Eu acredito que o filme fala sobre pressão estética e a superficialidade na indústria do entretenimento e como as mulheres são tratadas como um objeto que quando não servem mais são descartados.
A superficialidade nao é só na industria de entretenimento. Talvez você ainda seja jovem e nao sente esta presao. Además parte de esta pressao vem de nois mesmas. Quando chegue o seu momento já saberás do que estou falando. Preparate emocionalmente e psicologicamente para quando chegue oseu momento.
Acho que dá pra estender isso para algo mais universal. O mercado de trabalho de um modo geral funciona assim, independente da questão de gênero, inclusive. Somos sugados e descartados. A cobrança pela adaptação as novas tecnologias e modos de fazer, a substituição e descarte das gerações. O filme tbm pode servir como boa analogia pro nosso modo de vida.
Ela passa o filme todo brincando com a nossa atenção libidinosa. No final, ela faz do filme impossível de continuar assistindo, ela jorra sangue em cima dos expectadores, como quem diz: "esse sangue também está nas suas mãos".
Indetifiquei elementos do Retrato de Dorian Gray. A medida que a versão mais jovem da personagem extrapola o tempo que poderia ficar e as consequências disso ficam grafadas na versão original.
foi só depois de algum tempo que percebi que o nome da Sue é meio que um trocadilho, uma brincadeira com a palavra substance: Sue-bstance, ou somente Sue, para os íntimos hehehe
Também percebi o mito da bruxa e a jovem donzela. Elizabeth se veste de amarelo, azul, gosta muito do vermelho. Lembra bem as cores da branca de neve. A jovem vem de rosa, azul, como uma Cinderela. Elizabeth as vezes aparece também como a bruxa que busca a todo custo a beleza, só que acabou sendo vítima da jovem sorridente, a fonte da juventude era a bruxa velha. Ao contrário do que as histórias de contos falam. As duas eram apenas uma. Sempre foi, inclusive nos contos de fada. E o patriarcado sempre fazendo uma mulher disputar com a outra a atenção, nem que isso leve a morte. Porem na bruxaria existe as 3 fases da bruxa (mulher) donsela, mulher jovem e ansiã. O filme tbm traz pra gente essas tres fases na personagem. Agora vendo a sua análise com a Medusa, amei mais ainda o filme. Filme fantástico, Inteligente!!!
No contexto ambiental que a gente vive atualmente, tive uma leitura meio ecológica da relação entre a Sue e a Lizzie Nas poucas vezes que a Sue menciona a conexão que tem com a Lizzie, ela a chama de mãe. Porém, não há nenhum sentimento de afeto com a Lizzie, num sentido maternal. Pelo contrário, a Sue explora e abusa da Lizzie, tal qual o ser humano faz com a mãe-natureza. No fim, depois de tanto explorar, o que foi tomado não tem mais como ser devolvido. Depois de cruzar o limite do equilíbrio, soluções sintéticas só vão ativar mais tragédias: vai ser sangue pra todo lado e a gente vai voltar a ser poeira de estrela, assim como foi com a Lizzie na calçada da fama hehehe
Tive uma leitura parecida, porém, acredito que a Lizzie realmente seria a Sue na sua versão mais velha. Então quando a Sue decide ser imprudente e abusar da substancia afeta o eu mais velho. Assim como nós quando decidimos não ter uma dieta saudável, usar drogas, não fazer exercícios, isso tira do nosso eu do futuro qualidade de vida. Aquele famoso "Deixa pro meu eu de amanhã resolver isso" é o que a Sue faz com a Lizzie na minha visão.
Este filme é muitp rico e permite várias analogias . Há muitas referências. A da Medusa me pareceu muito pertinente particularmente a cena final na estrela, como mostrou. Excelente!
Nossa e pensar que conheci esse canal no começo quando era pequeno, agora o canal cresceu, realmente Ricardo vc é muito bom no que faz, eu usava o nome de Johan, sempre fui um grande admirador teu, tu é ótimo!
Assistam ao videoclipe da Madonna chamado “Hollywood”, é basicamente toda a sinopse de “The Substance”. Um trabalho de 20 anos atrás que é mais atual do que as pessoas imaginam. A coincidência mais forte é que a mulher do videoclipe justamente está em decadência sem conseguir papeis ou empregos em Hollywood, e a todo momento ela deseja a juventude da criada, e num certo momento do clipe, ela toma a “substancia”, na verdade começa a injetar varias seringas em busca de rejuvenescer. Inclusive, eu sempre associo a Madonna nesse videoclipe ao Mito da Medusa, se vcs repararem os cabelos, principalmente o penteado é o mesmo e os cachinhos lembram cobras…
quando assisti o filme, achei que esse monstro era seu interior (poderíamos chamar da "alma" ou mente) da Elizabeth que é um ser sem forma nem estrutura, o único que sustentava ela antes era o seu corpo de onde ela saiu, como se fosse uma armadura. O seja, o proprio corpo é a apariencia que sempre sustentou a persona de Elizabeth e que a idade fez mostrar o quanto frágil ela era. O que me faz pensar o ruim que seria ser uma mulher dentro do padrão de beleza quando não tem tempo de refletir e entender como funciona o cruel patriarcado e que tão descartáveis as pessoas são na sociedade do entretenimento. Também lembrei muito do Retrato de Dorian Grey, pois ele usufruía dos privilegios da sua beleza enquanto o quadro escondido num quarto ia mostrando como a sua alma se convertia em alguém horrível. Tomara que este tipo de filme contribua de alguma forma para refletir mais sobre este tipo de exploração
Excelente ,obrigado por dar sua visão .Uma visão sobre a psique daquela personagem que eu estava procurando em como a diretora quis simbolizar .de certa forma aparenta ser apenas uma tragédia sem escapatória ,mas de fato o ponto está na alma ,mais uma vez ,valeu.
O padrão social estético é um conjunto de ideais culturais e sociais que define, em determinado contexto histórico, o que é considerado belo ou atraente. Esses padrões são construídos pela sociedade e reforçados por diversas instituições, como a mídia, a indústria da moda, a publicidade e atualmente muito pelas redes sociais. Eles ditam uma expectativa sobre como os corpos e as aparências devem ser, criando um modelo rígido que exerce pressão sobre os indivíduos para se adequarem a ele. Esse processo tem um impacto profundo nas identidades pessoais, frequentemente levando à perda da autenticidade e à desconexão com o eu verdadeiro. "The substance" trás uma Demi Moore em decadência, considerando os padrões estéticos vigentes, de sua beleza física, ironicamente ela também encarnando uma atriz e estrela de TV. Acuada, ela será alvo fácil para uma empresa misteriosa realizar um experimento em que ela poderá criar um "eu" mais jovem e mais bela, no entanto, tal clone e a original não podem conviver mutuamente, há sete dias para cada uma, devendo-se respeitar o equilíbrio temporal, e enquanto um corpo fica apto à convivência, o outro fica desmaiado, aguardando o prazo. Na psicologia humanista, autores como Carl Rogers abordam o conceito de "eu ideal" e "eu real". Quando o indivíduo se sente forçado a perseguir padrões estéticos que estão em desacordo com seu "eu real", há um desajuste entre esses dois conceitos, o que pode gerar sofrimento emocional, baixa autoestima e alienação. A tentativa de se enquadrar em um modelo externo muitas vezes leva à perda de uma compreensão genuína de quem somos, de nossas necessidades e de nossas preferências. A angústia da protagonista é revelada não apenas com uma sublime atuação, mas com uma câmera inquieta, com cortes rápidos, um terror psicológico dos bons. Do ponto de vista da sociologia, Émile Durkheim argumentava que a sociedade exerce um poder coercitivo sobre os indivíduos, influenciando comportamentos e atitudes. A pressão estética pode ser vista como uma dessas forças coercitivas, um "fato social" que molda como os indivíduos percebem a si mesmos e aos outros. A imposição de um padrão estético cria uma normatização que, ao se tornar dominante, transforma-se em um mecanismo de exclusão para aqueles que não se enquadram. Pierre Bourdieu, por sua vez, oferece uma visão importante sobre a relação entre estética e poder. Em sua teoria sobre habitus e capital simbólico, ele descreve como o gosto estético e os corpos considerados belos são, em última instância, construções culturais associadas ao poder e à classe social. A busca pelo corpo "ideal" ou pelo rosto "perfeito" não é apenas uma questão de preferência pessoal, mas um reflexo das estruturas sociais que valorizam determinados grupos e subordinam outros. O padrão estético está, portanto, diretamente ligado à reprodução das desigualdades sociais, já que nem todos possuem o capital (econômico, cultural e social) necessário para atingir os ideais impostos. Deste modo, tentar ao máximo seguir o padrão é manter-se relevante socialmente, sem cair no ostracismo. O processo de alienação do "eu" que ocorre pela busca da adequação a padrões estéticos pode ser compreendido também a partir de conceitos desenvolvidos na psicanálise, como o conceito de "alienação do sujeito", tratado por Jacques Lacan. Quando o sujeito se vê constantemente sob o olhar do outro, em busca da validação externa, há uma fragmentação da identidade. O indivíduo passa a se reconhecer apenas a partir da imagem refletida por esses padrões, perdendo a conexão com suas próprias subjetividades e desejos. As consequências dessa busca pelo padrão estético ideal podem ser devastadoras. Na psicologia, o impacto psicológico da não conformidade a esses padrões pode resultar em distúrbios alimentares, como a anorexia e a bulimia, transtornos de imagem corporal, depressão e ansiedade. Aqui, o conflito entre dois corpos desajustáveis é materializado em uma figura cada vez mais horrenda, acentuado por uma maquiagem pesada e um filme que não poupa esforço para serbizarro. Infelizmente achei que as interações sociais deixaram a desejar, por exemplo, o fato de haver uma semana apra cada corpo quase não gera inconveniente nas relações, e sim mais no próprio eu, cada vez mais autocentrado, no conflito que há para que o corpo mais jovem tenha mais tempo. O vizinho, os colegas de trabalho, parecem nem notar o sumiço, o que enfraquece um pouco a narrativa e torna tudo mais conveniente. Ainda assim, "The substance" é um retato visceral desse eu e de como corpos mais jovens tem acesso mais facilitado a bem materiais e simbólicos (Bordieau), do sexo à profissão, com um filme com impactos visuais que certamente ficarão na memória após a projeção. "A Substância" é uma obra-prima visual e sensorial para os amantes do gênero body horror. É uma parábola de fantasia macabra sobre misoginia e objetificação do corpo com empréstimos de Frankenheimer e Cronenberg. O filme entrega uma experiência visceral e impactante, explorando a degradação feminina de forma crua e sem rodeios. Ele explora de forma crua e impactante os bastidores sombrios da indústria de Hollywood, onde a beleza inatingível e a sexualização das mulheres ganham protagonismo. Mergulha profundamente na questão de como a sociedade, especialmente o show business, transforma mulheres em produtos, avaliando seu valor com base em padrões estéticos rígidos e quase impossíveis de serem atingidos. É uma crítica contundente à indústria da beleza e ao controle sobre os corpos femininos, seja transmitida de maneira clara e sem distrações. O tom obscuro e perturbador do filme ressalta as armadilhas da modernidade e da cultura de celebridade. A pressão para estar sempre jovem, magra e "perfeita" é desconstruída de forma brutal, oferecendo um espelho distorcido, mas honesto, da realidade. Todos os aspectos técnicos são bem feitos, com o design de som/mixagem se destacando mais. "A Substância" é sua homenagem a Kubrick(O Iluminado), infundida com uma perspectiva nova e feminina que faz com que cada momento pareça excepcionalmente poderoso. Também tem referências a Possessão (1981), Beleza Americana (1999), Réquiem para um Sonho (2001) e Carrie, a Estranha (1976). Demi Moore entrega a performance de uma carreira, e Margaret Qualley prova que tem o star quality de uma verdadeira artista de Hollywood. O filme depende da atuação de ambas e, somadas com a persona de produtor executivo interpretado por Dennis Quaid, estabelecem mais um ponto forte do filme. É um filme que choca, cativa e faz refletir, sem nunca perder sua essência brutalmente estética. P.S. Provavelmente no futuro se tornará um clássico cult.
Perfeito! São as aventuras dos primatas aprimorados, e a coisa mais prejudicial é orgasmo fictício por educação e verdade apontada por unhas postiças... se conversa é eva, e se chupa fica duro como pedra e amolece perdendo sódio, assim meduza coleciona. Mulher sagaz furunfa com as mãos no juízo pra não perder a cabeça. Mulher que enche a cabeça de cobra esquece o significado de ter uma pereréca. Você escreveu um livro, e com um bilhete fui muito mais conciso, mas graças a você perspicaz.
@@sarahmaia5455 Filme que não promete nada e entrega tudo! Demi Moore merece uma indicação a algum prêmio por esse papel. Uma crítica incrível sobre o tempo de "validade" da beleza da mulher. Ao etarismo principalmente! Com uma narrativa densa; a sociedade impõe padrões de beleza, mas nada é pra sempre. O visual "Kubrickiano", sem palavras, gostei da referência. Muito muito bom, vale a pena assistir!
Antes do filme ser sobre a indústria da beleza, ele é sobre novas chances. Elizabeth teve várias chances para mudar de vida, mas se encontrava presa. Ela escolheu repetir os mesmos erros. Ela escolheu morrer.
Excelente análise, nem de longe eu pensei nessa comparação. Mas vendo a imagem da cabeça dela na estrela da fama, é inegável a inspiração e similaridade com o mito da Medusa.
Eu tenho 60 anos e desde muito tempo venho preparando-me para este momento. Tenho a sorte que a natureza foi generosa comigo e aparento menas idade, porém que me tenha preparado e que a natureza me tenha benificiado nao escapo de que em alguns dias desperte com mal pé e me veja espantosa. É muito difícil porque eu fui muito bonita na minha juventude. Uma coisa aprendi que nao existe pessoas feas quando sao jovens, nao valoramos isso. Todos somos bonito quando jovens. Ë difícil verse apodrecer-se cada dia pouco a pouco. Isso sim, nao me arriscaria a uma cirurgia o aplicaçoes, prefiro ser natural.
Inclusive tem um filme que vi recentemente chamado Triangle de 2009 que faz referência ao mito de Sísifo, queria MUITO sua análise se for possível. no pressure!
Oi @erikabarreto3552 não sou fã de psicanálise, só achei criativo a leitura mesmo, principalmente a parte mitológica (apesar de tbm ter achado forçado encaixar o mito da medusa)
😉 Adorei sua análise de "A Substância"! Me fez pensar muito sobre a busca pela juventude e como o filme retrata isso de forma tensa e perturbadora. Aquelas árvores gigantescas realmente dominam a paisagem e contribuem para a atmosfera de obsessão da personagem. Fiquei intrigado com o simbolismo delas e como isso se conecta com a cultura da Califórnia. Ótimo vídeo, Ricardo!
*SPOILERS* Assisti esse filme no último sabado e pqp... Tô chocada até agora. Como uma pessoa que sofreu de distúrbios alimentares na adolescência (e lida com a dismorfia corporal até hoje), a cena em que a Sue mata a Elisabeth e a forma como ela o faz, me doeu muito. Como aprendemos a ser cruéis com os outros e com o nosso próprio eu, nosso corpo, nosso futuro! 😔 Me marcou muito. Obrigada pelo vídeo, dr. Ricardo.
Parabéns! É que você não tem cobra na cabeça. Raluca é virgem aos 24 anos e já é ruiva pra evitar qualquer diálogo. Seu atual shorts é homenagem ao drácula que só trabalha em Hollywood com o coadjuvante crucifixo, ficou extraordinário!
Na minha cabeça faz mais sentido serem duas pessoas diferentes, tal qual acontece com gêmeos! Ambos tbm passam pela mitose e não são a mesma pessoa. A diferença é que a Sue e a Lizzie são "gêmeas" mas com espaçamento de 25 anos de idade uma da outra hehehe
Fala sobre vicios, aquela ultima doce deve ser a ultima mesmo senao agente roda. E fala como a todo tempo diabo nos tenta. Que nem diz a musica pelo radio, jornal, revista e autidor. .. contamina seu carater rouba sua alma. Racionais Mc
eu acho ótimo quando profissionais de saúde mental fazem análises cinematográficas, recebemos sempre um conteúdo de ouro. Não é sendo emocionado não, mas se eu tivesse um oscar de melhor filme pra dar pra substância eu dava.
Eu acho que as cineastas, no caso a coraline, não tem muita chance de investimento! E qdo tem elas fazem, como se fosse a última vez! E sai obras primas, como esse filme
Assitir ontem, a análise com o mito da medusa faz sentido claro , porém , há críticas ao público , aos chefes de meios de entretenimento, mas a parte que mais fiquei focado foi a parte do conflito entre a Isa senhora e a Sue nova , muito interessante. Exemplo, tem a questão que o que a Isa nova faz acaba por afeta a Isa senhora . Tem uma boa metáfora aqui, e no final as duas se juntam e viram um monstro , para elas mesmas e para o público. Esse realmente foi o papel da vida da Demi Moore , parabéns , você merecia .
Não entendi a comparação de "culpa e castigo" levantada no video e o argumento central do filme. Acho até que são ideias bem cotrárias. Não é a personagem que é castigada por não aceitar envelhecer. Acho essa analise misógena e incrongruente com a reflexão que a diretora propõe. Mas acho que o mito do jeito que foi descrito aqui ilustra bem a ideia subjacente dessa compação: tod mal que acontece a uma mulher é culpa dela. Medusa foi estuprada como castigo.... ou você não viu o filme ou não entendeu a pegada da diretoa. Essa analise do filme é simplificada, misógena e reacionâria. Ele ilustra uma sociedade que faz tanta pressão sobre as mulheres e a culpa tanto que elas passam a se odiar, a se sentir descartaveis, inuteis, desamadas depois de certa idade. O filme fala do medo do envelhecimento e da visão que a sciedade tem nesse processo vivido pelas mulheres. Não fala de castigo por ter vaidade.
É uma loucura como a mente perturbada de Freud refletida na pseudociência que ele produziu consegue se manter tão forte, principalmente em casos esdrúxulos que relacionam o mito citado à vagina materna. Enfim, amei o capítulo um do vídeo. Sucesso sempre.
Entendo seu ponto de vista, embora discorde. Mesmo nesses ensaios dos anos 20 e antes, é possível encontrar muitos diálogos de Freud com outras áreas do conhecimento, como sociologia e antropologia. Mas obrigado por ter curtido o vídeo mesmo assim e pela educação ao comentar.
Não acho que vaidade é algo maléfico. Acho que se achar melhor do que os outros é. Acho que a vaidade faz parte da vida. Pode não ter nada a ver com a análise. Mas a Elisabeth do filme, foi castigada porque não aceitou a idade avançado pois queria continuar com a dança aeróbica. Mesmo sem dar audiência no programa.
INFELIZMENTE, QUERIA TER GOSTADO MAIS DESSE FILME. Diferente do "gostei" ou " não gostei", acho que esse filme merece uma discussão mais aprofundada aqui no grupo. PONTOS POSITIVOS : Maquiagem, efeitos especiais, efeitos sonoros, trilha sonora.. é tudo alto nível. Além disso a atuação da Demi Moore é digna de Oscar realmente (muito impressionante). O filme também discute de forma satisfatória temas como etarismo, "dissociação do eu" (essa parte tem algumas ressalvas que vou comentar nos pontos negativos) e tem partes de gore e comédia que funcionam bem. PONTOS NEGATIVOS: Infelizmente esse filme discute a questão de auto aceitação corporal e artificialidade do mundo moderno a partir de uma ótica também artificial. Quando se tem a maioria dos personagens extremamente caricatos (como o dono do programa) e uma direção "extremamente artificial" (com movimentos de câmera ousados toda hora e efeitos especiais e sonoros a cada 1 min querendo chamar a atenção desnecessariamente) o filme se distancia do expectador. Um tema que clama por um contraste mais humano (até pra sensibilizar o expectador) se perde no extremo artificial que é esse filme. O filme não parece humano, você perde a identificação. A única parte realmente humana desse filme é a atuação da Demi Moore (em uma atuação incrível). E por incrível que pareça a parte que mais funciona no filme é o final (que muitos criticaram), que é aonde o filme se assume como uma comédia/gore bizarra, engraçada e tensa ao mesmo tempo (e é um final que não conversa com a primeira parte). Até chegar lá, parece um filme um pouco medroso em se assumir bizarro. Se o filme fosse bizarro nesse nível desde o começo, combinaria bem mais com a proposta artificial dele. Sobre as discussões sobre etarismo e "dissociação do eu", elas são funcionais, mas perdem muita força com a artificialidade do filme. Só pegando como comparação, Billy Wilder discutiu etarismo em 1950 (em Crepúsculo dos Deuses), mas o fez de maneira humanizada, você se importa com quem está na tela..vc se identifica com aquela situação. A Substância não...infelizmente a crítica se esvazia com a forma que o filme é apresentado. E por fim, sim, existem filmes extremamente estilizados e artificiais que são muito bons... mas nesse caso não funcionou. ..parece que tem dois filmes diferentes brigando entre si. Um é sério, quer discutir etarismo, dissociação do ego e aceitação do corpo...o outro é gore, engraçado e com personagens caricatos e estilizados. Existem filmes que trabalham bem esse mix de ideias e gêneros (Parasita, por exemplo), mas aqui não foi o caso. Uma pena, queria ter gostado mais. Nota: 3,5/5,0 FIQUEM A VONTADE PRA DISCORDAR DE MIM, acredito que é um filme que cada um vai ter uma percepção muito própria dele. Questionamento: Então, você viu esse filme ontem com alguém (amiga, parente, namorado, colega) e tivemos uma discussão filosófica intensa sobre... Você usaria a substância? De primeira parece bem simples, só não fazer o que a protagonista faz mas é tão mais complicado que isso, como isso afetaria a sua visão de você mesmo, o que isso faria com suas relações, você iria negligenciar seu corpo "inferior"? Tem tantas coisas pra pensar. O que vocês fariam e que passo vocês teriam pra evitar o que aconteceu com a protagonista?
Não sei pq vc viu esse filme como super sério kkk desde aquela primeira transformação bizarra, a cena do frango saindo do umbigo, aquele kit meio mequetrefe que dão pra Lizzie e a atuação canastrona da Sue já dava pra ver que o filme não se levava assim tão a sério. Acho que o hype deu uma expectativa desmedida como um filme mais realista e "de terror". Tendo a ver o filme mais como o autor desse vídeo, um filme quase onírico. As atitudes dos personagens não são de personagens da vida real. Parecem muito mais personagens de fantasia, porque, na real, o filme é mesmo sobre a fantasia da Lizzie, sobre o ponto de vista dela e os personagens são extremamente caricatos por conta disso. Na medida em que a Lizzie vai se dissociando o filme vai dando a impressão que você citou, de ser outro filme, porque a personagem vai saindo cada vez mais da realidade em direção à pura fantasia.
@@gabrielvictorpa Primeiro, deixo claro aqui que é uma opinião MINHA. Sei que muitos não concordam, e apesar de também não concordar com outras visões tratarei de respeitar as diferentes opiniões, e...vida que segue! Voltando ao película: Nós somos tão cruéis com nós mesmas…. Umas com as outras. Esse filme magoa. As mutações são uma 'homenagem' aos filmes de terror escatológico da década de 80. Enfim, achei um bom filme. Motivo? Transmite bem a ideia que quer passar e devia servir de alerta por essa busca incessante pela juventude e "perfeição" física eterna. Só nos sentirmos pessoas valorizadas e amadas se alcançarmos esse ideal de perfeição... É p/ refletir. Afinal quantas mulheres e quantos homens a gente não conhece que tomariam a substância?
tem razAo com o mito de medusa - eu só tiraria Freud disso, ficou forcaCAo de barra - pois faz muito mais sentido usar psicanálise feminista dos anos 1970 para analisar filme do que Freud, visto que o contexto do filme é o discurso feminista!
Muito forçado alguns simbolismos, por exemplo, Coqueiro + Camarão = Grécia Realmente forçado, coqueiro é uma planta do sudeste asiático e camarão também da região asiática. Parece o ideal comum de que como a Grécia tem ilhas, coqueiro e camarão lembra ilha logo lembra Grécia. Fora muitos elementos sobre a Medusa... Forçado
Respeito sua opinião, mas só uma correção do vídeo qua acabou sendo cortado na edição e só agora vi: os coqueiros e os camarões remetem ao cabelo de serpentes da medusa, não a mitologia grega, de maneira geral. Não acho que isso faça diferença, mas só pq saiu errado na versão final mesmo,
Filme bosta. Cheio de referências a obras maestras. Acabou-se a criatividade. O povo aplaudindo como macacos dizendo que uns dos melhores filmes… imagina o baixa que está a vara.
Eu acredito que o filme fala sobre pressão estética e a superficialidade na indústria do entretenimento e como as mulheres são tratadas como um objeto que quando não servem mais são descartados.
A superficialidade nao é só na industria de entretenimento. Talvez você ainda seja jovem e nao sente esta presao. Además parte de esta pressao vem de nois mesmas. Quando chegue o seu momento já saberás do que estou falando. Preparate emocionalmente e psicologicamente para quando chegue oseu momento.
Nao so na indústria do galmour.. mas na vida normal onde maridos traem com jovens e o mercado do trabalho nao valorizando uma mulher mais idade
Acho que dá pra estender isso para algo mais universal. O mercado de trabalho de um modo geral funciona assim, independente da questão de gênero, inclusive. Somos sugados e descartados. A cobrança pela adaptação as novas tecnologias e modos de fazer, a substituição e descarte das gerações. O filme tbm pode servir como boa analogia pro nosso modo de vida.
@@SueliChinFookna vdd acho que a pessoa quis dizer que a pressão estética começa na indústria e aí vai pra vida coletiva.
Ela passa o filme todo brincando com a nossa atenção libidinosa. No final, ela faz do filme impossível de continuar assistindo, ela jorra sangue em cima dos expectadores, como quem diz: "esse sangue também está nas suas mãos".
O que mais me pegou nesse filme, foi como ele aborda autossabotagem.
Indetifiquei elementos do Retrato de Dorian Gray. A medida que a versão mais jovem da personagem extrapola o tempo que poderia ficar e as consequências disso ficam grafadas na versão original.
Quando ela põe o corpo no quartinho escondido, essa foi a primeira coisa que me veio em mente
Nossa, muito boa lembrança, total!
Pois é!!...justo tinha acabado de escrever isso
Nossa, total, não tinha feito essa associação
Também acho que está mais para o Dorian Gray do que pra Medusa.
foi só depois de algum tempo que percebi que o nome da Sue é meio que um trocadilho, uma brincadeira com a palavra substance: Sue-bstance, ou somente Sue, para os íntimos hehehe
Uau não tinha pensado nisso, alias, lancei agora a minha critica do filme, se quiser ver ❤
Também percebi o mito da bruxa e a jovem donzela.
Elizabeth se veste de amarelo, azul, gosta muito do vermelho. Lembra bem as cores da branca de neve. A jovem vem de rosa, azul, como uma Cinderela.
Elizabeth as vezes aparece também como a bruxa que busca a todo custo a beleza, só que acabou sendo vítima da jovem sorridente, a fonte da juventude era a bruxa velha. Ao contrário do que as histórias de contos falam.
As duas eram apenas uma. Sempre foi, inclusive nos contos de fada. E o patriarcado sempre fazendo uma mulher disputar com a outra a atenção, nem que isso leve a morte. Porem na bruxaria existe as 3 fases da bruxa (mulher) donsela, mulher jovem e ansiã. O filme tbm traz pra gente essas tres fases na personagem.
Agora vendo a sua análise com a Medusa, amei mais ainda o filme. Filme fantástico, Inteligente!!!
Chegando perto dos 40 anos e sei bem. É mta terapia pra manter a sanidade. Imagina as mulheres que trabalham na tv.
Um dos melhores filmes do ano. As atuações estão excelentes. Amei o vídeo!
Muito obrigado!
As cenas em que uma fazia crítica à outra e se comparavam entrando em conflito, pra mim foram uma clara alusão ao nosso "inimigo interno"
No contexto ambiental que a gente vive atualmente, tive uma leitura meio ecológica da relação entre a Sue e a Lizzie
Nas poucas vezes que a Sue menciona a conexão que tem com a Lizzie, ela a chama de mãe. Porém, não há nenhum sentimento de afeto com a Lizzie, num sentido maternal. Pelo contrário, a Sue explora e abusa da Lizzie, tal qual o ser humano faz com a mãe-natureza. No fim, depois de tanto explorar, o que foi tomado não tem mais como ser devolvido. Depois de cruzar o limite do equilíbrio, soluções sintéticas só vão ativar mais tragédias: vai ser sangue pra todo lado e a gente vai voltar a ser poeira de estrela, assim como foi com a Lizzie na calçada da fama hehehe
Tive uma leitura parecida, porém, acredito que a Lizzie realmente seria a Sue na sua versão mais velha. Então quando a Sue decide ser imprudente e abusar da substancia afeta o eu mais velho. Assim como nós quando decidimos não ter uma dieta saudável, usar drogas, não fazer exercícios, isso tira do nosso eu do futuro qualidade de vida.
Aquele famoso "Deixa pro meu eu de amanhã resolver isso" é o que a Sue faz com a Lizzie na minha visão.
Amei
Este filme é muitp rico e permite várias analogias . Há muitas referências. A da Medusa me pareceu muito pertinente particularmente a cena final na estrela, como mostrou. Excelente!
Nossa e pensar que conheci esse canal no começo quando era pequeno, agora o canal cresceu, realmente Ricardo vc é muito bom no que faz, eu usava o nome de Johan, sempre fui um grande admirador teu, tu é ótimo!
não concordei nem 1% com a comparação. Mas gostei muito da sua didática e como você se expressa
Igualmente
Obrigado pela discordância respeitosa :) Grande abraço!
vc poderia então dar sua versão 😉
No final do filme, a Elisabeth aparece de forma deformada, mas sua cabeça é semelhante a da medusa
@@fernandasignori7321 Mas moça, nem o dono do Canal se indispôs assim!
Assistam ao videoclipe da Madonna chamado “Hollywood”, é basicamente toda a sinopse de “The Substance”. Um trabalho de 20 anos atrás que é mais atual do que as pessoas imaginam. A coincidência mais forte é que a mulher do videoclipe justamente está em decadência sem conseguir papeis ou empregos em Hollywood, e a todo momento ela deseja a juventude da criada, e num certo momento do clipe, ela toma a “substancia”, na verdade começa a injetar varias seringas em busca de rejuvenescer. Inclusive, eu sempre associo a Madonna nesse videoclipe ao Mito da Medusa, se vcs repararem os cabelos, principalmente o penteado é o mesmo e os cachinhos lembram cobras…
Sendo que Madonna é adepta total de procedimentos 😂
quando assisti o filme, achei que esse monstro era seu interior (poderíamos chamar da "alma" ou mente) da Elizabeth que é um ser sem forma nem estrutura, o único que sustentava ela antes era o seu corpo de onde ela saiu, como se fosse uma armadura. O seja, o proprio corpo é a apariencia que sempre sustentou a persona de Elizabeth e que a idade fez mostrar o quanto frágil ela era. O que me faz pensar o ruim que seria ser uma mulher dentro do padrão de beleza quando não tem tempo de refletir e entender como funciona o cruel patriarcado e que tão descartáveis as pessoas são na sociedade do entretenimento. Também lembrei muito do Retrato de Dorian Grey, pois ele usufruía dos privilegios da sua beleza enquanto o quadro escondido num quarto ia mostrando como a sua alma se convertia em alguém horrível. Tomara que este tipo de filme contribua de alguma forma para refletir mais sobre este tipo de exploração
Excelente ,obrigado por dar sua visão .Uma visão sobre a psique daquela personagem que eu estava procurando em como a diretora quis simbolizar .de certa forma aparenta ser apenas uma tragédia sem escapatória ,mas de fato o ponto está na alma ,mais uma vez ,valeu.
Um dos melhores filmes que assisti, neste ano. Eu entendi mais pela ótica do etarismo, culto da beleza e a finitude da beleza exterior.
O padrão social estético é um conjunto de ideais culturais e sociais que define, em determinado contexto histórico, o que é considerado belo ou atraente. Esses padrões são construídos pela sociedade e reforçados por diversas instituições, como a mídia, a indústria da moda, a publicidade e atualmente muito pelas redes sociais. Eles ditam uma expectativa sobre como os corpos e as aparências devem ser, criando um modelo rígido que exerce pressão sobre os indivíduos para se adequarem a ele. Esse processo tem um impacto profundo nas identidades pessoais, frequentemente levando à perda da autenticidade e à desconexão com o eu verdadeiro.
"The substance" trás uma Demi Moore em decadência, considerando os padrões estéticos vigentes, de sua beleza física, ironicamente ela também encarnando uma atriz e estrela de TV. Acuada, ela será alvo fácil para uma empresa misteriosa realizar um experimento em que ela poderá criar um "eu" mais jovem e mais bela, no entanto, tal clone e a original não podem conviver mutuamente, há sete dias para cada uma, devendo-se respeitar o equilíbrio temporal, e enquanto um corpo fica apto à convivência, o outro fica desmaiado, aguardando o prazo.
Na psicologia humanista, autores como Carl Rogers abordam o conceito de "eu ideal" e "eu real". Quando o indivíduo se sente forçado a perseguir padrões estéticos que estão em desacordo com seu "eu real", há um desajuste entre esses dois conceitos, o que pode gerar sofrimento emocional, baixa autoestima e alienação. A tentativa de se enquadrar em um modelo externo muitas vezes leva à perda de uma compreensão genuína de quem somos, de nossas necessidades e de nossas preferências. A angústia da protagonista é revelada não apenas com uma sublime atuação, mas com uma câmera inquieta, com cortes rápidos, um terror psicológico dos bons.
Do ponto de vista da sociologia, Émile Durkheim argumentava que a sociedade exerce um poder coercitivo sobre os indivíduos, influenciando comportamentos e atitudes. A pressão estética pode ser vista como uma dessas forças coercitivas, um "fato social" que molda como os indivíduos percebem a si mesmos e aos outros. A imposição de um padrão estético cria uma normatização que, ao se tornar dominante, transforma-se em um mecanismo de exclusão para aqueles que não se enquadram.
Pierre Bourdieu, por sua vez, oferece uma visão importante sobre a relação entre estética e poder. Em sua teoria sobre habitus e capital simbólico, ele descreve como o gosto estético e os corpos considerados belos são, em última instância, construções culturais associadas ao poder e à classe social. A busca pelo corpo "ideal" ou pelo rosto "perfeito" não é apenas uma questão de preferência pessoal, mas um reflexo das estruturas sociais que valorizam determinados grupos e subordinam outros. O padrão estético está, portanto, diretamente ligado à reprodução das desigualdades sociais, já que nem todos possuem o capital (econômico, cultural e social) necessário para atingir os ideais impostos.
Deste modo, tentar ao máximo seguir o padrão é manter-se relevante socialmente, sem cair no ostracismo. O processo de alienação do "eu" que ocorre pela busca da adequação a padrões estéticos pode ser compreendido também a partir de conceitos desenvolvidos na psicanálise, como o conceito de "alienação do sujeito", tratado por Jacques Lacan. Quando o sujeito se vê constantemente sob o olhar do outro, em busca da validação externa, há uma fragmentação da identidade. O indivíduo passa a se reconhecer apenas a partir da imagem refletida por esses padrões, perdendo a conexão com suas próprias subjetividades e desejos.
As consequências dessa busca pelo padrão estético ideal podem ser devastadoras. Na psicologia, o impacto psicológico da não conformidade a esses padrões pode resultar em distúrbios alimentares, como a anorexia e a bulimia, transtornos de imagem corporal, depressão e ansiedade. Aqui, o conflito entre dois corpos desajustáveis é materializado em uma figura cada vez mais horrenda, acentuado por uma maquiagem pesada e um filme que não poupa esforço para serbizarro.
Infelizmente achei que as interações sociais deixaram a desejar, por exemplo, o fato de haver uma semana apra cada corpo quase não gera inconveniente nas relações, e sim mais no próprio eu, cada vez mais autocentrado, no conflito que há para que o corpo mais jovem tenha mais tempo. O vizinho, os colegas de trabalho, parecem nem notar o sumiço, o que enfraquece um pouco a narrativa e torna tudo mais conveniente.
Ainda assim, "The substance" é um retato visceral desse eu e de como corpos mais jovens tem acesso mais facilitado a bem materiais e simbólicos (Bordieau), do sexo à profissão, com um filme com impactos visuais que certamente ficarão na memória após a projeção.
"A Substância" é uma obra-prima visual e sensorial para os amantes do gênero body horror. É uma parábola de fantasia macabra sobre misoginia e objetificação do corpo com empréstimos de Frankenheimer e Cronenberg. O filme entrega uma experiência visceral e impactante, explorando a degradação feminina de forma crua e sem rodeios.
Ele explora de forma crua e impactante os bastidores sombrios da indústria de Hollywood, onde a beleza inatingível e a sexualização das mulheres ganham protagonismo. Mergulha profundamente na questão de como a sociedade, especialmente o show business, transforma mulheres em produtos, avaliando seu valor com base em padrões estéticos rígidos e quase impossíveis de serem atingidos.
É uma crítica contundente à indústria da beleza e ao controle sobre os corpos femininos, seja transmitida de maneira clara e sem distrações. O tom obscuro e perturbador do filme ressalta as armadilhas da modernidade e da cultura de celebridade. A pressão para estar sempre jovem, magra e "perfeita" é desconstruída de forma brutal, oferecendo um espelho distorcido, mas honesto, da realidade.
Todos os aspectos técnicos são bem feitos, com o design de som/mixagem se destacando mais. "A Substância" é sua homenagem a Kubrick(O Iluminado), infundida com uma perspectiva nova e feminina que faz com que cada momento pareça excepcionalmente poderoso. Também tem referências a Possessão (1981), Beleza Americana (1999), Réquiem para um Sonho (2001) e Carrie, a Estranha (1976).
Demi Moore entrega a performance de uma carreira, e Margaret Qualley prova que tem o star quality de uma verdadeira artista de Hollywood. O filme depende da atuação de ambas e, somadas com a persona de produtor executivo interpretado por Dennis Quaid, estabelecem mais um ponto forte do filme.
É um filme que choca, cativa e faz refletir, sem nunca perder sua essência brutalmente estética.
P.S. Provavelmente no futuro se tornará um clássico cult.
Perfeito!
São as aventuras dos primatas aprimorados, e a coisa mais prejudicial é orgasmo fictício por educação e verdade apontada por unhas postiças... se conversa é eva, e se chupa fica duro como pedra e amolece perdendo sódio, assim meduza coleciona.
Mulher sagaz furunfa com as mãos no juízo pra não perder a cabeça.
Mulher que enche a cabeça de cobra esquece o significado de ter uma pereréca.
Você escreveu um livro, e com um bilhete fui muito mais conciso, mas graças a você perspicaz.
Peguei a referência de Réquiem para um Sonho e Carrie, a estranha
@@sarahmaia5455 Filme que não promete nada e entrega tudo! Demi Moore merece uma indicação a algum prêmio por esse papel.
Uma crítica incrível sobre o tempo de "validade" da beleza da mulher. Ao etarismo principalmente! Com uma narrativa densa; a sociedade impõe padrões de beleza, mas nada é pra sempre. O visual "Kubrickiano", sem palavras, gostei da referência.
Muito muito bom, vale a pena assistir!
Vim aqui pra elogiar seu video, lindíssimo em conteúdo e edição! Uma obra de arte, amei 🌷🌷🌷🌷🌷
Muito obrigado mesmo! :)
Antes do filme ser sobre a indústria da beleza, ele é sobre novas chances. Elizabeth teve várias chances para mudar de vida, mas se encontrava presa. Ela escolheu repetir os mesmos erros. Ela escolheu morrer.
Excelente análise, nem de longe eu pensei nessa comparação. Mas vendo a imagem da cabeça dela na estrela da fama, é inegável a inspiração e similaridade com o mito da Medusa.
Você sempre salvando os meus dias aaaa ❤
Agradeço a preferência!
Excelente ponto de vista, uau, curti demais o filme e o vídeo! Parabéns ❤
Filme impressionante! Um dos melhores do ano, sem dúvida.
Muito obrigado mesmo, Denise!
Também fala sobre a compulsão alimentar
Nós somos o que alimentamos a mente, e ela encheu a cabeça de cobra... Você tem que ler o substrato pelo símbolo.
Hypado com sucesso 😊
Muito obrigado mesmo, Thereza! Fico muito feliz quando vejo a mais antiga inscrita do canal por aqui, obrigado pela presença ao longo dos anos.
Eu tenho 60 anos e desde muito tempo venho preparando-me para este momento. Tenho a sorte que a natureza foi generosa comigo e aparento menas idade, porém que me tenha preparado e que a natureza me tenha benificiado nao escapo de que em alguns dias desperte com mal pé e me veja espantosa. É muito difícil porque eu fui muito bonita na minha juventude. Uma coisa aprendi que nao existe pessoas feas quando sao jovens, nao valoramos isso. Todos somos bonito quando jovens. Ë difícil verse apodrecer-se cada dia pouco a pouco. Isso sim, nao me arriscaria a uma cirurgia o aplicaçoes, prefiro ser natural.
Hypei o vídeo
Muito obrigado mesmo! Ajuda MUITO!
sempre que vejo um filme e gosto, a primeira coisa que penso é TOMARA QUE O RICARDO CHAGAS TENHA FEITO VÍDEO 😭
Inclusive tem um filme que vi recentemente chamado Triangle de 2009 que faz referência ao mito de Sísifo, queria MUITO sua análise se for possível. no pressure!
que honra, obrigado!
O melhor filme que vi esse ano
ótima reflexão.
Mandou bem!
Ótima análise, interessante essa leitura através de lentes psicanalíticas e mitológicas!
É a cara mesmo da psicanalise culpar mulheres. Começando pelas mães. Nada a ver com o filme.
Oi @erikabarreto3552 não sou fã de psicanálise, só achei criativo a leitura mesmo, principalmente a parte mitológica (apesar de tbm ter achado forçado encaixar o mito da medusa)
filme sensacional e como sempre analise maravilhosa!!
Muito obrigado!
😉 Adorei sua análise de "A Substância"! Me fez pensar muito sobre a busca pela juventude e como o filme retrata isso de forma tensa e perturbadora. Aquelas árvores gigantescas realmente dominam a paisagem e contribuem para a atmosfera de obsessão da personagem. Fiquei intrigado com o simbolismo delas e como isso se conecta com a cultura da Califórnia. Ótimo vídeo, Ricardo!
Filme perfeito gente
genial essa análise.
Muito obrigado!
*SPOILERS*
Assisti esse filme no último sabado e pqp... Tô chocada até agora.
Como uma pessoa que sofreu de distúrbios alimentares na adolescência (e lida com a dismorfia corporal até hoje), a cena em que a Sue mata a Elisabeth e a forma como ela o faz, me doeu muito. Como aprendemos a ser cruéis com os outros e com o nosso próprio eu, nosso corpo, nosso futuro! 😔
Me marcou muito.
Obrigada pelo vídeo, dr. Ricardo.
Sim, dói ver o ódio que ela tem por ela mesma
É um filme muito bom, gostei muito do seu vídeo comparando com a Medusa ao qual não tinha pensado.
Parabéns! É que você não tem cobra na cabeça.
Raluca é virgem aos 24 anos e já é ruiva pra evitar qualquer diálogo.
Seu atual shorts é homenagem ao drácula que só trabalha em Hollywood com o coadjuvante crucifixo, ficou extraordinário!
Na minha cabeça faz mais sentido serem duas pessoas diferentes, tal qual acontece com gêmeos! Ambos tbm passam pela mitose e não são a mesma pessoa. A diferença é que a Sue e a Lizzie são "gêmeas" mas com espaçamento de 25 anos de idade uma da outra hehehe
Assisti ontem, filme muito bom.
Fala sobre vicios, aquela ultima doce deve ser a ultima mesmo senao agente roda.
E fala como a todo tempo diabo nos tenta.
Que nem diz a musica pelo radio, jornal, revista e autidor. .. contamina seu carater rouba sua alma. Racionais Mc
Críticas sociedade exiger padrão de beleza feminina
Ser desprezada humilhada
Escrava da beleza
Para não ser criticadas
Bullying
eu acho ótimo quando profissionais de saúde mental fazem análises cinematográficas, recebemos sempre um conteúdo de ouro. Não é sendo emocionado não, mas se eu tivesse um oscar de melhor filme pra dar pra substância eu dava.
Assisti esse filme depois de assistir Love Lies Bleeding e foi impossível não traçar um paralelo. Dois filmaços.
Eu acho que as cineastas, no caso a coraline, não tem muita chance de investimento! E qdo tem elas fazem, como se fosse a última vez! E sai obras primas, como esse filme
Estava aguardando o vídeo sobre o filme kkkkk
Assitir ontem, a análise com o mito da medusa faz sentido claro , porém , há críticas ao público , aos chefes de meios de entretenimento, mas a parte que mais fiquei focado foi a parte do conflito entre a Isa senhora e a Sue nova , muito interessante.
Exemplo, tem a questão que o que a Isa nova faz acaba por afeta a Isa senhora . Tem uma boa metáfora aqui, e no final as duas se juntam e viram um monstro , para elas mesmas e para o público.
Esse realmente foi o papel da vida da Demi Moore , parabéns , você merecia .
Não concordo com essa interpretação do Freud sobre a Medusa, pra ele tudo tinha a ver com castração 😝
Depois de olhar o filme, me veio à mente a relação mãe-filha.
Não entendi a comparação de "culpa e castigo" levantada no video e o argumento central do filme. Acho até que são ideias bem cotrárias. Não é a personagem que é castigada por não aceitar envelhecer. Acho essa analise misógena e incrongruente com a reflexão que a diretora propõe. Mas acho que o mito do jeito que foi descrito aqui ilustra bem a ideia subjacente dessa compação: tod mal que acontece a uma mulher é culpa dela. Medusa foi estuprada como castigo.... ou você não viu o filme ou não entendeu a pegada da diretoa. Essa analise do filme é simplificada, misógena e reacionâria. Ele ilustra uma sociedade que faz tanta pressão sobre as mulheres e a culpa tanto que elas passam a se odiar, a se sentir descartaveis, inuteis, desamadas depois de certa idade. O filme fala do medo do envelhecimento e da visão que a sciedade tem nesse processo vivido pelas mulheres. Não fala de castigo por ter vaidade.
É uma loucura como a mente perturbada de Freud refletida na pseudociência que ele produziu consegue se manter tão forte, principalmente em casos esdrúxulos que relacionam o mito citado à vagina materna. Enfim, amei o capítulo um do vídeo. Sucesso sempre.
Entendo seu ponto de vista, embora discorde. Mesmo nesses ensaios dos anos 20 e antes, é possível encontrar muitos diálogos de Freud com outras áreas do conhecimento, como sociologia e antropologia. Mas obrigado por ter curtido o vídeo mesmo assim e pela educação ao comentar.
Esse filme aborda o transtorno dismorfico corporal?
Acho que tá valendo mais uma leitura de gênero para o filme.
Eu só queria ter asas oq seria isso qnd visualizo me sinto mais capaz.. Mas sei que a beleza perfeita ngm irá ter
Não acho que vaidade é algo maléfico. Acho que se achar melhor do que os outros é. Acho que a vaidade faz parte da vida. Pode não ter nada a ver com a análise. Mas a Elisabeth do filme, foi castigada porque não aceitou a idade avançado pois queria continuar com a dança aeróbica. Mesmo sem dar audiência no programa.
Eu tinha certeza que falaria sobre “sombra” e “persona” 😅
hahaha, até pensei, mas resolvi falar de uma história de persona/sombra com contornos feministas.
Assisti ele ontem-hoje de madrugada... porra.... filmaço.
:/ achei uma correlação meio forçada rs
Tem prosopopéia mesmo.
Vou comentar dizendo que prefiro não comentar 😂
Gente 🤡
Esse mito da Medusa é cruel.
INFELIZMENTE, QUERIA TER GOSTADO MAIS DESSE FILME.
Diferente do "gostei" ou " não gostei", acho que esse filme merece uma discussão mais aprofundada aqui no grupo.
PONTOS POSITIVOS :
Maquiagem, efeitos especiais, efeitos sonoros, trilha sonora.. é tudo alto nível. Além disso a atuação da Demi Moore é digna de Oscar realmente (muito impressionante). O filme também discute de forma satisfatória temas como etarismo, "dissociação do eu" (essa parte tem algumas ressalvas que vou comentar nos pontos negativos) e tem partes de gore e comédia que funcionam bem.
PONTOS NEGATIVOS:
Infelizmente esse filme discute a questão de auto aceitação corporal e artificialidade do mundo moderno a partir de uma ótica também artificial. Quando se tem a maioria dos personagens extremamente caricatos (como o dono do programa) e uma direção "extremamente artificial" (com movimentos de câmera ousados toda hora e efeitos especiais e sonoros a cada 1 min querendo chamar a atenção desnecessariamente) o filme se distancia do expectador. Um tema que clama por um contraste mais humano (até pra sensibilizar o expectador) se perde no extremo artificial que é esse filme.
O filme não parece humano, você perde a identificação. A única parte realmente humana desse filme é a atuação da Demi Moore (em uma atuação incrível). E por incrível que pareça a parte que mais funciona no filme é o final (que muitos criticaram), que é aonde o filme se assume como uma comédia/gore bizarra, engraçada e tensa ao mesmo tempo (e é um final que não conversa com a primeira parte). Até chegar lá, parece um filme um pouco medroso em se assumir bizarro. Se o filme fosse bizarro nesse nível desde o começo, combinaria bem mais com a proposta artificial dele. Sobre as discussões sobre etarismo e "dissociação do eu", elas são funcionais, mas perdem muita força com a artificialidade do filme. Só pegando como comparação, Billy Wilder discutiu etarismo em 1950 (em Crepúsculo dos Deuses), mas o fez de maneira humanizada, você se importa com quem está na tela..vc se identifica com aquela situação. A Substância não...infelizmente a crítica se esvazia com a forma que o filme é apresentado.
E por fim, sim, existem filmes extremamente estilizados e artificiais que são muito bons... mas nesse caso não funcionou. ..parece que tem dois filmes diferentes brigando entre si. Um é sério, quer discutir etarismo, dissociação do ego e aceitação do corpo...o outro é gore, engraçado e com personagens caricatos e estilizados. Existem filmes que trabalham bem esse mix de ideias e gêneros (Parasita, por exemplo), mas aqui não foi o caso. Uma pena, queria ter gostado mais.
Nota: 3,5/5,0
FIQUEM A VONTADE PRA DISCORDAR DE MIM, acredito que é um filme que cada um vai ter uma percepção muito própria dele.
Questionamento:
Então, você viu esse filme ontem com alguém (amiga, parente, namorado, colega) e tivemos uma discussão filosófica intensa sobre... Você usaria a substância? De primeira parece bem simples, só não fazer o que a protagonista faz mas é tão mais complicado que isso, como isso afetaria a sua visão de você mesmo, o que isso faria com suas relações, você iria negligenciar seu corpo "inferior"? Tem tantas coisas pra pensar. O que vocês fariam e que passo vocês teriam pra evitar o que aconteceu com a protagonista?
Não sei pq vc viu esse filme como super sério kkk desde aquela primeira transformação bizarra, a cena do frango saindo do umbigo, aquele kit meio mequetrefe que dão pra Lizzie e a atuação canastrona da Sue já dava pra ver que o filme não se levava assim tão a sério. Acho que o hype deu uma expectativa desmedida como um filme mais realista e "de terror". Tendo a ver o filme mais como o autor desse vídeo, um filme quase onírico. As atitudes dos personagens não são de personagens da vida real. Parecem muito mais personagens de fantasia, porque, na real, o filme é mesmo sobre a fantasia da Lizzie, sobre o ponto de vista dela e os personagens são extremamente caricatos por conta disso. Na medida em que a Lizzie vai se dissociando o filme vai dando a impressão que você citou, de ser outro filme, porque a personagem vai saindo cada vez mais da realidade em direção à pura fantasia.
@@gabrielvictorpa Primeiro, deixo claro aqui que é uma opinião MINHA. Sei que muitos não concordam, e apesar de também não concordar com outras visões tratarei de respeitar as diferentes opiniões, e...vida que segue!
Voltando ao película: Nós somos tão cruéis com nós mesmas…. Umas com as outras. Esse filme magoa.
As mutações são uma 'homenagem' aos filmes de terror escatológico da década de 80.
Enfim, achei um bom filme. Motivo? Transmite bem a ideia que quer passar e devia servir de alerta por essa busca incessante pela juventude e "perfeição" física eterna. Só nos sentirmos pessoas valorizadas e amadas se alcançarmos esse ideal de perfeição... É p/ refletir. Afinal quantas mulheres e quantos homens a gente não conhece que tomariam a substância?
tem razAo com o mito de medusa - eu só tiraria Freud disso, ficou forcaCAo de barra - pois faz muito mais sentido usar psicanálise feminista dos anos 1970 para analisar filme do que Freud, visto que o contexto do filme é o discurso feminista!
e nao é só medusa, também tem o mito de Narciso!
Muito forçado alguns simbolismos, por exemplo, Coqueiro + Camarão = Grécia
Realmente forçado, coqueiro é uma planta do sudeste asiático e camarão também da região asiática. Parece o ideal comum de que como a Grécia tem ilhas, coqueiro e camarão lembra ilha logo lembra Grécia. Fora muitos elementos sobre a Medusa...
Forçado
Respeito sua opinião, mas só uma correção do vídeo qua acabou sendo cortado na edição e só agora vi: os coqueiros e os camarões remetem ao cabelo de serpentes da medusa, não a mitologia grega, de maneira geral. Não acho que isso faça diferença, mas só pq saiu errado na versão final mesmo,
Putz... o freud era mais um doutor frankstein... falava muita merda!!! 🤣🤣🤣🤣🤣🤣🤣
Respeitosamente, a sua comparação é pura viagem! O filme não tem NADA a ver com a história da Medusa.
Filme bosta. Cheio de referências a obras maestras. Acabou-se a criatividade. O povo aplaudindo como macacos dizendo que uns dos melhores filmes… imagina o baixa que está a vara.
Pra Freud, td é pinto
Beta
PESSOA ALGUMA, INCLUSIVE EU, DEVE "PAGAR O PATO" POR UMA COISA QUE NÃO É SUA CULPA.....
MEDUSA CASTRADA OU... MULHER INVEJOSA QUE CASTRA O PODER DOS HOMENS ???