? Isso também é limitar, esgotar a arte. Se a Sontag tá falando sobre não esgotar a arte pensando SÓ no conteúdo (lembrando que ela não descarta isso), não esgota a arte pensando só na forma. O conteúdo tá dissolvido na forma. É nessa interpretação que eu acho que ele deslizou nesse vídeo, que é basicamente o que o texto tá querendo dizer, que é um texto FODA. E aí o vídeo alimentou uma parada bem problemática.
Cara.. eu acho isso bem contraditório, as vezes a gente consegue entender algo inconscientemente, logo trazer uma obra pro plano racional pode despotencializa-la (não só agregar), é como se você a colocasse em uma caixa tirando toda a sua grandeza...
E também depende do filme, por exemplo 'sonhos' é um filme que traz consigo um lado muito filosófico, poético e espiritual (bem oriental mesmo), tentar compreende-lo racionalmente é tirar um pouco da sua essência e sutileza... Muitos filmes depois de compreendidos perdem a graça, assim como outros ficam mais interessantes. Eu sou do tipo de pessoa que fico mais impactada com experiências que despertam meus sentimentos do que o meu intelecto, mas tem obras que despertam os dois também, ou posso ficar em êxtase com a ideia. Acho que cada caso é um caso, mas particularmente acho que cada filme que assisti me tocaram cada um da sua maneira, independente do que predomina mais em mim, nenhum deixa de ser incrível por entende-la menos, muitos são perfeitos pelo que senti, não pelo que entendi. O que importa é o que te toca e o motivo que é muito pessoal (porque é no nosso íntimo, e as vezes nem precisa de explicação). Querer colocar sentimentos em explicações despotencializa a razão, mas querer entender sentimentos despotencializa o que sentimos... Portanto o melhor é se permitir sentir cada obra, racionalmente ou não (é uma experiência pessoal), até onde e como você vai vê-la e interpreta-la. O sentimento pode ser tão incrível, que saber se torna pequeno (as vezes)
Quem precisa fazer sentido é soldado.
Você está implorando pra ir pro Zorra né filhote?
além de um dos melhores canais também é piadista kkk
"Devemos aprender a ver mais, ouvir mais, sentir mais." Sontag
"Devia ter amado mais. Ter chorado mais. Ter visto o sol nascer" Titãs
boa kkkkk
COMÉDIA, ENTRETENIMENTO BRASLEIROOO
Um vídeo necessário! Desde quando passei a entender o cinema como arte que me sinto culpado por não conseguir fazer uma interpretação de um terço do que vejo. Já começei querendo ver um filme como um crítico e não conseguindo fazer isso, a frustação foi e continua sendo imensa. Tanto que muitas vezes achei que não era uma pessoa "qualificada" para ver filmes, por não conseguir fazer uma simples interpretação do que vi. Mas uma coisa que sempre me marcou no cinema foi a experiência sensorial que tenho seja pela exuberância das cenas construídas seja pelas sensações que elas evocam. E há algum tempo venho tentando resignificar o que é o cinema pra mim, primeiro elevando a experiência sensorial ao patamar da interpretação e aprendendo como ler um filme. Esse vídeo é muito especial, obrigado Max!
Queria entender o subtexto presente em Cinderela Baiana.
Keystone Herbett 😂
Kkkkkkkkkk
huahahahahha
É uma puta crítica social, como você não vê?
basicamente, muita vontade de ter um "filme" no curriculum é um metasubtexto
Uma vez a minha mãe me disse "tudo na vida tem um sentido."
Eu disse "tá, e as letras do Djavan?"
"É," disse ela, "quase tudo."
Quem precisa fazer sentido é soldado. O sentido é uma das muitas coisas que uma obra de arte pode trazer.
Engraçado como ler sobre uma interpretação de uma musica dele (Açaí) me fez gostar dela. Talvez a necessidade de existência ou não do sentido dentro da arte dependa da obra, do espectador e até do interesse do espectador de momento pra momento. Sempre vão coexistir a sede pelo sentido e a sede pela sensação, ainda bem.
Mas o Djavan pode fazer letras que não tenha sentido num sentido de criar confusão.
O sentido na minha opinião é além do que você querer contar uma história, é você querer insinuar algo.
As letras do nirvana também, sem nenhum sentido kkkkk mas passa uma emoção tão real que parece que tá me traduzindo em música
@@arturdutra9967 no no no elas apenas não são lineares e modais, mas são cheias de sentido e subtexto e até mesmo com narrativas escancaradas, não precisa nem forçar muito pra interpretar, é só ler como poesia de formatação livre. talvez por toda essa liberdade, assinatura e sincronia com o eu lírico são tão reais
Eu vejo o "interpretar" como parte fundamental, quiçá imprescindível da experiência de se assistir um filme. Me arrisco a dizer que é intrínseco à arte, visto que "interpretar" não se restringe apenas ao conteúdo implícito, simbólico, metafórico ou divido em camadas; é direcionado a quaisquer elementos. A própria técnica, a maneira como o autor se utiliza para construir sua obra e nos atingir, é subjetivo em certo nível. Sim, existem parâmetros para definir o que é uma coisa e outra, mas até uma boa direção e uma boa fotografia, dependem da sua INTERPRETAÇÃO do uso desses artifícios em relação com o que está sendo exibido.
A parte sensorial (o "como") e a parte abstrata (do conteúdo) andam de mãos dadas. Desassociar uma coisa da outra me parece não só errado, como uma tentativa frustrada. Quando conseguimos entender como um filme nos atinge devido as especificações técnicas, não significa que só alcançamos tal entendimento por causa de uma suposta objetividade que nos faz enxergar àquilo de maneira imparcial, é bem pelo contrário. A capacidade de se compreender o que está sendo visto, ouvido e até sentido, é proveniente justamente da habilidade de se interpretar tudo isso e relacionar com experiências, vivências, momento atual da vida, bagagem cultural e, claro, linguagem técnica. Por isso que ninguém vê o mesmo filme duas vezes: porque sempre o interpretamos de maneiras diferentes, inevitavelmente.
Por isso não me parece certo associar à interpretação de algo, necessariamente a incapacidade de se apreciar a técnica. E nem me refiro a filmes enigmáticos por essência, visto que nesses casos, o próprio autor sabe o que está fazendo. Sabe que está construindo um longa propositalmente abstrato. Portanto, sua intenção é justamente fazer o público pensar e refletir. Quem sabe, decidir o final por si mesmos através da interpretação.
Não sei como alguém consegue se segurar para não pensar em algo que gostou muito, mas eu como apaixonado por cinema, quanto mais descubro sobre a obra, mais entusiasmado e feliz eu fico por ter assistido aquilo. Qualquer informação a respeito, só enriquece minha visão da história, não o contrário. E, definitivamente, não me impede de também exaltá-la pelo primor narrativo. Acho que o Cinema é isso: ver, ouvir, sentir e interpretar. Tudo junto. Não é á toa que a sétima arte engloba todas as anteriores.
Fala, meu caro! Valeu pelo comentário. E cara, eu concordo plenamente com o que você fala. Como comentei na resposta pro Quadro em Branco, acredito que também existe "interpretação" na experiência sensorial. As emoções causadas por imagem e som também trazem signigicados. Se no vídeo pareceu que eu não penso assim foi porque eu talvez não tenha me expressado muito bem. O fato de eu não pilhar de tentar desvendar cada mistério do roteiro não quer dizer que eu não me engajo com o filme, já que eu costumo refletir muito sobre o impacto sensorial também.
@@EntrePlanosCinema Entendi. Na real eu não respondi diretamente seu vídeo, foi mais o que eu penso sobre o assunto no geral mesmo. Até porque acho que você conseguiu ser claro na maior parte do tempo, só precisou tomar um certo lado para expor suas ideias. Enfim, grande abraço, Max. O vídeo tá incrível!
Canal God.
@@EntrePlanosCinema Acho que vai te agregar muito ler um pouco sobre os 4 discursos de Aristóteles, Poético, Retórico, Dialético e Filosófico. O livro mais acessível para o tema é Aristóteles em nova perspectiva. Perspectiva no sentido Anton Ego de Ratatoulle.
Concondo em grande parte com o Elegante, na minha opinião a interpretação de uma obra de arte chega a ser um ato involuntário intrínseco à experiência, porém a decisão de se aprofundar nessa interpretação, disseca-la e confronta-la perante outros vieses sim é um exercício voluntário que é o que eu acho q foi a intenção do EntrePlanos ao abordar esse aspecto.
Arte de modo geral, ao meu ver, é um "common ground", uma interseção entre a psique do artista e a do expectador, todo o processo que essa inter-relação promove (Ver, ouvir, sentir, interpretar) é de um valor que só diz respeito justamente a essa experiência de troca, eu diria que a arte é até co-criada pelas interpretações e percepções do expectador, quanto mais a obra "perturba" quem à apreende, mais ela gera necessidade e capacidade de mudança dentro da consciência desse indivíduo. O que pra mim é o papel mais importante e definitivo da arte: causar mudança. Seja perceptiva/objetiva ou interpretativa/subjetiva.
Por isso eu amo David Lynch, os mistérios mais profundos são os que mais nos incitam a percorrer os caminhos mais complicados mas que guardam as maiores recompensas. Arte é a linguagem que transcende a linguagem.
Quando se fala em experiência sensorial, o primeiro filme que me vem à mente é Dunkirk. Tudo nesse filme é feito com um primor técnico orgásmico: a direção, a montagem, a fotografia, os sons, a trilha sonora... Tudo! O filme abraça os seus sentidos e você se sente ali naquela praia, naquele avião, naquele barco, com aqueles homens, lutando pela sobrevivência (seja a sua própria ou a do próximo). E também os momentos de esperança e alívio do filme são incríveis, como a chegada dos barcos civis e o personagem principal lendo o discurso de Churchill no final do filme acompanhado por "Nimrod", de Elgar. É Christopher Nolan mais uma vez esbanjando seu primor técnico, já demonstrado em Inception e Interstellar. E tb vale destacar os trabalhos impecáveis de Hoyte Van Hoytema (fotografia) e do sempre genial Hans Zimmer (trilha sonora).
Antidoto, Quadro em Branco e Elegante debatendo em um vídeo do Entre Planos, agora eu entendi meus instintos me dizendo para olhar os comentários.
eu tbm kkkkk
fiquei feliz por essa interação sou fã desses canais
Eu sou a favor de compreender a mensagem de alguns filmes, e 2001 é um exemplo. Quando vi pela primeira vez, detestei e não consegui entender porque o filme era tão elogiado. Então um colega me explicou que Kubrick desenvolveu a história junto com Arthur C. Clarke, que escreveu o livro, e o me emprestou. Após lê-lo pude compreender muito melhor a história e a partir daí me tornei grande fã das obras, tanto do filme quanto do livro. Então às vezes, para apreciarmos melhor um trabalho, é importante a compreensão do que o autor quer transmitir, mesmo que de forma subliminar. Mas claro, isso depende do filme, pois nem todos possuem subtextos.
Sua oratória, montagem e roteiro de vídeo, são impecáveis! #naopercoNenhum
Me encanta tu canal. Qué bueno que el portugués y el español se parecen tanto. Saludos desde México!!
10:36 - Paprika! ❤
RIPSatoshiKon
Excelente trabalho, esse vídeo!
Sobre sentir o filme eu só consigo lembrar de Boyhood, o filme com os mesmos atores interpretando seus personagens em diferentes épocas. Me emociona demais, nem sei muito o que sinto quando assisto, mas me traz MUITAS reflexões sobre a vida e muitas emoções também. Uma das coisas que amo no cinema, a necessidade de se tornar sensível
Reduzir a Arte a uma interpretação para torna-la dócil. Mata-se a experiência em nome de uma sensação de poder sobre a obra. Quando na verdade é ela que nos domina.
persona do bergman é um filme que eu sei que é MUITO profundo mas eu amo vê-lo de uma forma confortavel só admirando a atuação
Um filme que para mim é muito sensorial é The angel's egg. Primeiro porque eu não entendi nada kks e segundo porque é um filme muito bonito tanto no visual como na trilha sonora.
Max, sou muito fã dos seus vídeos. Por favor, faça um sobre a influência da indústria cultural e as mudanças nas produções cinematográficas. Valeu!
Susan Sontag e sua filosofia parecem ter o poder de chocar e desconstruir tudo em que acreditamos em certos momentos... Interessante que isso que você descreveu com o cinema Max, aconteceu comigo algumas vezes em outras situações lendo alguns textos dela, a ponto de ter que parar por um ou dois dias pra depois conseguir continuar com a leitura já refeito do baque... Quanto ao cinema e a pergunta do vídeo, vários filmes me levaram junto com o diretor pra "um outro lugar"... o último que me recordo na tela grande foi Blade Runner 2049, assisti em silêncio contemplativo numa sala de cinema com somente duas outras pessoas, e quando saí do cinema, parecia que estava voltando de um outro mundo... Não sei se será assim novamente quando o rever, mas quer saber? nem precisa...
Esse vídeo foi uma achado, muito obrigada! Estou cursando filosofia e estudando nesse semestre estética, e me ajudou muito a compreender sobre os conceitos de forma e conteúdo. :*
Concordo demais com a sua conclusão. Mas sobre 2001, pra quem quiser, tenho uma análise bem aprofundada. :)
Muito bom! Anos atrás eu assistia filmes buscando o seu significado. Assim, deixei de apreciar muitos filmes, achando-os "ruins". Até que vi um filme, que era sobre um rapaz fazendo um filme. Quando ele termina o seu filme, as pessoas não entendem o final, e ele explica que o final não é importante, mas o caminho. Infelizmente não lembro qual filme era esse, mas mudou minha perspectiva, passando a apreciar obras que anteriormente não tinha gostado.
Sensacional! Cara, que análise sensata sobre interpretação X forma. Acho muito importante não pender para nenhum extremo na valorização de ambos aspectos de uma obra audiovisual. Embora eu também curta muito entender o que cada diretor quer dizer com seus filmes, eu também me contento em apenas admirar o que vejo, mesmo quando o que vejo não diz muito.
Também considero essa explicação mais que necessária, em dias em que se multiplicam as opiniões do tipo "não gostei porque não entendi". Sério, tem gente que critica um filme porque, ou não se esforçou pra entender, ou porque queria que o filme terminasse do jeito que esperava.
Ainda mais quando assistem a um filme com o celular na mão, trocando mensagens...
Muito bom, meu velho! Um dos filmes que me deixou "boiando", mas que me impactou profundamente foi Jauja.
Parabéns por um dos melhores vídeos sobre crítica que vi esse ano. Cara, Akira e Neon Genesis Evangelion foram as primeiras obras que me vieram a cabeça.
Por muitas vezes esquecemos que um filme é uma obra audiovisual, que vai nos sensibilizar dessa forma, com imagem e som. Creio que seja muito importante interpretar tanto o conteúdo quanto a forma, mas vejo um exagero em querer atribuir sentido a tudo. Me lembro de Stalker do Tarkovski, um dos filmes mais lindos e contemplativos que já tive o prazer de ver, na primeira vez assiste sem tentar dar um significado oculto a tudo que aparecia na tela, apenas contemplei o filme, o senti, na segunda vez comecei a atribuir sentido para cada fala, cada simbolo e a experiência foi ótimo, mas quando assiste pela primeira vez, foi como se eu estivesse assistindo um sonho de olho aberto, foi surreal
É cada comentário que dá um TCC. Que massa isso! Parabéns, Max, por reunir tanta gente interessada e inteligente!
''Enter The Void", de Gaspar Noé.
Seu trabalho é foda cara!!! Bom filmes e diretores q não me preocupo em entender e me despertam várias sensações Andrei Tarkovsky - Nostalgia, Stalker... , Terrence Malick - Árvore da vida, Cavaleiro de Copas..., Wong Kar Wai - Angos Caídos, 2046..., Bela Tarr - O Cavalo de Turin, Satantango..., não poderia deixar de fora o brasuca Claudio Assis - Febre do Rato, Amarelo Manga. Em fim desses diretores citados todos os filmes.
“Memento” de Christopher Nolan. É uma obra que tem algum subtexto mas o foco principal é a experiência de montar o filme na sua cabeça enquanto você está assistindo, e se colocar na posição do protagonista de entender o que está acontecendo em cada cena pois sua memória é falha.
Sem duvidas o melhor canal de cinema do RUclips
Eu tava precisando muito de algo como esse vídeo. Eu sempre gostei de filmes considerados "malucos", "sem pé nem cabeça" para os outros. E como eu via todo mundo reclamando que esses filmes não tem sentido eu corria atrás de interpretações. Às vezes minha, às vezes de críticos e de canais como o seu. No fundo meu objetivo era só dizer: "olha, ele tem um sentido sim", porque muito desses filmes que eu assisti, como Donnie Darko e 2001, eu gostei apenas por assistir. Mesmo sem ficar muito claro sobre o que aconteceu de fato na história o filme já me envolveu.
E nisso entra exatamente o que você falou da experiência sensorial. Não é todo filme que eu não compreendo que eu gosto. E aqueles que eu gosto, como eu também não compreendi, a única explicação que justifica gostar de um e não do outro é que aquele que eu gostei me impressionou de alguma forma sensorial. No meu caso isso tem muito a ver com o que me fascina, que é o tempo e o espaço. Por isso filmes que sabem trabalhar com a questão do tempo e espaço me chamam a atenção. E quando ele toca naquilo que me fascina, eu sinto, mas não sei explicar exatamente o que no filme me fez sentir isso.
Um desses filmes é Mr. Nobody (acho que você nunca falou no canal). Foi um dos que fui buscar interpretações. Mas até hoje tem partes que não entendo e é isso que eu acho bom. Sempre que revejo eu paro pra pensar, não só no significado, mas no porque dele me causar essas estranheza que me fascina.
Como eu disse, eu tava precisando ouvir que você falou. Não vou mais ficar tão encucado com a interpretação e vou deixar me envolver mais com a experiência sensorial que o filme me trás.
Tropa de Elite é um dos meus favoritos da vida e nunca tive vontade de querer buscar interpretações dele. Apenas a experiencia de rever esse filme sempre é muito agradavel
Eu concordo com vc Max. Um filme que preferi não interpretar e acredito a minha experiência foi mais nos sentimentos foi "Possessão" de 1981.
Video sensacional e essencial! Quando vi Cidade dos Sonhos senti exatamente isso: é um filme para ser sentido, não entendido. Mas quando vi pela segunda vez, vi que o filme tem não apenas faz sentido, ele tem uma trama exata, de uma precisão matemática. Quando você entende UM elemento específico do filme, todo o resto se encaixa com a mais absoluta precisão.
Um filme como Mãe!, também tem um sentido claro a ser desvendado. Mas mesmo que você entenda intelectualmente o filme, você não será realmente capaz de GOSTAR dele se você não se permitir a sentí-lo, sentir com as tripas, violentamente.
Obras que eu gostei principalmente pelo que me provocaram sensorialmente:
A Fantástica Fábrica de Chocolate (1964)
2001: Um Odisséia no Espaço
O Homem Duplicado (inclusive o livro)
Qualquer filme do Charlie Kaufman ou do Michel Gondry
1984 (inclusive o livro)
Brazil: O Filme
Ilha do Medo
Maniac
Legion
Mr. Robot
Breaking Bad e Better Call Saul
A Origem
A Chegada
Matrix
Animatrix
Lunar
A Vila
Número 23
Oldboy (2003)
Her
(É basicamente a minha lista de obras audiovisuais favoritas, haha)
"Anticristo
- Lars von Trier"
Acho que só o Lars entendeu aquele filme, no entanto EU apreciei cada segundo daquela OBRA PRIMA!
Bom, pro meu gosto filme tem q trazer diversão. E o que me diverte basicamente são historias/roteiros bem escritos. Filmes que queria ver aqui no canal:
- Hobson's Choice (David Lean, 1954)
- Domésticas (Fernando Meireles, 2001)
- (Qualquer filme do Stephen Cho)
- (Especial irmãos Coen)
- Shaun of the Dead (Edgar Wright, 2004)
Vídeo sensacional. Um bon exemplo recente são os filmes Um Lugar Silencioso e A Bruxa. Filmes fortes na sensação e deixa o grande público espumando por achar que falta trama. Assim como 2001, esses outros que citei são filmes que não precisam de mais explicações. São perfeitos como são só pela sensação que causam no espectador
Exatamente. É preciso equilibrar essa jogada. Tem horas que a galera fica tão pirada em interpretar que esquece do resto, e a interpretação vira quase um jogo como ocorreu com this is america de Donald Glover. Ficou um fuzuê todo mundo correndo pra lá e pra cá querendo decifrar o clipe, o que às vezes é perigoso pois consumir conteúdo só pra decifra-lo reduz a obra a um simples passatempo.
Valarezo, tu estás entre os dez mais da crítica cinematográfica brasileira, vei. Valeu, um abraço.
Cara, vc é inteligente e humilde. Coisa que falta em muitos RUclipsrs por aí. Te desejo sucesso.
Adoro "Cidade do Sonhos" pelo impacto que me causou, mesmo não entendendo quase nada. Mas muitos filmes "arte" me fizeram dormir tambem. E existem os filmes de bons conteúdos. Mas muito tem os dois juntos e eu só acho que esses filmes alcançam muito mais gente.
Max, essa forma de ver o filme, sentindo-o em todas as suas nuances, sem a preocupação de compreender seu significado é de tal forma libertadora que desnuda um horizonte maior para o apreciador de cinema. Defendo essa forma de - TAMBÉM - ver uma obra cinematográfica.
Todos Kubrick's .... Em especial Berry Lindon...Amo a estética.. o uso do silêncio e a dose certa de ritmo lento.
"O CARA TEVE QUE CRIAR!!! E EU NÃO VOU CONSEGUIR ENTENDER?? COMO ASSIM EU NÃO VOU ENTENDER? VOU ESTUDAR, INVESTIGAR, INTERPRETAR, ATÉ ENTENDER -- CARAIO!"
- Cloves de Barros Filho (Você tem brio?)
Eu realmente concordo com seu argumento, e nunca tinha parado pra pensar nisso... Eu tive essa sensação com diversos filmes mas principalmente "suckerpunch".
Obrigada por este vídeo, de coração. Sempre amei o 2001 sem mesmo entender ele, as pessoas sempre me perguntam como eu amo um filme tão doido, mas eu na verdade amo a experiência que ele me proporciona a cada vez que eu assisto. São varias sensações, varias interpretações conforme cada fase da minha vida. Cara vc é um gênio. 🖤
Eu vejo que tem muita gente que se foca demais em encontrar sentido implicito em tudo constantemente e acaba ficando "louco na problematização", justamente por se concentrar demais na critica racional das coisas (essa critica que por si só pode ser muito limitada e danosa se mal apresentada) e desprezando o valor subjetivo que, mesmo que possa também ser interpretado, às vezes não é produtivo de se examinar profundamente de maneira metódica.
Sei lá, é um assunto difícil, mas me interessou bastante. parabéns, Max, pelo seu vídeo
Um filme que acho bastante rico em sentido e forma é "A Montanha Sagrada", de Alejandro Jodorovsky. Inclusive, Max, acho que valeria super a pena um vídeo sobre esse filme!
Concordo contigo, o melhor a ser feito é equilibrar, e não ficar apenas focando nos detalhes técnicos
Donnie Darko.
Com certeza.
Ainda hoje, não o entendo por completo.
De explodir a cabeça.
🤯 🤯 🤯
Vendo os comentários aqui consigo ver que esse vídeo (apesar de falho aos olhos de alguns) tem sido excelente pra trazer à tona uma discussão interessantíssima e que não é de fato explorada em sua totalidade
E devo acrescentar, não como quem exige, mas como quem se sentiu profundamente interessado nessa discussão, eu queria pedir que você escrevesse outro vídeo continuando essa discussão e talvez explorando mais o aspecto da interpretação e absorção sensorial.
E queria dizer que percebi que recentemente esses filmes com alta carga sensorial e com o conteúdo discursivo ficando mais pra "segundo plano" são o meu tipo de filme favorito, pois eles exaltam a habilidade quase exclusiva do cinema de contar histórias sensorialmente, coisa que um livro nao é capaz com tanta intensidade. Mad Max, Blade Runner 2049 e Aniquilação estão na minha lista de filmes favoritos justamente pois eles me desafiaram a mudar a maneira como eu entendia o cinema
Parabéns, Max. Você é um cara incrível, aprecio muito seu trabalho
penso muito no nuri bilge ceylan e no apichatpong weerasethakul. acho que é dúbio - são filmes extremamente longos e de experiência sensorial. os dois são muito válidos: você acaba se banhando em capacidades interpretativas, mas também é muito possível entender a experiência cinematográfica de lá e senti-la por si só. acho que essa lista é estendível, mas creio que possa se acrescentar o carlos reygadas e o lisandro alonso.
Fenomenal esse tema, obrigado pela indicação de sonhos e cidade dos sonhos, vou ver essas obras de arte, que a luz esteja com vc
...
Os subsequentes livros do Clarke explicam tudo que ocorreu em 2001... E realmente, apesar de satisfazer a curiosidade, destrói bastante daquela aura especial. Nem sempre explicar é o melhor caminho mesmo!
O primeiro diretor que vem a mente é Andrei Tarkovski, em qualquer filme dele a empreitada de "analise racional" é algo fugaz.
A primeira vez que o Ingmar Bergman viu um trabalho dele(que foi o Andrei Rublev), não havia legenda em sueco na película disponível, mas mesmo assim o Bergman viu as mais de 3 horas de filme e revelou que foi uma das maiores experiência cinematográfica que tinha vivido até o momento.
Minha de filmes "pela experiência" passaria por filmes que me chegaram mais recentemente, como "Animal Político" de 2016 e "Synecdoche, New York" do Kaufman (de 2008). Também há aqueles filmes mais antigos na minha vida como "Munique" do Spielberg e "Adaptação", ou mesmo "Anomalisa" também do Kaufman (talvez todo o trabalho dele se inclua nessa categoria para mim)
Menções Honrosas:
"Asas do Desejo" do Wim Wenders
"Big Jato" do Cláudio Assis
"Sangue Negro" do Paul Thomas Anderson
"A Vida Marinha com Steve Zissou" do Wes Anderson
"O Som ao Redor" do Kléber Mendonça Filho
"Um Homem Sério" dos Coen
"A Balada de Buster Scruggs" também dos Coen
"O Lagosta" do Yorgos Lanthimos
"Sombras da Vida" (A Ghost Story) do David Lowery
e
"Projeto Flórida" do Sean Baker
Primeiro eu sinto, depois o EntrePlanos me ajuda a entender melhor e isso da um Up a mais na compreensão total da obra. Quem assistiu aos vídeos de "Mindhunter" sabe do que estou falando.
Eu gosto de necessariamente sentir o meu favorito A Viagem de Chiriro e nunca procurei interpretar. Também gosto do Melancolia, porque justamente a destreza técnica de sua produção gera exatamente esse foco sensorial. Acabou que são bem opostos os sentimentos entre esses dois filmes que citei e até isso me encanta.
Há uma coisa q uma professora do curso de 'História e Cinema', um dos meus favoritos qdo fiz minha pós, que encaixa perfeitamente nesse tema. Um filme sempre deve ser assistido pelos menos duas vezes, na primeira nos divertimos, mas apenas na segunda analisamos. Adoro seu canal!
Filme impressionante e impossível de interpretar: "Limite", de Mário Peixoto, Brasil, 1931.
Interestelar talvez se encaixe nisso mas interprete ele também é fascinante.
Recentemente fiz uma oficina de crítica cinematográfica. Aprendi a elaborar teorias a partir dos filmes, mesclando tais teorias com os aspectos técnicos das obras. fiz um texto sobre "The Neon Demon", no qual discorri sobre a natureza esotérica da história, do desfile como uma iniciação. Depois, discorri sobre os recursos técnicos utilizados pelo diretor.
Toda forma de manifestação da linguagem é construção de sentidos. Ler uma obra humana, portanto, é atribuir sentidos com base nas pistas deixadas pelo autor. No caso do cinema, essas pistas ganham força com a forma, mas não existe forma sem conteúdo, ou não teríamos linguagem. O cinema não escapa a isso. Quando estamos diante de um filme buscamos seu sentido porque há por trás dele uma intenção desejada pelo cineasta. Concordo que nem sempre é necessário encontrar um subtexto (um significado oculto), mas por mais precioso que seja um filme em termos técnicos, acredito que tudo ali deve convergir para um significado interno coerente à história contada. Esse significado interno deve ser sempre passível de compreensão, sob a pena de deixar de ser linguagem. A interpretação é um nível superior de leitura, que nem sempre convém. Mas a compreensão é indispensável.
Pra mim os filmes dos Malick não tento interpretar, mas que são uma baita experiencia sensorial, que nunca vi algo parecido. Vejo o diretor como algo além do seu tempo.
Eu so entendi 2001 quando escutei um podcast do jovem nerd,NerdCast 294,quando o Android(participante do podcast) explica todo o final,e é uma parada tão maluca de ficção científica que era melhor não entender tudo aquilo kkkk
Se o filme fosse feito hoje em dia, seria bem mais fácil de fazer aquela cena de pisca-pisca.
Aquilo é uma viagem no HiperEspaço onde as cores ficaram todas invertidas e ele via varias naves alienígenas se conectando a outros lugares enquanto ele caia em direção a uma Anã Branca.
Já a segunda parte no hotel era daquele jeito mesmo
"explica todo o final" ou - explica todo final baseado naquilo que ele entendeu?
Para entender tem que ler o livro.
Eu entendo que o Astronauta no fim foi como uma formiga, pega por biólogos (aliens). A formiga entenderia que estava sendo transportada, mas não entenderia o carro a transportando para o laboratório, Entenderia uma forte luz acima dela, mas não entenderia o microscópio do biólogo a observando... Reconheceria o formigueiro (quarto), mas não reconheceria que estava em um ambiente artificial um aquário. E assim viveria o resto da vida.
Max eu admiro demais o seu trabalho aqui no entre planos,eu consigo tirar grandes lições de vida com os seus vídeos,um dia eu quero muito fazer parte do cine club EntrePlanos ,nunca desista deste canal Abraço
A Cidade dos Sonhos é um desses filmes pra mim. O Império dos Sonhos, tb do Lynch, é indescritivelmente um dos melhores que já vi e, como é do Lynch, é mais sensorial (como o curta dos Coelhos, por exemplo) do que narrativo. O próprio Lynch, sobre Twin Peaks, trata no seu livro mais atual sobre o momento em que o calor dentro de um carro o fez criar a "sala vermelha" e os elementos que a tornam, pra mim, a cena mais bizarra da minha adolescência vendo filmes.
Que vídeo incrível! E me fez entender algo sobre a minha postura intelectual diante de muitos filmes (talvez a maioria, ou até todos hahaha) que gosto muito. Eu não fico tentando entender algo muito além do que SENTI enquanto assistia. E acho que tu matou uma charada ahahah: quando a obra é sensorialmente muito impactante, isso acontece quase que invariavelmente. Senti muitooo isso recentemente em aniquilação. Mas também sinto em blade runner (nos 2), em a chegada, e em toda a obra perfeita do tarantino, semana passada no dor e glória. Obrigada por esclarecer um sentimento (a tranquilidade por não querer esmiuçar obsessivamente o enredo dos filmes fantásticos que surgem as vezes) que freqüentemente tenho em relação aos meus filmes preferidos. Tu é demais!
Fiquei pensando então se a crítica não deveria se dividir em Blocos.
1).Nas intenções do criador, analisando foco, narrativa e coerência.
2). Contexto histórico, avaliando-se se e como a obra se relaciona a sua época e a influencia.
3).Elementos técnicos como som, imagem, etc.
4). Impressões e interpretações onde se foca apenas na experiência subjetiva do expectador com a obra.
ei amando o canal. QUando falar de filmes assim coloque o nome deles na descrição do vídeo também pra ficar mais fácil na hora de procurar pra assistir. Muito obrigado pelas análises e trabalho.
Mais um baita vídeo. Parabéns, Max. Para mim, Eraserhead entra um pouco nessa questão do sensorial pesar mais do que buscar um entendimento completo da obra.
Amei esse vídeo. Tenho muito dificuldade em interpretar os filmes, sempre me prendo apenas ao sensorial, por isso adoro seu canal. Mas foi bom ver que a visão sensorial também pode ser importante :)
Max , parabéns pelo vídeo. Excelente conteúdo e ótimo tema. Destaco como um dos filmes em que a experiência sensorial foi mais marcante que a trama em si : Dunkirk.
Excelente vídeo. Parabéns Max!!
@EntrePlanos sugestão de vídeo: a filmografia de David Lynch, muito conteúdo maneiro do diretor pra ser comentado. De Eraserhead e Blue Velvet até Mulholland Drive, Inland Empire e os curtas Rabbits.
Nunca vou esquecer quando eu assisti A Bruxa numa sexta feira treze à noite no volume baixo.
Tudo p que aquele filme fez eu sentir, mesmo sem entender nada a atmosfera o clima, tudo. Fantástico!❤❤❤
Parabéns Max, voce sempre competente!
Excelente vídeo. Queria muito que vc tivesse falado de "De olhos bem Fechado".
Cara que vídeo lindo, super de acordo. Acho que "se deixar" por essa inquietação que o estranho nos causa sem tentar entender tudo pode levar a experiências incríveis!
Penso que por mais que o autor queira passar uma mensagem pré estabelecida, quando ele contempla sua arte, nesse caso seu filme, pronto, tenho certeza que ele tem muitas experiências catárticas que fazem ele perceber que a obra acaba apresentando muito mais conteúdo subjetivo e complexo do que ele imaginara. Deve ser uma experiência especial filmar e ver essa peça montada no final. Poder contemplar tudo aquilo que seu consciente e inconsciente quis trazer a tona.
Eu acho que seria legal se você pudesse fazer um vídeo falando de porquê raios as pessoas gostam tanto de assistir os mesmos filmes de novo e de novo e de novo
No meu caso, não suporto assistir a mesma história sozinho, não assisto mais de uma vez um filme nunca, a não ser que esteja com amigos pra poder conversar sobre a peça durante ou depois. Com músicas ou ouço ad nauseum, mas com filmes isso me incomoda.
Enfim, mas sei que MUITA GENTE assiste os mesmos filmes infinitas vezes e penso que isso envolve muito o que você falou aqui sobre apreciar a experiência sensorial e subjetiva de cada obra, não tanto pelo conteúdo discursivo explícito, mas mais pelo apego emocional pela obra
Enfim, acho que seria um bom tópico pra apresentar caso queira continar a discussão
Eu gosto muito desse canal, parabéns pelo trabalho de sempre
Acredito que os blockbusters têm muito isso. O foco é muito mais na experiência que as cenas produzem, do que em uma construção coerente, boa e roteiro bem construído. Isso aconteceu recentemente com Alita pra mim. Tipo: as cenas de ação são realmente incríveis, empolgantes. Mas o roteiro me incomodou muito, me fazendo desconectar de vários personagens e percebendo o quanto as motivações deles são ruins. São personagens rasos. Então não foi uma experiência completa pra mim. Acredito que os blockbusters são assim, mais para ser algo sensorial. Mas acredito que deve ter um equilíbrio, se não algo sai pela culatra.
Cara, você poderia falar da história e do mundo cyber punk do filme Akira? Adoraria ver sua visão sobre ele.
Abraços
Ficamos extremamente analíticos em relação a arte e ficamos falhos em sentir ela, que é o seu real propósito.
O filme " A Origem" me transportou para tantas viagens, mas a bem da verdade eu não entendi tudo. Mas posso dizer que ele é um dos meus filmes preferidos, bem como Magnólia, 2001 Uma Odisseia no Espaço, O Sacrifício (Andrei Tarkovski) e tantos outros que não entendi totalmente, mas me apaixonei por eles.
Estava aqui pensando... Talvez ao assistir a um filme que você tenha uma relação pessoal e/ou emocional com a história facilite a você aproveitar a experiência do filme ao invés de ficar analisado-o.
Cara que tema bacana, e me veio a mente que nunca vi ninguém explicando/analisando filmes do Tarkovski, são filmes muito sensorias com imagens e sequencias marcantes por si só
"Uma casa vazia", Um alguém apaixonado, The Wailing, Sob a pele, Ao cair da noite, Akira, A viagem de Chihiro, Perfect blue, Amnésia, A origem, Primer, A árvore da vida, A fonte da vida, Stalker, Looper, O Duplo, O homem duplicado, Ghost in the shell (animação), Os suspeitos, De olhos bem fechados, Ladrão de sonhos, Os outros, O operário, Cidade das sombras, Citadel, Escuridão (2005) e segue a lista... Imagino que, quando vemos muitos e muitos filmes, é difícil apenas imergir e não buscar referências internamente. Somos críticos e analíticos por natureza, muitas vezes fazendo isso de forma inconsciente. Já mergulhei em tramas apenas deixando o filme me surpreender, sem exigir que ele me agradasse ou me contasse seus segredos, mas o subtexto estava lá, nas letrinhas miúdas do rodapé, acenando pra mim e claro, caí na armadilha!
Tudo bem. Acho que dá pra se divertir das duas formas, analisando ou apenas "viajando" ao sabor da história. Só não vale brigar com outra pessoa que discorda do nosso ponto de vista.
analise perfeita max adorei este video também tenho essa mesma impressão
Não é uma filme , mas o anime Serial Experiment Lain me deixa em muitos momentos sem entender,porém adoro ele .
O conteúdo do seu canal é excepcional, menino!
Quando um filme não faz sentido, talvez, momentaneamente ele não faça sentido, um dos exemplos clássicos é o 2001. De cara ele não fez muito sentido pra mim, mas a cada vez que eu revejo-o tenho uma percepçao diferente da ultima vez que eu vi, e olha que não é complementação dos sentidos, mas sim uma nova interpretação totalmente diferente da última. Tipo, na Geografia, que é onde eu me especializei, alguns textos e livros possuem tamanha profundidade que a cada nova leitura dele tenho uma nova interpretação, não por ler o livro repetidas vezes, se vc ler o mesmo livro por 5 vezes na semana ininterruptamente vc tera a mesma interpretação daquela semana. No entanto a vivencia, o cotidiano são necessárias para interpretar as coisas e delas fazer sentido. Algumas coisas como livros e filmes não são para fazerem sentido no momento, mas a vivencia, o tempo longo, termo braudeliano, traz uma interpretação ainda mais profunda dos fatos da nossa vida e do que queremos que faça sentido. Fazer nossos outros sentidos funcionarem, como visão, tato, paladar e audição, ou seja nosso corpo, faz o ser humano ter uma maior sensibilidade seja através da arte, seja através da ciência.
Excelente vídeo, parabéns!!!!!!!
Excelente conteúdo. Afinal, arte não tem compromisso em dar um sentido único em nada.
Kill Bill. Acho incrível. Já encontrei algumas falhas de roteiro, mas ainda é meu filme favorito por causa do impacto que as imagens me causam.
Olá Max, também sou de Brasília e acompanho seu canal a algum tempo. Gosto do material que voce produz, acredito que tem uma linguagem acessivel para quem curte cinema e não tem tantos dominios tecnicos, mas respondendo a sua pergunta gosto dos filme do Edgar Wright pelo modo como os efeitos sonoros são destacados na maioria dos filmes, meu favorito é o Scott Pilgrim e Todo Mundo Quase Morto
Stalker! Bem legal esse tema, de quebra vários filmes que não conhecia sendo adicionados na lista, destaque para esse Sonhos. Falando nisso, Brazil do Terry Gilliam é um que se enquadra um pouco nessa não interpretação, com aquele ar mais onírico.
Adoro esse filme
Uma bela (apesar de um pouco exagerada) crítica a eterna burocracia do Brasil
2001 uma odisséia no espaço, não estavam entendendo nada, mas estava maravilhado por essa obra, fica me perguntando, esse filme foi feito na década de 60.
Tenho a impressão que realmente foi feito no ano de 2001