Cheguei através de uma disciplina do curso de pedagogia. Gostei muito da explicação e principalmente do "toque" para o resgate da singularidade. Após a perda recente do meu pai, precisava ouvir algo q me ajudasse na libertação existencial, na reconquista da vontade de estudar/aprender/viver... e esse vídeo de alguma forma me atravessou. Obrigada! Ah, misturei muitas coisas aí no comentário e nem sei se ficou compreensível (talvez isso seja parte da minha singularidade).
Muito bom receber seu comentário, Suéle! Tudo o que quero com a Oficina de Filosofia é inspirar as pessoas! Minha satisfação é receber comentários assim!
Encantada, professor! O conceito da singularidade já havia me atravessado, mas a forma como você abordou a importância de educar o olhar para enxergar e resgatar nossa singularidade, é muito forte! Estou impactada e como vc disse, também estou buscando meus métodos para desempenhar meu papel nos teatros sociais sempre respeitando a minha singularidade e a dos outros. Obrigada!
Muito gratificante, a singularidade do 'ser', mudando a lente para o entendimento da singularidade e da identidade, no '' palco do teatro social'', e reconhecendo o papel dessa singularidade na educação.
Oi Aline! Claro... Existe todo um percurso de pensamento que investe na possibilidade dos humanos compreenderem a si mesmos como absoluta singularidade. 1- Espinosa ao propor uma "Ética" dos afetos (o que afeta cada um), não propõe "normas" éticas que todos devam seguir, mas propõe para cada um o desafio de aprender a conhecer, compreender e construir uma ética absolutamente singular pautada pelas questões: "o que aumenta minha potência de agir? o que diminui minha potência de agir?". Para cada um a resposta será uma, e a cada momento, a resposta pode mudar.. "é preciso estar atento e forte"... 2- Nietzsche, ao recusar toda determinação transcendente para o "ser" do humano (Deus, alma, sujeito, sentido da História etc), abre a possibilidade de pensarmos cada um como rede de relações de forças que produzem artisticamente cada um de nós. Cada um, em sua absoluta singularidade, é uma obra de arte composta por forças que, em conflito, acabam produzindo harmonias e estabilizações temporárias. 3- O Existencialismo, ao afirmar que "A Existência precede a Essência" nega que haja alguma determinação essencial para nós. Se cada um primeiro existe e depois vai se formando para cada um um Ser, isso significa que o que cada um é, é composto pelas circunstâncias numa trajetória singular... Cada um vive em circunstâncias existenciais muito específicas... a gente nasce em um tempo, em um lugar, em uma família, estabelece tais e tais relações, frequenta tais e tais ambientes, é capturado por tais e tais gostos estéticos... e isso vai compondo para nós um Ser singular, que está sempre em aberto e sempre em movimento. 4- A Filosofia da Diferença, ao recusar a identidade, insiste na diferença de cada existente inclusive em relação a si mesmo. Não há identidade (A=A), não há ser idêntico a uma essência idêntica a si mesma que confere identidade a cada um e a cada grupo de idênticos à mesma essência. Logo, cada ser existente é "diferente", ou melhor, é uma "diferença". Derrida avança essa compreensão insistindo na irredutível singularidade de cada ser existente (ele evitaria até mesmo falar em "ser existente", pois isso já é identidade e universalidade demais). Todo o seu exercício de pensamento é acompanhar a desconstrução das "identidades" para que nos deparemos, pela via da aporia e do estranhamento, com a irredutível singularidade de cada um. Uma singularidade tão absoluta que não pode nem mesmo ser descrita, dita, definida, pois toda definição já é identitária e universalista demais. 5- E a psicanálise traz a compreensão de que, embora na "base" todo aparelho psíquico funcione da exata mesma maneira (a base do funcionamento mental são pulsões que como força constante exigem a própria satisfação), cada inscrição sintomática é absolutamente singular segundo a história e as afetações que cada um sofre e goza. Cada um sofre e goza de um jeito absolutamente singular e por isso a análise é de cada um e para cada um. Não à toa Lacan dá um passo ousadíssimo em sua compreensão da linguística: cada um tem uma compreensão (e uma incompreensão) absolutamente singular do mundo, pois cada um se insere na rede de significantes que compõem uma "cultura" de maneira absolutamente singular. Por fim, te convido a conhecer meu e-book chamado "Acorde!", onde desenvolvo, a partir dessas referências, uma Filosofia da Singularidade. Espero ter ajudado! Um abraço, Diogo
Grandes reflexões
Cheguei através de uma disciplina do curso de pedagogia. Gostei muito da explicação e principalmente do "toque" para o resgate da singularidade. Após a perda recente do meu pai, precisava ouvir algo q me ajudasse na libertação existencial, na reconquista da vontade de estudar/aprender/viver... e esse vídeo de alguma forma me atravessou. Obrigada!
Ah, misturei muitas coisas aí no comentário e nem sei se ficou compreensível (talvez isso seja parte da minha singularidade).
Muito bom receber seu comentário, Suéle! Tudo o que quero com a Oficina de Filosofia é inspirar as pessoas! Minha satisfação é receber comentários assim!
Pensar com você nos faz crescer emocionalmente. Sou muito grata pelo seu trabalho.
Encantada, professor! O conceito da singularidade já havia me atravessado, mas a forma como você abordou a importância de educar o olhar para enxergar e resgatar nossa singularidade, é muito forte! Estou impactada e como vc disse, também estou buscando meus métodos para desempenhar meu papel nos teatros sociais sempre respeitando a minha singularidade e a dos outros. Obrigada!
Cara, você é merecedor desse conhecimento. Agradeço bastante por compartilhar o seu conhecimento com a gente.
Muito gratificante, a singularidade do 'ser', mudando a lente para o entendimento da singularidade e da identidade, no '' palco do teatro social'', e reconhecendo o papel dessa singularidade na educação.
Nós, enquanto educadores, precisamos reconquistar esse olhar na importância da singularidade na nossa prática pedagógica.
O vídeo que eu precisava. Você pode indicar leituras sobre o assunto?
Oi Aline! Claro... Existe todo um percurso de pensamento que investe na possibilidade dos humanos compreenderem a si mesmos como absoluta singularidade.
1- Espinosa ao propor uma "Ética" dos afetos (o que afeta cada um), não propõe "normas" éticas que todos devam seguir, mas propõe para cada um o desafio de aprender a conhecer, compreender e construir uma ética absolutamente singular pautada pelas questões: "o que aumenta minha potência de agir? o que diminui minha potência de agir?". Para cada um a resposta será uma, e a cada momento, a resposta pode mudar.. "é preciso estar atento e forte"...
2- Nietzsche, ao recusar toda determinação transcendente para o "ser" do humano (Deus, alma, sujeito, sentido da História etc), abre a possibilidade de pensarmos cada um como rede de relações de forças que produzem artisticamente cada um de nós. Cada um, em sua absoluta singularidade, é uma obra de arte composta por forças que, em conflito, acabam produzindo harmonias e estabilizações temporárias.
3- O Existencialismo, ao afirmar que "A Existência precede a Essência" nega que haja alguma determinação essencial para nós. Se cada um primeiro existe e depois vai se formando para cada um um Ser, isso significa que o que cada um é, é composto pelas circunstâncias numa trajetória singular... Cada um vive em circunstâncias existenciais muito específicas... a gente nasce em um tempo, em um lugar, em uma família, estabelece tais e tais relações, frequenta tais e tais ambientes, é capturado por tais e tais gostos estéticos... e isso vai compondo para nós um Ser singular, que está sempre em aberto e sempre em movimento.
4- A Filosofia da Diferença, ao recusar a identidade, insiste na diferença de cada existente inclusive em relação a si mesmo. Não há identidade (A=A), não há ser idêntico a uma essência idêntica a si mesma que confere identidade a cada um e a cada grupo de idênticos à mesma essência. Logo, cada ser existente é "diferente", ou melhor, é uma "diferença". Derrida avança essa compreensão insistindo na irredutível singularidade de cada ser existente (ele evitaria até mesmo falar em "ser existente", pois isso já é identidade e universalidade demais). Todo o seu exercício de pensamento é acompanhar a desconstrução das "identidades" para que nos deparemos, pela via da aporia e do estranhamento, com a irredutível singularidade de cada um. Uma singularidade tão absoluta que não pode nem mesmo ser descrita, dita, definida, pois toda definição já é identitária e universalista demais.
5- E a psicanálise traz a compreensão de que, embora na "base" todo aparelho psíquico funcione da exata mesma maneira (a base do funcionamento mental são pulsões que como força constante exigem a própria satisfação), cada inscrição sintomática é absolutamente singular segundo a história e as afetações que cada um sofre e goza. Cada um sofre e goza de um jeito absolutamente singular e por isso a análise é de cada um e para cada um. Não à toa Lacan dá um passo ousadíssimo em sua compreensão da linguística: cada um tem uma compreensão (e uma incompreensão) absolutamente singular do mundo, pois cada um se insere na rede de significantes que compõem uma "cultura" de maneira absolutamente singular.
Por fim, te convido a conhecer meu e-book chamado "Acorde!", onde desenvolvo, a partir dessas referências, uma Filosofia da Singularidade.
Espero ter ajudado!
Um abraço,
Diogo
@@OficinadeFilosofia obrigada por tamanha atenção 💖