EU PERDOEI O ASSASSINO DO MEU PAI | Histórias de ter.a.pia

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  • Опубликовано: 25 окт 2024
  • A Cinthya perdeu seu pai aos 14 anos de uma forma trágica: ele foi assassinado voltando do trabalho por um garoto da mesma idade que ela. Mesmo com o vazio deixado pela morte precoce do pai, a Cinthya perdoou o rapaz porque acredita que ninguém nasce querendo tirar a vida de outra pessoa.
    O pai da Cinthya trabalhava como taxista e sempre voltava no horário pra casa. Nesse dia ele demorou e todo mundo achou estranho, até que um parente da família, que trabalhava como taxista, trouxe a notícia. Durante um assalto ele foi morto por um jovem de 14 anos.
    O chão da família se abriu e todos naquela casa perderam um cara generoso, amoroso e trabalhador. O que fazer a partir desse momento? Como lidar com a falta da buzina do pai chegando do serviço? Com nunca mais ver o sorriso do pai?
    A dor foi dilacerante mas a Cinthya desde jovem sabia que não queria que o ódio fosse o motor de movimento de sua vida a partir daquele momento, mas o amor. Amor esse que seu pai ensinava e pregava.
    E foi ali que ela entendeu que deveria perdoar o menino que tirou a vida do seu pai, mesmo que ela nem soubesse quem ele era ou tivesse pedido seu perdão.
    Com o tempo, a Cinthya foi elaborando melhor esse sentido e tendo mais certeza de que perdoar a pessoa que matou seu pai era não só um ato de amor, mas de entender a realidade que muitas pessoas vivem.
    Cinthya é uma mulher preta que cresceu no Grajaú, extremo sul de São Paulo. Ironicamente, seu pai foi assaltado em um bairro próximo da sua casa por um garoto negro. Ela entende que muito do que aconteceu é fruto direto e indireto da falta de políticas públicas, falta de acesso, do abismo social em que pessoas pretas estão inseridas, principalmente.
    Para Cinthya, tudo o que aconteceu é maior do que as pessoas costumam generalizar moralmente como "falta de caráter".
    Ressignificar a dor da perda do seu pai vem a partir desse entendimento. Ela sabe que não pode trazer seu pai de volta, mas pode fazer com que outros jovens pretos e periféricos sejam protagonistas das suas histórias.
    Além de cursar psicologia, Cinthya também participa de batalhas de rimas e escreve poesias. Em uma delas, ela diz: "O menino morria toda vez que matava. E anestesiado já nem sentia dor. O menino matou seus sonhos, a minha infância e o meu pai".
    Perdoar o assassino do seu pai é honrar a trajetória do seu pai. Estar viva e cultivando o amor é fazer com que seu pai esteja vivo também.
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