Obrigado por responder, Christian. Pouco tempo depois que enviei a mensagem a gente foi chamado pela vara da infância. Adotamos um menino muito bonito, tem dois anos, e é muito esperto. Estamos com ele há pouco mais de um mês... observamos algumas cenas (clássicas) do édipo, principalmente o ciume do abraço, do beijo e a manifestação de posse do outro... Achamos muito divertido e, de certa forma, fucanis seguros de que o afeto está enlaçando a relação nessa dinâmica de manifestações do amor. Gostei muito da sua fala, como sempre as leituras que fiz da psicanálise ecoam quando escuto você. Abraço.
Esse é "X" da questão, o Édipo precisa ser lido considerando o contexto de sua época, Freud já tentou avançar muito, mais é preciso considerar a sua época.
Sou Psicólogo, e a psicanálise é uma janela gigantesca que se abriu e está aberta para estruturar ainda mais nosso conhecimento. Obrigado por compartilhar conhecimento! Estudar o complexo de Édipo não é fácil, mas é muito prazeroso. Grande abraço!
Me emocionei ouvindo a pergunta e a preocupação do moço. Como psicóloga sinto vergonha da violência que nosso "saber sobre" (que nesse caso se trata de não saber, né?) por muitas vezes inflige às pessoas que julgamos ajudar.
Perfeitas suas colocações. Sou pai adotivo, casado a 25 anos com outro homem. Minha filha hoje com 12 anos. O pai é uma função, maternar e paternar sua criança. Um personagem será o pai e outro a mãe.
Podemos conversar? Se sim, me dá um oi que te passo o meu WhatsApp. Em maio meu parceiro e eu faremos 7 anos de relacionamento, e pensamos em adotar desde o começo. Adoraria poder conversar com você e seu parceiro sobre isso, pois vocês já passaram por esse processo e seria de grande ajuda para nós. Se não quiser, eu entendo, nem todo mundo gosta de falar sobre si mesmo etc mas se puder me dê um oi que te passo meu WhatsApp para conversarmos. Abraços! (Moro em Maceió, Alagoas)
Adoraria assistir a um vídeo seu sobre abandono e alienação parental e as consequências psíquicas dessa condição, tão brutalmente comum em nossa sociedade. Ela me parece muito distinta da situação em que a criança perde o pai ou a mãe, fato que pode levar à idealização. No abandono e na alienação, ao contrário, a criança cresce ouvindo falar muito mal do pai ou mãe ausentes (normalmente, o pai), fato que a leva a sofrer duplamente: por um lado, pela própria ausência do genitor (cuja motivação angustia a criança), por outro, pela demanda daqueles que a criam de que ela dê conta desse sentimento negativo dirigido à figura ausente. Vivi isso na pele, e sinto que esse fato tem grande influência sobre as minhas escolhas afetivas até hoje. Muito obrigada.
Sua fala é sempre tão gentil e acolhedora que é impossível ouvir só uma única vez. Muito obrigada por compartilhar tanto bem num mundo tão sofrido como o nosso!!
Muito grata! Até que enfim um vídeo sobre rs, é raro vídeos sobre o Édipo nesse contexto aqui no youtube, apesar de ter bastante literatura. Quarta a comentar 😌😍
Excelente vídeo professor que explica as nuances do complexo de Édipo. Com efeito, essa semana o Brasil ficou estarrecido com a morte de Miguel, garoto de cinco anos, que foi morto por negligência da patroa de sua mãe, uma mulher branca de classe média. Os detalhes dessa história expõe as camadas do racismo à brasileira. Há inúmeros trabalhos sobre a branquitude, pensada como uma relação de poder. À luz da psicanálise, gostaria de ouvi-lo sobre o tema.O que a psicanálise brasileira tem a dizer sobre a forma como o racismo afeta a subjetividade das pessoas brancas?
Fiquei tocada com sua fala. Muito informativa e sensível ao mesmo tempo. Parabéns pelo canal e divulgação do pensamento psicanalíticopara nós leigos, facilita muito.
A adoção é um dos atos mais lindos que o ser humano pode fazer. A criança.que for acolhida com afeto no veio de uma família , nao vai se importar que tipo de casal está lhe adotando, é o cuidado é o amor que importa
Christian gostaria de agradecer sua generosidade em compartilhar tanto conhecimento de forma acessível e pontual. É inspirador acompanhar este canal! Muito obrigada!
Video perfeito! Fico admirada em como vc consegue explicar de maneira sucinta. Toda vez que tento explicar os Conceitos de psicanálise, eu tenho que dar mil voltas pra abarcar tudo.
Olá, professor! Obrigado por compartilhar seus conhecimentos e reflexões conosco. Recentemente estive procurando por uma leitura crítica da chamada "Psicologia Positiva", uma corrente recente da Psicologia que vem cativando um público significativo, devido ao seu apelo à questão da felicidade. Percebi que existem poucos artigos críticos sobre o assunto. O senhor poderia fazer um vídeo explorando o tema? Seria de grande valia. Um abraço!
Maravilhosa explicação. Feliz de termos você nos ajudando a entender melhor a psicanálise e sobretudo nosso psiquismo. Obrigada professor, siga nos clareando 🙏🏻
Professor, desejo tanto um curso intenso do senhor sobre Lacan. Achava quase impossível entendê-lo. Muitos psicanalistas professores complicam demais e rebuscam a linguagem ao falar dele e de toda contribuição pós freudiana que propiciou à psicanálise. O senhor torna Lacan tão atrativo e desperta uma vontade grande de mergulhar no desafio de estudá-lo. O que acha disso? Pense com amor....rsrs... Beijos com muita admiração!
não quero responder pelo dunker, mas acredito que ele deu um pouco da resposta da sua pergunta no vídeo. ele fala sobre uma mãe solteira que trabalha, onde o "trabalho" se tornaria o terceiro (pai). mas seria ótimo um vídeo sobre isso mesmo
@@ruthbrayner9714 relação com o seio? que interessante Ruth, meus sobrinhos nenhum deles mamou pode mamar no peito! gostaria de saber no que isso implica na vida adulta.
Adoraria assistir a um vídeo seu sobre abandono e alienação parental e as consequências psíquicas dessa condição, tão brutalmente comum em nossa sociedade. Ela me parece muito distinta da situação em que a criança perde o pai ou a mãe, fato que pode levar à idealização. No abandono e na alienação, ao contrário, a criança cresce ouvindo falar muito mal do pai ou mãe ausentes (normalmente, o pai), fato que a leva a sofrer duplamente: por um lado, pela própria ausência do genitor (cuja motivação angustia a criança), por outro, pela demanda daqueles que a criam de que ela dê conta desse sentimento negativo dirigido à figura ausente. Vivi isso na pele, e sinto que esse fato tem grande influência sobre as minhas escolhas afetivas até hoje. Muito obrigada.
Olá Christian !! Muito obrigada pela sua presença! Christian, seria possível a psicanálise ser uma matéria de escola ? Como seria a mesma para crianças? Qual seria a melhor idade para ter contato com a teoria ? Como seria aprender a psicanálise para uma autoanalise ? Grata. Abraços !
Christian, eu te amo! Como você vê o impacto das mudanças culturais sexuais, à maior participação das mulheres no ambiente público, mudanças na forma de ver e viver a maternidade, um aumento exponencial de mulheres como chefe de família e a relação do aumento de mulheres neuróticas obsessivas na clínica? Poderia falar um pouco sobre os deslocamentos do feminino e a neurose obsessiva nas mulheres?
9:10 acho muito interessante isso que você chamou de "escolha sobre determinada". lembro agora de um texto do zizek, eu acho, em que ele argumenta pela existência de algo como um estágio pré-ontológico da "escolha autêntica", de modo que, quando ela vem-a-ser (ou se torna consciente, acho que é como a psicanálise diria), a formulação linguística é "eu percebi que tinha escolhido". mas as condições em que se dá essa percepção são, elas também, determinadas por essa "escolha pres-passada", de modo que acontece algo incrível: um efeito opera sobre uma causa. o presente, efetivamente, altera o passado!
Oi Cristian! Sou superfã do seu canal e te acompanho também quando aparece em outros, sempre aprendo muito. Gostaria que você comentasse sobre as questões psicanalistas envolvidas no processo do Racismo. Vi hoje um vídeo da casa do saber falando sobre o pensamento de Lélia Gonzalez a respeito e também lendo o manual antiracista da Djamila Ribeiro vi que existe uma sessão do conhecimento da psicanálise que aborda diretamente questões de raça. Desde já, grato pela atenção e por todo seu trabalho!
A psicanalista Neusa Santos, autora de "Tornar-se negro" de 1983, um dos primeiros trabalhos sobre a questão racial na psicologia, afirma que: "a sociedade escravista, ao transformar o africano em escravo, definiu o negro como raça, demarcou o seu lugar, a maneira de tratar e ser tratado, os padrões de interação com o branco e instituiu o paralelismo entre cor negra e posição social inferior" (trecho do Pequeno Manual Antiracista - Djamil Ribeiro)
Muito sensato esse material, Tio Chris! Eu gostaria de um vídeo falando sobre a escolha do nincho em psicanálise, sabemos que estamos a serviço do sujeito do inconsciente, mas é importante filtrar e seguir uma direção, qual séria uma possibilidade para esse caminho, visto que a psicanálise é um campo infinito....
Adorei! Aliás acompanho o seu canal. Não sou da área, mas sempre gostei muito de psicologia. Gostaria que falasse sobre Psicanálise e Patriarcado. Atualmente estudo sobre o feminismo e gostaria muito entender o porquê de existir uma crítica entre essas duas áreas.
Ficou muito mais claro o conceito de Édipo para mim. Entretanto, acredito que a psicanálise deveria repensar os significantes adotados no Édipo. Usar os termos "pai" e "mãe" quando não se quer associar ao gênero e sim a um tipo de função na criação induz ao erro. Com tantas exceções ao Édipo, acaba que a narrativa se torna restrita demais para ser aplicada. Seria muito mais interessante trazer somente a essência da identificação e relações libidinais do que tentar normatizar o conceito pela sua materialização na sociedade ocidental. Um outro exemplo que poderia mostrar o quanto que o Édipo seria limitado seria imaginar uma organização tribal em que o cuidado e o trabalho são coletivos. Nesse caso, ficaria muito mais evidente o conceito de identificação e desejo: " me identifico com o grupo que cuida e por isso devo desejar alguém do grupo que caça" ou vice-versa. Sou leigo, minha opinião em pode estar completamente equivocada, mas sinto que a gente pode extrair mais o conceito do Édipo para entender como ele se manifesta no psiquismo.
Olá professor! Que prazer assistir um vídeo sobre crianças adotadas aqui no canal, pois eu sou uma e já andava procurando alguma fala sua sobre o tema. Nos casos em que a criança adotada não conhece seus pais biológicos, mas tem conhecimento da existência deles, o desenvolvimento do complexo de Édipo pode ser comprometido? Essa "lacuna" a respeito do conhecimento sobre as características dos pais biológicos pode ser catalisadora de neuroses ou distúrbios?
Muita clareza, precisao, boa vontade e simpatia de C. Dunker nessa contribuicao tao atual e necessaria, em meio ao preconceito e à todo tipo de violéncia social.
Christian, boa tarde, como vai nesse momento complicado? Parabéns pelo vídeo! Adquiri seu livro na Amzon "A arte da quarentena para principiantes" (e também pude adquirir sua tradução do livro do Slavoj Žižek sobre a pandemia. Meus parabéns por seu trabalho.) Se possível, gostaria de esclarecer uma dúvida. Quais as diretrizes para um pai ou uma mãe que quer criar um filho(a) sozinho (a)e, que tem um pequeno núcleo familiar (sem tios, tias, primos e primas). Muito obrigado desde já. Uma excelente vida.
Muito bom professor! Mas teria uma pergunta para estender um pouco a discussão! Dentro da discussão de gênero e formas de identificação, gostaria de saber do ponto de vista teórico, como é entendido os casos em que a pessoa se alterna, em momentos como uma pessoa do gênero masculino, em outros como do gênero feminino. Onde aparentemente não há uma homogeneidade linear de identificação... Você poderia falar mais sobre isso? Grato!
Eu apostaria em uma estrutura neurótica obsessiva ou histérica. Essa alternância na identificação e a busca conjunta pelos significantes que auxiliam na construção daquela identidade semelhante ao pai ou à mãe denota uma possível aflição decorrente da percepção da falta de um objeto fálico em particular
Dunker querido, obrigada pela elucidação de sempre. Gostaria muito que você falasse um pouco sobre punitivismo, suas reformulações contemporâneas, pensando no contexto de linchamento virtual que temos hoje, tentando entender a esquerda punitiva nisso tudo. Não é um pouco perigoso quando tudo fica tão moral? Como podemos pensar nossos processos políticos e sociais de uma forma diferente dessa chave punitivista e moralista? Obrigada.
Uma curiosidade grande que eu tenho é como a psicanálise une o discurso de "escolha inconsciente" na homossexualidade com as pesquisas mais recentes da medicina sobre epimarcas e expressão diferencial de genes em diferentes tecidos do corpo. No estudo de certas condições como o hirsutismo idiopático fica claro que certos tecidos do corpo respondem de forma diferente aos estímulos hormonais devido a presença de epimarcas nesses tecidos. No hirsutismo idiopático se tem uma mulher com níveis hormonais normais, que menstrua normalmente, com genitália feminina, mas que, por uma questão epigenética de controle de receptores androgênicos, possui uma distribuição e uma quantidade de pelos mais próximas das dos homens. Os pesquisadores dizem que no caso da homossexualidade o tecido afectado seria o cérebro, que dessa forma, mantém partes específicas mais próximas da conformação do sexo oposto (um dado já conhecido faz bastante tempo). O que é exactamente essa "escolha inconsciente"? Eu posso interpretar essa vontade inconsciente como advinda do funcionamento profundo do cérebro? Sem nenhuma intenção reducionista, mas de forma mais ampla: qual o papel na biologia na psicanálise? Qual é o sentido de chamar de "escolha" algo que o sujeito de facto não escolhe? Se o ser humano é biopsicossocial, onde está o "bio"? A medicina e a biologia estão lá longe, do outro lado do rio....
@@f.b.3870 Deixa eu te fazer uma pergunta: pedra tem corpo psicanalítico? Não né! O corpo psíquico surge a partir da complexidade do corpo biológico. Não se pode simplesmente ignorar as determinações do corpo biológico como se o corpo psíquico estivesse por aí flutuando no nada, como se fosse um fantasma, uma entidade metafísica apartada da materialidade.... Eu não estou aqui partindo de um ponto de vista determinista ou mesmo daquela biologia do ensino médio que faz as pessoas pensarem na herança genética como algo ao qual não se foge. Eu parto de um ponto de vista que compreende os mecanismos genéticos, as edições de íntrons e éxons, o ruído desenvolvimental, a herança de epimarcas... enfim, todo um repertório de mecanismos biológicos que não é determinante no sentido do determinismo filosófico, mas que não pode ser ignorado ou deixado de lado nas leituras psíquicas e psicanalíticas. Um exemplo fácil seria o apaixonar-se: quando uma pessoa se apaixona, seu corpo biológico produz feniletilamina. A ciência, a biologia, a química não fazem a menor ideia de por que o corpo produz essa substância quando nos apaixonamos e muito menos por que por essa ou aquela pessoa. A ciência não tem qualquer pudor em dizer que não sabe. O facto é que se produz. Aí se coloca a pergunta: qual a validade de uma leitura psíquica ou psicanalítica que ignora o facto dessa produção no corpo biológico? Essas leituras estão tentando explicar o quê? Nós podemos entender o corpo psíquico como uma "emanação" da complexidade do corpo biológico, mas não ignorar as determinações deste corpo. Ou seja, nós podemos estudar e tentar compreender as manifestações psíquicas, mas nunca esquecendo que a causa de vários processos não está nesse corpo psíquico, é logicamente anterior a esse corpo. E aí eu refaço a pergunta: é a isso que se chama inconsciente? Qual é a validade de uma leitura psicanalítica que parece, a princípio, ignorar as novas descobertas de outros campos de pesquisa? Qual a validade de se continuar dizendo que a homossexualidade é uma escolha inconsciente se a ciência está começando a mostrar que isso não é bem assim? Se a homossexualidade vem de determinações do corpo biológico, qual é o sentido de chamar isso de "escolha". Qual é o sentido de "escolha" e qual é o sentido de "inconsciente"? Uma das coisas mais interessantes da ciência é que ela é capaz achar relações entre processos que antes não eram aparentes, onde antes parecia não haver relação nenhuma. Esse é a caso da homossexualidade e do hirsutismo idiopático e das hipospádias e criptorquidias. Agora eu pergunto, alguém acharia minimamente sensato chegar para uma rapariga com hirsutismo idiopático e dizer a ela que ela é desse jeito porque ela fez uma "escolha inconsciente"? De coração, com todo respeito do mundo que eu tenho ao trabalho do Christian Dunker e ao trabalho de todos os psicólogos e psicanalistas, mas essa moça teria o direito de dar um tapa na cara do sujeito que dissesse isso, assim como um homossexual também teria ....
tudo começa na mente. Se escolhemos algo inconscientemente, isso muda ate nossos genes para apresentarmos algo "biologicamente". Uma explicaçao rasa: o estresse começa na mente e se apresenta no físico com sintomas de tremores faciais... e todas as somatizações.
Dunker, muito obrigada por esse vídeo. Você poderia falar um pouco sobre o entendimento que a psicanálise contemporânea tem sobre pessoas transgêneros? Nós poderíamos dizer que a transgeneridade é tbm uma forma de elaboração do Édipo?
Professor, és meu grande companheiro virtual nos meus estudos psicanalíticos na faculdade! Parabéns pelo seu trabalho, sou leitor tb de seus livros! Grande abraço.
O "acalanto" pode ser realizado por homem ou mulher. Assim como a "lei". Portanto as funções não estão relacionadas ao sexo feminino ou masculino. Na constituição, a identificação de gênero é inconsciente, como vc disse! A diferença sexual não é perpassada pelo papai e mamãe somente. Ao redor se espera outros gêneros que podem ser postos ao sujeito para "promover" essa identificação. Já que a diferença dos gêneros é ensinada, o que não é de todo ruim. O que acho mais interessante nessa história, nessa estória (rsrs) é: a família brasileira de antes, preponderantemente não homoafetiva, daí vieram tbm os homossexuais. Não sei pq tanto alvoroço, tanta resistência com a adoção para casais homoafetivos e familias monoparentais. Não há garantia sobre identificações, pq isso fica a cargo da subjetivacao. Parabéns aos casais homoafetivos que, com carinho, cuidam de seus filhos. Para a psicanálise, basta o amor!
Verdade! Basta o amor. O resto é de responsabilidade: 1) Do casal, 2) E de quem foi adotado( no futuro próximo) pois nem sempre a pessoa adotada tem maturidade para entender isso.
Eu acho que essas "regras gerais" são falhas. Claramente vendas que impedem de gastar tempo imaginando a gigantesca miríade de raízes de cada comportamento. Convenientes, mas ainda assim, vendas.
Professor, como vai? Tenho uma duvida, como se dá a construção de ser mulher? Em que momento temos a diferença de ser garota e passamos a ser uma mulher?
Acredito que ser mulher é da ordem do impossível, ou seja, uma construção que nunca termina. Lacan diz que "a mulher não existe" pq a mulher se constitui na falta, por isso ela é indefinivel e indecifrável. Também para o inconsciente acredito que não há diferenciação para o que é mulher ou menina, para ele somos sempre crianças pq lá não existe conceito de tempo.
Complemetando o que a Mayara falou: a mulher não tem uma saída do complexo de Édipo. Explico: o menino, quando se depara com o complexo de castração, observa que tem o falo e tem medo de o perder, por isso "para" o desejo. Já a menina percebe que já o perdeu (dada a falta física, parece que tem algo faltando), dessa forma a mulher é constituída sempre na falta como nossa amiga já disse aí encima. A menina tem a ausência do Falo e vai tentar sassiar esse desejo com a própria gravidez, onde o filho vai entrar como substituto desse falo que lhe foi tirado. Por isso essa passagem é densa, já que a mulher não existe. Tanto que a menina, desejando o pai, arruma um marido com as mesmas características deste e tende a inserir no próprio casamento toda a discórdia, confusão e atitudes que tinha em sua relação com a mãe.
Obrigado por responder, Christian. Pouco tempo depois que enviei a mensagem a gente foi chamado pela vara da infância. Adotamos um menino muito bonito, tem dois anos, e é muito esperto. Estamos com ele há pouco mais de um mês... observamos algumas cenas (clássicas) do édipo, principalmente o ciume do abraço, do beijo e a manifestação de posse do outro... Achamos muito divertido e, de certa forma, fucanis seguros de que o afeto está enlaçando a relação nessa dinâmica de manifestações do amor. Gostei muito da sua fala, como sempre as leituras que fiz da psicanálise ecoam quando escuto você. Abraço.
Parabéns e felicidades para os três! 🌹🍀
parabéns pela escolha de vocês dois e felicidade aos três, deve estar sendo uma experiência maravilhosa e de grande aprendizado 💐
Parabéns ! 💕
Parabéns e muitas felicidades!!!!!
Parabéns, felicidades!
Fico imaginando, quantos casais homoafetivo se sentiram confortados com suas colocações. Foi bem bonito e sensível de sua parte! Eu amei!!!♡♡♡
Clinico há mais de 25 anos e cada vez que me debruço sobre o Édipo percebo uma nova nuance. Cada pessoa com o seu, cada momento social o modifica.
Esse é "X" da questão, o Édipo precisa ser lido considerando o contexto de sua época, Freud já tentou avançar muito, mais é preciso considerar a sua época.
Pq não existe edipo
Sou Psicólogo, e a psicanálise é uma janela gigantesca que se abriu e está aberta para estruturar ainda mais nosso conhecimento.
Obrigado por compartilhar conhecimento! Estudar o complexo de Édipo não é fácil, mas é muito prazeroso. Grande abraço!
Me emocionei ouvindo a pergunta e a preocupação do moço. Como psicóloga sinto vergonha da violência que nosso "saber sobre" (que nesse caso se trata de não saber, né?) por muitas vezes inflige às pessoas que julgamos ajudar.
Impressionante como o professor Dunker consegue resumir estrategicamente uma tema tão amplo. Grata por isso professor!!
Perfeitas suas colocações. Sou pai adotivo, casado a 25 anos com outro homem. Minha filha hoje com 12 anos. O pai é uma função, maternar e paternar sua criança. Um personagem será o pai e outro a mãe.
Podemos conversar? Se sim, me dá um oi que te passo o meu WhatsApp. Em maio meu parceiro e eu faremos 7 anos de relacionamento, e pensamos em adotar desde o começo. Adoraria poder conversar com você e seu parceiro sobre isso, pois vocês já passaram por esse processo e seria de grande ajuda para nós. Se não quiser, eu entendo, nem todo mundo gosta de falar sobre si mesmo etc mas se puder me dê um oi que te passo meu WhatsApp para conversarmos. Abraços! (Moro em Maceió, Alagoas)
Adoraria assistir a um vídeo seu sobre abandono e alienação parental e as consequências psíquicas dessa condição, tão brutalmente comum em nossa sociedade. Ela me parece muito distinta da situação em que a criança perde o pai ou a mãe, fato que pode levar à idealização. No abandono e na alienação, ao contrário, a criança cresce ouvindo falar muito mal do pai ou mãe ausentes (normalmente, o pai), fato que a leva a sofrer duplamente: por um lado, pela própria ausência do genitor (cuja motivação angustia a criança), por outro, pela demanda daqueles que a criam de que ela dê conta desse sentimento negativo dirigido à figura ausente. Vivi isso na pele, e sinto que esse fato tem grande influência sobre as minhas escolhas afetivas até hoje. Muito obrigada.
Claro, objetivo e sensível! Maravilhoso!
Linda apresentação! Parabéns! 🙏🏽
Sua fala é sempre tão gentil e acolhedora que é impossível ouvir só uma única vez. Muito obrigada por compartilhar tanto bem num mundo tão sofrido como o nosso!!
Excelente!
Explicação maravilhosa!
Muito grata! Até que enfim um vídeo sobre rs, é raro vídeos sobre o Édipo nesse contexto aqui no youtube, apesar de ter bastante literatura.
Quarta a comentar 😌😍
Ele abriu a possibilidade, rs. Queria que Dunker falasse sobre desenvolvimento da bissexualidade na vida adulta.
Obrigada por isso!!!
Excelente vídeo professor que explica as nuances do complexo de Édipo. Com efeito, essa semana o Brasil ficou estarrecido com a morte de Miguel, garoto de cinco anos, que foi morto por negligência da patroa de sua mãe, uma mulher branca de classe média. Os detalhes dessa história expõe as camadas do racismo à brasileira. Há inúmeros trabalhos sobre a branquitude, pensada como uma relação de poder. À luz da psicanálise, gostaria de ouvi-lo sobre o tema.O que a psicanálise brasileira tem a dizer sobre a forma como o racismo afeta a subjetividade das pessoas brancas?
Fiquei tocada com sua fala. Muito informativa e sensível ao mesmo tempo. Parabéns pelo canal e divulgação do pensamento psicanalíticopara nós leigos, facilita muito.
Melhor aula do mundo !
Estou encantado com a aula do Dunker. Sou estudante de psicanálise (pesquisador), me incentivou ainda mais essa aula. E que aula!!
Em 14:06 faz todo o sentido, quando vc fala sobre a falta.
Muito obrigada! Uma aula e tanto!🙌👏👏
A adoção é um dos atos mais lindos que o ser humano pode fazer.
A criança.que for acolhida com afeto no veio de uma família , nao vai se importar que tipo de casal está lhe adotando, é o cuidado é o amor que importa
Boa tarde professor!! Fique isolado ai!! Aguardando sua coleção sair logo pela zagodoni, principalmente da estrutura clinica.
É maravilhoso te ouvir, e é incrível essa complexidade de entender o complexo de Édipo
Obrigada! Um tema tão relevante e atual, que precisa ser estudado e conversado. :D
Christian gostaria de agradecer sua generosidade em compartilhar tanto conhecimento de forma acessível e pontual. É inspirador acompanhar este canal! Muito obrigada!
Não tem estudo científico da existência de edipo
Que vídeo esclarecedor. Adorei.
Video perfeito! Fico admirada em como vc consegue explicar de maneira sucinta. Toda vez que tento explicar os Conceitos de psicanálise, eu tenho que dar mil voltas pra abarcar tudo.
Muito bom, excelente vídeo
Olá, professor! Obrigado por compartilhar seus conhecimentos e reflexões conosco. Recentemente estive procurando por uma leitura crítica da chamada "Psicologia Positiva", uma corrente recente da Psicologia que vem cativando um público significativo, devido ao seu apelo à questão da felicidade. Percebi que existem poucos artigos críticos sobre o assunto. O senhor poderia fazer um vídeo explorando o tema? Seria de grande valia. Um abraço!
Christina, é sempre um prazer ouvi-lo. Obrigada!
Maravilhosa explicação. Feliz de termos você nos ajudando a entender melhor a psicanálise e sobretudo nosso psiquismo. Obrigada professor, siga nos clareando 🙏🏻
Esse cara é incrível
Que explicação maravilhosa
Excelente papo, Christian. Esclareceu muitas dúvidas minhas.
Muito grata por esse vídeo, necessário e muito claro professor!
Você é o máximo!
Obrigado novamente, Dunker!
Professor, desejo tanto um curso intenso do senhor sobre Lacan. Achava quase impossível entendê-lo. Muitos psicanalistas professores complicam demais e rebuscam a linguagem ao falar dele e de toda contribuição pós freudiana que propiciou à psicanálise. O senhor torna Lacan tão atrativo e desperta uma vontade grande de mergulhar no desafio de estudá-lo. O que acha disso? Pense com amor....rsrs... Beijos com muita admiração!
Perfeito!
Outra classe de alta classe!
Ai Dunker, seu maravilhoso! Sempre explicando super bem!! Sinta um abraço cheio de gratidão pelo seu trabalho incrível ❤
Nossa que vídeo maravilhoso! Gratidão professor! Parabéns ao casal muita luz e felicidade. 🙏✨
Boa tarde professor, tudo bem ?
Você pode fazer um vídeo sobre filhos sem pai, bastardo.
Ou até órfãos.
não quero responder pelo dunker, mas acredito que ele deu um pouco da resposta da sua pergunta no vídeo. ele fala sobre uma mãe solteira que trabalha, onde o "trabalho" se tornaria o terceiro (pai). mas seria ótimo um vídeo sobre isso mesmo
Vc ignora completamente Melanie Klein e a relação com o seio.
@@ruthbrayner9714 relação com o seio? que interessante Ruth, meus sobrinhos nenhum deles mamou pode mamar no peito! gostaria de saber no que isso implica na vida adulta.
Adoraria assistir a um vídeo seu sobre abandono e alienação parental e as consequências psíquicas dessa condição, tão brutalmente comum em nossa sociedade. Ela me parece muito distinta da situação em que a criança perde o pai ou a mãe, fato que pode levar à idealização. No abandono e na alienação, ao contrário, a criança cresce ouvindo falar muito mal do pai ou mãe ausentes (normalmente, o pai), fato que a leva a sofrer duplamente: por um lado, pela própria ausência do genitor (cuja motivação angustia a criança), por outro, pela demanda daqueles que a criam de que ela dê conta desse sentimento negativo dirigido à figura ausente. Vivi isso na pele, e sinto que esse fato tem grande influência sobre as minhas escolhas afetivas até hoje. Muito obrigada.
@@Roxdayz sim, falo na ótica do filho mesmo e não da mãe.
Campo ainda mais desconhecido.
Excelente professor! Sempre muito completo!
Vídeo incrível, obrigado professor! Sempre me questionei sobre a temática e sua explicação foi didática e elucidativa.
Isso foi uma verdadeira aula sobre o famoso Complexo de Édipo, com exemplo direto da nossa sociedade. Muito obrigado professor e boa sorte pro Jerry.
Olá Christian !! Muito obrigada pela sua presença! Christian, seria possível a psicanálise ser uma matéria de escola ? Como seria a mesma para crianças? Qual seria a melhor idade para ter contato com a teoria ? Como seria aprender a psicanálise para uma autoanalise ? Grata. Abraços !
Dunker quando puder fale da Constelação familiar. Obrigada!
Ele já falou em outro vídeo, serve para conhecer a 'identificao' com os familiares, mas não é psicanálise , o Hering não era psicanalista
Christian, eu te amo! Você poderia falar um pouco sobre influências marxistas e materialistas na obra de Lacan? Obrigada
Christian, eu te amo! Como você vê o impacto das mudanças culturais sexuais, à maior participação das mulheres no ambiente público, mudanças na forma de ver e viver a maternidade, um aumento exponencial de mulheres como chefe de família e a relação do aumento de mulheres neuróticas obsessivas na clínica? Poderia falar um pouco sobre os deslocamentos do feminino e a neurose obsessiva nas mulheres?
Muito bom! Muito obrigado!!
Incrível 💞
Excelente vídeo, parabéns!
Sinceramente perfeito.
Que aulaaaaa
9:10 acho muito interessante isso que você chamou de "escolha sobre determinada". lembro agora de um texto do zizek, eu acho, em que ele argumenta pela existência de algo como um estágio pré-ontológico da "escolha autêntica", de modo que, quando ela vem-a-ser (ou se torna consciente, acho que é como a psicanálise diria), a formulação linguística é "eu percebi que tinha escolhido". mas as condições em que se dá essa percepção são, elas também, determinadas por essa "escolha pres-passada", de modo que acontece algo incrível: um efeito opera sobre uma causa. o presente, efetivamente, altera o passado!
E acredito que o presente altera o passado seja justamente o que se chama na Psicanálise de ressignificacao
Merleau-Ponty diria "pré-pessoal"
Excelente vídeo, Christian. Por gentileza, vc poderia citar bibliografias aqui sobre o assunto- além das clássicas freudianas. Obrigado.
Agradar aos casais sem pensar nas crianças!!
conteúdo excepcional
Oi Cristian! Sou superfã do seu canal e te acompanho também quando aparece em outros, sempre aprendo muito. Gostaria que você comentasse sobre as questões psicanalistas envolvidas no processo do Racismo. Vi hoje um vídeo da casa do saber falando sobre o pensamento de Lélia Gonzalez a respeito e também lendo o manual antiracista da Djamila Ribeiro vi que existe uma sessão do conhecimento da psicanálise que aborda diretamente questões de raça. Desde já, grato pela atenção e por todo seu trabalho!
A psicanalista Neusa Santos, autora de "Tornar-se negro" de 1983, um dos primeiros trabalhos sobre a questão racial na psicologia, afirma que: "a sociedade escravista, ao transformar o africano em escravo, definiu o negro como raça, demarcou o seu lugar, a maneira de tratar e ser tratado, os padrões de interação com o branco e instituiu o paralelismo entre cor negra e posição social inferior" (trecho do Pequeno Manual Antiracista - Djamil Ribeiro)
Muito sensato esse material, Tio Chris! Eu gostaria de um vídeo falando sobre a escolha do nincho em psicanálise, sabemos que estamos a serviço do sujeito do inconsciente, mas é importante filtrar e seguir uma direção, qual séria uma possibilidade para esse caminho, visto que a psicanálise é um campo infinito....
Adorei! Aliás acompanho o seu canal. Não sou da área, mas sempre gostei muito de psicologia. Gostaria que falasse sobre Psicanálise e Patriarcado. Atualmente estudo sobre o feminismo e gostaria muito entender o porquê de existir uma crítica entre essas duas áreas.
Nunca esperei tanto por esse vídeo
Olá Dunker, te adoro e sempre acompanho o Falando nisso! Por favor, comente o livro de Elizabeth Badinter: O mito do amor materno. Muito obrigada!!!
Esclarecedor
muito bom
Gostei em 15:21 quando vc fala q não é necessario importar uma figura feminina, pois a cultura já se encarrega disso.
Ficou muito mais claro o conceito de Édipo para mim. Entretanto, acredito que a psicanálise deveria repensar os significantes adotados no Édipo. Usar os termos "pai" e "mãe" quando não se quer associar ao gênero e sim a um tipo de função na criação induz ao erro. Com tantas exceções ao Édipo, acaba que a narrativa se torna restrita demais para ser aplicada. Seria muito mais interessante trazer somente a essência da identificação e relações libidinais do que tentar normatizar o conceito pela sua materialização na sociedade ocidental. Um outro exemplo que poderia mostrar o quanto que o Édipo seria limitado seria imaginar uma organização tribal em que o cuidado e o trabalho são coletivos. Nesse caso, ficaria muito mais evidente o conceito de identificação e desejo: " me identifico com o grupo que cuida e por isso devo desejar alguém do grupo que caça" ou vice-versa. Sou leigo, minha opinião em pode estar completamente equivocada, mas sinto que a gente pode extrair mais o conceito do Édipo para entender como ele se manifesta no psiquismo.
Olá professor! Que prazer assistir um vídeo sobre crianças adotadas aqui no canal, pois eu sou uma e já andava procurando alguma fala sua sobre o tema. Nos casos em que a criança adotada não conhece seus pais biológicos, mas tem conhecimento da existência deles, o desenvolvimento do complexo de Édipo pode ser comprometido? Essa "lacuna" a respeito do conhecimento sobre as características dos pais biológicos pode ser catalisadora de neuroses ou distúrbios?
Muita clareza, precisao, boa vontade e simpatia de C. Dunker nessa contribuicao tao atual e necessaria, em meio ao preconceito e à todo tipo de violéncia social.
Sensacional prof
Muito bom professor. Fiquei pensando em como isso se dá em crianças criadas por um único cuidador. Poderia explicar?
Não sou muito fã de Psicanálise, mas adoro seus vídeos kkkk
Eu gostaria de ouvir sobre Lacan e os sonhos
Sensacional
Christian, boa tarde, como vai nesse momento complicado? Parabéns pelo vídeo! Adquiri seu livro na Amzon "A arte da quarentena para principiantes" (e também pude adquirir sua tradução do livro do Slavoj Žižek sobre a pandemia. Meus parabéns por seu trabalho.) Se possível, gostaria de esclarecer uma dúvida. Quais as diretrizes para um pai ou uma mãe que quer criar um filho(a) sozinho (a)e, que tem um pequeno núcleo familiar (sem tios, tias, primos e primas). Muito obrigado desde já. Uma excelente vida.
Muito bom professor! Mas teria uma pergunta para estender um pouco a discussão! Dentro da discussão de gênero e formas de identificação, gostaria de saber do ponto de vista teórico, como é entendido os casos em que a pessoa se alterna, em momentos como uma pessoa do gênero masculino, em outros como do gênero feminino. Onde aparentemente não há uma homogeneidade linear de identificação... Você poderia falar mais sobre isso? Grato!
Tambem gostaria de saber... se você achar algum estudo ou video que fale sobre isso pf compaetilhe comigo...
Acho que isso se encaixa no que ele falou, momentos q se identifica c o pai e momentos q se identifica c a mãe
Eu apostaria em uma estrutura neurótica obsessiva ou histérica. Essa alternância na identificação e a busca conjunta pelos significantes que auxiliam na construção daquela identidade semelhante ao pai ou à mãe denota uma possível aflição decorrente da percepção da falta de um objeto fálico em particular
boa tarde vc poderia falar sobre o (Biomèdico ou Medico Biológico), e também do Farmaceutico e seus consultórios por gentileza
Melhor vídeo!!!
Chris, seu lindo!
Dunker querido, obrigada pela elucidação de sempre. Gostaria muito que você falasse um pouco sobre punitivismo, suas reformulações contemporâneas, pensando no contexto de linchamento virtual que temos hoje, tentando entender a esquerda punitiva nisso tudo. Não é um pouco perigoso quando tudo fica tão moral? Como podemos pensar nossos processos políticos e sociais de uma forma diferente dessa chave punitivista e moralista?
Obrigada.
Uma curiosidade grande que eu tenho é como a psicanálise une o discurso de "escolha inconsciente" na homossexualidade com as pesquisas mais recentes da medicina sobre epimarcas e expressão diferencial de genes em diferentes tecidos do corpo. No estudo de certas condições como o hirsutismo idiopático fica claro que certos tecidos do corpo respondem de forma diferente aos estímulos hormonais devido a presença de epimarcas nesses tecidos. No hirsutismo idiopático se tem uma mulher com níveis hormonais normais, que menstrua normalmente, com genitália feminina, mas que, por uma questão epigenética de controle de receptores androgênicos, possui uma distribuição e uma quantidade de pelos mais próximas das dos homens. Os pesquisadores dizem que no caso da homossexualidade o tecido afectado seria o cérebro, que dessa forma, mantém partes específicas mais próximas da conformação do sexo oposto (um dado já conhecido faz bastante tempo). O que é exactamente essa "escolha inconsciente"? Eu posso interpretar essa vontade inconsciente como advinda do funcionamento profundo do cérebro? Sem nenhuma intenção reducionista, mas de forma mais ampla: qual o papel na biologia na psicanálise? Qual é o sentido de chamar de "escolha" algo que o sujeito de facto não escolhe? Se o ser humano é biopsicossocial, onde está o "bio"? A medicina e a biologia estão lá longe, do outro lado do rio....
Até onde sei, o problema se inicia ao passo que o corpo biológico é um e o corpo da psicanálise é outro.
@@f.b.3870 Deixa eu te fazer uma pergunta: pedra tem corpo psicanalítico? Não né! O corpo psíquico surge a partir da complexidade do corpo biológico. Não se pode simplesmente ignorar as determinações do corpo biológico como se o corpo psíquico estivesse por aí flutuando no nada, como se fosse um fantasma, uma entidade metafísica apartada da materialidade.... Eu não estou aqui partindo de um ponto de vista determinista ou mesmo daquela biologia do ensino médio que faz as pessoas pensarem na herança genética como algo ao qual não se foge. Eu parto de um ponto de vista que compreende os mecanismos genéticos, as edições de íntrons e éxons, o ruído desenvolvimental, a herança de epimarcas... enfim, todo um repertório de mecanismos biológicos que não é determinante no sentido do determinismo filosófico, mas que não pode ser ignorado ou deixado de lado nas leituras psíquicas e psicanalíticas.
Um exemplo fácil seria o apaixonar-se: quando uma pessoa se apaixona, seu corpo biológico produz feniletilamina. A ciência, a biologia, a química não fazem a menor ideia de por que o corpo produz essa substância quando nos apaixonamos e muito menos por que por essa ou aquela pessoa. A ciência não tem qualquer pudor em dizer que não sabe. O facto é que se produz. Aí se coloca a pergunta: qual a validade de uma leitura psíquica ou psicanalítica que ignora o facto dessa produção no corpo biológico? Essas leituras estão tentando explicar o quê?
Nós podemos entender o corpo psíquico como uma "emanação" da complexidade do corpo biológico, mas não ignorar as determinações deste corpo. Ou seja, nós podemos estudar e tentar compreender as manifestações psíquicas, mas nunca esquecendo que a causa de vários processos não está nesse corpo psíquico, é logicamente anterior a esse corpo. E aí eu refaço a pergunta: é a isso que se chama inconsciente?
Qual é a validade de uma leitura psicanalítica que parece, a princípio, ignorar as novas descobertas de outros campos de pesquisa? Qual a validade de se continuar dizendo que a homossexualidade é uma escolha inconsciente se a ciência está começando a mostrar que isso não é bem assim? Se a homossexualidade vem de determinações do corpo biológico, qual é o sentido de chamar isso de "escolha". Qual é o sentido de "escolha" e qual é o sentido de "inconsciente"?
Uma das coisas mais interessantes da ciência é que ela é capaz achar relações entre processos que antes não eram aparentes, onde antes parecia não haver relação nenhuma. Esse é a caso da homossexualidade e do hirsutismo idiopático e das hipospádias e criptorquidias. Agora eu pergunto, alguém acharia minimamente sensato chegar para uma rapariga com hirsutismo idiopático e dizer a ela que ela é desse jeito porque ela fez uma "escolha inconsciente"?
De coração, com todo respeito do mundo que eu tenho ao trabalho do Christian Dunker e ao trabalho de todos os psicólogos e psicanalistas, mas essa moça teria o direito de dar um tapa na cara do sujeito que dissesse isso, assim como um homossexual também teria ....
Não levem a mal minhas perguntas, eu só estou fazendo esse comentário aqui porque eu sei que aqui as pessoas são super qualificadas.
tudo começa na mente. Se escolhemos algo inconscientemente, isso muda ate nossos genes para apresentarmos algo "biologicamente". Uma explicaçao rasa: o estresse começa na mente e se apresenta no físico com sintomas de tremores faciais... e todas as somatizações.
Excelente professor, fica fácil de entender com suas palavras
Olá, professor. Poderia nos dizer algo à respeito do avanço tecnológico enquanto produtor de sintomas, conforme a temática recente do 5G. Obrigado!
Muito bom, apesar de discordar por um olhar rizomático. O édipo não é Universal.
Dunker, muito obrigada por esse vídeo. Você poderia falar um pouco sobre o entendimento que a psicanálise contemporânea tem sobre pessoas transgêneros? Nós poderíamos dizer que a transgeneridade é tbm uma forma de elaboração do Édipo?
Parabéns professor!!! Excelente!!
Professor, és meu grande companheiro virtual nos meus estudos psicanalíticos na faculdade! Parabéns pelo seu trabalho, sou leitor tb de seus livros! Grande abraço.
Video lindo!
Olá, Professor. Gostaria de ouvir do Sr, se a procrastinação tem saída pela Psicanálise. Freud ou Lacan falaram sobre isso?
O "acalanto" pode ser realizado por homem ou mulher. Assim como a "lei". Portanto as funções não estão relacionadas ao sexo feminino ou masculino. Na constituição, a identificação de gênero é inconsciente, como vc disse! A diferença sexual não é perpassada pelo papai e mamãe somente. Ao redor se espera outros gêneros que podem ser postos ao sujeito para "promover" essa identificação. Já que a diferença dos gêneros é ensinada, o que não é de todo ruim. O que acho mais interessante nessa história, nessa estória (rsrs) é: a família brasileira de antes, preponderantemente não homoafetiva, daí vieram tbm os homossexuais. Não sei pq tanto alvoroço, tanta resistência com a adoção para casais homoafetivos e familias monoparentais. Não há garantia sobre identificações, pq isso fica a cargo da subjetivacao. Parabéns aos casais homoafetivos que, com carinho, cuidam de seus filhos. Para a psicanálise, basta o amor!
Verdade! Basta o amor. O resto é de responsabilidade: 1) Do casal, 2) E de quem foi adotado( no futuro próximo) pois nem sempre a pessoa adotada tem maturidade para entender isso.
Penso que amei isso que li.
Eu acho que essas "regras gerais" são falhas.
Claramente vendas que impedem de gastar tempo imaginando a gigantesca miríade de raízes de cada comportamento. Convenientes, mas ainda assim, vendas.
Adorei! Sempre trazendo ótimos esclarecimentos. Por incrível que pareça, estava pensando em sugerir esse tema ainda essa semana...
Ótimo tópico! muito interessante e importante de ser discutido.
Atrevo-me a dizer então que podemos atualizar a fala de Freud para o contexto contemporâneo em "O Complexo de Édipo é LGBTQIA+".
Professor, como vai? Tenho uma duvida, como se dá a construção de ser mulher? Em que momento temos a diferença de ser garota e passamos a ser uma mulher?
Acredito que ser mulher é da ordem do impossível, ou seja, uma construção que nunca termina. Lacan diz que "a mulher não existe" pq a mulher se constitui na falta, por isso ela é indefinivel e indecifrável. Também para o inconsciente acredito que não há diferenciação para o que é mulher ou menina, para ele somos sempre crianças pq lá não existe conceito de tempo.
Complemetando o que a Mayara falou: a mulher não tem uma saída do complexo de Édipo. Explico: o menino, quando se depara com o complexo de castração, observa que tem o falo e tem medo de o perder, por isso "para" o desejo. Já a menina percebe que já o perdeu (dada a falta física, parece que tem algo faltando), dessa forma a mulher é constituída sempre na falta como nossa amiga já disse aí encima. A menina tem a ausência do Falo e vai tentar sassiar esse desejo com a própria gravidez, onde o filho vai entrar como substituto desse falo que lhe foi tirado. Por isso essa passagem é densa, já que a mulher não existe. Tanto que a menina, desejando o pai, arruma um marido com as mesmas características deste e tende a inserir no próprio casamento toda a discórdia, confusão e atitudes que tinha em sua relação com a mãe.
Acho que a pergunta deve ser tipo quando passamos a ser adulto. Independente de sexo
Obrigado youtube por me recomendar isso
Excelente video, professor.......Parabéns pelo belo trabalho!!
Tem como curtir esse vídeo mais de uma vez? Que esclarecedor! Linguagem e conteúdos muito bem colocados.