“Se esse diário for publicado vai magoar muita gente"

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  • Опубликовано: 8 сен 2024
  • “Se esse diário for publicado vai magoar muita gente”: reflexões sobre o campo literário em Quarto de despejo, de Carolina Maria de Jesus
    Luiz Henrique Oliveira
    CEFET-MG
    A proposta deste trabalho é refletir sobre os posicionamentos acerca do campo literário, segundo Quarto de despejo (1960), de Carolina Maria de Jesus (1914-1977). Entenderemos campo segundo Pierre Bourdieu (As regras da arte), isto é, espaço de ordem simbólica, pautado por disputas entre participantes e agentes, dotado de regras próprias e autonomia em relação à realidade. Carolina, por meio de sua condição de escritora “improvável”, discute não apenas aspectos do cotidiano, como boa parte de sua fortuna crítica ainda insiste em afirmar. A miséria, a desigualdade, os dilemas étnicos e raciais, o sentido da vida, as relações humanas, entre outros aspectos, de fato se fazem presentes nos textos da autora. Porém, tais assuntos conduzem o leitor a refletir acerca de meandros inerentes ao campo literário. Entre eles: a) o acúmulo de capitais necessários à participação do campo; b) as particularidades do campo, motivadas por regras próprias e “aceitas” pelos participantes; c) as disputas entre os estabelecidos e os recém-chegados. Nossa pesquisa será, portanto, bibliográfica. Diante de um cenário de limitações de inúmeras ordens, Carolina Maria de Jesus tece, em seu referido diário, uma crítica possível, por meio de sua escrita de “dupla consciência”.

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