Conteúdo muito interessante. Embora todas as dimensões sejam relevantes, Salve a Ciência! (que é a única ritualística capaz de finalmente resistir e seguir no sentido de divulgar a cultura). Obrigada!
Ela falou bem,enquanto baseada em dados científicos,mas colocou muito do emocional partidários nas entre linhas,não defendendo um todo,mas grupos,e ideias partidárias,que causaram mesmo danos no decorrer da historia,ético e moral,principalmente no povo judeu,fugiu de uma empanação sobre EPISTEMICÍDIO, e sim quase virou discurso Marxista,uma pena,pq que todos pontos são extremamente relevante,enquanto sem cumplicidade ideológicas.
@@anavillela2703,não mude o sentido do q falei,sai desta histeria q domina os Brasileiros,extremamente polarizados,envoltos no culto da personalidade só tenho isso a lhe dizer.
usar a minoria como instrumento de demagogia de discurso e fácil quero ver e morar 3 favelas como já morei,não no rio e sim no nordeste,das zonas de conforto e muito fácil vim com estas falacias.
👏👏👏👏👏👏👏👏👏👏👏 vídeo sensacional, clareza de pensamento e esclarecimento nota mil. Epistemicidio, muito bem usado o termo no contexto abordado. Parabéns a Casa do Saber pela iniciativa e excelente qualidade dos vídeos e a Caroline de Freitas pela informativa e reflexiva participação!
Reflexão muito interessante, inclusive para pensar no porquê há a primazia do judaico-cristianismo nesse contexto de epistemicidios. Achei o texto que ela falou e pretendo ler: A estrutura do conhecimento nas universidades ocidentalizadas: racismo/sexismo epistêmico e os quatro genocídios/epistemicídios do longo século XVI - Ramón Grosfoguel
Epistemicídio é o pai da xenofobia, do racismo e do machismo. Só eu achei q ficou parecendo um título de palestra kkkk. Excelente conteúdo, essas pqnas doses de conhecimento são muito ricas
Todo sentido! Parabéns. Uma espécie de monopólio na produção de conhecimento. Exemplo prático: o matemático indiano que não foi aceito por conta da nacionalidade, Ramanujan o nome dele. Pesquisem.
A questão não é a origem do conhecimento, mas os resultados que são obtidos com ele. Mas reconheço que os europeus desprezaram diversos conhecimentos importantes ou não deram devido crédito aos seus descobridores.
@@pedrotenoriomendes, creio que a origem do conhecimento influencia no seu uso sim. Vide que a pólvora descoberta na China no século I não foi usada para fins bélicos (era usadas em ritos comemorativos) e foi usada pelos Europeus anos depois para fins bélicos. Acho que o método científico é muito importante por não conter dogmas. Mas a ciência nem sempre foi assim, como vc mesmo disse os povos europeus subjugaram diversos povos e suas visões de mundo (Cosmo visões). E isso influenciaria como seria o uso de futuras descobertas feitas por eles... Vide a origem das tecnologias atuais, grande parte veio de esforço de guerras.
Narrativas... construções... alguns comentários não compreenderam, mas é justamente a ciência ocidental que é colocada em xeque... essa, que desvaloriza outros saberes e outras epistemes ...
O autor Martin Heidegger também explica a questão do fundamento da nossa episteme ter predominância do pensamento lógico-racional com base na tradiçao legada pelos filosofos gregos desde Platao. Para isso o autor usa o termo metafisica.
Eu amo esse canal e essa semana eu fiquei pensando sobre o assunto e gostaria muito se vocês fizessem um papo filosófico sobre vida extraterrestre o que irá acontecer quando a cultura humana encontrar um impasse
Oi, pessoal da casa do saber! Queria pedir um tema. Poderiam falar sobre a adversidade? Sobre crescer com os desafios? A adversidade esconde mesmo um tesouro? Agradeço!
Acredito que todas forma de conhecimento, quer seja vinda da ciencia, magia ou religião não seja necessariamente oposta a outra mas sim complemento de uma grande verdade sobre um assunto específico. Lembrando que observar, interpretar e aplicar é como se faz ciência e as religiões e magias se utilizam dessa mesma base (ainda que com menos rigor, na maioria das vezes). Em todo caso, o vídeo traz que há muita verdade nas verdades diversas às nossas.
Houve também um interesse religioso (falo em relação a uma construção hegemônica do saber/da realidade) por trás desses espitemicídios culturais, podemos dizer assim.
Assunto bastante complexo e interessante. As vezes fico viajando e penso... Como seria se um povo tivesse desenvolvido um tipo de linguagem diferente para pensar matematicamente. Nosso mundo hoje e totalmente imerso na matemática. Celulares, gps, linguagem de programação, algoritmos que tentam reconhecer padrões... Mas nós seres humanos nao comunicamos ou pensamos intuitivamente de forma matemática. Pelo menos da forma que ela e descrita hoje. Tanto é que a maioria dos cálculos são feita por máquinas, por que é difícil processar esses dados no nosso cérebro da forma que estamos acostumados a interpretalos. E a matemática é difícil de compreender intuitivamente (pelo menos eu acho...Rsrs), agora pense se algum povo desenvolveu uma forma mais orgânica de calcular dados matemáticos e isso se perdeu no tempo... Como seria o mundo hoje com outra forma de se pensar matematicamente. Como isso influenciaria na tecnologia e na cultura. Por que indiretamente nosso cérebro calcula dados matemáticos sem o uso de números... Quando vamos atravessar a rua e é intuitivo calcular a velocidade do carro e a distância que devemos percorrer e sabemos a que velocidade devemos atravessar para evitar a colisão. Isso sem pensar com números... Se ouve uma forma de descrever a matemática mais fácil do que a que usamos hoje!? Porque pra calcular o exemplo acima de forma matemática hoje usamos a seguinte descrição: Vm = ΔS/ΔT Parece intuitivo? Rsrs Desculpem pelos possíveis erros ortográficos estou no busão lotado mau consigo digitar com uma mão.rsrs
Sim, faz sentido o q vc disse. Não existe só uma maneira de pensar ou ver o mundo. A ciência explica o mundo material muito bem e com aplicabilidade, mas não consegue dizer com certeza o q é o ser humano, o q é Deus ou o q é o Eu. Tem coisas q são subjetivas, q só sabemos q são assim e não entendemos bem o porquê, mas sentimos. Acho q fugi um pouco do assunto q vc falou kk Mas é tipo isso
Eu também fico me perguntando isso. Inclusive, os egípcios e mesopotâmicos tinham uma linguagem e uma escrita que envolvia totalmente simbolismos matemáticos. Não é atoa que todas as suas construções aparentemente possuem uma simetria ímpar, não apenas consigo mesmas, umas com as outras, mas também com a própria geografia do ambiente. Não apenas isso: já li sobre povos africanos que tinham uma linguagem musical que cada expressão (não exatamente uma palavra) carregava uma miríade de sentidos e significados, a depender totalmente da entonação, melodia, velocidade e volume da voz. Já pensou como é que o cérebro deste povo funcionava?? Tenho certeza que se continuarmos olhando atentamente, veremos mais e mais exemplos. No contexto nórdico, shamans, druidas e demais sacerdotes eram tidos como "unos" com a natureza. Suas vivências eram ligadas aos fenômenos naturais, e eles influenciavam a cultura da época também. Só aqui já temos 3 exemplos que expressam bem esse pensamento que você evidenciou. Interessantíssimo, de fato. Quando puder, indico dois filmes para você assistir que podem provocar alguns insights: "A chegada", que fala sobre linguagem; "Ponto de mutação", que fala sobre pensamento sistêmico. Muito obrigado pela contribuição 🙆🏻♂️
Show, as culturas e saberes que aprisionam e agridem mulheres e atacam terreiros então é super válido. O problema dessa problematização é que cria apenas um inimigo, geolocalizado, como se não houvesse limites e contradições em todas as culturas. A escala do imperialismo europeu é absolutamente distinta? É. Porém romantizar todo e qualquer sistema de valor e crenças gera um relativismo sem definição de limites. Se localiza um inimigo, um bode, e não se aborda diretamente o debate da ética e dos limites da produção de conhecimento e saberes. Expiação, bem nos moldes cristãos inclusive...
Sim, mas a mágica ou a religião não seguem uma lógica universalmente aplicável. Todos os seres humanos têm a capacidade de usar lógica, o que não significa que sempre consigam usá-la adequadamente, no sentido de se obter resultados previsíveis, como acontece com teorias científicas comprovadas . Não estou desmerecendo o pensamento de povos não europeus, só estou dizendo que não é a origem do pensamento que determina sua validade, mas se ele é aplicável ou não no universo material ao qual pertencemos.
@@pedrotenoriomendes, não sei qual referência você usou para expor esse conceito equivocado. Para Gramsci ( apud ESTEVES, 2013), todo sujeito é um produtor de Cultura, porque *todo sujeito produz uma atividade intelectual,* qualquer que seja essa atividade.
@@antoniojr.lophez9623 Todo sujeito produz atividade intelectual, mas nem toda atividade intelectual produz resultados práticos ou positivos , ou sequer um impacto significativo na sociedade, e é isso que determina se essa atividade intelectual se tornará dominante ou não. Assim como acontecem com organismos biológicos , apenas culturas e pensamentos mais adaptados se reproduzem. Essa é a base do conceito de memes , conforme foi formulado pelo famoso biólogo Richard Dawkins no seu livro O Gene Egoísta e outros. Ironicamente, hoje "meme" é usado para descrever imagens ,vídeos e Gif de internet, mas o conceito original de Dawkins é que o meme é uma característica cultural que se reproduz. Como ele diz: "assim como nem todos os genes que podem se replicar tem sucesso em fazê-lo, também alguns memes são mais bem sucedidos do que outros." Isso não faz juízo de valor algum sobre os memes que se reproduzem e os que acabam extintos. Simplesmente mostra que alguns se replicam melhor que outros. O célebre historiador Yuval Harari demonstra, no seu livro Sapiens, como a religião cristã foi uma das primeiras religiões de caráter universalista, ou seja, que pretendia se espalhar por toda a humanidade. Um viking, um asteca ou um guerreiro zulu não tinham a menor intenção de que seus deuses fossem cultuados por todos os povos , enquanto o cristianismo pretendia ser uma religião adotada por todos. O mesmo pode ser dita do islã, a religião que mais cresce no mundo , (e não é ocidental). Enfim, há motivos pelos quais a cultura eurocêntrica se tornou tão dominante. Isso não significa que é melhor ou pior, só estou constatando um fato.
@Fabricio Costa , creio que me expressei mal ao dizer que a validade de um pensamento depende de ele ser aplicável no universo "material", o que dá a entender que este pensamento precisa ter efeitos "materiais" , o que não é o caso. Mas em nenhum momento eu disse que se pensamentos não tem resultados materiais eles devem ser descartados. Isso é suposição sua. Sendo eu mesmo um psicólogo, sei que pensamentos tem efeitos subjetivos extremamente importantes para quem os tem. O que eu quis dizer é que uma cultura precisa ter resultados práticos, observáveis e reprodutíveis para ser bem sucedida e se espalhar. Mesmo a paz de espírito de um monge budista tem que ser de alguma forma constatada por outras pessoas para que o budismo se espalhe como cultura. O pensamento científico tem resultados que o validam e o tornam mais propenso a ser produzido do que rituais mágicos de alguma cultura pouco conhecida. Mesmo um certo tipo de pensamento filosófico tem que ser aplicável a diferentes culturas e à vida prática para que se torne dominante culturalmente. É evidente que muitas culturas foram apagadas pela violência pura e simples, e não pela sua falta de valor. Mas por outro lado , se a cultura eurocêntrica se tornou tão dominante, é porque ela indiscutivelmente tem características que a tornaram assim. O que não significa que ela seja melhor ou pior. Pessoalmente, não gosto de música pop, mas tenho que reconhecer que ela tem características que a fazem ser o estilo musical dominante.
A Dra antropóloga pode me dizer como se constrói um avião ou se vai à Lua usando religião ou magia? Na tentativa de dar valor a outras formas de cultura, acaba jogando pela janela um conhecimento que nos deu qualidade de vida.
Exato. Mas a gente pode e deve discordar com cordialidade. Gostei do vídeo porque me fez pensar como você. Não vou responder de pronto. Vou escrever com calma e, daqui a algum tempo, se for o caso, publico algures.
Apesar de toda a questão do epistemicídio, me pergunto qual é a validade de manter a religião e o misticismo em pé de igualdade com a ciência como fontes de conhecimento, sendo que a ciência tem suas ferramentas para lidar com a irracionalidade e com os viés pessoais, diferentemente dos outros dois.
Não há validade. Queiram ou não a forma como uma sociedade busca e estrutura conhecimento é um padrão cultural e, como tal, se propaga e substitui ou pelo menos altera outras formas de conhecer o mundo. Não há lugar para todas as formas de conhecimento na aldeia global, alguns serão perdidos ou superados mesmo.
exatamente. fora que a ciência é mutável. esse lance de que o homem branco europeu determinou tudo e já era pros outros é balela. o que deixa de ser real perde força dentro da ciência... o que não existe dentro da religião.
Eu diria que é um valor um pouco mais subjetivo, por exemplo, a religião, para algumas pessoas que acham um certo tipo de conforto em imaginar um Deus bondoso, um além-vida agradável, etc. Idem o misticismo. Problema eu vejo quando se confuse uma coisa com a outra, utilizando esse pensamento simbólico pra explicar coisas, por exemplo, já explicadas pela ciência (e ficar nesse eterno debate sem função; por exemplo, se Deus existe). Mas é da natureza humana, de um certa forma, buscar respostas de formas que não só a lógica/racional.
Não acho que a professora colocou "dar a mesma importância" no sentido de descartar as dificuldades que cada uma possui. Enquanto a ciência é a mais sóbria de todas as formas de produção de conhecimento, ela é desprovida da capacidade de entusiasmar as pessoas e de dar significado à elas e suas vidas. Característica esta que as outras formas de conhecimento humano abordam, sem medo. Enquanto a ciência é a mais reclusa, no sentido de aguardar ao menos por novas evidências pra afirmar que sim ou que não, as outras nadam nos "serás" e nos "talvez". Claro, eu consigo reconhecer que isso não é culpa da própria ciência, mas sim da maneira como ela é aplicada dada a sua idade e complexidade. Mas estamos caminhando para um pensamento mais relacional entre as diversas formas de conhecimento e acredito que seja aí que a professora gostaria de fincar o marco de sua fala.
Incoerente até que chamamos o norte de norte. Talvez tbm incoerente que nomeamos, classificamos e argumentamos mais do que compartilhamos os silêncios e as companhias. A argumentação oficial institucional e a disputa de verdades escritas e os debates argumentativos são origem ou consequência dos genocídios epistemológicos? É possivel mudarmos isso por meio dessa mesma estrutura acadêmica dissertativa?
2:20 "O que é a cosmologia? É a visão de mundo. É uma explicação sobre origem do mundo, sobre os seres humanos e de todas as coisas. As cosmologias elas são diferentes, mas elas não podem ser tidas como superiores ou inferiores... porque elas tratam do mesmo tipo de coisa." Acho que não faz sentido dizer que não podem ser tidas como superiores ou inferiores apenas por tratarem do mesmo tipo de coisa. Penso que seja exatamente o contrário. Por tratarem do mesmo tipo de coisa que é possível compará-las e julgá-las. Se retirarmos essa "carga européia" das costas da ciência por um instante (carga essa que todo acadêmico adora atacar e com razão) e apenas compararmos "os métodos" percebemos que religião NÃO se trata de explicar o mundo, mas AFIRMAR o mundo, enquanto que a ciência possui um método de explicação racional. 3:00 "Não é possível hierarquizar culturas ou formas de pensar. Se nós assumimos que todos os seres humanos são racionais e capazes de produzir lógica a gente não tem mais como pensar nesses termos de hierarquização, ou seja, de superior e inferior." O fato do ser humano ser racional e capaz de produzir lógica não significa que irá produzir sempre pensamentos racionais e lógicos. Acredito que os problemas da ciência atual apresentados não são problemas das premissas científicas, mas do contexto em que elas foram criadas. Sendo assim, não acho justo comparar a ciência com esses problemas atuais que são contornáveis com os problemas das premissas religiosas que não são contornáveis. Parte ou talvez grande parte da produção de conhecimento científico independe das relações de gênero, raça etc. A física não deixa de ser física se foi produzida por cultura principalmente européia. As diferentes interpretações sobre o mundo natural que as pessoas dão não modifica o mundo natural como ele é, ou seja, o conhecimento científico continua sendo universal e válido ainda que alguém diga que os raios produzidos durante uma tempestade foram causados por deuses. Me pareceu que o vídeo se restringiu as ciências humanas e não a ciência como um todo. Tenho uma pergunta. Por que magia está separada de religião?
O pensamento científico é o mais eficiente para a busca da compreensão da realidade, o mais eficiente para separa fatos de imaginação. Se o seu parâmetro de comparação for esse o pensamento científico é de longe o melhor, não por acaso, ele foi construído com esse objetivo.
0:08 "por que a ciência, ou seja, a produção de conhecimento ocidental/ocidentalizada" -- Seria muito mais correto chamar a mitologia judaico-cristã de "conhecimento ocidental", afinal, ela é restrita apenas aos povos que a seguem, pois a seguem por FÉ. A ciência, mesmo que tenha sido aperfeiçoada e dominada pelo ocidente, possui uma lógica universal. O ocidente dominou a ciência porque tinha recursos, e tinha recursos porque roubou meio mundo. Ninguém segue a ciência por "fé", mas porque ela mede a probabilidade de erro e não faz afirmações sobre o que desconhece.
Há na explicação da professora algo muito importante. Não se trata nem do tema da aula em si, mas da forma como o tema é abordado. Questionar a ciência, hoje, se tornou uma piada pela forma como é feito o questionamento. Diversos grupos que se apoiam no "não entendo" para dizer que a ciência não é verdadeira. De certa forma é o que a ciência fez com os demais conhecimentos. Por não entendê-los, decidiu e impôs, que não eram verdadeiros. Não há nenhum problema em se questionar qualquer conhecimento, seja científico ou não. O ponto é que uma crítica com base no não entendimento será sempre injusta e sem fundamento lógico aceitável.
O sucesso de uma teoria científica independe de etnia ou sexo do seu autor. São as evidências que dão poder à ciência e por isso sua superioridade, pelo menos em seu terreno de estudo. Essa visão de luta de classes no campo do conhecimento é equivocada.
Não exatamente. É evidente que há regimes discursivos (institucionalizados sobretudo) que legitimam, ou não, certo tipo de ciência que é publicada e/ou reconhecida. Hoje em dia as coisas estão mudando, mas outrora era comum negar a ciência produzida por mulheres ou por sujeitos que não faziam parte dos EUA ou Europa apenas porque achavam, entre outros motivos, que esses indivíduos não eram capazes de produzir um pensamento científico "à altura" do norte ocidental, o que é uma realidade...
Alguém pode me ajudar, dizendo qual é o nome do autor que trabalha o tema do Epistemicidio ? sei que tem o Boaventura de Sousa porém no video ela faz citação de um autor Puerto Riquenho. Obrigado
Não sei se alguém aqui percebeu isso: a intelectual critica o paradigma de pensamento científico, próprio do ocidente, principalmente produzido na Europa, mas não se distancia dele. Ela critica o "eurocentrismo" a partir de um paradigma de pensamento "eurocêntrico". Portanto, o seu discurso anula a si mesmo. Ao fazer a crítica, ela está, paradoxalmente, mostrando a superioridade do pensamento ocidental, pois só ele é capaz de confrontar e criticar a si mesmo, enquanto os paradigmas de outras culturas não foi capaz de tornar-se preponderante no que concerne à sua relevância global.
Um contraponto: o que determina se um pensamento é ou não "universal" não é quem o pensou, mas sim sua aplicabilidade. Um quadrado sempre será uma figura com quatro lados iguais , não importa se for concebido por humanos ou alienígenas. Claro, o nome que se dá a figura muda, mas suas características permanecem. Mesmo conhecimentos que dependem de validação empírica podem produzir resultados universais. Qualquer descoberta da física ou química é aplicável, literalmente, em todo o universo. A pólvora foi inventada por chineses, mas aperfeiçoada como arma pelos europeus e depois mais ainda pelos americanos, e continua sendo até hoje. A origem chinesa não mudou o fato de que pode ser usada pra matar chineses , japoneses, outros europeus ou seja quem for. Diz um amigo meu que "a violência é a linguagem universal." Com isso , ele não está fazendo uma apologia à violência, apenas quer dizer que a violência pode ser reconhecida por qualquer povo em qualquer tempo. Acho que todos concordamos que foi a superioridade bélica que garantiu a hegemonia do eurocentrismo, ou pelo menos foi uma de suas maiores causas. Por outro lado , diversas outras tecnologias com efeitos positivos também foram criadas ou aperfeiçoadas pelos europeus e também se espalharam pelo mundo. O mesmo pode ser dito de diversos princípios éticos . As próprias noções de que racismo ou misoginia são ruins vieram do pensamento europeu e/ou judaico cristão. E para quem quiser conhecer um princípio ético com aplicabilidade universal, recomendo pesquisar sobre a ética argumentativa de Hans-Hermann Hoppe.
Belo contra ponto amigo! Gostaria de saber o que vc acha dessa aplicabilidade dentro de uma sociedade que não se importa com resultados? Porquê quando se trata de Cosmovisão a cultura reflete em toda metodologia. Vide a idade média e outras épocas da história onde o referencial de utilidade variava com a cultura.(não digo que isso seja bom. Rsrs) Hoje formamos profissionais, construimos estádios gigantescos para pessoas "brincarem". Daqui um tempo a sociedade pode achar bizarro a utilidade disso, como achamos certas utilidades que a sociedade dava no passado. Sei lá...como as a função das pirâmides...Rsrs E obrigado pela indicação, vou pesquisar sobre Herman Hoppe e a Ética argumentativa.
@@luizalmeida6707 , eu diria que entramos naquele problema da guilhotina de Hume: "de um ser não podemos tirar um dever ser"... Ou seja, o fato de sabermos criar uma tecnologia não significa que sabemos imediatamente como utilizá-la, ou pelo menos como fazer isso para aumentar nossa felicidade. Eu acho que nós ocidentais temos sim a mania de desprezar o conhecimento de outras culturas. Mas para ser justo, a imensa maioria das culturas sofre de algum grau de xenofobia, seja aqui ou no oriente. Basta notar o que acontecia no Japão antes do famoso período da restauração Meiji... Também acho que durante muitos séculos nós desprezamos os conhecimentos espirituais e filosóficos importantes. O Budismo , por exemplo, é anterior a Cristo e só se popularizou no ocidente há poucas décadas , embora filósofos como Shopenhauer já bebessem nessa fonte há mais de um século. Acho que a filosofia e epistemologia ocidental se focam demais em resultados práticos e observáveis. Talvez sejamos agressivos e hedonistas, mas não se pode negar que , para alcançarmos esse grau de influência, alguma coisa certa os europeus devem ter feito...rs
Quando li apenas a introdução de "A queda do céu", do Xamã Yanomami Davi Kopenawa, nessa época de pandemia, deparei-me em mim com o seguinte pensamento conflitante, o de que, se tivéssemos tido acesso a um pouco daquele conhecimento ameríndio (que foi ignorado soterrado e assasinado, já que os brancos europeus não os consideravam "pessoas", de certa forma) de amor à natureza e reconhecimento do humano/animal como parte desta, num sistema de compreensão ali exposto extremamente complexo e lúcido, talvez hoje não precisássemos estar desesperados por vacinas. Talvez não tivéssemos tantas mazelas biopsicossociais como as que temos hoje. Acho que não é o caso de inferiorizar ou superiorizar. Acho que é o caso de considerar a ordem mesma dos múltiplos discursos.
@@PedroPedrix Infelizmente, não. Ela está falando sobre isso no vídeo, exatamente! O fato de conhecimentos produzidos por determinados de povos e culturas terem sido suplantados, destruídos, assassinados, sem nem uma fagulha de consideração humana. Só isso. Ela não está comparando nem legitimando processos espistomologicos específicos. Não condena a ciência que cria a vacina ou nada disso, apenas diz que certos modos processuais de construção de conhecimento foram tidos como inferiores, e nestes, havia produção de vida cultural e, também, científica, dentro de suas possibilidades histórias e contextuais (e há um cuidado na fala da professora para não cometer anacronia epistêmica).
@@PedroPedrix sim. Eu entendo. E seu comentário/ pergunta (quase que retorica) é sobre o vídeo aqui em questão. Assim, eu respondi a ambos: comentários + vídeo). Vê-se que essas questões levantadas não são a questão do vídeo. É óbvio que essa ciência, eurocentrada, paramentada por séculos de técnica, obteve meios industriais de produzir, desde compostos químicos, remédios, até mesmo processos indutores neurológicos e transformadores fármacobiologicos e genéticos-tecnicistas. A sra. Dra. em Antropologia não responde às suas questões, por que não é este o assunto de que trata o vídeo. Ela não diz pra usar magia para curar doenças relacionadas à virus e bactérias, nem diz que coisas como magia ou religião constroem conhecimentos técnicos para substituir outros conhecimentos. Ela diz que na base desses processos culturais, sociais, que abrangem comunidades inteiras (muitas delas silenciadas, desumanizadas e assassinadas cultural, física e simbolicamente, até mesmo por princípio eugenista - lembrando que a eugênia surgiu como um conceito genético-técnico-biológico) há construções de conhecimento, de alguma forma, porque o ser humano produz conhecimento em todos os múltiplos contextos possíveis, e que muitos destes conhecimentos podem ou poderiam ter sido ser estudados, ouvidos, ao menos respeitados como parte formadora de um povo. Ela não diz para serem considerados como certos ou melhores ou substituidores. Enfim, simplificando, ela diz que há conhecimentos válidos que foram historicamente ignorados, que poderiam ter sido, ao menos, ouvidos, até porque magia não é um termo simples, se o estudarmos filológicamenre. Ela está dizendo exatamente isso que exemplifiquei com Davi Kopenawa, que ele é um ser humano, assim como a comunidade Yanomami, e que eles produzem conhecimento, como eu, mulher branca cisgenero, e você, e todos. Que talvez estes sejam conhecimentos que até beneficiem eticamente o humano, não que se deva fazer vacina com cantigas aos deuses da floresta. A pesquisadora não diz isso em momento algum do vídeo. Acho que nem mesmo Kopenawa pensaria (viver, por escolha própria, em situação de aldeia, não lhe remove a faculdade do pensamento) uma coisa dessas (sim, os ameríndios têm consciência da tecnologia). Assim, minha resposta está contextualizada com teu comentário e com o vídeo. A autora está dizendo que talvez existam modos diferentes de aprender e pensar, de elaborar esquemas, etc, inclusive, ela não fala em conhecimento dado, pronto (como o necessário para uma vacina), porque isso não é epistemologia. Episteme é processo. Ela questiona que podem haver outros processos que desconhecemos, que foram excluídos, calados, renegados... Foucault não deixa de nos trazer a questão no ensaio "A ordem do discurso". É disso que trata o vídeo. Não é sobre validação de práticas culturais, como citaste, em detrimento de processos técnico-científico industriais. Desculpe o longo texto. PS: entendo sua preocupação, só quis dizer que não precisa se preocupar. Religiões e processos metafísicos não vão destruir laboratórios bioquímicos. Essa não é a natureza da fala da Dra.
Sou bem leigo... mas posso fazer uma pergunta boba? O relativismo pode se tornar numa verdade absoluta? Quando eu afirmo que o conhecimento deve ser relativo ou plural não estou tornando essa afirmação como singular e absoluta?
Cara, ja digo que não sou nenhuma pessoa esclarecida hauah. Mas posso tentar responder algo q ja sei. Uma coisa q vc diz na pergunta é verdade. E verdade, como conceito e pelo q sei, significa algo absoluto, ou seja, a verdade é algo absoluto, tem de ser. E tendo a pensar não q o relativismo do conhecimento seja uma verdade, mas um conhecimento de causa (aqui no sentido de é uma teoria). Vc pode chegar, dependendo do seu pesamento lógico, a resposta (verdade) de que o relativismo do conhecimento seja de fato o q há. Digamos q é como qualquer conhecimento, como por exemplo a física. A física é ou ela está sendo? Pelo q entendemos, com o tempo sempre se aprimorou e repensou a física, então do nosso ponto de vista, ela nunca é. Nem a gente mesmo é. Mas aí é outro papo hauahu Espero não ter confundido mais hauha Mas isso é o q eu entendo. Sempre bom ir atras de uns acadêmico formado aí pra tirar a dúvida mesmo hauah
2:56 "a ciência ocidental" - e os chineses fazem o quê? Ciência oriental? Para mim, é uma ciência só. Diferente das mitologias, que são inúmeras. E justamente por serem inúmeras, a mitologia que diz ser "a única verdadeira" não seria, por isso mesmo, inferior?
Falou de epistemicídio feito por homens, reis, exércitos, mas em nenhum momento tocou na palavra "monoteísmo", que é quem esteve (e ainda está) por trás da maioria deles, muito antes da reconquista da Península Ibérica. Quando o Império Romano era politeísta, não destruía as culturas das terras que dominava. Não creio que podemos dizer o mesmo depois que se tornou cristão.
Há muito mistério sim e muita diversificação de conhecimento, cada qual defende o seu, mas, a religião não pode ter implicação, porque é doutrina, ensinamento é religação com algo bem superior ao que o homem possa alcançar, nos somos filhos e não o PAI.
Os comentários que são mais absurdos. Um monte de gente inteligente se passando por inteligente. Acredito que grande parte pesquisa palavras difíceis para digitar aqui . Pra fica bunitu né?
Bom, ela evidentemente não entendeu o que é o método científico. Dizer que o método científico é "uma forma de ver o mundo, assim como religião e magia" é surreal...
Esse discurso excluiu as ciências exatas de todas as questões levantadas (muito bem embasadas, diga-se de passagem!). Mas física, química, matemática e biologia não dependem das vivências sociais para serem universais, e são “universais” exatamente porque funcionam para todos! Se não há superioridade entre conhecimentos, a ideia da terra plana acaba de ser promovida a mesma categoria da ciência que colocou os satélites em órbita, ou da ciência que nos permite assistir esse vídeo no celular!
Você está equivocado, o discurso não está apoiando a ideia de terraplanistas e sim falando que embora as ciências exatas e naturais tenham sua validade, existem culturas que produziram conhecimentos válidos e avançados, a partir de premissas diferentes das europeias. Por exemplo o conhecimento que etnias indígenas tem sobre a fauna e flora ( biologia) ou sobre a produção de remédios (química). Acredito que vc seja uma pessoa que valoriza o conhecimento e as ciencias, o que é muito positivo, no entanto não consegue enxergar que a ciências europeias não são as únicas ciências do mundo
Perfeito, Victória Guilherme. Não é uma disputa de conhecimentos para provar quem detém a primazia, como mas o reconhecimento da diversidade de conhecimentos produzidos pela rica diversidade das gentes que os vivenciaram.
2:14 "magia, religião e ciência" - falou de religião e de magia mas não falou de mitologia, que está na raiz do conhecimento humano. Religião é apenas a mitologia que nega ser mitologia, ou seja, o monoteísmo. E não é à toa que uma certa escola de pensamento vem há décadas tentando colocar a religião em pé de igualdade com a ciência: é apenas mais uma forma de combater o pensamento racional que quase extinguiu o capitalismo.
A proposta do vídeo é dizer que os mitos e rituais tribais devem estar na grade de matérias das universidades? Nova Zelândia, Egito, Israel, Paquistão, Guatemala, por exemplo, figuram como vencedores do prêmio nobel em diversas áreas. O Japão é referência e figura entre os 5 maiores contribuintes na área de medicina e literatura. Sinceramente, a dra. em antropologia quis através de um fato (exploração, escravização e destruição de culturas tribais e de sociedades mais complexas) apresentar a tese que a ciência atual (e consequentemente o método científico) é feita através da marginalização das religiões e do preconceito com ritos advindos de uma exploração histórica e eurocêntrica. Newton, Einstein, Pasteur, etc., não tem seus trabalhos reconhecidos hoje por sua cultura eurocêntrica, mas sim por suas teorias universalmente válidas. Veja que Newton era extremamente religioso e até era adepto de um misticismo, mas todo esse lado seu é descartado por não ser universalmente válido e aplicável.
Fico impressionado com o nível de preconceito das pessoas. Rotular " todos os homens brancos " heterossexuais ... É muita baboseira . Vamos partir para formas mais inteligentes . Manutenção do ódio não leva a lugar nenhum. Todos somos iguais .
Não é assim. Desde quando os delírios iluministas são universais? Não são e nunca serão. Só no meio acadêmico isso ocorre. Para mim, conhecimento relevante vem da História, da Filosofia, da Matemática, da Fisica, da Química e da Biologia. Antropologia também tem alguma coisa boa. O resto é especulação iluminista delirante. Mas tudo é um processo.
Acho q a cientificidade europeia ajudou nossa sociedade a se desenvolver tecnologicamente mas não cobre as relações e subjetividade humana, pelo contrário, acho que o pensamento europeu reforça a noção da separação do homem da natureza e a competitividade entre os homens.
Sério, Ricardo? Penso exatamente o oposto! A biologia através de Darwin demonstrou que o ser humano nada mais é do que um animal produto de sua história evolutiva. Isso esmagou o pensamento antropocêntrico religioso que defendia com unhas e dentes que éramos mais especiais entre todos os seres vivos e que o universo "girava ao nosso redor". A competitividade me parece muito mais ligada ao sistema capitalista, cuja ciência está subordinada.
Esse discurso é exagerado. Por mais elaborado que seja é uma nivelação infundada. Agora vou levar meu filho pra um curandeiro quando ficar doente. Em vez de bom senso e moderação e críticas ao abusos, essas teses fazem uma inversão. Não ligo se a ciência é européia e eu latino. Devemos nos apropriar disso, a verdade não pertence a ninguém. Claro que devemos respeitar as culturas diferentes e devemos nos questionar sobre a validade e o limite do conhecimento científico e condenar sua idolatria, mas nem por isso podemos deixar de reconhecer a sua superioridade.
Gente, eu tô maravilhado em receber tantas referências teóricas!
Conteúdo muito interessante. Embora todas as dimensões sejam relevantes, Salve a Ciência! (que é a única ritualística capaz de finalmente resistir e seguir no sentido de divulgar a cultura). Obrigada!
Ela falou bem,enquanto baseada em dados científicos,mas colocou muito do emocional partidários nas entre linhas,não defendendo um todo,mas grupos,e ideias partidárias,que causaram mesmo danos no decorrer da historia,ético e moral,principalmente no povo judeu,fugiu de uma empanação sobre EPISTEMICÍDIO, e sim quase virou discurso Marxista,uma pena,pq que todos pontos são extremamente relevante,enquanto sem cumplicidade ideológicas.
@@rollsclouds9692 Defender minorias virou ideia partidária? Marxismo? Me parece que é você quem está comprometido ideologicamente.
@@anavillela2703,não mude o sentido do q falei,sai desta histeria q domina os Brasileiros,extremamente polarizados,envoltos no culto da personalidade só tenho isso a lhe dizer.
usar a minoria como instrumento de demagogia de discurso e fácil quero ver e morar 3 favelas como já morei,não no rio e sim no nordeste,das zonas de conforto e muito fácil vim com estas falacias.
@@rollsclouds9692 ainda fala de histeria?! Hahaha. Eu não tenho dúvida de que é só isso que você tem a dizer.
Conteúdo SUPER rico, parabéns pelo trabalho Casa do Saber e Caroline Freitas!!!
Sempre vejo esse vídeo. Gosto demais dele, complementado pelas leituras sugeridas... Fantástico!
Explanação perfeita. Uma aula riquíssima.
👏👏👏👏👏👏👏👏👏👏👏 vídeo sensacional, clareza de pensamento e esclarecimento nota mil. Epistemicidio, muito bem usado o termo no contexto abordado. Parabéns a Casa do Saber pela iniciativa e excelente qualidade dos vídeos e a Caroline de Freitas pela informativa e reflexiva participação!
Reflexão muito interessante, inclusive para pensar no porquê há a primazia do judaico-cristianismo nesse contexto de epistemicidios.
Achei o texto que ela falou e pretendo ler: A estrutura do conhecimento nas universidades ocidentalizadas: racismo/sexismo epistêmico e
os quatro genocídios/epistemicídios
do longo século XVI
- Ramón Grosfoguel
Que conteúdo excelente! Quanta informação!! Parabéns Caroline👋👋
Epistemicídio é o pai da xenofobia, do racismo e do machismo. Só eu achei q ficou parecendo um título de palestra kkkk. Excelente conteúdo, essas pqnas doses de conhecimento são muito ricas
Todo sentido! Parabéns. Uma espécie de monopólio na produção de conhecimento. Exemplo prático: o matemático indiano que não foi aceito por conta da nacionalidade, Ramanujan o nome dele. Pesquisem.
A questão não é a origem do conhecimento, mas os resultados que são obtidos com ele. Mas reconheço que os europeus desprezaram diversos conhecimentos importantes ou não deram devido crédito aos seus descobridores.
@@pedrotenoriomendes, creio que a origem do conhecimento influencia no seu uso sim. Vide que a pólvora descoberta na China no século I não foi usada para fins bélicos (era usadas em ritos comemorativos) e foi usada pelos Europeus anos depois para fins bélicos.
Acho que o método científico é muito importante por não conter dogmas.
Mas a ciência nem sempre foi assim, como vc mesmo disse os povos europeus subjugaram diversos povos e suas visões de mundo (Cosmo visões).
E isso influenciaria como seria o uso de futuras descobertas feitas por eles...
Vide a origem das tecnologias atuais, grande parte veio de esforço de guerras.
Narrativas... construções... alguns comentários não compreenderam, mas é justamente a ciência ocidental que é colocada em xeque... essa, que desvaloriza outros saberes e outras epistemes ...
Excelente percepção
Estou trabalhando com epistemicídio na minha área. Muito interessante o vídeo. Material de altíssima qualidade.
Felipe Cordeiro Qual sua área?
@@ReNata-sh1gb ciência da informação
Achei o vídeo fantástico. É um pensamento que jamais tive. Obrigado, Casa do Saber.
Ai, vivi TUDO ISSO nos 5 anos de academia na Alemanha!!!! Sensacional esse video!
Uma paulada, logo na segunda-feira! Bom esclarecer, necessário e muito oportuno.
O autor Martin Heidegger também explica a questão do fundamento da nossa episteme ter predominância do pensamento lógico-racional com base na tradiçao legada pelos filosofos gregos desde Platao. Para isso o autor usa o termo metafisica.
Que vídeo preciosoooo!! 👏🏻👏🏻👏🏻👏🏻
Eu amo esse canal e essa semana eu fiquei pensando sobre o assunto e gostaria muito se vocês fizessem um papo filosófico sobre vida extraterrestre o que irá acontecer quando a cultura humana encontrar um impasse
Simplesmente fantástico 👏👏👏👏👏👏👏👏
Muito bom! Obrigado.
Que vídeo maravilhoso!
Sugestão de matéria: Como seriam as civilizações sem a dominação de outras civilizações.
Brilhantemente explicado
Nossa matou a pau. Esse vídeo deveria ser visto por todo mundo. Amei
Simplesmente foda! A casa do saber é demaisss
Muito bom este vídeo! Obrigada!
É, vou refletir mais sobre para comentar algo...
Só encontrei 2 vídeos teus na casa do saber, gostei muito desse, tem mais algum?
Impecável e maravilhoso!!!
Parabéns pelo conteúdo
Sugiro em próximos vídeos uma exploração de alguns pensadores Descoloniais. Creio que vai ajudar
Oi, pessoal da casa do saber! Queria pedir um tema. Poderiam falar sobre a adversidade? Sobre crescer com os desafios? A adversidade esconde mesmo um tesouro?
Agradeço!
Acredito que todas forma de conhecimento, quer seja vinda da ciencia, magia ou religião não seja necessariamente oposta a outra mas sim complemento de uma grande verdade sobre um assunto específico. Lembrando que observar, interpretar e aplicar é como se faz ciência e as religiões e magias se utilizam dessa mesma base (ainda que com menos rigor, na maioria das vezes). Em todo caso, o vídeo traz que há muita verdade nas verdades diversas às nossas.
Houve também um interesse religioso (falo em relação a uma construção hegemônica do saber/da realidade) por trás desses espitemicídios culturais, podemos dizer assim.
Por isso as coisas estão "assim" tentando um encaixe que sempre faz parecer que faltava algo.
Assunto bastante complexo e interessante.
As vezes fico viajando e penso... Como seria se um povo tivesse desenvolvido um tipo de linguagem diferente para pensar matematicamente.
Nosso mundo hoje e totalmente imerso na matemática. Celulares, gps, linguagem de programação, algoritmos que tentam reconhecer padrões... Mas nós seres humanos nao comunicamos ou pensamos intuitivamente de forma matemática. Pelo menos da forma que ela e descrita hoje.
Tanto é que a maioria dos cálculos são feita por máquinas, por que é difícil processar esses dados no nosso cérebro da forma que estamos acostumados a interpretalos.
E a matemática é difícil de compreender intuitivamente (pelo menos eu acho...Rsrs), agora pense se algum povo desenvolveu uma forma mais orgânica de calcular dados matemáticos e isso se perdeu no tempo...
Como seria o mundo hoje com outra forma de se pensar matematicamente.
Como isso influenciaria na tecnologia e na cultura.
Por que indiretamente nosso cérebro calcula dados matemáticos sem o uso de números...
Quando vamos atravessar a rua e é intuitivo calcular a velocidade do carro e a distância que devemos percorrer e sabemos a que velocidade devemos atravessar para evitar a colisão.
Isso sem pensar com números...
Se ouve uma forma de descrever a matemática mais fácil do que a que usamos hoje!?
Porque pra calcular o exemplo acima de forma matemática hoje usamos a seguinte descrição:
Vm = ΔS/ΔT
Parece intuitivo? Rsrs
Desculpem pelos possíveis erros ortográficos estou no busão lotado mau consigo digitar com uma mão.rsrs
muito bom !
Sim, faz sentido o q vc disse. Não existe só uma maneira de pensar ou ver o mundo. A ciência explica o mundo material muito bem e com aplicabilidade, mas não consegue dizer com certeza o q é o ser humano, o q é Deus ou o q é o Eu. Tem coisas q são subjetivas, q só sabemos q são assim e não entendemos bem o porquê, mas sentimos.
Acho q fugi um pouco do assunto q vc falou kk
Mas é tipo isso
@@johnantonio2836 muito bom também !
Eu também fico me perguntando isso.
Inclusive, os egípcios e mesopotâmicos tinham uma linguagem e uma escrita que envolvia totalmente simbolismos matemáticos. Não é atoa que todas as suas construções aparentemente possuem uma simetria ímpar, não apenas consigo mesmas, umas com as outras, mas também com a própria geografia do ambiente.
Não apenas isso: já li sobre povos africanos que tinham uma linguagem musical que cada expressão (não exatamente uma palavra) carregava uma miríade de sentidos e significados, a depender totalmente da entonação, melodia, velocidade e volume da voz. Já pensou como é que o cérebro deste povo funcionava??
Tenho certeza que se continuarmos olhando atentamente, veremos mais e mais exemplos.
No contexto nórdico, shamans, druidas e demais sacerdotes eram tidos como "unos" com a natureza. Suas vivências eram ligadas aos fenômenos naturais, e eles influenciavam a cultura da época também.
Só aqui já temos 3 exemplos que expressam bem esse pensamento que você evidenciou. Interessantíssimo, de fato.
Quando puder, indico dois filmes para você assistir que podem provocar alguns insights:
"A chegada", que fala sobre linguagem;
"Ponto de mutação", que fala sobre pensamento sistêmico.
Muito obrigado pela contribuição 🙆🏻♂️
Como fica, nesse contexto, o avanço tecnológico recente na China?
Obrigado.
Show, as culturas e saberes que aprisionam e agridem mulheres e atacam terreiros então é super válido. O problema dessa problematização é que cria apenas um inimigo, geolocalizado, como se não houvesse limites e contradições em todas as culturas. A escala do imperialismo europeu é absolutamente distinta? É. Porém romantizar todo e qualquer sistema de valor e crenças gera um relativismo sem definição de limites. Se localiza um inimigo, um bode, e não se aborda diretamente o debate da ética e dos limites da produção de conhecimento e saberes. Expiação, bem nos moldes cristãos inclusive...
Sensacional.
Excelente!
Gente! Que delícia de vídeo!!!
"Todos os seres humanos são dotados da faculdade da razão, e portanto, possuem pensamento lógico".
- Caroline Freitas
Sim, mas a mágica ou a religião não seguem uma lógica universalmente aplicável. Todos os seres humanos têm a capacidade de usar lógica, o que não significa que sempre consigam usá-la adequadamente, no sentido de se obter resultados previsíveis, como acontece com teorias científicas comprovadas . Não estou desmerecendo o pensamento de povos não europeus, só estou dizendo que não é a origem do pensamento que determina sua validade, mas se ele é aplicável ou não no universo material ao qual pertencemos.
@@pedrotenoriomendes, não sei qual referência você usou para expor esse conceito equivocado. Para Gramsci ( apud ESTEVES, 2013), todo sujeito é um produtor de Cultura, porque *todo sujeito produz uma atividade intelectual,* qualquer que seja essa atividade.
@Fabricio Costa bem dito, colega.😇
@@antoniojr.lophez9623 Todo sujeito produz atividade intelectual, mas nem toda atividade intelectual produz resultados práticos ou positivos , ou sequer um impacto significativo na sociedade, e é isso que determina se essa atividade intelectual se tornará dominante ou não.
Assim como acontecem com organismos biológicos , apenas culturas e pensamentos mais adaptados se reproduzem. Essa é a base do conceito de memes , conforme foi formulado pelo famoso biólogo Richard Dawkins no seu livro O Gene Egoísta e outros. Ironicamente, hoje "meme" é usado para descrever imagens ,vídeos e Gif de internet, mas o conceito original de Dawkins é que o meme é uma característica cultural que se reproduz. Como ele diz: "assim como nem todos os genes que podem se replicar tem sucesso em fazê-lo, também alguns memes são mais bem sucedidos do que outros."
Isso não faz juízo de valor algum sobre os memes que se reproduzem e os que acabam extintos. Simplesmente mostra que alguns se replicam melhor que outros.
O célebre historiador Yuval Harari demonstra, no seu livro Sapiens, como a religião cristã foi uma das primeiras religiões de caráter universalista, ou seja, que pretendia se espalhar por toda a humanidade. Um viking, um asteca ou um guerreiro zulu não tinham a menor intenção de que seus deuses fossem cultuados por todos os povos , enquanto o cristianismo pretendia ser uma religião adotada por todos. O mesmo pode ser dita do islã, a religião que mais cresce no mundo , (e não é ocidental).
Enfim, há motivos pelos quais a cultura eurocêntrica se tornou tão dominante. Isso não significa que é melhor ou pior, só estou constatando um fato.
@Fabricio Costa , creio que me expressei mal ao dizer que a validade de um pensamento depende de ele ser aplicável no universo "material", o que dá a entender que este pensamento precisa ter efeitos "materiais" , o que não é o caso. Mas em nenhum momento eu disse que se pensamentos não tem resultados materiais eles devem ser descartados. Isso é suposição sua.
Sendo eu mesmo um psicólogo, sei que pensamentos tem efeitos subjetivos extremamente importantes para quem os tem.
O que eu quis dizer é que uma cultura precisa ter resultados práticos, observáveis e reprodutíveis para ser bem sucedida e se espalhar. Mesmo a paz de espírito de um monge budista tem que ser de alguma forma constatada por outras pessoas para que o budismo se espalhe como cultura.
O pensamento científico tem resultados que o validam e o tornam mais propenso a ser produzido do que rituais mágicos de alguma cultura pouco conhecida.
Mesmo um certo tipo de pensamento filosófico tem que ser aplicável a diferentes culturas e à vida prática para que se torne dominante culturalmente.
É evidente que muitas culturas foram apagadas pela violência pura e simples, e não pela sua falta de valor. Mas por outro lado , se a cultura eurocêntrica se tornou tão dominante, é porque ela indiscutivelmente tem características que a tornaram assim. O que não significa que ela seja melhor ou pior. Pessoalmente, não gosto de música pop, mas tenho que reconhecer que ela tem características que a fazem ser o estilo musical dominante.
A Dra antropóloga pode me dizer como se constrói um avião ou se vai à Lua usando religião ou magia? Na tentativa de dar valor a outras formas de cultura, acaba jogando pela janela um conhecimento que nos deu qualidade de vida.
Exato. Existem verdades dentro do vídeo, mas ela infelizmente erra o alvo...
Exato. Mas a gente pode e deve discordar com cordialidade. Gostei do vídeo porque me fez pensar como você. Não vou responder de pronto. Vou escrever com calma e, daqui a algum tempo, se for o caso, publico algures.
@@JosenildoMarques01 estarei atento✌
maravilhoso
Eu tenho interesse em saber qual nome do artigo ou livro do Ramon Grosfoguel que fala sobre Epistemicídio, alguém sabe informar?
Q beleza de video
Seria legal se colocassem na descrição dos vídeos as referências citadas pelos Professores.
Apesar de toda a questão do epistemicídio, me pergunto qual é a validade de manter a religião e o misticismo em pé de igualdade com a ciência como fontes de conhecimento, sendo que a ciência tem suas ferramentas para lidar com a irracionalidade e com os viés pessoais, diferentemente dos outros dois.
Não há validade. Queiram ou não a forma como uma sociedade busca e estrutura conhecimento é um padrão cultural e, como tal, se propaga e substitui ou pelo menos altera outras formas de conhecer o mundo. Não há lugar para todas as formas de conhecimento na aldeia global, alguns serão perdidos ou superados mesmo.
exatamente. fora que a ciência é mutável. esse lance de que o homem branco europeu determinou tudo e já era pros outros é balela. o que deixa de ser real perde força dentro da ciência... o que não existe dentro da religião.
Eu diria que é um valor um pouco mais subjetivo, por exemplo, a religião, para algumas pessoas que acham um certo tipo de conforto em imaginar um Deus bondoso, um além-vida agradável, etc. Idem o misticismo. Problema eu vejo quando se confuse uma coisa com a outra, utilizando esse pensamento simbólico pra explicar coisas, por exemplo, já explicadas pela ciência (e ficar nesse eterno debate sem função; por exemplo, se Deus existe). Mas é da natureza humana, de um certa forma, buscar respostas de formas que não só a lógica/racional.
Ai q inteligentes. Quero ser amigo de vcs ^^
Não acho que a professora colocou "dar a mesma importância" no sentido de descartar as dificuldades que cada uma possui.
Enquanto a ciência é a mais sóbria de todas as formas de produção de conhecimento, ela é desprovida da capacidade de entusiasmar as pessoas e de dar significado à elas e suas vidas. Característica esta que as outras formas de conhecimento humano abordam, sem medo.
Enquanto a ciência é a mais reclusa, no sentido de aguardar ao menos por novas evidências pra afirmar que sim ou que não, as outras nadam nos "serás" e nos "talvez".
Claro, eu consigo reconhecer que isso não é culpa da própria ciência, mas sim da maneira como ela é aplicada dada a sua idade e complexidade. Mas estamos caminhando para um pensamento mais relacional entre as diversas formas de conhecimento e acredito que seja aí que a professora gostaria de fincar o marco de sua fala.
Incoerente até que chamamos o norte de norte. Talvez tbm incoerente que nomeamos, classificamos e argumentamos mais do que compartilhamos os silêncios e as companhias. A argumentação oficial institucional e a disputa de verdades escritas e os debates argumentativos são origem ou consequência dos genocídios epistemológicos? É possivel mudarmos isso por meio dessa mesma estrutura acadêmica dissertativa?
aplausos!
Todos os vídeos deveriam ter as bibliografias e fontes nos vídeos.
Sempre maravilhoso!
2:20 "O que é a cosmologia? É a visão de mundo. É uma explicação sobre origem do mundo, sobre os seres humanos e de todas as coisas. As cosmologias elas são diferentes, mas elas não podem ser tidas como superiores ou inferiores... porque elas tratam do mesmo tipo de coisa."
Acho que não faz sentido dizer que não podem ser tidas como superiores ou inferiores apenas por tratarem do mesmo tipo de coisa. Penso que seja exatamente o contrário. Por tratarem do mesmo tipo de coisa que é possível compará-las e julgá-las. Se retirarmos essa "carga européia" das costas da ciência por um instante (carga essa que todo acadêmico adora atacar e com razão) e apenas compararmos "os métodos" percebemos que religião NÃO se trata de explicar o mundo, mas AFIRMAR o mundo, enquanto que a ciência possui um método de explicação racional.
3:00 "Não é possível hierarquizar culturas ou formas de pensar. Se nós assumimos que todos os seres humanos são racionais e capazes de produzir lógica a gente não tem mais como pensar nesses termos de hierarquização, ou seja, de superior e inferior."
O fato do ser humano ser racional e capaz de produzir lógica não significa que irá produzir sempre pensamentos racionais e lógicos.
Acredito que os problemas da ciência atual apresentados não são problemas das premissas científicas, mas do contexto em que elas foram criadas. Sendo assim, não acho justo comparar a ciência com esses problemas atuais que são contornáveis com os problemas das premissas religiosas que não são contornáveis.
Parte ou talvez grande parte da produção de conhecimento científico independe das relações de gênero, raça etc. A física não deixa de ser física se foi produzida por cultura principalmente européia. As diferentes interpretações sobre o mundo natural que as pessoas dão não modifica o mundo natural como ele é, ou seja, o conhecimento científico continua sendo universal e válido ainda que alguém diga que os raios produzidos durante uma tempestade foram causados por deuses. Me pareceu que o vídeo se restringiu as ciências humanas e não a ciência como um todo.
Tenho uma pergunta. Por que magia está separada de religião?
Paraben!
Debate decolonial em alto nível.
O pensamento científico é o mais eficiente para a busca da compreensão da realidade, o mais eficiente para separa fatos de imaginação. Se o seu parâmetro de comparação for esse o pensamento científico é de longe o melhor, não por acaso, ele foi construído com esse objetivo.
0:08 "por que a ciência, ou seja, a produção de conhecimento ocidental/ocidentalizada" -- Seria muito mais correto chamar a mitologia judaico-cristã de "conhecimento ocidental", afinal, ela é restrita apenas aos povos que a seguem, pois a seguem por FÉ. A ciência, mesmo que tenha sido aperfeiçoada e dominada pelo ocidente, possui uma lógica universal. O ocidente dominou a ciência porque tinha recursos, e tinha recursos porque roubou meio mundo. Ninguém segue a ciência por "fé", mas porque ela mede a probabilidade de erro e não faz afirmações sobre o que desconhece.
A religião é mutante. Para se adaptar à pós modernidade criou a disciplina acadêmica Ciências da Religião.
Há na explicação da professora algo muito importante. Não se trata nem do tema da aula em si, mas da forma como o tema é abordado.
Questionar a ciência, hoje, se tornou uma piada pela forma como é feito o questionamento. Diversos grupos que se apoiam no "não entendo" para dizer que a ciência não é verdadeira. De certa forma é o que a ciência fez com os demais conhecimentos. Por não entendê-los, decidiu e impôs, que não eram verdadeiros.
Não há nenhum problema em se questionar qualquer conhecimento, seja científico ou não. O ponto é que uma crítica com base no não entendimento será sempre injusta e sem fundamento lógico aceitável.
Show
Camadas e camadas de pertinência. :)
O sucesso de uma teoria científica independe de etnia ou sexo do seu autor. São as evidências que dão poder à ciência e por isso sua superioridade, pelo menos em seu terreno de estudo.
Essa visão de luta de classes no campo do conhecimento é equivocada.
Não exatamente. É evidente que há regimes discursivos (institucionalizados sobretudo) que legitimam, ou não, certo tipo de ciência que é publicada e/ou reconhecida. Hoje em dia as coisas estão mudando, mas outrora era comum negar a ciência produzida por mulheres ou por sujeitos que não faziam parte dos EUA ou Europa apenas porque achavam, entre outros motivos, que esses indivíduos não eram capazes de produzir um pensamento científico "à altura" do norte ocidental, o que é uma realidade...
Alguém pode me ajudar, dizendo qual é o nome do autor que trabalha o tema do Epistemicidio ? sei que tem o Boaventura de Sousa porém no video ela faz citação de um autor Puerto Riquenho. Obrigado
Não sei se alguém aqui percebeu isso: a intelectual critica o paradigma de pensamento científico, próprio do ocidente, principalmente produzido na Europa, mas não se distancia dele. Ela critica o "eurocentrismo" a partir de um paradigma de pensamento "eurocêntrico". Portanto, o seu discurso anula a si mesmo. Ao fazer a crítica, ela está, paradoxalmente, mostrando a superioridade do pensamento ocidental, pois só ele é capaz de confrontar e criticar a si mesmo, enquanto os paradigmas de outras culturas não foi capaz de tornar-se preponderante no que concerne à sua relevância global.
Não tiveram oportunidade, porque foram destruídos e dizimados pelo epistemicídio!
fundamental
"Eles não querem soltar o osso". Mas, aos poucos estamos conseguindo.
Um contraponto: o que determina se um pensamento é ou não "universal" não é quem o pensou, mas sim sua aplicabilidade. Um quadrado sempre será uma figura com quatro lados iguais , não importa se for concebido por humanos ou alienígenas. Claro, o nome que se dá a figura muda, mas suas características permanecem.
Mesmo conhecimentos que dependem de validação empírica podem produzir resultados universais. Qualquer descoberta da física ou química é aplicável, literalmente, em todo o universo.
A pólvora foi inventada por chineses, mas aperfeiçoada como arma pelos europeus e depois mais ainda pelos americanos, e continua sendo até hoje. A origem chinesa não mudou o fato de que pode ser usada pra matar chineses , japoneses, outros europeus ou seja quem for. Diz um amigo meu que "a violência é a linguagem universal." Com isso , ele não está fazendo uma apologia à violência, apenas quer dizer que a violência pode ser reconhecida por qualquer povo em qualquer tempo. Acho que todos concordamos que foi a superioridade bélica que garantiu a hegemonia do eurocentrismo, ou pelo menos foi uma de suas maiores causas.
Por outro lado , diversas outras tecnologias com efeitos positivos também foram criadas ou aperfeiçoadas pelos europeus e também se espalharam pelo mundo. O mesmo pode ser dito de diversos princípios éticos .
As próprias noções de que racismo ou misoginia são ruins vieram do pensamento europeu e/ou judaico cristão.
E para quem quiser conhecer um princípio ético com aplicabilidade universal, recomendo pesquisar sobre a ética argumentativa de Hans-Hermann Hoppe.
Belo contra ponto amigo!
Gostaria de saber o que vc acha dessa aplicabilidade dentro de uma sociedade que não se importa com resultados?
Porquê quando se trata de Cosmovisão a cultura reflete em toda metodologia.
Vide a idade média e outras épocas da história onde o referencial de utilidade variava com a cultura.(não digo que isso seja bom. Rsrs)
Hoje formamos profissionais, construimos estádios gigantescos para pessoas "brincarem".
Daqui um tempo a sociedade pode achar bizarro a utilidade disso, como achamos certas utilidades que a sociedade dava no passado. Sei lá...como as a função das pirâmides...Rsrs
E obrigado pela indicação, vou pesquisar sobre Herman Hoppe e a Ética argumentativa.
Perfeito!
@@luizalmeida6707 , eu diria que entramos naquele problema da guilhotina de Hume: "de um ser não podemos tirar um dever ser"...
Ou seja, o fato de sabermos criar uma tecnologia não significa que sabemos imediatamente como utilizá-la, ou pelo menos como fazer isso para aumentar nossa felicidade.
Eu acho que nós ocidentais temos sim a mania de desprezar o conhecimento de outras culturas. Mas para ser justo, a imensa maioria das culturas sofre de algum grau de xenofobia, seja aqui ou no oriente. Basta notar o que acontecia no Japão antes do famoso período da restauração Meiji...
Também acho que durante muitos séculos nós desprezamos os conhecimentos espirituais e filosóficos importantes. O Budismo , por exemplo, é anterior a Cristo e só se popularizou no ocidente há poucas décadas , embora filósofos como Shopenhauer já bebessem nessa fonte há mais de um século.
Acho que a filosofia e epistemologia ocidental se focam demais em resultados práticos e observáveis. Talvez sejamos agressivos e hedonistas, mas não se pode negar que , para alcançarmos esse grau de influência, alguma coisa certa os europeus devem ter feito...rs
🐒
Excelente seu contraponto. E para entender um pouco sobre o porquê do eurocentrismo vejam Armas, germes e aço do Jared Desmond.
"o homem branco, heterosexual... blá blá blá blá..."- já ouvi isso antes.
O verdadeiro poder não pede licença. Ele se faz valer e ponto.
Quem teria superioridade para fazer uma vacina? Ciência, magia ou religião?
Quando li apenas a introdução de "A queda do céu", do Xamã Yanomami Davi Kopenawa, nessa época de pandemia, deparei-me em mim com o seguinte pensamento conflitante, o de que, se tivéssemos tido acesso a um pouco daquele conhecimento ameríndio (que foi ignorado soterrado e assasinado, já que os brancos europeus não os consideravam "pessoas", de certa forma) de amor à natureza e reconhecimento do humano/animal como parte desta, num sistema de compreensão ali exposto extremamente complexo e lúcido, talvez hoje não precisássemos estar desesperados por vacinas. Talvez não tivéssemos tantas mazelas biopsicossociais como as que temos hoje. Acho que não é o caso de inferiorizar ou superiorizar. Acho que é o caso de considerar a ordem mesma dos múltiplos discursos.
@@stuntgirl938 Isso é outro assunto!
@@PedroPedrix Infelizmente, não. Ela está falando sobre isso no vídeo, exatamente! O fato de conhecimentos produzidos por determinados de povos e culturas terem sido suplantados, destruídos, assassinados, sem nem uma fagulha de consideração humana. Só isso. Ela não está comparando nem legitimando processos espistomologicos específicos. Não condena a ciência que cria a vacina ou nada disso, apenas diz que certos modos processuais de construção de conhecimento foram tidos como inferiores, e nestes, havia produção de vida cultural e, também, científica, dentro de suas possibilidades histórias e contextuais (e há um cuidado na fala da professora para não cometer anacronia epistêmica).
@@stuntgirl938 Refiro-me ao meu comentário: "Quem teria superioridade para fazer uma vacina? Ciência, magia ou religião?"
@@PedroPedrix sim. Eu entendo. E seu comentário/ pergunta (quase que retorica) é sobre o vídeo aqui em questão. Assim, eu respondi a ambos: comentários + vídeo). Vê-se que essas questões levantadas não são a questão do vídeo. É óbvio que essa ciência, eurocentrada, paramentada por séculos de técnica, obteve meios industriais de produzir, desde compostos químicos, remédios, até mesmo processos indutores neurológicos e transformadores fármacobiologicos e genéticos-tecnicistas. A sra. Dra. em Antropologia não responde às suas questões, por que não é este o assunto de que trata o vídeo. Ela não diz pra usar magia para curar doenças relacionadas à virus e bactérias, nem diz que coisas como magia ou religião constroem conhecimentos técnicos para substituir outros conhecimentos. Ela diz que na base desses processos culturais, sociais, que abrangem comunidades inteiras (muitas delas silenciadas, desumanizadas e assassinadas cultural, física e simbolicamente, até mesmo por princípio eugenista - lembrando que a eugênia surgiu como um conceito genético-técnico-biológico) há construções de conhecimento, de alguma forma, porque o ser humano produz conhecimento em todos os múltiplos contextos possíveis, e que muitos destes conhecimentos podem ou poderiam ter sido ser estudados, ouvidos, ao menos respeitados como parte formadora de um povo. Ela não diz para serem considerados como certos ou melhores ou substituidores. Enfim, simplificando, ela diz que há conhecimentos válidos que foram historicamente ignorados, que poderiam ter sido, ao menos, ouvidos, até porque magia não é um termo simples, se o estudarmos filológicamenre. Ela está dizendo exatamente isso que exemplifiquei com Davi Kopenawa, que ele é um ser humano, assim como a comunidade Yanomami, e que eles produzem conhecimento, como eu, mulher branca cisgenero, e você, e todos. Que talvez estes sejam conhecimentos que até beneficiem eticamente o humano, não que se deva fazer vacina com cantigas aos deuses da floresta. A pesquisadora não diz isso em momento algum do vídeo. Acho que nem mesmo Kopenawa pensaria (viver, por escolha própria, em situação de aldeia, não lhe remove a faculdade do pensamento) uma coisa dessas (sim, os ameríndios têm consciência da tecnologia). Assim, minha resposta está contextualizada com teu comentário e com o vídeo. A autora está dizendo que talvez existam modos diferentes de aprender e pensar, de elaborar esquemas, etc, inclusive, ela não fala em conhecimento dado, pronto (como o necessário para uma vacina), porque isso não é epistemologia. Episteme é processo. Ela questiona que podem haver outros processos que desconhecemos, que foram excluídos, calados, renegados... Foucault não deixa de nos trazer a questão no ensaio "A ordem do discurso". É disso que trata o vídeo. Não é sobre validação de práticas culturais, como citaste, em detrimento de processos técnico-científico industriais. Desculpe o longo texto. PS: entendo sua preocupação, só quis dizer que não precisa se preocupar. Religiões e processos metafísicos não vão destruir laboratórios bioquímicos. Essa não é a natureza da fala da Dra.
Sou bem leigo... mas posso fazer uma pergunta boba?
O relativismo pode se tornar numa verdade absoluta?
Quando eu afirmo que o conhecimento deve ser relativo ou plural não estou tornando essa afirmação como singular e absoluta?
Cara, ja digo que não sou nenhuma pessoa esclarecida hauah. Mas posso tentar responder algo q ja sei.
Uma coisa q vc diz na pergunta é verdade. E verdade, como conceito e pelo q sei, significa algo absoluto, ou seja, a verdade é algo absoluto, tem de ser.
E tendo a pensar não q o relativismo do conhecimento seja uma verdade, mas um conhecimento de causa (aqui no sentido de é uma teoria). Vc pode chegar, dependendo do seu pesamento lógico, a resposta (verdade) de que o relativismo do conhecimento seja de fato o q há.
Digamos q é como qualquer conhecimento, como por exemplo a física. A física é ou ela está sendo?
Pelo q entendemos, com o tempo sempre se aprimorou e repensou a física, então do nosso ponto de vista, ela nunca é. Nem a gente mesmo é. Mas aí é outro papo hauahu
Espero não ter confundido mais hauha Mas isso é o q eu entendo. Sempre bom ir atras de uns acadêmico formado aí pra tirar a dúvida mesmo hauah
2:56 "a ciência ocidental" - e os chineses fazem o quê? Ciência oriental? Para mim, é uma ciência só. Diferente das mitologias, que são inúmeras. E justamente por serem inúmeras, a mitologia que diz ser "a única verdadeira" não seria, por isso mesmo, inferior?
Lucidez!
Ah, pronto
" Quando o cientista consegue escalar a montanha e atingir o pico, lá encontra o místico na sua profunda meditação " - ~~
Quem é o autor da frase?
O problema ainda continua, pq toda a estrutura de seu conhecimento e instrumentalização de pesquisas provém do pensamento europeu.
Disserte sobre....
@@luciogregorio5603 palavra chique hummm...🤣
Porque o domínio capitalista aconteceu a partir da Revolução Industrial inglesa.
Já que todas as outras epistemis foram dizimadas!
O Centro do vídeo foi baseado pelo estudo de um autor Porto Riquenho, preste atenção...
Alguém manda isso pro Roberto Alvim, pelo amor de Deus!!!!!
Falou de epistemicídio feito por homens, reis, exércitos, mas em nenhum momento tocou na palavra "monoteísmo", que é quem esteve (e ainda está) por trás da maioria deles, muito antes da reconquista da Península Ibérica. Quando o Império Romano era politeísta, não destruía as culturas das terras que dominava. Não creio que podemos dizer o mesmo depois que se tornou cristão.
EU AMO UMA MULHER AAAAAAAAA
Sou analfabeto funcional... faça vídeos que eu possa entender!
Há muito mistério sim e muita diversificação de conhecimento, cada qual defende o seu, mas, a religião não pode ter implicação, porque é doutrina, ensinamento é religação com algo bem superior ao que o homem possa alcançar, nos somos filhos e não o PAI.
❤️
Os comentários que são mais absurdos. Um monte de gente inteligente se passando por inteligente. Acredito que grande parte pesquisa palavras difíceis para digitar aqui . Pra fica bunitu né?
Agora entendo porque negros e latinos ganham apenas premio Nobel da paz.
Bom, ela evidentemente não entendeu o que é o método científico.
Dizer que o método científico é "uma forma de ver o mundo, assim como religião e magia" é surreal...
Esse discurso excluiu as ciências exatas de todas as questões levantadas (muito bem embasadas, diga-se de passagem!).
Mas física, química, matemática e biologia não dependem das vivências sociais para serem universais, e são “universais” exatamente porque funcionam para todos!
Se não há superioridade entre conhecimentos, a ideia da terra plana acaba de ser promovida a mesma categoria da ciência que colocou os satélites em órbita, ou da ciência que nos permite assistir esse vídeo no celular!
Up
Excelente comentário!
Você está equivocado, o discurso não está apoiando a ideia de terraplanistas e sim falando que embora as ciências exatas e naturais tenham sua validade, existem culturas que produziram conhecimentos válidos e avançados, a partir de premissas diferentes das europeias. Por exemplo o conhecimento que etnias indígenas tem sobre a fauna e flora ( biologia) ou sobre a produção de remédios (química). Acredito que vc seja uma pessoa que valoriza o conhecimento e as ciencias, o que é muito positivo, no entanto não consegue enxergar que a ciências europeias não são as únicas ciências do mundo
Perfeito, Victória Guilherme. Não é uma disputa de conhecimentos para provar quem detém a primazia, como mas o reconhecimento da diversidade de conhecimentos produzidos pela rica diversidade das gentes que os vivenciaram.
Matemática, física, química, biologia. Não consigo ver onde o racismo, sexismo, etc, enviesaram esses conhecimentos.
Como a Professora Caroline Freitas avalia o movimento terraplanista?
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👌👏
2:14 "magia, religião e ciência" - falou de religião e de magia mas não falou de mitologia, que está na raiz do conhecimento humano. Religião é apenas a mitologia que nega ser mitologia, ou seja, o monoteísmo. E não é à toa que uma certa escola de pensamento vem há décadas tentando colocar a religião em pé de igualdade com a ciência: é apenas mais uma forma de combater o pensamento racional que quase extinguiu o capitalismo.
A proposta do vídeo é dizer que os mitos e rituais tribais devem estar na grade de matérias das universidades? Nova Zelândia, Egito, Israel, Paquistão, Guatemala, por exemplo, figuram como vencedores do prêmio nobel em diversas áreas. O Japão é referência e figura entre os 5 maiores contribuintes na área de medicina e literatura. Sinceramente, a dra. em antropologia quis através de um fato (exploração, escravização e destruição de culturas tribais e de sociedades mais complexas) apresentar a tese que a ciência atual (e consequentemente o método científico) é feita através da marginalização das religiões e do preconceito com ritos advindos de uma exploração histórica e eurocêntrica. Newton, Einstein, Pasteur, etc., não tem seus trabalhos reconhecidos hoje por sua cultura eurocêntrica, mas sim por suas teorias universalmente válidas. Veja que Newton era extremamente religioso e até era adepto de um misticismo, mas todo esse lado seu é descartado por não ser universalmente válido e aplicável.
Agora entendo porque negros ganham apenas premio Nobel da paz.
Uma bela ideologia travestida de conhecimento em meio a palavras sofisticadas. Acredita quem quer.
Fico impressionado com o nível de preconceito das pessoas. Rotular " todos os homens brancos " heterossexuais ... É muita baboseira . Vamos partir para formas mais inteligentes . Manutenção do ódio não leva a lugar nenhum. Todos somos iguais .
Não é assim. Desde quando os delírios iluministas são universais? Não são e nunca serão. Só no meio acadêmico isso ocorre. Para mim, conhecimento relevante vem da História, da Filosofia, da Matemática, da Fisica, da Química e da Biologia. Antropologia também tem alguma coisa boa. O resto é especulação iluminista delirante. Mas tudo é um processo.
A defesa de uma corrida onde todos são vencedores...
que-fo-da (*-*)
Acho q a cientificidade europeia ajudou nossa sociedade a se desenvolver tecnologicamente mas não cobre as relações e subjetividade humana, pelo contrário, acho que o pensamento europeu reforça a noção da separação do homem da natureza e a competitividade entre os homens.
Sério, Ricardo? Penso exatamente o oposto! A biologia através de Darwin demonstrou que o ser humano nada mais é do que um animal produto de sua história evolutiva. Isso esmagou o pensamento antropocêntrico religioso que defendia com unhas e dentes que éramos mais especiais entre todos os seres vivos e que o universo "girava ao nosso redor". A competitividade me parece muito mais ligada ao sistema capitalista, cuja ciência está subordinada.
homem hétero branco cis E Ccristão..... olha o poderio econômico travestido de religião? ou esta justificando aquela.... mais uma vez?
"A gente queima todo dia mil bibliotecas de Alexandria" - Tiago Iorc
Ai, Izabele, os comentários estavam tão bons sem essa citação...
@@TheEvertonDias lide com isso
Esse discurso é exagerado. Por mais elaborado que seja é uma nivelação infundada. Agora vou levar meu filho pra um curandeiro quando ficar doente. Em vez de bom senso e moderação e críticas ao abusos, essas teses fazem uma inversão. Não ligo se a ciência é européia e eu latino. Devemos nos apropriar disso, a verdade não pertence a ninguém. Claro que devemos respeitar as culturas diferentes e devemos nos questionar sobre a validade e o limite do conhecimento científico e condenar sua idolatria, mas nem por isso podemos deixar de reconhecer a sua superioridade.